Sanders

– OK. Eu estava errada Gil. – diz Sara ao Grissom que estava ao seu lado.

– Eu também havia pensado que ele não estava envolvido nesse caso. – disse ele á ele tocando nas costas do cadáver.

– Outra tatuagem – digo virando a cabeça para lê-la.

– Pois, é. – concorda Samantha desconfortavelmente.

Merda.

Estava indo tudo tão bem. A noite inteira foi ótima ao lado dela.

Nós divertimos, conversamos sobre o trabalho, os amigos, sobre nós...

E eu estava lá.

De frente á ela, me aproximando para tocar naqueles lábios quando o maldito bip tocou.

– Serial Killer desgraçado.

– O que disse Greg? – pergunta Grissom á mim com um olhar penetrante.

– Me desculpe. – Ruborizo. A raiva em mim era tão grande que foi difícil de conter. – Pensei em voz alta.

– Está difícil de ler o que está escrito. – disse Samantha chegando mais próximo ao cadáver. – Há muito sangue.

– Vamos ter que esperar. Quando estivermos no laboratório poderemos ler. – disse Sara fotografando.

– Eu vou ao laboratório e você Samatha vai comigo. - diz Grissom enquanto se levanta. – Precisamos do resultado da autópsia o mais rápido possível. Logo Nick, Warrick e Catherine chegam para ajudar vocês dois.

– Ok. – concorda ela enquanto retira as luvas. – Mas antes preciso passar em casa. Vim com pressa para cá e não deu tempo de trocar de roupa.

–Certo – Grissom a olha com um ar de duvida – Vamos então? O corpo logo chegará para a autópsia e eu quero que você esteja presente nela. Se eu não estou enganado, você ainda não teve a chance de participar de uma.

– Não. Não tive tempo ainda. – responde ela envergonhada enquanto eles já começam a andar em direção á porta do balcão.

Eles se despedem e eu e Sara ficamos ali analisando a cena do crime.

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Laboratório Criminalista de Las Vegas, meia hora depois, 23:45.

Simon

– Caso perceba que irá vomitar, vomite na pia. Nunca na vasilha.

– Certo. - digo ao Grissom enquanto dou um laço na roupa azul protetora.

Agora já de calça e cabelos presos, me sinto mais á vontade para trabalhar.

– Está nervosa? – pergunta ele á mim enquanto esperamos o Dr. Robert trazer o corpo.

– Sim, um pouco. – respondo com um sorriso tímido.

Essa seria minha primeira experiência com o corpo na mesa da necropsia.

Na faculdade, eles já estavam mortos, nós só os estudávamos ali, abertos.

Mais era diferente no laboratório.

– O corpo é a prova. –digo mais a mim mesma do que para meu supervisor.

– Exatamente. – ele concorda enquanto nesse momento O dr. Robert aparece com o corpo.

O homem negro estava quase irreconhecível agora limpo. O sangue, a terra, as roupas rasgadas haviam sido retiradas, e ali naquela mesa de metal estava um homem que até alguns dias atrás, tinha planos e sonhava com algo pro amanhã.

– Vamos começar? – perguntou Gil á mim atenciosamente.

– Claro. – eu coloquei os óculos protetores.

– A causa da morte, foi a laceração no pescoço. Cortou a artéria jugular, porém a morte não foi momentânea. – começou Dr. Robert com uma voz automática e experiente no que fazia.

– Então, o assassino o deixou morrer lentamente? – pergunto

– Exatamente. - respondeu o médico me olhando acima dos óculos.

– Há varias lesões corporais foram feitas enquanto ele ainda estava vivo. – continuou ele enquanto eu e Gil virávamos o corpo. – A tatuagem foi feita após a morte.

Eu havia até esquecido dela por causa da euforia da minha primeira autópsia.

Peguei a câmera que estava ali no balcão e fotografei enquanto Grissom leu a frase de letra caprichosa e bem desenhada em voz alta.

 “Gotas de Sangue guiarão vocês até a verdade.”

Nós três ficamos em silêncio na sala.

O que significava isso?

         – Estranho não ser um poema dessa vez. – eu disse quebrando o silêncio.

– Pois é. – Grissom disse de um modo convincente e filosófico. - A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica. ¹

Eu sorrio discretamente enquanto me afasto do cadáver.

Dr. Robert cantarolando pega o bisturi e começa a autópsia.