Mystic Falls escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 18
Stefan me mostrou quem realmente é


Notas iniciais do capítulo

iaí curtiram o carnaval? K



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V

-Valentina... Valentina acorda.

-Hã?- eu disse esfregando os olhos, a Hayley me olhava apreensiva, cheia de dedos. Ainda estava tudo escuro... – Que foi aconteceu alguma coisa? – eu falei sentando na cama, pra ela me acordar de madrugada alguém deve ter morrido. Será que era a Paloma, a minha madrasta? Eu sorri pensando na ideia.

-Hm, eu só queria conversar com você.

-Teve um pesadelo? Que horas são hein?

-Não, não tive, – ela riu de leve - são dez horas agora... Eu queria me desculpar. Eu fui muito... eu tava muito estressada com tudo. – ela suspirou, olhando pra baixo parecia estar arrependida por ter gritado comigo daquele jeito. Mas eu não fiquei com mágoa dela. Ela foi tão minha amiga esse tempo inteiro que eu estava nesse internato, eu não poderia ficar irritada com ela por isso. Eu a abracei forte, e ela retribuiu. Suspiramos

.-Então, quer ver os tecidos que eu comprei? – eu sorri pra ela.

-Vamo ver né!- ela riu.

Mostrei os tecidos a ela. Ela não gostou da maioria, mas ela disse que ia dar pra fazer um vestido pra mim e um pra ela. Nós assistimos um pouco de TV e fomos dormir.

A manhã estava fria, tive que tomar coragem pra levantar. Me espreguicei, tomei banho, escovei os dentes e me arrumei. Olhei pro relógio, já eram sete da manhã! Saí correndo pegando a minha mochila quando a Hayley me gritou da cama. Voltei pro quarto.

-Que foi?

-Hoje é sábado Valentina. – ela disse me jogando o travesseiro. Oh merda.

Deitei na cama, tirando as minhas sapatilhas. Aí eu tive outro sonho. Esse não tinha nenhum sentido mesmo.

Eu estava numa igreja. Mas essa parecia abandonada, para um lugar que é um ponto de paz para muitos mais parecia um filme de terror. Segurei a barra do meu vestido para entrar. O vestido era bem macabro, e me parecia familiar. A pintura da igreja estava descascada, tinha limo encrustado na parede, até algumas plantas. Os bancos estavam quebrados, os vitrais – que eu acho que antigamente eram bem bonitos – também tinham quebrado.  O piso de madeira já quase não existia mais, tinha mato, muito mato. As colunas que seguravam o teto da igreja estavam corroídas, a igreja tinha anjos guardiões que mais pareciam me encarar. A cruz de Jesus que ficava no centro da igreja estava torta, quase caindo. Tentei recuar, aquela igreja me dava arrepios. Foi aí que comecei a ouvir vozes, vozes femininas, diferentes. Umas gritando, outras sussurrando, outras me implorando, mas todas me dizendo a mesma coisa. ’’Encontre-me. ’’ Olhei em volta pra ver quem estava falando comigo. Não tinha ninguém. Só aqueles anjos, que me olhavam nos olhos, me espiando. Resolvi sair correndo de lá. Mas as duas portas altas da igreja se fecharam a minha frente. Por sorte os vitrais estavam quebrados, e a luz passava por eles. As vozes estavam me deixando atordoada. Tentei bater na porta, e isso só piorou o tom delas. Agora pareciam mais desesperadas ainda. Fui em direção a cruz que estava caindo. As vozes abaixaram de volume, mas ainda ecoavam na minha mente. Elas ficaram mais altas do lado direito no meu corpo. Olhei pra o lado, tinha uma porta, que parecia conservadíssima. Abri a maçaneta de ouro. E lá dentro tinha uma sala limpa, branca, toda de mármore. Mármore na parede, no chão, no teto. No centro da sala tinha uma tumba suspendida por duas colunas da altura da minha cintura. As vozes agora pareciam estar vindo de lá, pareciam abafadas na tal tumba. Eu não sei por que, mas nesse momento eu não tinha medo de nada. Fui até a tumba, e arrastei a tampa fazendo muita força. A tampa caiu no chão, se quebrando em mil pedaços. Dento da tumba tinha uma caixa média, que parecia ser de madeira. As tais vozes estavam me enlouquecendo, gritando cada vez mais alto. QUE É QUE EU TINHA  DE

ENCONTRAR AFINAL? Será que... A caixa, é isso! Eu tinha que encontrar algo que estava nessa caixa. Joguei longe a tampa de madeira, tossi um pouco, tinha muito poeira lá dentro. Peraí. Isso não é poeira. Isso são... CINZAS! Eu respirei fundo. As vozes gritavam mais alto que nunca. Joguei a caixa no chão. As cinzas subiram, formando um desenho de cruz, e depois por fim caíram.

