Já passava das seis da tarde, o sol começava a se por e havia meia hora Yesung estava esperando do lado de fora de uma pequena loja de jogos. Ele brincadava com os dedos cobertos pela luva que usava e respirava profundamente várias vezes. Estava um pouco nervoso. Não... ele esteva na verdade quase tendo um ataque. Fazia meses que não ficava sozinho com Kyuhyun por mais que alguns minutos.

As coisas mudaram muito desde que o colegial terminou. Kyuhyun agora frequentava a Universidade de Seoul, cursava Ciências da Computação e tinha a sua própria loja de jogos. O que o deixava sem muito tempo livre... E quando o tinha ele o gastava com seu namorado. Os amigos já não eram a sua prioridade.

“Hyung?...” Kyuhyun perguntou surpreso por encontrar-lo esperando. “O que você está fazendo aqui??”

Yesung apenas sorriu-lhe caminhando até o outro.

“Por que a supresa?! Um hyung não pode visitar seu dongsaeng?” Ele perguntou divertido, quando estava próximo o suficiente puxou-o para um rápido abraço. “Feliz aniversário Kyuhyun-ah!!”

Kyuhyun ficou parado por um tempo, sem entender direito. Mas logo ele relaxou e devolveu o abraço, seus braços circulando a cintura do menor ao que Yesung apertou o abraço. Toda vez que se encontrava como  outro ele era tentado a não soltá-lo. E apesar de adorar estar nos braços de Kyuhyun ele não podia ficar ali para sempre. Então com um sorriso aparecendo em seus lábios ele se soltou e o entregou uma pequena sacola.

“Seu presente!” Disse animadamente.

“Ah! Você se lembrou do meu aniversário dessa vez! Muito bem, Kim Jongwoon.” Kyuhyun bateu palmas antes de aceitar o presente do outro. “Até ganhei presente, estou impressionado.”

“Para com isso! E-eu só esqueci daquela vez e nem foi culpa minha, seu ingrato.” Yesung respondeu cruzando os braços e inconscientemente formando um bico com os lábios.

“Desculpe, hyung, mas é que... É tão bonitinho quando você fica bravo!” Kyuhyun falou  esticando um dos braços para apertar a bochecha do mais velho.  Adorava provocá-lo.

“Yah, para com isso!” Falou afastando a mão do outro de seu rosto que estava corado. Mostrava-se bravo, mas na verdade estava contente.  Kyuhyun o chamara de bonitinho, aquilo era bom não é??

Enquanto Yesung se distraia com os próprios pensamentos, Kyuhyun apenas se concentrou em abrir o seu presente, mas Yesung o impediu rápidamente segurando ambas as suas mãos. Ele queria que o presente fosse aberto mais tarde, quando ele não estivesse lá. E também precisava distrair Kyuhyun logo.

“K-kyuhyun!! Vamos dar um volta??”

“A-ah.... agora, hyung?” Kyuhyun perguntou confuso.

“É!! Agora! Não tem problema né??” Perguntou esperançoso, precisava distrair o outro até que Sungmin estivesse com tudo pronto.

“Mas hyung...” Começou Kyuhyun.

Yesung o interrompeu fazendo cara de cãozinho abandonado, inflou as bochechas e continuou pedindo. “Você pode abrir esse presente depois! Vamos logo, eu quero ir a um lugar com você...Por favor...”

Kyuhyun suspirou rindo de leve, às vezes ele achava que Yesung não se comportava como alguém de vinte e poucos anos. Como um homem crescido como ele podia ser tãão fofo?! Não havia como dizer não.

“Tá bem. Mas só por algum tempo, Sungmin disse que queria me ver mais tarde.” Finalmente concordou.

Yesung deu um belo sorriso e começou a arrastar o outro pelo braço.   

“Sungmin-ssi pode esperar um pouco!! Tenho certeza de que ele vai te ligar se precisar.” Ele dizia, enquanto internamente pulava de felicidade só de saber que o outro escolhera estar com ele ao invés de encontrar Sungmin. Pelo menos era assim que Yesung via tudo em sua cabeça. E qual foi a sua felicidade quando Kyuhyun se soltou apenas para segurar em sua mão? 

