Harry Potter e o Prelúdio de Inverno escrita por Thierry Grima


Capítulo 4
Capítulo 3º: Sobre Titulações e Ordens


Notas iniciais do capítulo

Antes do capítulo, um aviso:
Respondi todos os reviews, estão no logo abaixo, com as notas!
Enfim, espero que gostem do capítulo!



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CAPÍTULO TERCEIRO: SOBRE TITULAÇÕES E ORDENS

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Se eu ao menos tivesse pensado nas palavras certas
Eu poderia ter me agarrado ao seu coração
Se ao menos eu tivesse pensado nas palavras certas
Eu não estaria fazendo em pedaços todas as fotos de você

Pictures of You – The Cure


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– Muito bem, agora que já nos apresentamos como se deve ser, continuaremos a falar sobre o último tema que a professora Halspe tratou com vocês.


Quando avisaram Hermione que havia alguns alunos cursando um reforço durante o recesso natalino ela realmente achou que eram alguns, e não quase todos os alunos do 5º ano. Havia concluído do curso de História e Sociologia da Magia há tempos, apesar de nunca se esquecer do que havia aprendido no decorrer dele, a insegurança lhe tomava conta.


– Professora Granger, estávamos falando sobre a titulação dos grandes magos medievais e a instituições das ordens.


– Perfeito, senhorita...


– Houston, Petit Houston! – A corvinal era com certeza a única estudante daquela turma que ansiava por algo.


– Perfeito, senhorita Houston. – Hermione lhe lançou um sorriso meigo antes de prosseguir. – Titulações mágicas, um enigma para os grandes estudiosos da magia. Muitos magos tiveram suma importância na história da formação de nossa comunidade, desde os grandes fundadores, aos que os antecederam e procederam. Exemplos?


Você-sabe-quem? – Um aluno respondeu receoso.


– Exato! Mas ainda precisamos de algo mais específico. – Hermione olhou esperançosa para as inúmeras cabeças sonolentas a sua frente, desistiu da arguição quando percebeu que não obteria respostas. – O que vocês acham de Merlim!


– AH! Ele foi um grande bruxo! Muito poderoso! – Petit Houston respondeu rápido, com ar de alta sabedoria.


– Quase isso Petit! Merlin não era o nome de um bruxo, mas sim um título! O mais poderoso e sábio dos bruxos das cortes da Bretanha recebia esse título, era ele o alto-sacerdote que representava o poder de Gaia, a deusa da terra; assim era também com a Dama-do-Lago, alta-sacerdotisa da velha religião pagã. Muito se sabe sobre esses títulos, mas pouco sobre a quem eles eram ofertados.


– E quanto a ordem de Merlin, ela não foi fundada por um desses magos? – Aos poucos alguns alunos pareciam se interessar mais sobre o assunto e iniciaram questionamentos.


– Não, a ordem de Merlin é uma instituição onde os mais importantes bruxos se reúnem para tomar as decisões quanto ao equilíbrio das leis da magia. Não existe um Merlin no momento, e creio eu que nunca mais haverá, por isso há essa necessidade de uma organização democrática. O poder do Merlin só seria validado se ainda houvesse uma antiga religião, mas ela morreu junto com o seu reduto, a ilha de Avalon. – Hermione encostou-se na mesa e apoiou as mãos na sua borda, prestando atenção nos olhos brilhantes daqueles jovens.


– Merlin, Dama do lago... E Morgana, também é um título? – Uma aluna com cabelos extremamente claros abrigada na Lufa-Lufa perguntou.


– Não, pelo contrário senhorita Abelline; Morgana foi uma das mais influentes e poderosas bruxas do seu tempo, iniciou-se na magia pagã da cura e da fertilidade, mas posteriormente ateve-se a desejos insólitos e conseguiu destruir todo um reino. Fata Morgana, como era conhecida, tinha do dom de persuadir e iludir os homens, mais até do que a senhora Circe. Por um lado era o reflexo da mulher evoluída, tomando partido somente daquilo que a convinha. Foi símbolo de força e coragem, apesar de malévola e cruel.