-ENTÃO ERA ISSO QUE EU TINHA DE ENCONTRAR?- eu gritei indignada. Eu sei que estava falando sozinha, mas aquelas vozes são umas filhas da put... ‘’ENTRE AS CINZAS. ’’ São o que elas gritavam agora. Vasculhei entre aquele pó preto. E o encontrei. Um amuleto de bronze. Nesse momento eu não ouvia mais nada.

E então acordei.

Meio atordoada, meio tonta, cansada também.

-Vamo comer? – a Hayley me perguntou

-Uhum - concordei com a cabeça. A Hayley não aparecia no sonho, mas eu tinha quase certeza de que isso tinha a ver com ela. Pus minhas sapatilhas, arrumei meu cabelo e saí com ela. Entramos no refeitório, a Taylor me fuzilando com os olhos, tive vontade de mostrar meu dedo do meio a ela, mas deixa pra lá, eu tenho coisas maiores para me preocupar. Peguei meu almoço e sorri ao ver o Stefan com fones de ouvidos na nossa mesa. Sentei Ao lado dele.

-E aí? – ele disse olhando para nós duas. – Adivinha quem a Valentina beijou ontem? – ele falou olhando pra hayley, ele se segurava pra não rir, cerrei os olhos.

-Cala a boca Stefan! – Nós dois rimos e eu avancei nele pra tapar sua boca. Ele se esquivava de mim enquanto eu me jogava em cima dele pra não deixar falar. A Hayley olhava aquilo confusa, meio que com vergonha de nós dois sendo tão idiotas. Revirou os olhos.

-Para com isso vocês dois – ela riu, jogando em nós duas uvas. Nós nos acalmamos, parando de rir e sentamos direito. Ele passou o braço por cima do meu ombro. – Mas me diz Valentina, você beijou ele? – Stefan ria, ela me olhava com uma cara de que não estava acreditando. Pude sentir meu rosto queimar de vergonha. Stefan me olhava, sorrindo com carinho.

-Não, não foi bem um beijo, é que... – Stefan ria pra caramba. – OLHA SÓ. – respirei fundo – o Stefan fez algumas coisas legais por mim e eu o beijei, mas foi como beijar um amigo, foi como beijar a bochecha dele, mas eu errei os cálculos e... – eles explodiam em risadas. – QUEREM PARAR? – eu posso te garantir que eu estava bem vermelha.

Desisti de falar. Stefan me deu um beijo no rosto

-Eu quero ser a madrinha gente, sei lá, só digo isso. – a Hayley disse com a mão no queixo, eu e o Stefan mostramos o dedo pra ela. – HAHA. Agora falando sério, Blaine queria falar com você. – Stefan fechou os punhos com força, e ficou rígido. Respirei fundo.

-Ele queria o quê? – eu disse, fazendo de conta que eu não tinha percebido o comportamento dele.
-Sei lá, alguma coisa sobre cinema – ela disse enquanto dava uma garfada. – acho que era pra vocês irem pro cinema algo assim. – o Stefan fechou a cara. Tirou o braço do meu ombro, se concentrou no seu ipod, aumentando o volume. Colocou a mão no queixo, olhando o movimento do refeitório. Suspirei. Pus a mão por cima da sua, ele tirou na mesma hora. Revirei os olhos. Aí o Blaine apareceu, sentando a nossa mesa. Sorri pra ele.

-A gente tava falando de você agora... – Hayley disse ao Blaine, dando outra garfada.

Ele sorria pra mim, de um jeito encantador, mordi os lábios, Stefan ainda olhava o movimento, nem se tocou que o Blaine estava aqui. Ou ele que queria ignora-lo mesmo

-A Hayley falou com você sobre o cinema? – ele me perguntou sorrindo.

-Ah, disse, disse sim. – em outras circunstancias eu ficaria feliz, mas ver o Stefan assim...

-E então... Hoje a noite?

-HMM... – eu não sabia o que falar. Se eu falar não quero ir ele vai me achar louca, se eu aceitei ir no baile com ele por que não aceitaria ir ao cinema? Mas se eu falar sim o Stefan vai ficar mais puto ainda comigo. Suspirei, mordendo os lábios. –Tu-tudo bem então. É... Hoje a noite! – sorri pra ele, meio que com receio, eu não queria magoar o Stefan em hipótese alguma, mas é só um cinema! O Stefan deu um murro na mesa, fazendo meu prato pular, ele saiu do refeitório, muito bravo mesmo. Respirei fundo.

