CAPÍTULO XI:

A seleção:

LISTA DE TREINADORES:

Baseball: Treinador Aaron Cameron

Futebol Americano: Treinador Eduard Flitz

Basquete: Treinador Murphy

Gil começou a andar para os vestiários com os colegas de classe quando o treinador Cameron o chamou para conversar no canto.

-Eu não acredito que voce está pensando em sair da equipe, Gil. Voce nem precisa competir com os calouros para jogar esse ano!

- Eu gosto muito de jogar na equipe, professor, mas você sabe que eu nunca prometi ficar nela os 3 anos.

Quando Gil ingressou a primeira vez foi para substituir um aluno do 3º ano que havia se machucado no meio do campeonato. O técnico ficou desesperado, já que seu time realmente tinha chances de chegar à final, mas com um jogador a menos isso não aconteceria. Então, no intuito de achar o substituto perfeito, em uma das aulas de EF organizou um jogo de baseball, no qual Gil se destacou e foi escolhido para o time. Na época o garoto deixou claro que só faria isso pela escola, e que no ano seguinte provavelmente não estaria ali.

-Eu sinceramente não entendo sua relutância em jogar, Gil. Afinal, não é este seu esporte favorito?

Na verdade, Gil não via a perfeição em outro esporte que não fosse o Baseball. Seu amor pelo jogo veio de seu pai, outro aficionado pelo esporte. Os dois passaram muitas tarde agradáveis brincando e assistindo os jogos, seja na televisão ou no estádio. Mas Gil não queria transformar um hobby tão agradável em profissão. E foi o que ele falou para seu técnico.

-Gil, não estou aqui para transformá-lo em um jogador profissional. Não, o seu futuro você quem sabe. Mas sinto que com você no time esse ano temos chances de ganhar afinal. E você sabe como isso pesa quando for considerar sua entrada na universidade. Eu não quero te transformar em um jogador, mas sim aproveitar o seu talento nato. Pense sobre isso.

Terminado o discurso, o treinador se retirou para conversar com os calouros e Gil seguiu para os vestiários. O garoto sabia como estar em um clube da escola e vencer um campeonato dava mais chances de ingressar na faculdade, mas também outros fatores ajudavam. Como ser monitor e ter uma das mais altas médias do colégio. Ou seja, neste quesito Gil só precisava se preocupar em manter sua média acadêmica alta, e jogar baseball só iria atrapalhar seus planos.    

Mal sabia Grissom que iria mudar de ideia rapidinho...

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O resto dos alunos, que não iriam participar dos testes,  saiu da aula direto para os vestiários tomar um banho. Sara e Wendy tomaram um ducha rápida e quando saíram dos vestiários toparam com Hank. O garoto parecia estar esperando alguém, apoiado na parede com os braços cruzados. Quando ele avistou as morenas abriu um sorriso e se endireitou, indo em direção a ela.

-Sara, posso falar com você? A sós?

Wendy olhou para a amiga, que balançou a cabeça positivamente.

-Vai lá, Wendy. Eu te alcanço depois.

A menina disse um sim rápido e saiu rapidamente, falando um te vejo mais tarde,bem baixinho.

-Podemos ir para um outro lugar?-Hank perguntou

-Ok.

Os dois foram andando em silêncio. Sara só seguia Hank, pois não conhecia direito o lugar. A garota reparou que ele já havia trocado de roupa, vestindo agora uma jaqueta da equipe de futebol da escola.

Estavam agora no parque, sozinhos.

-Então, o que você tem para me falar?- ela disse, meio sem paciência para o garoto.

-Ei, o que eu fiz para você falar assim comigo?- Hank disse, aborrecido com o jeito grosso da garota.

-É que eu não tenho paciência para gente que não sabe jogar limpo- ela disse, fazendo referencia a falta que ele fizera em Grissom naquela tarde.

-Ah, aquilo foi... foi no calor do momento... acontece em todo jogo...

-Não foi bem isso que pareceu...o treinador ficou bem aborrecido.

-Ce tá brincando comigo né... isso é tudo culpa daquele Grissom...ele é uma estrelinha, queridinho de todos os professores...maior baba-ovo...se não fosse por isso

-Hank...por favor... deixa de ser mal perdedor.

-Tá bom... Mas só se você prometer não ficar irritada comigo... Eu juro que foi coisa de jogo, acontece com todo mundo. Olha, se eu fosse um troglodita tenha certeza que o treinador Flitz já teria dado um jeito em mim... Eu sou um cara legal.

