- Renesmee? Renesmee? Renesmee! – Alice estava irritantemente tentando chamar minha atenção.
- O que foi?
- Parece que o tal amigo que você não queria conhecer chamou bastante sua atenção hein...
- Não diga besteiras Alice, eu só... só...
- Só estava babando? - ela disse rindo da minha cara.
- Ah, cala a boca!
- Oi amor – o cara que devia ser o Jasper falou e deu um selinho em Kate.
- Olá! – ela respondeu toda entusiasmada – Essa aqui é minha amiga, de quem eu te falei.
- Renesmee, muito prazer – falei e apertei sua mão.
- Jasper, prazer – ele respondeu retribuindo o aperto. – E esse aqui é meu amigo, Jacob, Alice me pediu que eu lhes apresentasse.
- Ela me falou. Muito prazer Jacob, sou Renesmee. – falei e lhe estendi a mão.
- O prazer é todo meu – ele disse pegando minha e mão e dando-lhe um beijo.
- Bom, então já que as apresentações acabaram, vamos nessa amor, porque a noite é uma criança. – Alice falou, puxando Jasper.
- Ei, onde a senhorita pensa que vai? – perguntei ficando furiosa.
- Você e Jacob que fiquem aqui, nossos planos são outros! – ela gritou se afastando mais ainda.
- Mas amiga...
- Nos falamos depois! – Alice deu um último aceno e sumiu na multidão, me deixando sozinha com o tal Jacob.
- Então... – ele começou a falar timidamente – Vamos sentar?
- Na verdade, não me leve à mal, mas, eu queria ir pra casa. – Falei e Jacob fez cara de tristeza, mas disfarçou.
- Tudo bem. É longe daqui? – ele perguntou.
- Não.
- Podemos ir de a pé então?
- Podemos? - perguntei meio espantada.
- Claro, ou você acha que eu vou deixar uma dama andar sozinha a essa hora da noite?
- Tudo bem, então. Vamos. – mas consultando o relógio, eu percebi que era apenas pretexto.

Numa parte do caminho, ele ficou calado, mas depois de uns 10 minutos, começou a puxar assunto.
- Então , você está de férias aqui né ? – ele perguntou.
- Sim, todos os anos eu venho pra cá com meus pais.
- E vai ficar muito tempo?
- Pelo menos até o fim de janeiro. E você, mora aqui há muito tempo?
- Desde que nasci. Você gosta daqui?
- Mais ou menos. Eu adoro a Alice e amo usar a praia pra me inspirar, mas acho a cidade muito pequena, pacata demais.
- Inspirar? Posso perguntar pra que?
- Bom...
Nesse exato momento passou um carro em alta velocidade numa poça de lama, deixando eu e Jacob encharcados.
- Idiota! – Jacob gritou enquanto eu tentava me secar e em seguida começou a rir.
- Ei, não tem graça tá! – falei tentando não rir, mas fracassando.
- Tem sim! Mas, até que você fica bonita sujinha assim. – disse ele com uma voz encantadora me fazendo sorrir e ficar sem graça. Ficou um clima entre nós, daqueles próprios pra dar um beijo, então logo mudei de assunto.
-Bom, vamos andando então né? –falei, tentando desviar a atenção pra outro assunto e começamos a andar. - Agora é minha vez de perguntar. Você trabalha?
- Sim, na madeireira da cidade.
- Deixa eu adivinhar, junto com o Jasper né?
- Sim. Isso foi mesmo um chute?
- Ah, com certeza. Pode se acostumar, pois eu leio as pessoas. – Falei com um ar de mistério e ele riu.
- No máximo, a Alice te contou.
- Ei, não brinque com meus dons, senhor Jacob! Eles podem se virar contra você. – Falei e nós dois rimos.
- Jake. - ele disse
-Hã?
- Pode me chamar de Jake, senhorita Renesmee - ele disse e sorriu, me fazendo sorrir também. Era meio impossível não sorrir vendo um sorriso tão lindo.
- Então, é aqui que estou morando. - eu disse.
- Puxa, bela casa!
- É sim. Meus pais a adoram, sempre ficamos aqui.
- Então, boa-noite Nora.
- Não, ainda não, vem comigo. – Não sei por que fiz isso, mas peguei na mão de Jacob e o guiei até a parte de trás da casa, onde tinha um enorme carvalho no qual eu subia pra olhar a lua ou o pôr do sol. Subimos e ficamos em galhos bem próximos.
- Nossa, a vista é linda! – ele exclamou surpreso.
- É sim. Esse aqui é basicamente meu refúgio, adoro ficar aqui, olhando essa lua perfeita.
- Com isso eu concordo, luas cheias sempre são perfeitas. Agora é minha vez de fazer perguntas, dona Renesmee. O que você faz da vida?
- Além de estudar, tenho aulas de piano, tênis, e algumas outras extracurriculares, além de fazer trabalho voluntário. E Ness tá? Pode me chamar de Ness - e dessa vez eu sorri.
- Nossa, que menina de ouro! – ele falou zombando – E pra se divertir, o que você faz?
- Fico com meus pais, às vezes saio com alguns amigos, e... fico com meus pais.
- Nossa, isso sim é uma vida divertida!
- Ei, não zombe de mim! Eu sou feliz.
- Pode até ser, mas não se diverte. Por exemplo, quando foi a última vez que você fez algo porque quis fazer e não porque foi obrigada ou mandada?
– Ah, não sei. Mas se é isso que você quer dizer, eu posso fazer o que eu quero sim.
– Arrã, tá. Finjo que acredito, você não consegue fazer o que você quer, o que te dá na telha.
– Não é verdade. Quer que eu prove? Então vamos sair amanhã. Tá vendo só? De livre e espontânea vontade.
- Então vejamos Ness, quer dizer então que você pensou que eu fosse um chato pobretão, mas agora que viu que eu sou um cara lindo e genial, e tá querendo me conquistar?
- Não seja convencido! – diante do comentário dele, não pude deixar de rir – E eu não achei que você fosse um cara chato e pobretão,o que na verdade você é sim, mas eu só não estava à vontade porque você era desconhecido.
- E agora eu sou conhecido?
- Basicamente, sim. – Falei e fizemos alguns segundos de silêncio, e ele não desviou seu olhar do meu – É uma pena, mas tenho que ir. Tá ficando tarde e eu não quero que meus pais descubram que eu estou com um garoto em casa, seria péssimo. Mas amanhã, tá de pé. Me busque na casa da Alice, às 7. Pode ser?
- Claro, sim senhora.
- E não se atrase.
- Claro que não, sargento Renesmee! - ele disse batendo continencia e rindo.
Tive que rir junto com ele, e descemos da árvore.
- Então agora sim, até amanhã Ness.
- Até amanhã Jake.
  Ele começou a andar e depois de alguns passos se virou pra trás e acenou. Minha intuição me dizia que ele não queria ir embora, tanto quanto eu queria que ele ficasse. Entrei em casa e fui direto pro meu quarto dormir, já que meus pais não estavam em casa.