-Ele não gosta mesmo de mim né? – ele ria, pegando em minha mão.

-Não, que nada, ele é assim meio estressado mesmo - eu disse sorrindo de lado, eu não estava nada animada pra o cinema com ele. – Hm, já sabe que filme a gente vai assistir?

-Ainda não... – ele disse, tocando no queixo, pensando – quando a gente chegar lá a gente resolve – ele sorriu pra mim e eu sorri de volta.

Depois dele e da Hayley ir embora eu fui atrás do Stefan. O procurei em quase a escola toda. Por fim o encontrei na biblioteca, com a cabeça enterrada nos braços, com seus fones de ouvidos. Respirei fundo, tomando coragem pra falar com ele.

-Stefan... – eu falei em pé, ao lado dele. Ele levantou a cabeça na hora, me fuzilando com os olhos.

-Que é que você tá fazendo aqui? – ele disse friamente.

-Stefan...

-Stefan nada. – ele levantou pra ficar de frente pra mim - Olha, você pode ir com ele. Vai com ele. Mas se decide. Decide quem você quer. Uma hora você me beija e na outra você tá me ignorando, tá se esfregando nele.

-Não fala assim comigo Stefan, eu não me esfreguei em ninguém, para com esse ciúme bobo!

-NÃO É CIUMES! – ele disse um pouco alto demais. Eu acho que se a bibliotecária tivesse uma arma aqui e agora teria nos matado, por que a cara dela não era nada amigável... – Se toca Valentina. Só tem ciúmes quem ama. Você acha o que? Que eu to apaixonado? – ele riu na minha cara, eu estava me segurando pra não chorar na frente dele eu não seria tão fraca a esse ponto. Ao invés de fugir por meu quarto eu apenas continuei de cabeça erguida olhando pra ele – Eu nunca me apaixonaria por você. Eu nunca me apaixonaria por ninguém. E se você achava que eu estava sendo romântico só pra te conquistar – ele respirou fundo dramaticamente. Depois virou a cara pra mim sorrindo. – Você estava totalmente certa. - As lágrimas corriam pelo meu rosto sem controle. Ele piscava os olhos com cara de arrependido. Ele respirou fundo, tocando no meu braço meio que me puxando pra ele.

-Valentina – ele balançou a cabeça – olha desculp... – eu tirei meu braço dele, saí de lá, desejando não ter sido tão idiota ao ponto de confiar no Stefan. Agora eu entendo quando diziam que um soco às vezes dói menos do que palavras. Tirei minha chave do bolso e abri a porta do meu quarto, me enfiando em baixo do lençol. Chorei muito. Eu já estava soluçando quando ouvi o som da porta se abrindo, tirei minha cabeça de baixo do lençol e fui ver quem era. A Hayley bebendo um redbull, mexendo no cabelo. Ao me ver naquele estado deplorável – vulgo cabelo assanhado, nariz vermelho e olhos inchados - ela largou seu redbull na cômoda e sentou na ponta da cama

-Que foi? – ela parecia assustada. Pus meu cabelo atrás da orelha, tentei falar, mas eu sei que não conseguiria. Eu ia chorar mais ainda. Ela me abraçou forte, e eu desabei. Depois de muito tempo tentando me acalmar a Hayley conseguiu, e eu sentei na cama também, respirando fundo.

-O Stefan. Ele me disse coisas horríveis. Ele praticamente me disse que só estava esse tempo todo comigo pra me conquistar, e agora já cansou de mim.– eu estava envergonhada eu falar aquilo. Eu estava... Humilhada. Isso, essa é a palavra certa. Contei tudo o que ele me disse. Ela parecia ter vergonha por ser uma amiga do Stefan. Ela tava quase chorando de me ver nesse estado.

-V... – ela respirou fundo. – Eu vou conversar com ele amanhã. Agora por que você toma um banho, esfria a cabeça e se arruma tá? Talvez você se distraia indo pro cinema com o Blaine. E eu tenho quase certeza de que aquilo foi da boca pra fora Valentina. Eu sei, ele sabe ser duro quando quer, mas tenta esquecer isso pelo menos por enquanto.– ela deu um sorriso torto e eu tentei retribuir o melhor que pude. Fiz o que ela mandou, tomei banho e me arrumei para ir com o Blaine ao cinema. Agora é só esperar ele vir aqui bater na porta. Não queria deixar a Hayley preocupada, mas eu ainda tava muito magoada com o que ele me disse. Ele praticamente jogou na minha cara que tudo o que já tivemos fora uma farsa.

Eu não queria acreditar no que ele tinah me dito.


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Notas finais do capítulo

que é que ces acharam desse cap?



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