Capítulo 3

Dezembro de 2003
Newark, NJ.

Algum lugar da cidade


"Palavra que me defina no momento?"

"Vivo."

"Por quê?"

"Porque não sinto nada, e não tenho vontade de fazer nada.
Estou simplesmente... Vivendo!"

Depois de deixar os garotos no bar, Gerard saiu andando sem rumo pela cidade.
Era inverno e fazia frio, mas ele não queria ir para casa.
A noite estava bonita - pelo menos para Gerard -, a neve cobria grande parte do chão, dos arbustros, das árvores; deixando todo o resto com um ar sombrio. As ruas estavam quase desertas, a não ser por alguns bêbados que saiam de um bar.

"Opaa... Bar!"

- Bêbados, pessoas desconhecidas, cervejas... Tudo que eu preciso agora - pensou.

Então, em uma decisão repentina, Gerard decidiu entrar no bar e beber alguma coisa.

- Hmm, onde é mesmo que eu estou? 

Ele não conhecia aquele lugar. Era um bar pequeno e simples, com um balcão e algumas mesas velhas. A pintura era antiga, assim como as pessoas, que pareciam fazer parte da decoração do lugar. 
Todos homens velhos e mal-encarados.


Gerard passou pelas mesas e foi ao bar pegar sua cerveja.
O "barman" também era esquisito: baixinho, barrigudo, de cabelos grisalhos na altura dos ombros e com a barba crescida. O típico velho-rabugento-americano.
Ele o lembrou seu antigo visinho, o Sr. Rogers. Mikey tinha medo dele quando criança...

Gerard sorriu com a lembrança.

- Uma cerveja, por favor - disse ao homem.

O homem que limpava o balcão, levantou a cabeça para ver quem falava. Ele o observou por um momento. Depois foi ao freezer, pegou a cerveja, e entregou-lhe a garrafa.


Gerard deu as costas ao homem, e resolveu observar o lugar. Não havia nada de especial ali.
A maioria dos presentes jogavam cartas ou bilhar. Os outros estavam esparramados sobre as mesas, provavelmente bêbados demais.

Agora que Gerard olhava com atenção, percebera que havia sim mulheres no lugar. Todas eram estranhas (não que ele fosse muito normal), pareciam motoqueiras ou aquelas garçonetes vistas nos filmes de ação.

Ainda observando o lugar, ele avistou uma mesa isolada, no final do bar. Havia uma pessoa ali, mas ele não conseguia ver direito.

Gerard apertou os olhos para ver melhor.

"Era uma mulher, e pareceu familiar. "

E como se pudesse ouvi-lo, a mulher se virou e olhou para ele.


. . . 
- ele não acreditava ser possível!

"Não. Não, não e não!"

"Não pode ser!"


Gerard não acreditava no que seus olhos viam. Não podia ser possível, era coincidência de mais!
Ele estava bêbado, só podia ser.

"Não! Eu não estou bêbado."

"E o pior? Eu não estou enganado, era ela!"

Então, como que para comprovar o que ele já sabia, Meggan se levantou da mesa e foi até ele.