Buried Alive escrita por Miss Haner


Capítulo 2
Homework


Notas iniciais do capítulo

Oi, resolvi postar o segundo capítulo logo. Então, aí está.
Espero, realmente, que gostem.
Boa leitura.



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- De onde você é? – Srta. Collins perguntou sentando-se em sua mesa.

- Mystic Falls, Virgínia.

- Otimo, pode se sentar. – Adivinha o único lugar vazio naquela maldita sala. Pois é. Ao meu lado.

As meninas fitavam o garoto com desejo. Elas pareciam um bando de cachorras no cio e ele – para elas, devia ser o único macho deste canil sarnento. Salvatore fez rapidamente o percurso até a carteira ao meu lado, encarou-me por um momento e fez-me revirar os olhos quando sorriu de canto.

A aula passou rapidamente para a minha enorme felicidade. Damon Salvatore, às vezes tentava puxar conversa. “Oi. Qual é o seu nome?” “Você pode me ajudar com os exercícios?” “Sabia que é falta de educação ignorar as pessoas?”. Como sempre, eu revirava os olhos e me concentrava na música que saía no último volume, quase estourando os meus tímpanos.

[...]

No intervalo, eu fui para a biblioteca, o único lugar naquela escola em que ficavam pessoas cultas – os nerds ou intelectuais. – Talvez não tão cultas, mas suportáveis. Decidi que hoje eu não estava com ânimo para gritos, suspiros e sonhos eróticos com o nosso “querido” novato. Hoje e pelo resto da semana ou do mês, todos os assuntos terão a ver com o que foi citado, e isso dá enjoo que nem a música alta consegue curar.

- Bom dia, Liza. Há quanto tempo não a vejo por aqui! – Srta Myles exclamou quando me viu passar pela porta. Mirian Myles era a pessoa mais suportável em toda a escola, quando comecei a estudar aqui eu só ficava na biblioteca, eu ainda era a menininha fofa que precisava de ajuda para superar a morte de seus pais. Srta Myles era uma mulher de meia idade, obesa, com roupas que a deixam mais velha, óculos fundo de garrafa que deixavam os olhos negros, medonhos. Ela parecia ser um peixe fora d’agua e eu também era assim, eu me sentia completamente fora do lugar. Acho que foi isso que me fez gostar dela.

Dei um meio sorriso e fui me sentar em uma das mesas do fundo da biblioteca. A biblioteca era a maior sala em toda a escola, tinha duas ou três dezenas de corredores de livros, livros de todos os gêneros, de quatro línguas diferentes. As mesas ficavam no centro, entre duas seções de livros, as mesas do fundo eram perfeitas para quem quisesse ficar sozinho, não eram visíveis como as outras, realmente estavam escondidas. Peguei um livro dentro de minha mochila, coloquei os fones, abri o livro e para quem passasse por ali teria facilmente a impressão de que eu estava lendo.

[...]

Três semanas passaram e aqui estou eu, dentro do carro de Damon, indo para o bar encontrar com o resto do grupo. Uma semana depois de Damon chegar à escola, Melissa o convidou para se juntar a nós, e agora eu estou aqui, sábado à noite, dentro de uma F430 com um garoto que insiste em me tirar dos meus pensamentos.

- Você já foi a este bar? – ele perguntou enquanto saía da estrada principal e entrava em uma estrada de terra.

- Eu trabalhava lá.

- E por que não trabalha mais? – perguntou-me depois que estacionou.

- Não te interessa. – eu disse com um sorriso no rosto e saí do carro.

Todos já estavam ali, com suas devidas garrafas de vodka, tequila, ou qualquer outra bebida. Não estava a fim de beber hoje, eu nem sei o motivo de eu estar ali. Ah, me esqueci! Eu estava ali porque o senhor “eu sou lindo e meus olhos azuis te impressionam” teve a ousadia de me buscar em casa e a menos que eu quisesse explicar quem era ele a meus tios, eu tinha que ir com ele.

Entramos no bar e eu fui ao balcão.

- Liza! Quanto tempo! – James e seu sotaque de japonês falsificado. Apenas sorri e pedi vodka.

Logo ele me entregou a garrafa e eu voltei para a mesa onde todos estavam. Sentei-me ao lado do convencido e abri minha garrafa.

- Vai beber isso tudo. – ele perguntou apontando para a garrafa.

- Não meu querido, vou beber só um gole e com o resto regarei as plantas. – dei o meu mais belo sorriso sarcástico.

- Eu adoro o seu bom humor. – parece que ele também sabia ser ironico.

- Minha melhor qualidade. – continuei a encará-lo sorrindo.