Hermione sorriu e dirigiu seu olhar para a porta que acabava de se abrir.


– Com licença professora Granger, existe um lugar pra mim em sua classe? – O cochicho das meninas começou instantaneamente, alguns meninos reviraram os olhos enquanto Harry Potter se acomodava em uma carteira bem no fim da sala, sem esperar a resposta. Lançou-lhe um olhar completamente lisonjeiro e apoiou o queixo sobre as mãos, esperando que ela prosseguisse.


– Muito bem, continuando... Morgana foi considerada amante, bruxa, traidora e em certo ponto de sua história foi abandonada pela Deusa que adorava, sendo repelida da entrada de Avalon. Nunca se soube ao certo o que houve com ela, porém, alguns céticos acreditam que ela nunca teve sua vida consumida por completo.



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Os alunos se despediam de Hermione alegremente, um deles chegou a comentar todo pomposo para o outro “Eu serei o novo Merlin, eu sinto em seu sangue”, tirando risos gostosos da professora. Ainda sentado no fundo da sala, Harry a olhava com neutralidade.


Ela se dirigiu a ele após fechar a porta e arfou, sentindo-se bem após o transcorrer das aulas.


– Se saiu bem Mione. – Ele sorriu, ainda com o queixo apoiado nas mãos e uma cara de sono que deixava transparecer por completo a seu desinteresse na disciplina. – Mas isso não te livra de responder o que você bisbilhotou na minha penseira.


“Você fica lindo assim sabia... Com essa cara de sono... Até mesmo quando deve estar querendo me matar por entrar nas suas memórias...”, pensou a morena.


– Obrigado Mione, você fica lindo dando aulas e vendo minhas memórias também... – Ela esbugalhou os olhos e deu-lhe um tapa nada suave nos braços.


– Minha mente é um espaço restrito a sua legimência, está claro? – Ele assentiu com a cabeça, parecendo nem prestar muita atenção nas palavras dela.


– Céus, acorde! – Ele ergueu o rosto rápido após solavancos que ela lhe deu nas costas. – Isso desperte, vamos comer alguma coisa, já está tarde. Além disso, eu preciso dormir um pouco, estou com uma dor de cabeça irritante hoje!


– Tudo bem, tudo bem senhora monitora Granger!




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– Pare de correr, assim eu não consigo te acompanhar! – Quando o alcançou deu-lhe uma risada sem vergonha, era gostoso “aprontar” com ele, mesmo que isso fugisse a todas as regras que estipulara a si mesmo.

– Você está tão linda hoje, eu poderia...

Hermione assustou-se quando Harry a empurrou contra a parede, logo atrás de uma imagem alta de Rowena Ravenclaw, encostou a cabeça no peito dele e segurou-se para não gritar.

– Filch... – Ele sussurou no ouvido dela. Os passos antes em alto som iam se distanciando, ao contrário dos dois, numa aproximação constante. Ela observava a expressão preocupada dele, imaginou mil coisas deveras pecaminosas para se fazer com ele. Ateve-se a arranhar de leve o pescoço, beijando o local em seguida.

– Eu estou tão embriagada por você hoje Potter. – Ele deu um risinho torto tímido que a fez corar, até ela achou esse fato irônico ela corava pela timidez nada convincente dele.

– Abstenha-se, não quero sentir culpa por lhe causar isso.

– Mas eu quero que você se sinta muito, muito, muito culpado por isso! – Ele mordeu o lábio inferior ligeiramente, enlaçou as mãos nas costas dela e sorriu matreiro.

– Não me tente... – Provocou-a, tocando os lábios nos dela rapidamente.

– Você é o melhor segredo do mundo, o mais fácil de guardar só pra mim! – Repetiu o ato dele, beijou-o rapidamente, mas aproveitou para mordiscar o queixo. Sabia que ele não resistia a aquilo.