Se ele ia ter que passar algum tempo com Kyuhyun apenas por que Sungmin o pedira, pelo menos ele iria se aproveitar ao máximo da situação. Aquelas seriam as únicas horas felizes de sua noite de qualquer forma.

Eles caminharam algumas quadras antes de chegar próximo ao local que Yesung queria ir.  Ele já havia escolhido de ante-mão o lugar pra onde iriam, um dos favoritos de Kyuhyun. Tudo que ele queria era ver aquele sorriso só para ele.

“Hyung aonde vamos??” Kyuhyun o perguntou, apesar de já suspeitar o seu destino.

“Um lugar que você adora, é seu aniversário não éé??” Yesung o soltou e correu animadamente até o lugar que estava procurando, uma grande placa onde se lia ‘Gamerz World’ pendurada àcima de sua cabeça. “O que você acha??”

Kyuhyun parou a poucos passos de distancia e sorriu de lado finalmente vendo aonde eles estavam. Colocando ambas as mãos nos quadris, ele balançou a cabeça e encarou Yesung.

“Você tem certeza de que é aqui que você quer me levar?”

“Pode vir... Vou ganhar de você em todos os jogos dessa vez!” Provocou Yesung chamando o outro com ambas as mãos enquanto caminhava para dentro do local.

“Você vai se arrepender de ter dito isso...” Kyuhyun o respondeu logo seguindo-o porta a dentro.

Eles então passaram a próxima uma hora e meia entre jogos, provocações e muita risadas. Alternavam as vezes de quem escolhia os jogos, porém Kyuhyun ganhava  a maioria deles independente de quem escolhesse. Yesung ainda conseguiu derrota-lo em pelo menos dois ou três do jogos até aquele momento. Mas ele não se importaria de perder todas as partidas afinal estava se divertindo. Tanto que até esquecera de que tinha que levar Kyuhyun até a festa dentro de alguns minutos.

Estavam na fila para recarregar o cartão que usavam nas maquinas pela segunda vez já quando Yesung sentiu seu celular vibrar. E por um momento ele ficou tentado a simplesmente ignorá-lo para prolongar sua felicidade só mais um pouco. Porém logo ele tirou o celular do bolso para ver que tinha uma nova mensagem:

‘Yesungiee hyung tá tudo pronto pode trazê-lo!!’

Era uma mensagem de Sungmin. Suspirou um pouco desapontado, pois a sua diversão acabara e guardou o celular de novo no bolso.

“Quem era hyung??” Kyuhyun pertungou.

“Sungmin-ssi!! Ele perguntou se eu estava com você... É para a gente ir até a casa dele.” Yesung respondeu o mais naturalmente que podia tentando esconder o quão infeliz ele estava.

“Ah... Tudo bem então, vamos?” Kyuhyun o pegou pela mão e isso o fez se sentir um pouco melhor, logo ele deixaram a fila e também o salão de jogos.

Voltaram até a loja de Kyuhyun para pegar o carro que estava estacionado em frente à esta e então começaram seu trajeto até a casa de Sungmin. Todo o tempo mantendo uma conversa leve.

“Heechul hyung veio me ver ontem! “ Kyuhyun falou casualmente enquanto dirigia.

“Mesmo??” Yesung que estava ao seu lado apenas observava as coisas que passavam pela janela.

“Éé ele queria me dar parabéns antes de viajar. Você sabe que ele e o Ryeowook estão em Cheonan para gravar o seriado, né? Eles só vão voltar semana que vem...” Kyuhyun continuou falando, mas Yesung já não o escutava, estava totalmente absorto em seus próprios pensamentos.

‘Heechul hyung não vai estar lá também...’  pensou. De certa forma se sentia abandonado pelos seus amigos naquela situação. A noite mal havia começado e já podia sentir que algo não estava certo. Que algo o incomodava. Ele só podia esperar que estivesse errado e tentar ignorar aquele mau pressentimento.