Por alguns instantes seus olhos me chamaram a atenção. Eu os conhecia, só não sabia de onde. Eu tive a impressão de o conhecer, um arrepio tomou conta de toda a minha espinha. A curiosidade me atingiu em cheio. Eu precisava me lembrar de onde o conhecia.

- Eu acho que te conheço. – disse com ingenuidade.

- Sério? Pois eu acho que te conheço desde o primeiro dia na escola, em que você me ignorou. – ele sorriu.

- Não é assim. Eu te conheço de outros tempos. – sua expressão parecer confusa.

- Está enganada querida. Mas eu gostaria de te conhecer... – Damon se aproximou com um sorriso.

Revirei os olhos e procurei pelos outros, eles não estavam mais na mesa. Olhei ao meu redor e uns estavam dançando e outros quase se comendo nas paredes do bar. Bufei e tomei outro gole de minha bebida.

Passaram-se algumas horas e eu já estava na quinta ou sexta garrafa de vodka. Pela primeira vez em muito tempo eu me senti bêbada. Sorria sem motivos e já não aguentava mais ficar na mesa.

- Vamos dançar! – eu ordenei a Damon. Ele deu um riso alto e levantou-se também.

- Há algumas horas atrás você não queria nem chegar perto de mim e agora me convida para dançar? – ele arqueou a sobrancelha, divertindo-se.

- Se você não quiser dançar eu arrumo outro parceiro. – disse dando de ombros e me virando para a pista.

- Eu não disse que não queria. –Damon me seguiu e puxou-me contra seu corpo quando chegamos na pista.

Tocava uma das músicas de David Guetta, comecei a me movimentar seguindo as batidas da música. Damon me acompanhou. Dançamos por mais algumas horas. Eu já havia tomado a oitava garrafa de vodka, deveria estar bastante bêbada, pois, comecei a achar Damon um cara extremamente sedutor. Minha boca parecia implorar pelo toque da sua, a cada minuto que passava eu o achava incrivelmente sexy.

Damon se aproveitou do meu estado, e de que eu me aproximava mais dele, pois entre uma música e outra nossos corpos se colaram e sua boca cobriu a minha, iniciando um beijo cheio de tentação e desejo.

Nossas línguas se tocavam ardentemente. Suas mão me prensavam contra seu corpo e as minhas perdiam-se em seu cabelo. Nunca um beijo foi tão bom, nunca um beijo provocou sensações tão deliciosas em mim. Espere, em que eu estou pensando?O que eu estou fazendo?

Desgrudei-me de seu corpo e ele tinha um sorriso formado em seus lábios. Revirei os olhos e saí dali o mais rápido possível, Damon não me seguiu e eu agradeci por isso. Sentei-me em cima do capô de seu carro e afoguei minha cabeça em minhas mãos. Eu realmente tenho que voltar a beber frequentemente, não faz nem três semanas que minha garrafa de whisky acabou e eu já fico bêbada ao ponto de beijar aquele convencido. Com certeza eu teria que lidar com o sorriso vitorioso no rosto dele.

Mas hoje não. Hoje não seria o dia em que eu veria de novo seu sorriso. Desci do capô do carro e fui para a casa.

A estrada estava escura e para combinar, o álcool continuava com o seu efeito. Eu não enxergava quase nada, mas consegui chegar em casa. Abri a porta devagar, evitando não acordar meus tios, não era uma boa hora para sermões, era hora de dormir.

Tirei os saltos e subi as escadas nas ponta dos pés. Cheguei ao corredor do meu quarto e continuei fazendo o mínimo de barulho possível. Parei em frente a porta de meu quarto e girei a fechadura.

- Esta é hora de chegar, Elizabeth? – Jane cruzava os braços e me encarava visivelmente irritada.

- Bom, eu estou sem relógio. Posso te falar amanhã? – sorri para ela como que um pedido. Jane bufou.

- Elizabeth Grunger! Não é hora para brincadeiras! – comprimi o riso diante de sua voz.

- Tem razão. – ela arqueou as sobrancelhas. – É hora de dormir. Boa noite Jane! – eu disse e dei um risada alta. Jane bufou e voltou para seu quarto.

Entrei em meu quarto e me joguei na cama. O sono logo veio e eu me joguei de cabeça nele.

[...]

Trimmm!!! Caralho, quem consertou este despertador!

Virei-me na cama algumas centenas de vezes e não consegui dormir novamente. Decidi me levantar antes que Jane comece com o seu discurso. Fui tomar banho. Deixei que a agua caíssem livremente por minha pele. Apenas relaxei e voltei a ficar tensa quando Jane bateu em minha porta.

- Liza! Você vai ficar atrasada! – por que ela não me deixa em paz? Jane chega a ser irritante quando insiste em me dar sermões.

- Já estou indo, Jane. Agora me deixe em paz! – eu disse e ela bufou. Ouvi seus passos se distanciando.

