Eu tinha molhado toda a camisa do Tom quando minhas lagrimas finalmente secaram e só restaram poucos soluços. Olhei para ele completamente envergonhada e murmurei baixinho:

–Desculpa, eu não queria ter deixado sua camisa toda molhada... Acho que você vai ter que trocar isso.

–Tudo bem, foi bom você ter desabafado um pouco - ele sorriu - e se minha camisa molhada estiver te incomodando eu posso tirá-la. – ele me lançouum sorriso malicioso. Cheguei a pensar no assunto, mas achei melhor não.

–Não obrigada, por hoje eu dispenso, já tive emoção de mais. – ele limitou-se a rir.

–Ei, então agora você vai voltar a falar com a gente? – opa, não esperava por essa. Assenti e ele continuou – por que você não estava mais falando comigo e com o Bill?

–Na verdade não sei direito, é só que vocês dois vivem ocupados e eu não queria atrapalhar, e eu acho que não queria admitir o fato de que eu gosto mesmo de vocês. – corei ao falar essa ultima parte. Ele sorriu e continuou:

–Sabia que o Bill ficou muito mal quando você saiu do nosso quarto daquele jeito? Ele queria bater em mim, porque achava que eu tinha te feito alguma coisa que te fez fugir. - ele fez uma careta - Você não quer ir se desculpar com ele?

–Quero sim, mas será que ele não vai me ignorar ou ficar bravo comigo? – ele me olhou como se eu fosse louca e isso fosse uma coisa impossível de acontecer. Revirei os olhos.

Tom me puxou para o quarto deles enquanto eu ficava cada vez mais nervosa. E se o Bill me rejeitasse? E se ele não quisesse falar comigo? Será que eu o tinha magoado? Não consegui pensar nessas coisas por muito tempo, porque logo o Tom me puxou pra dentro do quarto e eu o vi.

Ele estava perfeito, como sempre. Seu cabelo estava armado e sua carinha de anjo estava toda maquiada; ele não imaginava o quanto eu adorava quando ele estava daquele jeito.

Hipnotizada, dei um passo em sua direção. Quando percebeu que Bill me viu, ele levantou do sofá e se aproximou de mim sem dizer uma palavra. Ele olhou para o meu rosto atentamente e do nada, meu deu o melhor abraço do mundo. Abracei-o de volta e quase chorei de novo, mas me controlei. 

–O que aconteceu Amanda? E por que você estava chorando?Por que você não atendia as nossas ligações ou não atendia quando batíamos na porta? – ele falava cada vez mais rápido, enquanto eu acompanhava o contorno de seus lábios, hipnotizada.

Por impulso, eu coloquei um dedo no canto de sua boca e ele se calou imediatamente, olhando nos meus olhos. Sustentei seu olhar enquanto me aproximava cada vez mais, e então nossos lábios se encostaram.

Bill segurou minha cintura me puxando mais perto dele, enquanto eu segurava seu rosto e fazia carinho em sua bochecha. Nosso beijo era suave e delicado, mas bastou para fazer com que ambos ficassem com a respiração pesada. Ele pediu passagem para aprofundar o beijo e eu concedi, é claro. Ele me encostou na parede mais proxima enquanto eu entrelaçava meus dedos em seus cabelos, colando ainda mais nossos corpos. Eu estava ficando louca, é isso.

Nessa hora o Tom voltou para a sala e gritou chocado:

–Ei vocês dois, será que podem por favor parar com isso? – nos separamos, os dois corados e ofegantes. Tom me olhava chocado quando acrescentou, rabugento – ver um beijo por dia era o suficiente Amanda, obrigada.

Corei ainda mais, olhando para o Bill; ele nos olhava confuso, e deixei essa passar. Não queria explicar sobre isso por Bill, ainda mais sabendo que o Tom iria contar mais cedo ou mais tarde. Tentei me afastar, mas nessa hora o ele me puxou de volta, me abraçando suavemente e sussurrando no meu ouvido:

–Por favor, me promete que não vai sumir de novo? Eu senti sua falta – me arrepiei e assenti timidamente enquanto ele dava uma leve mordida em meu pescoço.