E era verdade. Todas as meninas achavam Hank um fofo, inclusive Catherine. E a loira comentara que era uma sorte ter um carinha como aquele dando atenção para ela. Só tinha um, porém... Ela não conseguia tirar uma sensação estranha de dentro dela toda vez que Hank se aproximava. Afinal, aonde quer que ela fosse o garoto aparecia. Era quase como se ele estivesse a perseguindo. “Ah, Sara, para de ser paranoica!”

 -Ok, eu prometo.

Hank sorriu e falou:

-Então tá. Escuta- ele disse, chegando perto dela- Eu e meus amigos do time estamos combinando de dar uma volta na cidade na sexta... ir no cinema, comer uma pizza... eu gostaria que você fosse comigo.

Sara ficou vermelha com o pedido. Ela realmente não sabia o que fazer para recusar o pedido sem machucar o menino.

-Olha Hank...

-Não precisa responder agora, Sara. Só pensa nisso. E você pode levar seus amigos também. Sem pressão nenhuma, eu só quero passar um tempo com você.

-Ah...tudo bem...

Hank sorriu novamente e tascou um beijo na bochecha de Sara.

-Você não vai se arrepender, Sara. Agora vamos que sua amiga deve estar te procurando.

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Gil, Catherine e Wendy chegaram ao parque no mesmo momento em que Hank beijava Sara. Gil, que já ficara verde de ciúmes quando Wendy falou com quem estava Sara agora exibia um rosto impassível. Mas sua amiga loira já conhecia seu amigo e tratou logo de falar.

-Calma Gil. Parece que Sara não gostou muito da audácia do rapaz.

-Como assim não gostou? Se um cara lindo desses, ainda por cima jogador, me desse um beijo eu ...

-Calma Wendy!- Cath exclamou entre risadas- Pensa bem... se a Sara não quiser pode passar pra voce.

-E eu lá quero o resto dos outros!

Enquanto as duas discutiam Hank e Sara se viraram e viram o trio se aproximando. Sara meio que se separou de Hank e foi em direção aos amigos.

-Ei, o Hank tá convidando a gente para sair na sexta. Vocês querem ir?- ela falou com todos, mas seu olhar se demorou mais em Grissom, rezando para que ele não tenha ficado irritado com a cena que presenciou.

-Claro- exclamou Cath- Vamos todos, não é Gil?

-Sim... Aposto que vocês precisam de alguém responsável para tomar conta, não é Hank?

-Não precisamos Gilbert. Não faremos nada demais, e eu sei que não é sua praia. Pode deixar, eu tomo conta das garotas,

Ele disse o olhar de desafio para Grissom, que já estava ficando farto com o rapaz. Antes que Gil pudesse responder, porém, um amigo de Hank apareceu, o chamando.

-Então tá. Sara, até mais tarde.

E saiu correndo em direção ao amigo.

-Nossa, Sara. Ele tá caidinho por você.

-E você, Sara... tá caidinha por ele?- a pergunta veio de Gil, com um sorrisinho de canto de boca. Ele queria esconder seu ciúme, fingindo não estar nem aí para o que Sara pensasse.

-Você sabe que não! Esse cara me dá calafrios... tá sempre na espreita... Esquisito.

Gil não conseguiu conter o largo sorriso com a resposta da garota, o que Catherine e Wendy acharam bem interessante.  

-Bom, Sara, nós estávamos te procurando. Vamos ao salão de jogos e queríamos saber se você quer ir com a gente?

-Sim, eu gostaria.

-Então, vamos.

Catherine puxou Wendy pela mão e piscou para Gil. O garoto sorriu e começou a andar devagar ao lado de Sara.

-Então... o Hank...

-É... Ele é esquisito. Toda hora aparecendo onde eu estou.

-Ele está te cercando por todos os lados. Quer garantir o dele.

-Mas eu não sou dele.

-Não... - ele sorriu, satisfeito- Sara... eu... o que foi para você aquilo, no outro dia?

-Ah... o...

-É...- ele falou envergonhado.

-Foi... especial.

-É... também foi, para mim- tomado de coragem pela declaração de Sara, Gil pegou a mão dela e a fez olhar para ele- Então, o que você acha de, para  se livrar de pretendentes malas, você e eu....

- O que? Namorar?!- O coração de Sara disparou com o que Gil estava tentando fazer.

-É... eu gostei de você, e acho que você gostou de mim. Então, por que não?

Sara sabia que não deveria pensar muito. Afinal, Gil era tudo o que ela queria em um homem. A garota então balançou a cabeça e pulou em cima de Gil, que riu e rodopiou Sara. No final, colocou a mão no rosto da garota e a beijou, um beijo casto mas cheio de carinho.

