Renascer - Reescrita escrita por Nara


Capítulo 3
Segundo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

E aí gente!
Mais um capítulo de Renascer, acho que esse iria equivaler ao 6, 7 e 8 da primeira postagem.
Espero que gostem. Bora ler?
Enjoy!



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Segundo Capítulo


Já estava na hora de voltarmos para Phoenix. Estava decidido, iríamos mesmo nos mudar para Forks e no início do ano iria para a universidade. Faria medicina.

Nesses três dias não pude parar de pensar no anjo que vi. O belo anjo de cabelos bronze, pele clara como a neve e olhos dourados. Era a pessoa mais linda que já havia visto em toda a minha vida.

Esperava que um dia pudesse encontrá-lo novamente, se é que ele não era apenas uma miragem.

Sai do meu devaneio e continuei me arrumando. Coloquei uma saia, uma regata e calcei minhas sandálias.

Peguei minha mala e desci. Meu pai já estava me esperando, e logo pegou a mala da minha mão e foi colocá-la no carro juntamente com as outras. Minha mãe estava sentada no sofá. Dei a mão para ela e seguimos para fora em direção ao carro onde Charlie já estava à nossa espera.

"Todas prontas?" perguntou-nos

"Sim" respondemos juntas

"Então vamos pegar a estrada" Disse Charlie com um sorriso.

Entramos no carro e seguimos viagem. Durante toda a trajetória fiquei pensando no lindo anjinho e nas mudanças em minha vida. Era impressionante como, em um segundo, tudo podia se transformar. Sem contar as mudanças que nós mesmo não compreendemos.

Há alguns dias atrás, vir para Washington era meu pior pesadelo. Não queria deixar todo que havia conquistado em Phoenix para me submeter a uma vida pacata, sem graça em uma cidadezinha do interior.

Mas como diz, Deus nos tira uma coisa para poder colocar outra no lugar. Eu ficaria sim sem muitas coisas, como por exemplo, a presença de muitos amigos meus, mas em compensação, poderia ver minha mãe cuidar de meu irmãozinho, ou irmãzinha, e quem sabe eu poderia ajudar também. Poderia passar mais tempo ao lado de meus pais e conhecer pessoas novas. E eu nem me referia ao anjo, que eu esperava rever.

Mudar-me para Forks não parecia tão pavoroso quanto inicialmente.

"Esta calada filha, está bem?" perguntou minha mãe notando a minha ausência mental.

"Não é nada não mãe, às vezes eu penso em como a minha vida é perfeita e no quanto ela fica melhor a cada dia" disse com sinceridade. Ela me mostrou um sorriso e pelo retrovisor pude ver meu pai sorrindo também.

"Filha você só tem o que merece, na verdade não acho que nós damos tanto assim a você, poderíamos ter dado muito mais" Ela disse já ficando um pouco triste. Olhei no fundo de seus grandes olhos azuis e disse.

"Mãe vocês me deram tudo o que uma pessoa pode querer, não sei nem, explicar o quanto sou grata a vocês. Vocês me deram tudo e ainda me dão. Deram-me todo o necessário para que eu tivesse uma vida perfeita e acima de tudo me deram muito amor, acho que nunca poderei retribuir tudo o que vocês me fazem por mim, mas quero que saibam que amo muito vocês e que amarei eternamente, assim como já amo esse pequenino aí. Obrigado por tudo e lembrem sempre que eu amo vocês acima de qualquer coisa aconteça o que acontecer" Disse já com a voz embargada. Até eu estranhei esse meu pequeno discurso, era como se eu tivesse que falar aquilo, como se eu não fosse ter outra oportunidade.

Minha mãe e meu pai já estavam emocionados, quando percebi, Renné já me abraçava chorando.

"Também amo muito vocês, muito mesmo, acima de tudo" ela disse

Então um aperto no perto me tomou e não pode conter a tristeza e as lagrimas que me atingiram de repente, não sabia o que esses sentimentos significavam, mas era como se eu estivesse tendo um pressentimento.

Após esse pequeno momento emo nós nos endireitamos nos nossos assentos e secamos as lagrimas. Então quando menos esperávamos meu pai disse

"Eu também amo muito vocês e vou querer sempre o bem de todos" Eu sabia que esse 'todos' incluía o bebê.

O tempo passou, continuamos trocando palavras durante o trajeto, que não seria curto. Meu pai continuou dirigindo, enquanto minha mãe dormia tranquilamente. Eu também estava pegando no sono, com a cabeça encostada no ombro de Renné, mas eu me sentia estranha. Não pude dormir realmente. Olhei para meu pai, vi seus olhos pelo retrovisor e foi então que tudo aconteceu como num flash.

Um carro apareceu na nossa frente e  minha mãe acordou com o giro que o carro deu. Assustamos-nos e soltamos um grito. Pude visualizar meu pai nervoso, mas não tive certeza do que vi tudo estava muito confuso. Gritamos. Meu pai desviou para a direita e o carro derrapou, ele perdeu o controle do veiculo e nós capotamos. Comecei a sentir muitas dores no meu corpo e elas só pioravam cada segundo mais.

