Lost In The Shadow escrita por LaraMagchep


Capítulo 10
O Sonho de Malfoy.


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse antes, esse capítulo é beeem realidade alternativa, se trata de um sonho de Draco. Lembrando que ele foi pego por Bogus, Bogus espia seu intimo e transforma as coisas que te fazem bem em sonhos para se alimentar da reação produzida por eles.



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Draco se levantou, bocejando, esticou-se todo estralando as costas. Virou-se da cama e calçou os chinelos, foi até o banheiro e parou com as mãos na pia, tentando focalizar sua imagem, confuso pela profusão de sonhos que tivera. Ligou a torneira, apanhou a água corrente e atirou contra o rosto, esfregou as mãos pelos olhos e cabelos levando-o até os ombros (estava maior? Podia crescer cinco centímetros em uma noite?). Voltou a se encarar, procurando a diferença que o incomodava, o que podia estar errado? Draco abaixou seu olhar outra vez, pronto a tirar mais água contra si, mas duas mãos tocaram sua cintura, passearam levemente pelas suas costelas e encontraram-se com seu peito ao mesmo tempo em que um singelo peso se acrescentava ao seu, roçando-lhe nas costas.

– Já de pé, meu amor?

Seu sangue gelou, um arrepio correu pelo seu peito ao reconhecer a voz, virou-se, ali estava Hermione. O que ela estava fazendo em seu dormitório? De camisola. Draco corou, abaixou os olhos para seus próprios pés, a infantilidade tomando as rédeas de suas ações.

– Draco? O que há?

Hermione envolveu seu rosto e o levantou, ela estava linda, seus cabelos compridos para baixo de seus ombros, seus olhos castanhos aflitos, preocupados. Ele amava essa sua expressão, estava preocupada com ele. Tomou-lhe as mãos e beijou suas palmas, ainda estava confuso, mas a figura de Hermione era tão real. Suspirou, o calor a fez rir, se aproximou e uniu seus lábios.

– Vamos, meu amor, eu vou me aprontar e descer, seus pais estarão ai há poucos minutos.

– Meus pais? – Sua voz soou-lhe mais grossa do que lembrara, hesitou tentando se acostumar com o timbre – O que eles estariam fazendo...?

– Sua mãe que propôs, lembra-se? Ela trará a sobremesa.

– Mas, Hermione, o que eles iriam querer fazer aqui?

Hermione pareceu séria até rolar os olhos.

– Eu também não faço idéia, mas serei gentil, eu gosto deles, gosto mesmo, Draco. Mas sua mãe é superprotetora.

Claro, o único problema de Draco era esse: A mãe super protetora.

– Você não está me entendendo – Protestou sentindo a raiva começar a esquentar-lhe as faces.

– O que houve com você, meu amor? Está diferente essa manhã. Parece abatido.

Draco abriu a boca, tentou falar, tropeçou-se nas palavras, nada parecia direito naquela voz potente, nada parecia direito naquela linda e adulta Hermione. Mesmo assim mais baixa que ele.

– Eu vou descer, tome um banho e faça o mesmo, sim? Felix está limpando o quintal, vá ajudá-lo depois. Seu pai sempre repara quando deixa suas bagunças espalhadas no gramado.

Hermione voltou a beijá-lo, ele esperou que a porta do quarto fechasse para ele se virar aturdido para o espelho e sufocar um grito. Estava mais velho, não muito, parecia mais velho que Hermione, ele estava mais marcado. Seus cabelos iam até o ombro, amarrado em um elástico frouxo, crescia uma barba rala pela extensão de sua mandíbula, estava mais alto, pelo menos dez centímetros, tinha músculos salientes por baixo da camiseta branca (pensou em pijama, de alguma forma sabia que aquilo era um pijama) e seus braços eram fortes e grossos. Ele era um homem. Um homem casado com Hermione Granger. Ofegou e olhou ao seu redor, nada daquilo lhe fazia sentido, mas era familiar, como se tivesse se mudado recentemente, não soubesse onde ficavam as coisas em seus novos lugares, mas algo vago em sua memória lhe apontava a direção. Saiu do banheiro, firmando o rabo de cavalo, a franja caiu de ambos os lados do rosto e foi posta para trás das orelhas, abriu um armário, dezenas de roupas femininas lhe encheu as vistas, fechou rapidamente. Porta errada. Abriu à próxima e as suas roupas surgiram aquilo não mudava uma infinidade de camisas sociais com um punhado de botões e abotoaduras com o M estampado. Casacos pesados e negros, pelo menos uma dúzia de gravatas dobradas em caixinhas, ele via Hermione em seu guarda-roupa, teve um vislumbre dela de joelhos enfeitiçando o armário e ele tombando contra ela. Apanhou a calça mais gasta e a camisa menos social o possível e ainda assim estava pronto para uma noite de gala.

