La estava eu, em um avião, entrando num pais desconhecido. Estados Unidos! Finalmente meu sonho estava se tornando realidade; meu intercambio começaria! Estava tão ansiosa para conhecer Beth,que a principio eu só conhecia por internet. Minha tutora, isso parecia tão sério. Desci do avião e assim que peguei minhas bagagens, meu celular tocou. Era ela, me dizendo que se atrasaria um pouco. Nenhum problema, eu disse. Não tinha nenhum mesmo, eu estava tão encantada que nem me preocupei. Um senhor passou por mim e me perguntou as horas:  16; 00, respondi, com muito entusiasmo ao treinar meu inglês e ele apenas riu e se afastou. Usava um tipo de farda, uniforme verde e um quepe, assim que se afastou eu acenei pra ele com respeito. Não sabia quem era, mas deveria ser muito importante por que muita gente o encarou quando ele passou. Enfim me lembrei de minha tutora, me apoiei no balcão da recepção e a vi de longe, ela parecia tão preocupada! Enquanto me afastava e ia até ela, ouvi o que pareceu um grito e então todas as pessoas do aeroporto se abaixaram apavoradas. Beth desapareceu no meio da multidão, e eu simplesmente fiquei procurando o motivo pra tanto pânico, quando de repente vi um homem se abaixando, com uma grande bolsa. Abaixei-me instantaneamente, procurando achar Beth, mas sem querer me vi procurando o estranho. Ele estava tirando uma mascara do rosto, eu pude ver bem suas feições, bonitas por sinal. Barba mal feita, olhos negros, cabelos cortados perfeitamente. Porém, enquanto analisava o rosto daquele misterioso rapaz, ele se deu conta que estava sendo observado.  Rapidamente abriu a bolsa e tirou a mascara de lá de dentro, e uma arma das grandes. Foi então que me levantei e corri, ainda não sei muito bem porque, mas o instinto foi mais forte. Ninguém ao menos levantou a cabeça, todos estavam com muito medo. Ele correu atrás de mim, já de mascara, e quando me virei vi um homem em uma poça de sangue, morto. Eu corri ainda mais e tropecei em umas malas que estavam no caminho, meu braço doía e eu estava no chão quando a policia chegou, alias, muita policia. Enquanto estavam do lado de fora, o rapaz, que até agora era desconhecido pra mim, simplesmente me olhou e eu tive a impressão que ele sorria. Ele pulou da janela, não tão alta, pegou um carro que estava lá em baixo e desapareceu. Quem havia morrido? Porque o mataram, seria o mesmo homem que correu atrás de mim? Em alguns instantes alguns policiais vieram falar comigo, disseram que meu braço estava fraturado e que precisaria de alguns cuidados.  Do outro lado do aeroporto, Beth conversava com mais alguns deles, havia policiais por toda a parte. Depois de ter meu braço enfaixado, eles vieram me fazer perguntas de todos os tipos, e eu não fazia ideia do que eles estavam querendo saber. Um agente do FBI chamado Fornell veio me perguntar se eu conhecia a vitima, e quando eu disse que nem sabia quem era ele me levou até o corpo. Eu estava totalmente calma ate ver realmente o cadáver. Era o senhor que havia me perguntado que horas eram, assim que cheguei. Fiquei assustada e, claro, com muita pena do coitado, mas acima de tudo, estava muito enojada. Pedi para sair dali, e quando me afastei, uma moça veio se apresentar:

- Olá, meu nome é Caitlin, mas pode me chamar de Kate.  Agente Kate Todd. Tenho uma proposta pra você.

- Olá Kate, proposta? Pra que? – Respondi um pouco desconfiada.

- Bom, eu trabalho pra uma empresa chamada NCIS, onde cuidamos de casos de assassinatos, sequestros, tudo que envolva marinha e fuzileiros. E pelo que eu ouvi por ai, você presenciou o assassinato do Major Colin. Precisamos de um resumo detalhado do que você viu. Em troca, te daremos proteção à testemunha, fazemos isso sempre que a testemunha corre algum perigo de vida.

- Perigo de vida?  – Foi só o que consegui dizer.

A agente Todd me disse que eles estavam atrás deste assassino há muito tempo, e que ninguém nunca tinha conseguido ver o rosto dele, e quem tinha, não sobreviveu pra relatar, isso me fez sentir ao mesmo tempo lisonjeada e azarada, porque eu tinha que olhar justo para aquele canto, justo naquela hora? Ela me disse pra ficar calma, e me levou até um furgão, onde havia dois policiais discutindo, Fornell, que me mostrara o corpo, e um novo, eu não o tinha visto na cena. Kate passou pelos dois, meio escondida, e me disse para entrar no furgão, eu obedeci, ainda tentando entender o motivo da briga. Então, outro policial, muito bonito por sinal, veio falar comigo. Seu nome era Anthony Dinozzo, ele parecia estar se divertindo com a confusão, ria e apontava para os dois dizendo:

- O chefe vai acabar com ele, olhe Kate! Ele não é de nada mesmo. Isso me lembra daquele filme com o Denzel Washington, sabe?  – Ele olhou pra mim como se estivesse me perguntando.

- Claro – menti – Você gosta de filmes é? – Ele confirmou com a cabeça e se calou, por um momento achei que tinha falado besteira, mas depois vi que seu chefe estava voltando, com a cara amarrada, parecendo muito bravo.

- Andem- ele disse, olhando para os dois.

- Hm, Gibbs? E então, FBI? – Kate perguntou.

- Resolvido – ele disse, fazendo algo que pareceu um sorriso para mim – Como é o seu nome?

- Jessy – eu disse, e estendi a mão.

- Como? – ele disse, parecendo confuso.

- Jéssica.  Algumas pessoas me chamam só de Jessy, senhor

- Ok – ele disse, se virando e colocando o cinto, não falou mais nada durante a viagem.