Buried Alive escrita por Miss Haner


Capítulo 17
A new friend


Notas iniciais do capítulo

Mais um pouco de Liza e Stefan para vocês...



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O resto da minha noite foi tranqüila, ao comparar com a primeira parte dela. O dia seguinte também foi tranqüilo. Gastei meu tempo lendo o diário de meus tios algumas dezenas de vezes ou assistindo desenhos na televisão. Klaus e Stefan sairão logo cedo e só voltaram à noite. Klaus com um sorriso vitorioso no rosto e Stefan com o mesmo sorriso, porém falso e com um resquício de pavor. Eu me sentia igual a ele, a cada minuto que passava o peso em minhas costas aumentavam e o meu pavor piorava.

Esta noite foi especialmente normal! Não normal para mim, mas sim para qualquer pessoa normal, com uma vida normal e uma noite de sono normal. Sem sonhos nem pesadelos, eu dormi tranqüila, respirando um ar que eu desejei por toda a minha vida.

Acordei ainda mais normal, tomei um banho quente e me vesti. Acho que tudo não passou de um sonho, quero dizer, eu ter um colar que me protege, eu ser amiga e inimiga de vampiros, talvez tudo isso seja mera imaginação minha.

Desci as escadas e fui em direção à cozinha. Soltei um suspiro, não era um sonho, ainda é realidade. Klaus arqueou a sobrancelha enquanto sorria e Stefan apenas acenou. Sentei-me ao lado do vampiro loiro e pequei o prato com panquecas. O cheiro estava delicioso, fez meu estômago revirar-se de felicidade, comida descente!

- Bom dia. – eu disse com voz carregada.

Klaus me analisou.

- Não parece feliz. – fiz uma careta. – Hoje é o dia que nós vamos nos vingar de todos que nos fizeram mal. De amanhã em diante será uma nova vida neste lugar. – Sorri, mas minha vontade era de fazer outra careta.

O peso em minha consciência me feria enquanto eu ouvia as palavras de Klaus sobre a noite de hoje. Traidora.  Minha mente estava me atormentando, balancei a cabeça, furiosa com este tormento. Levei outra panqueca à boca, mas não consegui morde-la, todo o meu estômago revirou. Traidora!

- Ah que droga! – resmunguei baixo.

- O que disse Liza? – Klaus me olhou nos olhos, preocupado.

Respirei fundo e sorri.

- Queimei a língua. – inventei uma desculpa e saí da mesa pegando uma maça e indo para o quarto.

Ao chegar ao quarto, fui até o guarda-roupa. O abri e procurei por seu fundo falso, peguei o diário de meus tios e fui até a cama. Tudo bem que eu já estava cansada de ler aquele diário, mas era isso que estava me reconfortando. Parecia que tendo aquele diário perto de mim o resto da minha família também estaria e eu já seria tão sozinha.

Hoje, especialmente, eu precisava daquele diário. Pensei no que eles pensariam, mas não foi muito bom pensar nisto. Nem meus tios nem meus pais gostariam de presenciar a minha vida agora, esse caos que eu havia me tornado. Não é algo para se ter orgulho. Eu não tenho orgulho de eu mesma, ainda tento entender como a minha vida foi ficar deste jeito.

Mas hoje tudo vai acabar. Eu serei, amanhã, apenas Elizabeth Grunger, a garota revoltada com os cabelos desgrenhados, que cheira a uísque e só isso. Eu serei apenas uma humana, apenas eu, envolta em minha solidão, vivendo sem ódios e sem culpa, talvez um pouco dela, mas com certeza melhor do que sou hoje.

Hoje é o dia de mudanças. E pela primeira vez em muito tempo eu quero viver o hoje, pensando no hoje e pouco me importando para o amanhã. Hoje será uma dia memorável. É, bastante memorável.

- Oi. – dei um pulo da cama e coloquei o diário atrás de mim. – Calma, sou eu! – Stefan estendeu as mãos para o alto e deu um sorriso calmo.

Fiz sinal para que ele entrasse no quarto. Stefan adentrou no quarto e trancou a porta em seguida. Veio até a cama e se sentou de frente a mim.

- Eu já falei com Jeremy, ele disse que está tudo pronto. – Stefan disse enquanto me analisando. Não era esse o assunto que ele queria conversar. Acenti. – O que está acontecendo com você?

Respirei fundo e o encarei. Será que é possível eu também não saber? Balancei a cabeça negando.

- Sabe o que eu acho? – neguei com a cabeça. – Você está a um ponto de explodir, não vai agüentar se continuar assim. – Ele parou e olhou para o quarto. – Você precisa se soltar.  – fez uma dança desajeitada e se levantou. – Vamos! – estendeu a mão para mim.