Calçou os sapatos e saiu para o corredor estreito, notou uma porta entre aberta ao lado da de seu quarto, desceu as escadas trazendo as mangas da camisa até os cotovelos, sua sala de estar era ampla, aconchegante e muito clara. Dois sofás de cinco lugares vermelhos e uma poltrona verde (“Eu não acredito que comprou isso” “Você comprou sofás vermelhos” “Porque você não cresce Draco?””Foi você quem começou”) um tapete de pelugem branca e alta, uma mesinha de centro transparente (“Ela é linda, Draco” “Me desculpe pela poltrona, eu vou até a loja e a troco” “Tudo bem, meu amor. Tudo bem”) e a frente de uma gigantesca vidraça, com a visão de um amplo e bem cuidado jardim uma raque com uma televisão em cima. Seus pés o levaram para a cozinha, sentia cheiro de waffles e galinha.

– O que diabos você está fazendo para o café? – As palavras saíram tão automaticamente que só teve tempo de se refrear quando já haviam sido ditas.

Hermione sorriu.

– Waffles é para agora, a galinha é para seus pais.

Era fácil estar com Hermione, aquele mundo não o pertencia, de fato, sua ultima lembrança que ele tinha era de estar voltando da Sala Precisa em Hogwarts, mas tudo indicava que isso havia sido há mais anos que podia contar. Concluiu que estava ficando louco e era melhor dançar com a insanidade. Ele se sentou e olhou para o prato sujo a cadeira a sua direita. A cozinha era clara como a sala, a porta de vidro dos fundos dava para um pomar e uma piscina daquelas altas e enormes.

– Você já comeu?

– Já, mas olhe a porção de cascas é de Felix.

– Felix... Hum... Claro.

– Falando nisso, depois de comer vá ajudá-lo, por favor. É muito difícil arrumar toda sua bagunça sem usar magia.

Draco engoliu tudo depressa e calado, sim, senhor. Ele iria ajudar Felix. Deixou que a Hermione crescida lhe beijasse uma terceira vez e retribuiu com animação, levou alguns tapinhas e foi até o quintal. Conheceria esse tal de Felix.

Malfoy estancou. Deu meia-volta, estancou outra vez. Deu um passo e virou-se embaraçado. Aquilo era o cumulo, aquilo era muito complicado. Cruzou os braços e engoliu em seco, adiantou-se para Felix que sorriu arreganhado quando viu Draco.

– Ei, papai.

Felix não era louro, seus cabelos eram castanhos como os de Hermione, lisos, caindo-lhe em um corte tigela como de todos os outros meninos de sua provável idade, não passaria dos dez anos. Seus olhos eram cinzentos, como os de Draco, seu nariz fino, como os de Draco e para o choque bater-se contra o sonserino com mais violência, a voz arrastada e tediosa era a de Draco. Tinha lábios cheios como os de Hermione e um ar superior partilhado pelos seus dois progenitores.

Felix avançou oferecendo a mãozinha, Draco estendeu a sua, praticamente embrulhando a mão do filho com seus dedos.

– Mamãe disse que o senhor vai me ajudar com magia.

– Anh? Claro... Claro que vou, é, filho.

Tateou em busca da varinha, notou que estava sem, o filho se ofereceu para buscar.

– Sim, mas tome cuidado para não realizar nenhuma magia senão o Potter cai em cima de mim.