– Assim você tira o meu ar... – Então ele tirou as mãos das costas dela e posicionou ambas de forma que a prende-se na parede, ela olhou desconfiada. – E assim eu tiro o seu!

Aqueles lábios se encontrando num frenesi intenso, o gosto dele era diferente a cada toque entre as línguas, Hermione sentia-se completa. Ele deixava seus sentidos eriçados, sentia fervilhar o seu corpo, mas ainda sim o toque dele apaziguava todo e qualquer rancor, tristeza. Era como se aqueles lábios fossem simplesmente parte dela. Não poderia nunca se esquecer dessa sensação maravilhosa. Ele perpassou a mão por debaixo da camiseta dela, tocando suas costas nuas com a ponta dos dedos, provocante. Ela deu um gemido leve de excitação quando ele interrompeu o beijo e arqueou o rosto para morder com suavidade a pele do seu pescoço.


Hermione deu um pulo na cama, sentiu-se ensopada e levou a mão até o pescoço, tateando em busca de alguma marca recente. Não havia nada, novamente estava absorta em sonhos extremamente reais com Harry Potter. Abriu o dossel semitransparente de sua cama e sentou-se, estava realmente cansada daquilo. De certa forma se imaginava em uma relação quase que incestuosa com Harry, aquilo era errado, completamente errado! Tinha acabado de terminar uma relação com Rony.


“E nem durante essa relação os sonhos respeitavam-no... Cômico!”


– Ok! Não pense mais! Só vá tomar banho e relaxe um pouco.




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– Que bom que veio Harry. – O olhar dele viajou pela sala no momento em que entrou, McGonagall mantinha a mesma intocável, nada saia ou entrava. A sala de Dumbledore, seria sempre de Dumbledore enquanto ela estivesse no comando.


– Sempre que chamar professora. – Ela sentou-se e fez um aceno para que se senta-se em frente.


– Não é mais meu aluno Potter. Digo, será sempre um dos quais tive mais orgulho, mas no momento é um de meus principais professores nessa instituição. – Ele corou instantaneamente, não era corriqueiro ouvir elogios provenientes da senhora.


– Obrigado, Minerva. – Ela o olhou como se agradecesse.


– Precisamos conversar sobre algo Harry, algo que aconteceu há muito tempo atrás, mas que garanto estar vivo na sua memória até agora.


Harry arqueou as sobrancelhas e a fitou instigado.


– Creio que o que havia sido previsto está acontecendo, não é Minerva.


– Sim, obviamente... – ela ergueu os óculos que insistiam em deslizar lentamente pelo seu nariz e prosseguiu. - ...obviamente, estamos em grande perigo. Acredito que estamos próximos de ter que revelar tudo a ela.


A senhora se levantou e dirigiu-se a uma estante de livros extremamente longa, disposta circularmente atrás de sua escrivaninha. Contou alguns livros com a mão em várias prateleiras e por fim puxou um deles, logo uma passagem pequena do tamanho de uma caixa pequena se abriu. De lá retirou dois pequenos frascos de vidro com um conteúdo prateado brilhante, semelhante até ao sangue de um unicórnio. Havia cordões amarrados no colo de ambos os frascos, preso a eles etiquetas; “Hermione Granger, 25/12/1996” e “Alvo Dumbledore, 25/12/1996”.


– Está na hora de trazer essas memórias à tona Harry, precisamos agir rápido. Sabe o que fazer. – Ele confirmou com um aceno de cabeça. Reverenciou-a ligeiramente antes de sair calado do recinto.


O ar era pesado demais para os pulmões dele, as mãos suavam como nunca, os olhos ardiam e o coração, com certeza absoluta, poderia ter extra-sístoles logo que teve a confirmação de suas suspeitas.