- Aonde? – perguntei receosa.

- Sei lá. Vamos sair desta cidade até a noite. Nos divertir gata. – eu sorri com a animação dele.

Até que não seria má idéia descontrair um pouco antes do que estamos prestes a fazer. Peguei em sua mão e Stefan me puxou da cama.

[...]

Algumas horas depois nós já estávamos na divisa de Mystic Falls e um pequeno distrito localizado ao norte. Stefan e eu não conversamos durante o caminho, apenas cantamos músicas, como dois jovens à noite voltando de uma balada, bêbados e eufóricos, apenas curtindo a vida.

Mais alguns minutos de viajem, e Stefan parou na frente de um bar à beira de estrada.

- Nossa jornada começa aqui. – disse e saiu do carro.

Segui-o e entramos no bar de cheiro desconfortante e mais ou menos cheio. Stefan me puxou até o balcão e pediu duas garrafas de uísque. Pagou e me puxou de volta para a saída. Continuei seguindo-o, atravessamos a avenida e entramos em um bosque que a rodeava. Andamos alguns minutos pelo bosque denso e pouco explorado. Eu já podia sentir o suor descendo por minha pele, minhas pernas doíam e eu já estava toda descabelada. Parei um pouco para descansar e quando percebi Stefan já estava inalcançável.

- Só me faltava essa! – reclamei e continuei andando em linha reta.

Não dava para saber onde o bosque acabava ou se tinha alguma coisa ali sem ser as arvores. O próprio sol não adentrava totalmente, então era difícil perceber onde eu estava e onde pisava, ou aonde eu iria. Olhei em minha volta sem enxergar muita coisa, andei mais um pouco e alguns passos do meu lugar anterior eu tropecei e fui ao encontro do chão. Porém antes de me esbugalhar naquele solo uma mão forte segurou um dos meus braços e me levantou.

- Obrigada. – disse e percebi que era Stefan quem me ajudara. – Onde você foi? – ele deu de ombros.

- Você anda devagar demais.

- Desculpe-me se eu não sou uma vampira. – resmunguei.

- Esqueci que seu colar não te dá esses poderes. – ele riu maligno. Dei um soco em seu braço e Stefan fingiu sentir dor. Revirei os olhos. – Vamos logo.

- Eu to cansada! – fiz bico.

Stefan revirou os olhos e me colocou em suas costas assumindo de repente uma velocidade incrível. Em alguns segundo percorremos o que eu levaria horas para percorrer. Quando Stefan me soltou eu percebi aonde estávamos, era o pico de uma montanha. Daqui eu via toda a Mystic Falls e o pequeno distrito a direita. O Sol brilhava contra a minha pele. Me senti em paz naquele lugar. Stefan foi até uma pedra e fez sinal para que eu me senta-se, depois me deu a garrafa de uísque.

- É incrível, não é? – ele disse fechando os olhos. – A paz que este lugar dá. Eu queria ter ficado aqui para sempre. – refleti sobre sua fala.

- Então foi aqui que você se escondeu o tempo todo? – perguntei perplexa. Pensei em Damon pensando que o irmão estava muito distante e na verdade ele estava ali do lado, o tempo todo.

- Esconder é broxante, Liza. – ele fez uma careta. – Foi só um meio de me distanciar e continuar perto. Pouca gente conhece este lugar, quero dizer, esta cidade. Muitos passam, mas pensam que aquele bar é apenas uma parada, quando na verdade, tudo isso tem uma história incrível e temerosa.

- Como assim?

- A história da cidade. A Cidade Fantasma é na verdade a cidade com maior concentração dos híbridos de Klaus. – ele suspirou.

- É aqui que eles se escondem. – concluí.

- Esconder é broxante, Liza. – ele repetiu. – Eles estão se preparando e evitando problemas para Klaus. Logo não haverá mais isso não é? – ele olhou para mim. Eu me encolhi. – Você sabe o que está fazendo, não é? -  seus olhos encontraram os meus. – Esses híbridos vão destruir Mystic Falls e depois a Cidade Fantasma aparecerá. – ele disse com um tom sombrio.

Respirei fundo.

- Sabe o que é engraçado? – neguei. – Tudo está em suas mãos. – Stefan disse irônico. – Logo você que não tem nada a ver com isso, com a história. O futuro de uma cidade está em suas mãos. – ele riu nervoso.

- Me desculpe. – disse sem me sentir realmente culpada. Eu nem estava entendendo o que ele queria dizer com isso.

