_ Meu Deus, onde estou? Quem me colocou aqui?

Lembrou-se de Robson e do momento em que desmaiou.

Mas suas dúvidas seriam esclarecidas quando a mesma mulher que a atendeu na entrada da casa entrou no quarto.

_ Sente-se melhor? – ela perguntou colocando sua mão na testa dela – Você estava desacordada e eu tomei a liberdade de tirar sua roupa por que seu corpo estava muito quente.

_ Eu estou com febre?

_ Estava, mas já abaixou. Robson decidiu que você ficará aqui até melhorar.

Nicole então se lembrou de também do que disse a Robson e suspirou. Achou que seu desmaio se devia a tanto desgosto pelo que passou desde que decidiu sair de seu país.

_ Eu ficarei aqui?

_ Robson pediu que avisasse você que assim que sentir-se melhor você deve ir falar com ele.

_ Já estou bem, – levantou-se – vou trocar de roupa.

Quando já estava na presença de Robson, ela sentiu vergonha pelo que houve.

_ Não se preocupe - ele disse - isso acontece às vezes por causa do fuso horário e da mudança de clima.

_ Obrigada, mas de qualquer forma eu me sinto melhor e já posso ir embora.

_ Para onde vai? – ele olhou desconfiado – Disse que não tem para onde ir.

_ Vou tentar contatar uma conhecida.

_ Olhe, Nicole, se quiser ficar aqui... Pode falar com ela de meu escritório. Já são quase oito da noite, hora da janta. Poderia me acompanhar.

Ela tentou, com esforço, esquecer seus problemas e aceitou a sugestão de Robson. Afinal, mesmo por aqueles meios seu desejo de estar na companhia de Robson Arnold estava se realizando.

Depois de se instalar por completo no quarto onde ficou desacordada, Nicole tomou um banho e foi para o aposento que a governanta de Robson indicou.

Ele estava lá, e Nicole sorriu. Sua beleza ainda mais destacada fez com que o coração dela palpitasse.

Demonstrando seu cavalheirismo, Robson saiu de seu lugar e puxou a cadeira para ela.

_ Sente-se aqui, de frente para mim.

E ela o fez, lisonjeada, e contemplando agora a mesa com alimentos leves e sofisticados.

_ Obrigada, senhor Arnold.

_ Não me chame assim! – ele disse sorrindo e voltando ao seu lugar – Robson! Você é minha convidada.

Enquanto eles saboreavam as bolachinhas de nozes e o chá, Robson respondia a cada pergunta que Nicole fazia sobre sua carreira. Quando já estava satisfeita com tudo que ele lhe falou e com seu desjejum noturno, Nicole disse que sentia sono.

_ Acho que é hora de dormir.

_ Não, ainda é cedo. Como eu disse você está só afetada pelo fuso horário. Vamos até a minha sala de discos, quero lhe mostrar os troféus que ganhei com meus amigos.

Na sala de discos Nicole viu um pôster em que estavam Robson e seus dois amigos. Ele explicou.

_ Andy e Doug eram meus parceiros. Éramos um grupo de rock pop e passamos vários anos na estrada. Acabou há dois anos.

_ Por que terminou?

_ Foi por motivos diversos, nós três já estávamos com 30 anos, mas... Ainda somos amigos íntimos, eles estão sempre por aqui.

Robson colocou uma fita cassete com músicas românticas que ele e seus amigos cantavam. E a convidou para dançar.

Depois de desligar a luz e deixar os abajures de canto ligados, ele a tomou e foram para o meio da sala.

_ Ouça a música, Nicole, - ele falava sussurrando em seu ouvido – e deixe as notas conduzirem você.

Mas era o perfume que conduzia Nicole, ela se entregou àquele momento e sua paixão por Robson agora passou de platônica para concreta. Robson a pressionou contra seu corpo.

_ Você é a garota mais linda que conheci! – ele segurou seu rosto e beijou seus lábios levemente – Esse momento é tão lindo que eu acho que me apaixonei por você!

Nicole já nem lembrava mais o que estava fazendo ali.

Depois de algumas trocas de carícias, Robson a conduziu até o sofá que logo se transformou em cama, e pediu que ela se deitasse, e ela o fez sem hesitar.