Refreou, não sabia de onde aquilo havia saído. Era casado, era pai e, mediante ao que via, era um inventor. O maior tipo de coisas possíveis, quebradas e pela metade estavam espalhadas do lado direito da casa, metais grossos retorcidos, metais finos intactos, alguns fincados no chão, outros tomando forma de (nave espacial?) algo extremamente absurdo. Pensou no que diabos fizera nos últimos anos (“Parabens, Sr.Malfoy, tem o Departamento de Tecnologia Magica inteiro em suas mãos, esperamos pelos seus avanços, Sr.Malfoy”) Felix veio correndo com a varinha, Draco a ajustou a mão finalmente algo solido e familiar, fez um floreio e tudo começou a flutuar para um deposito. Os olhos do garoto brilhavam.

– Uau. Papai, o senhor é o maior mago do mundo, não é?

– Ora, vamos, ainda tem o Ministro da Magia – Ponderou Draco em uma falsa modéstia emocionada.

– Que nada, papai, o senhor é irado para caramba. Tio Potter é um trasgo perto de você.

E o abraçou, simples assim, Draco sentiu-se pai daquela criaturinha fascinada. Afagou seus cabelos e os bagunçou um bocado, não havia passado cinco segundos inteiros quando Hermione vem marchando da cozinha.

– Felix Granger Malfoy, o que eu já lhe disse sobre repetir as mentiras de seu pai?, marche já para seu quarto mocinho e vista a roupa que preparei, antes que eu o transfigure em uma doninha.

Felix empalideceu, soltou as pernas do pai e correu para dentro, fazendo uma volta gigante da mãe. Hermione cruzou os braços, enquanto que, com um aceno da varinha, Draco fechava a porta da garagem.

– Golpe baixo esse da doninha. Não precisa ficar lembrando. – Se aproximou com desdém.

– Tem sorte de eu não transfigurar a você. – Ela o espetou com a varinha.

Draco a abraçou e ouvi um estampido em frente sua casa, Narcisa e Lucio acenaram.

– Eles chegaram.

Hermione tremeu levemente, Draco apertou seus braços, beijando a testa de sua esposa.

– Você vai ficar bem, você é a melhor. Além do mais, não é como se nunca tivéssemos passado por isso.




Quando Draco se aproximou de seu pai não achou que pudesse agüentar, Lucio estava exatamente como se lembrava, como gostava de se lembrar, os cabelos esbranquiçados cobrindo-lhe os ombros até o peito, um sorriso atrevido e carregado de nobreza, e o rosto corado e feliz, diferente de quando Lord Voldemort voltara-se contra os Comensais impunes. Seu pai não havia cruzado a soleira da porta quando ele se arremessou sobre o pai, envolvendo-o em um abraço apertado, demorado, carregado de saudade e culpa.

– Draco, tudo bem filho?

Draco fungou um “sim” apertando mais o pai, Lucio deu umas palmadinhas sem jeito contra o ombro de Malfoy filho e sorriu. Narcisa virou-se para Hermione que deu de ombros, tirou-lhe a sobremesa das mãos e os levou até o jardim dos fundos onde havia improvisado uma mesa de campo. Felix ajudou a mãe e a avó a passar o almoço para fora e quando se sentaram, Lucio exclamou colocando a mão no ombro do filho.

– Os Malfoy outra vez reunidos.

Os Malfoy, Draco refletiu sobre o que aquilo implicava. Olhou seu garoto, os cabelos bem penteados, metido em vestes negras com o brasão da família em seu peito, olhou para Hermione e sorriu, em seu dedo, contratando com sua pele branca perolada o anel que lhe presenteara e antes a grifinoriania escondia dos amigos pendurando-o no pescoço, em seu dedo anular. O grosso M forjado reluzia em seus finos dedos.

– Mesmo que sua esposa seja uma teimosa e tenha mantido o “Granger” – Suspirou Lucio espetando um pedaço do frango – Mas somos todos Malfoy no fim das contas.

Hermione riu concordando, Draco recostou-se a cadeira, servindo-se de suco de abobora. O sol do meio dia brilhava sobre eles, quente, reconfortante. Seu pai colocara Felix no colo e contava-lhe coisas sobre Hogwarts, Narcisa elogiava o assado de Hermione e pedia para sua nora nascida trouxa que lhe passasse os temperos e o endereço das lojas para consegui-los. Draco sorria para sua família, era isso, sua família. Não entendia o que estava havendo, como caira no meio daquele redemoinho de impossibilidades, mas se fosse para eleger um sonho perfeito, seria aquele. Com seu pai seguro perto do filho, com sua mãe sorrindo despreocupada, com um moleque que jamais estivera em seus planos antes mas que parecia ser essencial agora, e com Hermione, finalmente com Hermione, podendo considerá-la família definitivamente.