- Pra que se desculpar, Liza? Não é motivo. O que eu quero dizer é que sua insegurança pode arruinar tudo o que você vem planejando.   E... – ele parou e olhou para o horizonte, respirou fundo, procurando palavras. – Eu me sinto culpado por você, por todo mundo estar nisto.

- Você não é culpado. – disse rapidamente. Depois daqueles dias com ele, eu passei a realmente acreditar nisto.

- Não? – acenti. – Você não conhece toda a história Liza. – ele respirou e me olhou nos olhos. – A raiva que Damon tem de mim é de eu tê-lo transformado em vampiro! – arregalei os olhos. O que ele estava dizendo? – Eu o obriguei a continuar a transformação. Damon só veio para esta cidade para se vingar de mim, tudo o que ele está passando é culpa minha.

Fiquei sem palavras tentando absorver aquela parte da história. Então foi ele o responsável por Damon se tornar um monstro e matar a minha família? Senti a raiva passando por minhas veias e me consumir rapidamente, Stefan me pegou no meu ponto fraco. Por mais que eu não acreditasse em sua culpa, o outro lado da minha consciência insistia em culpar alguém pelo que aconteceu. É ridículo, eu sei, mas é incontrolável.

Respirei o mais fundo que pude e fechei os olhos e punhos com força. A minha real vontade é de arrancar a cabeça de Stefan, de falar poucas e boas para ele, mas eu me contive, ou ao menos estava tentando.

- Não precisa esconder a sua raiva. – Stefan disse com voz chorosa. – É assim que você deve agir.

Continuei calada e parada. Aos poucos a minha raiva foi se esvaecendo e eu abri os olhos. Vi Stefan sair em uma velocidade estupenda e trombar contra uma arvore de propósito. A árvore tombou. Levantei-me rapidamente e fui até o meio caminho entre o pico e as árvores. Não dava para ver Stefan, apenas borrões.

- Stefan! – gritei com medo que ele se machucasse. – Eu não te culpo! – Gritei mais uma vez.

Ele riu estrondosamente.

- É mentira! – acusou. – Eu vejo em seus olhos. – De repente estava em minha frente, segurando meu rosto com força e encarando meus olhos.

Tentei conter o medo que me deu de Stefan naquele momento.

- Então você vê que eu também já o perdoei. – disse com voz baixa e firme, colocando minhas mãos por cima das dele. – Ninguém tem culpa Stefan. São coisas do destino. Olhe o lado bom disto tudo.

Stefan grunhiu.

- Lado bom? Que lado bom? Se você sabe me fala porque eu só vejo as desgraças que eu causei!

Pensei no que falar ainda tentando conter meu medo e a dor que eu estava sentindo. Eu tinha que pensar em algo rápido antes que ele esmagasse meu rosto. Então veio claro como a água.

- Elena! – eu disse alto.

- Eu só a fiz sofrer. – seu olhar aflito me lembrou como meu rosto ia aflitamente esmagado.

- Mas ela não te culpa. Ela te ama, ela te entende. – respirei sem forças. – Escuta Stefan, todos nós erramos uma, duas, milhões de vezes, mas há algum jeito de acertar sem errar antes? – ele refletiu e afrouxou um pouco suas mãos contra meu rosto. Suspirei de alívio. – Por mais que você tenha errado com a Elena, com Damon, eles te amam. E quando você voltar para eles, seus olhares não será de culpa e sim de amor, de alívio por você está bem. Não existe culpa eterna se existir amor! – eu disse sinceramente.

Stefan soltou completamente meu rosto, mas continuou me olhando. Parei para refletir no que eu disse. No meu caso a culpa é bem grande e inapagável, eu não tenho mais quem me amava, mas neste momento não era isso que me preocupava.

- Me Desculpe Liza. – acariciou meu rosto onde ele tinha quase esmagado meus ossos. – Eu tenho tanto medo de não dar certo. Se não for esta eu não tenho mais chances.

Olhei para ele sorrindo e com a confiança em alta.

- Vai dar certo!

Ele sorriu e me abraçou.

- Agora entendo porque Damon ficou louco por você, pirralha. – fiz uma careta pelo apelido e sorri.

Pensei na outra parte do que Stefan disse. Damon louco por mim. Tenho certeza de que ele era, mas depois do que fiz a única coisa que ele sentia por mim era ódio. Disso eu tenho certeza!


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Notas finais do capítulo

A fic está chegando ao fim e eu estava com algumas ideias para uma possivel segunda temporada. O que vocês acham? E o capítulo de hj? Gostaram? Mandem reviews!!
Bjos, até!



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