Peguei a toalha e me envolvi. Troquei de roupa, peguei minha mochila e desci para tomar café. Thomas e Jane estavam à mesa. Comemos em silencio, logo me despedi e fui para a escola.

[...]

Mais uma aula com Damon. Eu passei a odiar ainda mais a Segunda-feira. Cheguei na sala e Damon já estava sentado em seu lugar, em seu rosto o mais perfeito sorriso de convencimento. Enquanto eu me aproximava, seu sorriso abria ainda mais.

- Oi. – ele murmurou.

Olhei para ele com um sorriso também. Damon olhou nos meus olhos e eu mostrei o dedo do meio. Ele bufou e eu gargalhei.

- Otário! – continuei rindo enquanto me sentava.

A professora chegou e eu prestei atenção a aula.

- Alunos, tenho uma ótima noticia para vocês. – As suas aulas serão canceladas? – Tem trabalho em dupla pra sexta-feira. – Ah não!

Ela começou a falar quais seriam as duplas e chegou ao nome de Damon.

- Damon você fará dupla com... – qualquer garota menos eu. – Elizabeth Grunger. – Infeliz, quero que você morra!

Bati com a cabeça na carteira. Damon deu um riso baixo e eu voltei a mostrar o dedo do meio a ele. Espero que a professora não veja.

[...]

- Quando vamos começar o trabalho? – Damon perguntou enquanto se sentava na nossa mesa.

Logo as meninas chegaram junto aos meninos. Melissa estava com pano em volta do pescoço. Eu estranhei, ela gostava de mostrar o pescoço. Os olhares dela e de Damon se encontraram e eu entendi o que os dois tinham feito depois que eu fui embora.

- Liza! – Damon disse e eu me lembrei de sua pergunta.

- Elizabeth pra você, ok? – ele revirou os olhos. – Eu não sei quando começaremos. – pensei um pouco. – Parece que você gosta da aula de literatura – ele me fitou -, que tal você fazer o trabalho e colocar o meu nome nele? – eu perguntei com uma carinha de anjo. Se é que eu tenho esta cara.

- Muito engraçadinha. Às quatro, em sua casa. – ele respondeu me encarando e saiu da mesa.

- Conseguiu irritar o Salvatore, não é Liza? – Melissa dizia irritada.

- Não se preocupe Mel, - eu disse com o maior sorriso do mundo – ele não vai deixar de te foder. – fiz careta e saí da mesa. Aquela escola estava ficando mais irritante do que já era.

[...]

Três e meia. Eu ainda estava na rua, quem sabe Damon desistia de fazer o trabalho comigo e faz o que eu pedi. É, eu sei. Eu sonho demais. Era algo como uma obrigação ter que voltar pra casa e fazer aquele maldito trabalho, pior do que fazer o trabalho com Damon é ter que ouvir os sermões de Jane sobre ir bem na escola.

Caminhei sem vontade de volta para casa. Jane e Thomas ainda estavam no trabalho. Mal eu entrei em casa e já ouvi a campainha tocar. Fui até a cozinha, tomei um copo de agua, campainha toca mais uma vez, lavei o copo, toca de novo, guardei o mesmo e finalmente fui abrir a porta.

- Ei! – fingi entusiasmo quando vi Damon com uma cara extremamente medonha. – Chegou na hora, não foi? – eu ri e andei até a sala.

Olhei para trás e Damon ainda estava na porta. Revirei os olhos e voltei até lá.

- Desculpa pela demora. – ele deixou brotar um sorriso em seu rosto e eu me arrependi de ter pedido desculpa. – Não vai entrar?

- A dona da casa ainda não me convidou para entrar. – ele disse com um sorriso torto.

- Ah! Para de viadagem, entra logo. – me virei e fui para a cozinha desta vez. – Quanto mais cedo nós começarmos o trabalho, mais cedo você vai embora. – ele sentou-se na mesa e me encarou.

- Você quer tanto assim que eu fique longe de você? – ele fez uma cara engraçada.

- Você não imagina o tanto. – não fui totalmente sincera. Até que Damon não era tão irritante. Se eu aguentava Melissa, eu aguentaria ele. – Espere-me aí, só vou pegar meu material.

Subi rapidamente até meu quarto e peguei meu caderno, lápis, borracha, apontador e caneta. Desci e Damon permanecia no mesmo lugar. Sentei-me na mesa de frente para ele.

- Vamos começar. – disse abrindo o caderno.

O trabalho resumia-se em fazer uma redação sobre o nosso companheiro de dupla. Seria fácil demais se fosse apenas isso. Para a minha infelicidade, a vadia louca da professora de Literatura nos entregou uma folha com perguntas que devem ser respondidas na redação.