Robson a despiu devagar. Na mente dela, todos aqueles aborrecimentos pelo que passou já não tinham mais importância, se ela acabou sob o domínio do homem que mais admirava na Terra, desde seus 15 anos de idade.

Quando ela sentiu que Robson a penetrava, soltou um gemido forte que foi sufocado pelos lábios dele. Foi um prazer tão intenso que por muito tempo ficou grudado no corpo de Nicole como uma tatuagem.

Quando ouviu o barulho da xícara, Nicole despertou de um sono profundo.

_ Bom dia, senhorita. Eu trouxe o seu café.

Era a governanta de Robson.

_ Obrigada, senhora... Como se chama?

Ela sorriu, seus dentes tão brancos pareciam luzes contrastando com sua pele negra.

_ Neiva. Esse é meu nome.

_ Que horas são, senhora Neiva.

_ Oito da manhã.

Nicole presumia que Neiva soubesse o que houve entre Robson e ela, e estava certa.

_ Onde está Robson?

_ O patrão não dorme aqui, senhorita Nicole! Esta é apenas sua casa de campo e também onde ele traz seus amigos para um “Happy hour” e coisas assim.

_ Mas... Essa casa parece tão grande.

Neiva não queria falar sobre seu patrão, então convidou Nicole a passear pela casa quando terminasse seu break fast.

Enquanto as duas caminhavam, Nicole conhecia a imensidão do lugar, com churrasqueiras e piscinas para todo gosto. E a piscina particular foi o ponto de chegada, e o lugar que ela mais gostou.

_ Robson tem muito dinheiro, não é?

Aquela foi a única pergunta sobre Robson que Neiva respondeu.

_ Ele já ganhou muito dinheiro, sim. Quando cantava com seus amigos o dinheiro chovia na mão deles. Agora, ele ganha, mas só para sustentar tudo que construiu, o que não é pouco.

_ Eu nunca li sobre a vida dele, apenas tinha seu pôster em minha parede. Por isso quase não sabia nada até ele me contar.

Neiva a encarou como uma tia brava, pois entendeu no tom de suas palavras o que ela sentia.

_ Seja o que for que tenha nascido ai dentro de você por Robson, menina, não deixe crescer. Robson é...

Antes que ela terminasse, uma pessoa chamou por Robson, e ela foi atender.

Intrigada com a forma da mulher de dizer aquilo, ela imaginou que Neiva fosse falar sobre a carreira de Robson.

Alguns minutos se passaram enquanto Nicole esperava por Neiva na beira da piscina particular quando alguém chegou.

_ Quem é você?

Ele preguntou com sua voz tão grave que parecia estar furioso, mas ele sorria. Seu sorriso era alegre e ele parecia alegre também.

_ Nicole! Sou convidada de Robson. – ela disse levantando-se rapidamente.

_ Oh, eu não sabia que ele estava com visitas! – estendeu sua mão, Nicole notou os olhos azuis dele e o identificou – Como vai?

_ Bem! Você é Andy, não é?

_ Sim, isso mesmo! Robson falou de mim?

Ela também sorriu. Andy parecia estar prestes a contar algo engraçado. Mas era apenas o jeito dele.

Andy sentou-se com ela e conversaram um pouco, e ele disse que era amigo íntimo de Robson e que tinha acesso a toda a casa e seus “Brinquedos”.

_ Eu vim aqui para relaxar um pouco. Que tal você me acompanhar até a sala de vídeos? Podemos achar um filme legal para assistirmos.

_ Eu não sei, ele pode ficar chateado.

_ Você disse que é apenas uma amiga, certo? Qual é o problema?

_ Ele pode não gostar da invasão. – riu discreta.

_ Não se preocupe. O único lugar que ele não gosta que entremos é a sala de música.

_Por quê?

Andy se referia ao lugar onde ela fez amor com Robson. Sentiu um pouco de orgulho por saber que esteve lá com ele, mas seu orgulho deu lugar à decepção quando ouviu o motivo.

_ É onde ele costuma levar seus casos rápidos. Sabe, sexo, drogas...

Nicole ficou pálida, e disfarçou com um sorriso.

_ Então vamos ver o filme! – ela disse, mas dentro de si queria gritar e correr para longe.

Mas na situação em que se encontrava nem mesmo sabia o que ia fazer dali pra frente.