Como o clima era chuvoso, a pista estava constantemente molhada então os pneus do carro escorregaram e ele capotou na beirada da pista e foi rolando barranco abaixo. Não sei como aconteceu, mas quando me dei por mim já não estava mais no carro, tinha batido em uma superfície dura. Sentia meu corpo molhado, provavelmente banhado por sangue. A dor no meu corpo era insuportável, sentia-me completamente quebrada.

Percebi que estada no fim do barranco e a alguns metros de mim estava o carro de meu pai, todo deformado. Com muito custo olhei em volta para ver onde eles estavam e percebi que eles não haviam sido jogados para fora do carro como eu, eles ainda estavam lá dento. O desespero me tomou. Como será que eles estão? Será que sobreviveram ou será que estão... Não consegui terminar a frase, isso estava fora de cogitação, eles tinham que estar vivos. E o bebê? E meu irmãozinho como estava? Não podia perdê-lo. Não podia perdê-los.

Quando eu tentei rastejar em direção ao carro o mesmo explodiu.

"NÃO!" e gritei para o nada

Não, não podia ser isso não pode estar acontecendo. Não, por quê? Por que com eles? Por que comigo? Isso não pode estar acontecendo. Isso só pode ser um pesadelo.

"NÃO!" eu gritei mais uma vez sem ouvir resposta de nada nem ninguém, incluindo a mim mesma

"Mãe, pai. Não!" Eu gritei novamente e então a inconsciência me tomou e me afundei na escuridão. Havia chegado a minha hora também.

*

Quando a consciência voltava a mim, me senti presa a uma superfície gelada, se não fosse tão gelada poderia dizer que eram braços. Por maior força que fizesse não conseguia abrir os olhos, só sentir a dor no meu corpo inteiro, uma dor que me consumia.

Eu ainda não havia morrido?

Foi então que senti esses mesmos braços gélidos me colocarem sobre uma superfície plana. Não conseguia mover um dedo, nem gritar podia de tanta dor que sentia. Era como se aqueles fossem meus últimos minutos. Encontrava-me cada vez mais fraca, meus batimentos deviam estar contados.

De repente senti uma pressão horrível no meu pescoço, mas não era tão horrível quanto à dor que sentia. Alguém sussurrou no meu ouvido "Me desculpe" Era uma voz doce, suave, soava como titilar de sinos.

Depois disso não podia pensar em mais nada, somente em um fogo que ia se espalhando pelo meu corpo como as chamas do inferno.

"Desculpe. Boa sorte" A linda voz feminina me disse novamente e então comecei a gritar.

Gritava cada vez mais conforme a dor ai aumentando. O que será que era aquilo? Será que é assim que se morre? Será que meus pais também estão passando por isso? Ou será que sou só eu, pagado pelos pecados que cometi? Esse é o caminho apara o purgatório ou será que é uma ultima provação antes de atingirmos a graça da vida eterna?

Esperava que fosse a ultima opção, porque se for isso, eu suportarei a dor, seja ela o quão grande for. Espero que quando tudo isso acabar eu possa me encontrar com meus pais e quem sabe com meu irmãozinho, e possamos ser felizes de uma vez por todas.

Enquanto as chamas me lambiam e a dor insuportável da queimação me consumia, eu fiz uma retrospectiva de toda a minha vida, dos momentos difíceis e dos mais alegres, mais felizes. Vivi todos eles ao lado de minha família ou de minhas amigas. Minhas amigas. Como ia sentir falta delas. Lembrei de quando nos conhecemos, no parquinho lá perto de casa, tínhamos seis anos e elas já eram melhores amigas. Quando cortei meu joelho após cair do balanço me sentei no banco e comecei chorar. Ai então elas vieram me consolar. Lisa foi à primeira.

"Uma menina tão bonita não devia chorar desse jeito" ela dizia e me mostrou o seu lindo sorriso.

Após nos apresentarmos já era como se fossemos amigas há anos. E fomos melhores amigas até hoje.

Relembrei também dos momentos com meus pais. Dos meus aniversários, do dia em que aprendi a andar de bicicleta, quando compus minha primeira canção no violão e dediquei a eles. Será que um dia, se houver algo após isso tudo, poderei reencontrá-los?

Foi quando percebi que a dor das chamas estava dissipando a dor anterior das minhas feridas. Será que isso tudo está acontecendo para eu poder me curar delas?

Não sei quanto tempo isso durou. Poderiam ter sido dias, anos, poderia ter sido também segundos, o que importa é que quando estava prestes a desistir de tudo, dizer que não valia a pena, que nada valia a penas se fosse para passar por essa dor, ela começou a sumir, bem lentamente, primeiro das pontas dos meu dedos das mãos, depois a dos pés, e assim foi indo até que chegou ao meu coração.

Naquele momento, eu tive certeza de que minha vida iria mudar. Mas primeiro eu precisava me certificar de uma coisa: Eu estava viva?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Não, eu não odeio a Bella rsrsr'
Só tres reviews gente? Mas nem to reclamando.
Digam-me o que acharam. Está cada vez mais próxima a hora em que nossa nova vampirinha irá encontrar seu vampirão.
Até a próxima, que não vai tardar.
Beijos, Nara.



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