-Uhuuuuul!!!!

O mais novo casal foi interrompido pelos gritos extasiados das amigas que estavam a frente. Gil olhou nos olhos de Sara e deu um sorriso.

-Desculpa por isso... a Cath é meio sem noção.

-Tudo bem- Sara respondeu e Gil a puxou para um abraço.

-Vocês querem parar com essa melação aí! Eu to na seca há meses, não preciso de vocês para me lembrar o que estou perdendo.

Sara começou a rir e largou Grissom, que na hora falou.

-Garota,essa foi longe demais!- Gil disse, querendo se fazer de sério, mas estava com um humor tão bom que era impossível. É melhor você estar preparada pra tomar uma coça nos jogos, porque depois dessa eu não vou pegar leve!

-Como se você fosse melhor em alguma coisa do que eu,Grissom...

-Ah é? Então veremos... quem me barra na sinuca?

-Ah, Gil isso não vale. Voce é fera na sinuca!

-Então começa a correr, quem chegar primeiro escolhe o ...

Antes de ele terminar a garota já partira em disparada.

-Ei, volta aqui.

E saiu correndo atrás dela, deixando Wendy e Sara a ver navios.

-Nada competitivos, não são?- Wendy perguntou.

-Nada!

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Enquanto isso, nas quadras:

Warrick e Nick esperavam ansiosamente o técnico vir explicar como seriam os testes para ingressar nas equipes da escola. Eles estavam sentados nas arquibancadas da quadra poliesportiva da escola. Ao longe podiam ver os membros mais antigos das equipes. Sabiam que alguns deles já teriam vaga cativa e que isso significava uma vaga a menos.

Jim estava entre seus colegas do futebol americano, discutindo os calouros a sua frente. Apostavam em quem entraria para as equipes, e o jovem colocou sua fé em Nick.

-O cara tem resistência, vimos isso no dia do trote. A Cath fez dele seu pano de chão e ele ainda saiu andando... Além disso, ele tem coragem... Ah se tem... Eu não encararia aquela loira do jeito que ele fez.

Os amigos concordaram, acenando com a cabeça. Sendo filha de quem era ninguém ali gostava de mexer com a senhorita Flyin.

-Então, garotos! Acabou a moleza!- exclamou o treinador Flitz- Vocês enfrentarão o time de calouros, e não quero saber de ver vocês perderem! Ao fim do jogo, se eu decidir que algum de vocês tiveram um desempenho fraco podem desistir de jogar pelo resto do ano. As novas posições serão preenchidas com os melhores calouros! Então tratem de me deixar orgulhoso!

Os meninos então foram para suas posições enquanto Flitz chamava os alunos para compor a outra equipe.

-Nicholas Stokes!

Warrick deu um tapinha no ombro do amigo e falou.

-Vai que é tua Stokes!

-Pode deixar!!

Apesar de nervoso Nick entrou no campo e se dirigiu a posição que o treinador Flitz mandou. Olhou para o outro lado do campo e viu Brass acenar para ele e depois fazer um gesto que dizia “tu tá ferrado, amigo!”. Nick engoliu em seco e resolveu fazer um aquecimento rápido.

Do outro lado da quadra, Jim já sentia pena do novato. Quando falou para seus amigos sobre Nick não esperava que eles resolvessem testar o rapaz. Ou seja, fariam um jogo mais pesado para cima dele, no intuito de ver se o garoto era tão durão quanto aparentava. É, parecia que Nick sofreria um trote de novo.

Nas arquibancadas Warrick pode ver que o jogo seria massacrante para os novatos logo nos primeiros minutos. Mas não pode ficar para assistir, pois logo o treinador Murphy o mandou para a outra quadra. O teste dos meninos do basquete seria o mesmo. Calouros contra veteranos. Warrick, diferente de Nick, não foi escolhido o pato da vez.

Todos os testes duraram uma hora, mais ou menos. Os treinadores se reuniram com todas as notas do jogo nas mãos e dispensaram todos, dizendo que, ainda aquela semana, colocaria uma lista com o nome dos escolhidos nos murais da escola.

Nick saiu quase rastejando, o corpo todo dolorido das trombadas que tomou o jogo todo. Warrick não aguentou a cara do amigo e começou a rir.      

-É, Stokes, parece que o seu jogo não foi tão bom!

-Que nada! Eles queriam é me testar. Saber se eu aguento o tranco.

-Parece que não aguenta!

-Cala a boca! Tu não sabe de nada...

Os dois amigos saíram andando e implicando entre si