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Enquanto isso na casa de Sungmin, tudo já estava em perfeita ordem para que a festa começasse. Muitos dos convidados já haviam chegado e agora aguardavam pela chegada do aniversariante.

“Sungmin-ah tem mais alguma coisa pra eu fazer??” Siwon perguntou enquanto seguia Sungmin até a cozinha da casa. Ele esteve lá desde que os preparativos começaram, tinha chegado mais cedo para conversar com Sungmin e acabou por ajudar também na organização.

“Não Siwon, tá tudo sobre controle você pode ir se sentar. Eu já avisei o Yesung-hyung, logo eles vão chegar. “ Sungmin deu-lhe um tapinha nas costas dizendo-lhe que tudo daria certo e voltou a ajudar a mãe.

Siwon então voltou para onde as mesas estavam dispostas do lado de fora da casa. Sungmin conseguira contratar um empresa para montar uma grande tenda no quintal. Um sistema de aquecimento foi montado para manter a temperatura dentro da tenda agradável para os convidados e manter o frio do inverno do lado de fora.

Ele se sentou em uma das muitas mesas e passou a observar as pessoas que chegavam, os pais de Sungmin e Kyuhyun faziam a recepção. Tudo estava muito bem organizado. Siwon tinha que se lembrar de parabenizar Sungmin pela bela festa, afinal ele havia tomado conta de tudo sozinho. Suspirou, apesar da alegre atmosfera ao seu redor, ele se sentia perturbado.

Desde que tivera uma certa conversa com Sungmin não conseguia se concentrar em mais nada. Muitas coisas passavam pela sua cabeça. O diretor da peça, Soohyun, até o chamara a atenção por que esteve muito distraído durante os ensaios. Mas não podia evitar. Tudo que Sungmin o contara tinha tornado as coisas muito mais complicadas para ele.

Havia sido no primeiro dia de ensaio com Heechul, quando eles foram almoçar juntos. Naquele dia o ator veterano havia mencionado algo sobre o passado de Yesung, algo que não havia dado certo. E ele culpara Sungmin por isso. Siwon pedira por uma explicação logo depois, mas Sungmin o pediu que esperasse.

Durante a noite, quando eles haviam terminado os ensaios do dia, Sungmin o convidara para um café e lá ele o contou toda a história. E Siwon não conseguia esquecer nada do que ele havia dito. Respirou fundo e começou a se lembrar da conversa mais uma vez.

Assim que entramos no café eu já pude notar uma diferença na postura de Sungmin. Ele já não estava mais sorridente como sempre, ao invés disso tinha uma expressão muito séria, provavelmente pensando no que ele teria que contar.

“Siwon-ssi... Antes de te contar o que aconteceu eu queria te perguntar uma coisa.” Sungmin falou , até seu tom de voz era diferente e eu já estava começando a me preocupar com onde essa conversa iria me levar, mas mesmo assim concordei. “Você não está só brincando sobre o Yesung, não é?”

“Não!! Claro que não...” Respondi de imediato franzindo a testa, eu jamais brincaria com uma outra pessoa.

“Ah, não fique bravo comigo!” Ele disse erguendo ambas as mãos e então sorriu me fazendo relaxar um pouco. “Eu só queria ter certeza, por que o que eu vou te contar, poucas pessoas sabem... Quando isso aconteceu Yesung hyung fez com que nós prometessemos que jamais falariamos disso de novo.”

Eu acenei com a cabeça, começando a entender o quão séria era a situação. Ele até me fez prometer que não contaria a ninguém e só então começou a me explicar.

“Há mais ou menos dois anos Yesung hyung começou a ficar muito estranho. Ele não queria sair com nenhum de nós, ele não falava com ninguém. O irmão dele chegou a achar que ele estivesse depressivo. Enfim... quando o perguntamos o que o estava incomodando ele disse que era por que ele se sentia sozinho, já que na época o nosso outro amigo, Ryeowook, também estava namorando.” Explicou. “Então eu achei que se eu arranjasse alguém para ficar com ele tudo ia ficar bem de novo. Eu conversei com o Ryeo e ele achou que fosse uma boa idéia...”