–Hm, casalzinho, quando vocês pararem de se agarrar, por favor me avisem que eu quero falar com vocês.

–Tom, cala a boca e fala logo – disse o Bill, me fazendo rir.

Tom nos contou de um restaurante novo que abriu. Ele disse que tinha uma festa de inauguração e ele estava afim de ir e queria que fôssemos com ele. Adorei a ideia e aceitei ir, é claro, e o Bill também concordou. Eu já estava pensando em que roupa iria usar quando o Bill se levantou do sofá onde estávamos todos sentados e disse que iria tomar um banho, me deixando sozinha com o Tom.

Ele se virou pra mim e começou a se aproximar aos poucos, tentando não me assustar eu acho. Eu coração disparava na medida que ele se aproximava; ele tinha os olhos idênticos ao do irmão, só que ele não usava maquiagem; ele tinha os mesmos traços, mas o sorriso dele era mais malicioso e sexy...

Peraí! Eu estava mesmo comparando os dois? Eu tenho serios problemas.

Enquanto eu pensava nessas coisas, Tom pegou o violão e se aproximou de mim. Ele olhou pra mim e começou a cantar uma de minhas musicas favoritas:

Estou morrendo para recuperar meu fôlego

Oh, porque eu nunca aprendo?

Você ainda pode ver um coração em mim?

Toda minha agonia desaparece

Quando você me envolve em seu abraço

Não me deixe mal por tudo que eu preciso

Comecei a cantar a musica junto com ele enquanto sorriamos e nos olhavamos de um jeito que nunca vou esquecer. Esse Tom era tao diferente daquele que conheci nos primeiros dias que eu chegava a me surpreender. A musica tinha acabado mas ele continuava a me olhar. Eu sustentava seu olhar, como se estivesse presa a ele.

Tom se levantou de repente, fazendo que que eu me assustasse. Ele estava com um olhar confuso e ele se afastou de mim o maximo possivel; não entendi nada e tentei me aproximar dele, só que ele se afastou ainda mais. Ele não soube, mas fiquei muito magoada com aquilo.

–Diga ao Bill que fui me arrumar – falei, indo para o meu quarto. Coloquei uma roupa mais quente, ja que estava esfriando: um short, meia calça preta, uma blusa xadrez e um gorro. Fiz uma maquiagem escura e saí. Quando entrei no quarto os dois ja estavam prontos e quando me viram ficaram boquiabertos. Sorri. Já que estávamos todos prontos, pegamos nossas coisas e saimos.

"Querido diario,

Estou confusa. O dia de hoje foi relativamente bom, eu e os meninos fomos a uma pizzaria e o Bill ganhou a competiçao de quem comia mais pedaços (ele comeu 12 pedaços, ainda to tentando entender como ele é tão magro comendo desse jeito), e ai, meu Deus, eu beijei o Bill. Foi ótimo, e a essa hora eu estaria boba, feliz e apaixonada se não tivesse um problema: Tom.

Estou dividida entre os dois, e se voce quer saber isso é uma merda. Não sei se o Tom gosta de mim, e isso me da medo. O Biil eu acho que gosta, porque ele nao é desse tipo de cara que fica só por ficar. Mas e se o Tom estiver mudando? Isso é possivel... Não é?

Olha, espero que eu decida logo.

Ah, a Chris vem pra Londres um dia antes da festa de mascaras, tenho que arranjar uma roupa pra ela. Ela sempre me anima e me ajuda quando preciso. Ela vai fazer isso de novo.

Eu espero.

                                                                    Amanda"

Fechei o diario e alguém bateu na porta. Fui atender mau humorada, eu odiava quando alguem me acordava ou me perturbava quando eu estava com sono. Só conhecia uma pessoa com coragem o suficiente pra isso, e era o Tom. Suspirei, não queria pensar nisso agora. Abri a porta e levei um susto ao ver quem era.

– Tom? - falei, surpresa.