– Draco, eu trouxe uma coisa para Felix.

– Onde está, onde está?

– Primeiro agradeça, rapaz – Repreendeu Draco automaticamente.

– Obrigado, vovô... Onde está?

Risadas.

– Ali, na sala, vá buscar.

Felix correu para dentro, deu um grito e voltou ainda correndo, os olhos brilhando e uma vassoura de brinquedo erguida por cima de sua cabeça, sorria largo, pulou no pescoço do avô Malfoy depois foi até o pai, a vassoura nas mãos.

– Olha papai, olha o que eu ganhei. Você me ensina a voar, papai?

– Claro que ensina – Cortou Lucio, servindo-se da sobremesa da mulher – Seu pai era o jogador de quadribol que melhor voava em seu tempo.





– Ah, não é justo. Não é justo!

– Você vai ter que conviver com isso.

– Mas, papai...

– Draco, você perdeu para seu filho, você queria um jogo justo não foi?

– Ah, pai! Por dez pontos só!

– É isso ai, você ouviu o vovô, vai ter que conviver com isso.

Draco arrastava emburrado sua vassoura, Felix sentado nela, com os pés no descanso, sorria vitorioso. Lucio olhou para o filho, Draco sorriu piscando. Felix estava vibrando por ter ganho do pai, ninguém iria lhe contar que fora porque o pai quis assim, mas Draco tinha de admitir, o pequerrucho tinha jeito.

– Lucio, ai esta você – Chamou Narcisa, sorrindo – Acho que já está na nossa hora.

– Já? V-Vocês não podem ficar mais? – Desesperou-se Draco.

– Calma, querido. Eu e Hermione marcamos para a próxima semana –Tranqüilizou Narcisa pousando sua mão sobre o rosto do filho – Fico feliz que você e seu pai tenham ajustado as contas.

– Eu também, mamãe.

Os patriarcas Malfoy aparataram meia hora depois em frente ao portão da residência dos novos Malfoy. O sol já deitava em sua tarde crepuscular, Felix dormia nas costas do pai, a cabeça em seu ombro e os braços e pernas moles, sustentados apenas pela força de Draco. Hermione caminhava para dentro ao lado do marido comentando sobre o dia.

– Você e seu pai realmente deixaram de lado as diferenças.

– Ele é meu pai, eu também não sei como viveria brigado com Felix.

– As coisas podem dar certo então?

– As coisas sempre podem melhorar, sangue-ruim.

Ela riu sonoramente e beijou o marido, afastou-se olhando em seus olhos.

– Eu gosto quando você me chama assim.

– Você é estranha. - Felix roncou atrás do pai e o casal riu – Tem problema ele dormir agora? Pulou o dia inteiro deve estar um caco.

– Não, eu tenho certeza que vai só cochilar e acordar para o jantar.

Draco concordou e subiu as escadas, abriu a primeira porta e encontrou o quarto do filho. Era azul, imerso em pôsteres de futebol e quadribol, seu time era o Tornados, e Draco assim deduziu pela quantidade de miniaturas dos jogadores que estavam espalhados pelo assoalho. Draco jogou as roupas do garoto no chão e puxou as cobertas, habilidosamente deitou o filho e o cobriu. Sentou-se alisando seus cabelos macios, pensando em como pudera gerar essa criaturinha, já se levantava quando dois dedos apertaram os seus, ele olhou para baixo, Felix sorria.

– Hoje foi muito irado, papai. Obrigado por me deixar ganhar. O senhor é o maior.

Draco beijou sua testa e saiu, desceu as escadas e Hermione o esperava no sofá da sala. Sentou-se ao lado dela, passando a perna direita para cima das almofadas, trazendo o corpo da mulher sobre o seu.

– Felix disse que eu sou o maior.

– Você é o maior, meu amor.

– Isso tudo é verdade?

– É, meu amor, tudo isso é verdade – Hermione deitou em seu peito, fechando os olhos.

– Hermione...

– O que?

– Eu amo você.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3



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