Sungmin parou por um instante e sorriu de lado, um sorriso amargo, como se ele tivesse sido derrotado.

“Algumas semanas depois... Eu tinha conhecido uma pessoa, Kangin era o nome dele. E ele parecia ser um cara legal, apesar de ter uns amigos meio estranhos. E também... ele era gay e estava solteiro. Eu pensei que aquilo fosse uma ótima opotunidade e marquei um dia  para que ele saísse com a gente. Claro que eu fiz o Yesung sair de casa pra ir com a gente naquele dia. Fui eu mesmo quem colocou os dois frente a frente e os apresentei...” Ele contava, mas então o interrompi.

“Por que você está me contando tudo isso??” Eu perguntei, sem entender onde ele iria chegar com aquilo.

Sungmin suspirou, endireitou-se na cadeira a minha frente e me olhou nos olhos antes de continuar.

“É que você tem que entender por que isso foi tão sério. Yesung nunca tinha estado em uma relação séria, Kangin foi o único namorado que ele teve. E fui eu quem os juntou sem ao menos saber quem eu estava colocando na vida dele. Depois daquele primeiro encontro, eu pensei que tudo tinha dado certo por que eles continuaram se vendo, mesmo sem minha ajuda. Depois de um tempo estavam namorando. E no começo foi... tudo muito bem.” Ele disse, mas parecia falar mais consigo mesmo do que comigo.

Ele desviara os olhos para a mesa e retomou a história.

“Eu não sei como não vi o que estava acontecendo...” Sussurrou. “Mas enfim, as coisas começaram a mudar depois de dois meses de namoro e daí em diante só aconteceram desastres. Sabe Yesung nunca havia dito para os pais que era gay. E ele escondia isso muito bem, álias seus pais ainda nem sabiam sobre mim e o Kyuhyun. Acontece que um dia, Kangin esteve na casa dele e os pais dele acabaram encontrando os dois juntos... Em uma situação não muito boa. E aquilo foi um escândalo, os pais dele surtaram e expulsaram os dois da casa. O irmão do Yesung teve que tirar as roupas dele da casa, por que ele não podia entrar lá... Foi o caos.” Sungmin contava da forma mais calma que podia, mas era óbvio que aquelas memória também não eram fáceis para ele. “Depois disso o Yesung teve que passar um tempo morando com o Heechul hyung e é por isso que ele sabe da história toda...”

Eu apenas franzi a testa e o olhei de forma assustada, afinal eu seria o próximo a enfrentar aqueles pais, não é? Sungmin deve ter visto a minha cara de assustado por que ele riu logo depois.

“O quê!?”

“Não precisa se assustar, os pais dele já superaram isso.” Ele disse e tomou o café que estava esquecido sobre a mesa. “Mas enfim... esse não é o maior dos problemas...”

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Depois de quinze minutos de carro Kyuhyun e Yesung estavam finalmente à poucos passos do grande evento da noite. Mas ante de descer do carro Kyuhyun fez questão de abrir o presente que recebera de Yesung, mesmo com os pedidos do outro para que ele abrisse mais tarde quando estivesse sozinho.

“Yah... K-kyuhyun abre mais tarde por favor...” Yesung ainda tentou, mas já era tarde demais o outro já havia aberto a sacola e começava a rasgar o papel que envolvia a caixa do presente.

Yesung então simplesmente se afundou no banco do passageiro e levou uma das mãos ao rosto cobrindo os olhos. Tentava se esconder, pois não queria ver a reação do outro com o presente. E ele estremeceu visivelmente quando ouviu Kyuhyun soltar um palavrão ao seu lado.

“H-hyung!! C-como você... Onde você achou isso?!” Kyuhyun perguntou enquanto encarava o presente que tinha nas mãos, para qualquer outra pessoa aquilo seria um simples relógio de pulso. Porém aquele era na verdade um item de colecionador, um relógio com o logotipo de Starcraft. “É original?!”