Começamos por Damon, ele não tinha uma comida preferida, gostava de líquidos, álcool(eu não coloquei isso na redação), era apaixonado por carros, mas não tinha muitos – na verdade, ele só tinha a Ferrari, mas esta valia por todos os que ele não tinha. – Ouve Taylor Swift, eu tive que fazer careta quando ele me revelou isso. Tem um irmão e seus pais já morreram. Ele me disse mais coisas, mas nada interessante o suficiente para colocar na redação – para ser sincera, eu estava com preguiça de escrever.

- Minha vez. – ele tomou meu caderno e pegou a folha de perguntas.

Damon escreveu o primeiro parágrafo que deveria ser de primeiras impressões. Mas logo começou comas perguntas.

- Comida preferida?

- Sei lá.

- Paixão por...

- Sei lá. – ele bufou.

- Gostos musicais.

- Qualquer coisa menos Taylor Swift. – eu não odiava a cantora, mas era legal zoar com a cara dele.

- Idiota.

- É meu segundo nome. – dei de ombros.

- Qual é o primeiro? – ele arqueou as sobrancelhas.

- Você é – ele demorou alguns segundos para entender e depois revirou os olhos. – Você é engraçado quando está com raiva. – disse rindo.

- Hahaha! – ele riu falso o que me fez dar uma gargalhada.

- Acho que já terminamos, agora você já pode ir embora.

- Não terminamos não. Você só respondeu uma pergunta e eu resto foi “Sei lá” – ele me imitou e eu fiz careta.

- Eu disse para você fazer sozinho e colocar qualquer coisa sobre mim. – eu disse encarando-o.

- Tudo bem. – ele começou a escrever. – Está bom?

Peguei o caderno e arregalei os olhos. Estava ridículo o que ele escreveu.

- Tudo bem, eu respondo as perguntas. – disse me rendendo.

- Que bom.

Damon começou novamente com as perguntas e eu respondi qualquer coisa que parecia fazer sentido sobre mim, algumas verdadeiras outras completamente falsas. Finalmente terminamos o trabalho, estava com sede, então peguei suco e me servi, olhei para Damon e a imagem de Jane me xingando fez com que eu o servisse também.

- Até que você é educada. – ele disse ironico e eu sorri sarcástica.

Damon levou o capo de suco até a boca e eu não pude deixar de notar um anel em seu dedo.

- Pra que você usa este anel? – toquei o anel em suas mãos.

- Herança de família. – ele sorriu. – É feio? – arqueou as sobrancelhas.

- É estranho. – fui sincera com ele.

- E você não parece o tipo de menina que usa um colar desses. – ele apontou para o meu colar e eu o toquei dando um pequeno sorriso.

- Também é herança. – respondi dando de ombros e me levantando para lavar os copos.

- Dos seus pais? - ele apareceu do meu lado e guardou os copos.

- É. – me senti descopnfortável, eu não gostava de conversar sobre meus pais com estranhos.

- Legal. – ele deu de ombros e eu suspirei. – Vai me mandar embora de novo? – perguntou se escorando no balcão.

- Ah, já tinha me esquecido. Pode ir embora agora. – apontei para a porta.

- Tudo bem. Me acompanha até a porta?

- Você é tão novo com costumes tão ultrapassados. – reclamei enquanto o seguia até a porta.

Assim que a abri dei de cara com os meus tios. Os olhos deles foram de mim para Damon e voltaram para mim.

- Boa noite Elizabeth. – Jane sorriu significativa para mim. – Quem é o rapaz? – ela olhou para ele.

- Damon Salvatore, senhorita. – será que ele ouviu sobre os costumes ultrpassados?

- Eu sou Jane e este é meu marido Thomas Grunger. – Damon beijou-lhe as costas da mão e apertou a mão de meu tio que o olhava também sorrindo.

- Pronto, já se conheceram. Agora pode ir embora Damon. – eu disse o empurrando para fora.

- Liza! – Thomas me repreendeu.

- Quer ficar para o janta, Damon? – Jane perguntou e eu a fuzilei com os olhos.

- Eu lamento em recusar, mas acho melhor deixar para outro dia. – foi a vez dele ser fuzilado por meus olhos.

- Tudo bem. – Thomas respondeu um pouco afetado. Era impressionante como eles se ofereciam por possíveis amigos meus.

- Que tal jantar conosco na sexta-feira? – eu me segurei para não tampar a boca de Jane.

- Convite aceito. – eu quero que Damon morra esmagado até sexta-feira.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Por favor, deixem reviews, é muito importante pra mim saber a opinião dos meus leitores. Então, por favor deixem reviews.
Desculpem os possíveis erros e até o próximo capítulo.
Bjos =)