“Claro que é original!!” Yesung respondeu indignado finalmente voltando a olhar o outro que agora virava o relógio nas mãos prestando atenção a cada detalhe. Ele então voltou a ficar nervoso quando Kyuhyun olhou a parte de trás do relógio.

“05 - 03 – 2004... Hyung isso é...?”

“A data... A data em que a gente se conheceu.” Falou o mais velho desviando o olhar para fora do carro e corando violentamente. “Eu, você e o Ryeowook. É para você não esquecer da gente...”

Sentia que ia desmaiar a qualquer momento agora, Kyuhyun devia achar que ele era muito estranho, no mínimo infantil. E se ele achar que Yesung estragou o presente mandando gravar a data?? E se ele odiar isso?? E se...

Tudo que se passava pela cabeça de Yesung desapareceu no momento em que o outro o puxou para um abraço. Kyuhyun o pegara desprevenido pelo braço e agora o envolvia em um abraço apertado. E Yesung ficara por um momento sem reação até que o outro começara a falar.

“Obrigado, hyung.” Ele disse apertando o outro ainda mais, mesmo na posição estranha em que estavam no carro. “Obrigado por estar comigo por todos esses anos.”

Yesung naquele abraço podia sentir pequenas lágrimas se formando em seus olhos pelas palavas que o outro dizia. Seu coração batendo loucamente em seu peito, o rosto quente. E com mãos trêmulas ele se segurou na jaqueta de Kyuhyun tentando se manter são.

“Eu amo vocês, jamais vou esquecê-los.” E com aquilo Kyuhyun se afastou do outro lentamente quebrando aquele momento mágico.

O outro então se endireitou no banco e rápidamente limpou os olhos se certificamendo de que nenhuma lágrima escaparia.

“Não há de que.” Yesung disse com um modesto sorriso antes de abrir a porta do carro. “Vamos logo Sungmin deve estar esperando.”

Ambos desceram do carro e caminharam lado a lado até a porta da casa. Sem pressa. Afinal não havia motivo para ter pressa aquela hora, eles só queriam aproveitar o sentimento bom que tomava conta deles.

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Eu já esperava por aquilo, então respirei fundo e pedi para que continuasse. E era aquela parte da história que eu não conseguia tirar da cabeça. Sungmin voltou a me explicar como a relação de Yesung e Kangin foi se complicando. Primeiro eles começaram a ter pequenos desentendimentos, por que Kangin queria que Yesung fosse morar com ele. Depois eles começaram a brigar mais seriamente e ninguém sabia o motivo. Até que um dia Yesung tinha ido até Ryeowook chorando por causa de uma das brigas e lhe dizendo que... Kangin estava bravo por que ele não queria fazer “aquilo” ainda.

“Você tem que estar brincando comigo...” Eu disse para Sungmin, já não gostava daquele ‘Kangin’, ele não tinha o direito de brigar com o namorado simplesmente por que ele não estava pronto para fazer sexo.

Sungmin apenas sorriu triste para mim, e algo no olhar dele me fez temer o que ele estava prestes a me dizer.

“Siwon, por favor... primeiro me ouça, depois você tira um tempo para pensar antes de tomar qualquer decisão.” Ele disse e eu acenei com a cabeça. Sungmin então respirou fundo e continuou. “Alguns dias depois, Kangin tinha se desculpado em frente de todo mundo. E Yesung hyung, claro, o perdoou. E tudo parecia normal... Até que um dia todos recebemos uma ligação de Heechul, ele estava levando Yesung para um hospital.” Ele engoliu em seco. “Quando nós chegamos lá Yesung já havia sido liberado pelo médico. Ele tinha algumas marcas no rosto e nos braços. Na hora... ninguém nos disse nada, nós o levamos para casa e ele foi se deitar sem nem olhar para trás.”

Depois disso Sungmin ficou quieto. Seu silêncio me torturava. Ele encarava a xícara a sua frente e a girava nas mãos, então uma pequena lágrima escorreu pelo seu rosto e ele rápidamente a limpou. Aparentemente ele se culpava pelo que tinha acontecido.

“S-sungmin-ssi o que for tenha acontecido... a culpa não é sua...” Eu disse estendendo uma mão para tocar a dele.

“Siwon-ah... Se Heechul tivesse chegado um minuto mais tarde...” Ele disse e então finamente me olhou. Seus olhos cheios de remorso. “ Apenas um minuto mais tarde.... E ele teria sido estuprado.”

Um minuto mais tarde e ele teria sido estuprado.

Ele repetira a conversa em sua cabeça várias vezes. Ainda não conseguia acreditar no que ele tinha ouvido, aquela pessoa tão pura, tão tranquila como ele o via, quase fora violentada? O mero pensamente o aterrorizava. Como alguém podia ser capaz de tal coisa?

Sungmin ainda o contara mais detalhes, coisas que Heechul havia contado a eles. Dentre elas como ninguém sabia ao certo o que acontecera antes de ele interromper. Siwon era perturbado por aqueles fatos. Nunca pensou que um dia se envolveria com alguém que passou por tanta coisa. O que estava falando?? Ele ainda nem se envolvera não é? Ainda podia dar pra trás.

Quando terminou de contar toda a história Sungmin o perguntara se ele ainda gostaria de tentar ficar com Yesung, se ele stava disposto a tentar conquistar alguém que... não confiaria nele assim tão fácil. E Siwon não conseguiu responde-lo. Ele pediu um tempo para pensar. Afinal ele não seria capaz de enfrentar qualquer dificuldade por alguém que ele conhecera há pouco mais do que uma semana. Mas quando ele se lembrava daquela primeira vez em que o vira, sentado na mesa do café, parecendo tão frágil e tão sozinho... Siwon não conseguia dizer que não tentaria.

E agora? O que fazer?...

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Kyuhyun e yesung estavam já do lado de fora da casa, tinham acabado de tocar a campainha e esperavam que Sungmin viesse abrir a porta. Kyuhyun já suspeitava que algo estivesse acontecendo, afinal haviam vários carros estacionados próximos à casa e era possível ouvir pessoas conversando nos fundos.

“O que será que está acontecendo?” Ele perguntou curioso olhando para Yesung de forma suspeita.

“Eu não sei...” O outro respondeu desviando o olhar. Já podia sentir o coração bater insanamente de nervoso.

Naquele momento Sungmin abriu a porta fazendo com que Yesung pulasse de susto. Ele então abraçou Kyuhyun desejando-lhe feliz aniversário e deu-lhe um selinho, o tempo todo com um sorriso de orelha a orelha.

“Hyung você pode ir na frente...” Ele disse, ao que Yesung apenas concordou com a cabeça e deu um último sorriso para Kyuhyun antes de ir sozinho até onde todos estavam.

“Eu tenho uma surpresa pra você!” Sungmin disse cobrindo os olhos de Kyuhyun com as próprias mãos.

“Sungmin... O que você aprontou?” Kyuhyun perguntou dando passos lentos enquanto o outo o guiava.

Sungmin então o levou até a tenda que estava montada nos fundos da casa. Todos estavam quietos esperando que ele deixasse de cobrir os olhos de Kyuhyun. E quando ele o soltou todos o desejaram feliz aniversário ao mesmo tempo. 

Kyuhyun estava parado no meio deles de boca aberta pela surpresa. Não podia acreditar que Sungmin tinha feito tudo aquilo por ele!! Ele então se virou para abraçá-lo novamente e beijá-lo enquanto todos faziam barulho à sua volta. Todos menos Yesung. Não, ele não ia comemorar àquilo. Pois doía demais, ver aquele que ele amava abraçar e beijar a outra pessoa.

Depois do momento inicial em que Kyuhyun apareceu Yesung se afastou da bagunça, procurou por algum canto em que pudesse ficar sozinho. Tudo que ele queria era estar em casa, são e salvo. Longe daquelas pequenas coisas que lhe causavam dor.