Há quase 14 anos atrás Harry e Hermione foram obrigados a alterar o futuro, adiando o que poderia ser uma tragédia. Alvo Dumbledore tomou todos os cuidados necessários para que tudo fosse indolor. Houve muita tristeza e ressentimento, corações foram enterrados na terra do esquecimento eterno e memórias foram escondidas nas profundezas da consciência.


“Ao alterar o futuro geramos um paradoxo Harry, as conseqüências são severas. Porém, não há como alterar um destino, cedo ou tarde essas mudanças serão forçadas ao se associar à normalidade”


Essa frase foi dita há quatorze anos e a voz dele parecia ter acabado de entrar por seus ouvidos, até a imagem de Dumbledore - com seu olhar sereno ofuscado pelos óculos de meia-lua e suas mãos entrelaçadas imóveis sobre a mesa – era como uma memória recente.


Dirigiu-se à sua torre, deixando os dois frascos sobre a mesa de cabeceira. Ao menos não precisaria se preocupar com um presente de natal para Hermione, belo presente daria a ela.


“Nem todos os presentes são bons mesmo... Tróia foi derrotada por um, por exemplo.”, pensou.




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Somewhere over the rainbowoWoWoW! Way up high! There's a land that I heard of once in a lullabYYY AI AI AIIIII!!!!


– Agnes... Você se importa de cantar um pouco mais baixo. – Hermione sentia a voz estridente dela destrinchar toda e qualquer congruência entre os ossículos de sua orelha média, destruindo clássica música americana Somewhere over the rainbow com seus falsetes desafinados. Havia encontrado novamente a moça no banheiro era aproximadamente duas horas da madrugada e Agnes estava aparentemente – corrigindo: completamente – bêbada, quando encontrou Hermione sentiu-se tão extasiada que compartilhou toda a sua noitada em Hogsmead, incluindo detalhes que não podem ou devem ser comentados quando se está sóbrio.


– Claro Hermys! – soluçou rindo - Assim eu preservo minha belíssima voz também! – Hermione riu baixinho em seu box, distante do de Agnes desta vez já que só assim podia encontrar sua privacidade. – Afinal, eu já lhe contei sobre as peripécias que eu posso fazer com a minha mão? Eles adoram Hermys! Adoram! – A sóbria engoliu seco antes de conter outra risada e tentar ignorar por completo as confissões da alcoolizada Agnes.


Sentir a água escorrendo pelo seu corpo nu, tocando sua pele sem suavidade alguma. Era completamente revitalizante aquela água exercendo pressão sobre a musculatura tensa, ainda mais devido à dor de cabeça insistente que vinha sentindo. Estava a tão pouco tempo em Hogwarts e já começava a adoecer sem motivos, isso é claro, se não levar em conta a dissolução de sua memória. Lembranças bobas esvaiam de sua mão como um punhado d’água, era muito estranho.


O tempo de paz acabou quando a outra, esquecendo-se do pedido de Hermione, voltou a cantar em alto e bom tom. Era melhor ir pra cama e tentar dormir, evitando ao máximo ter sonhos pecaminosos com Harry ou pesadelos enfados com a voz de Agnes.




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#Flashback#

Havia se passado três dias desde que Draco Malfoy estava preso, não sabia como, quando ou onde tinha sido “raptado”, se é que essa palavra se encaixa para o que havia acontecido. Estava dentro de uma espécie de cela, o que o mantinha preso era uma parede de vidro aparentemente fino e delicado que ele mesmo comprovara, era enganadora. Possuía uma resistência descomunal, sequer vibrou com o impacto de seu corpo. Usou todos os feitiços do qual se lembrava, ao menos tentou, mas nem faíscas saiam daquela varinha quando sua intenção era escapar. Havia uma pequena divisão fechada na extremidade esquerda da sala, onde era possível fazer as necessidades fisiológicas e tomar banho com a água de uma cálida vazão na parede.

Previa o período do dia em que estava pela temperatura do ambiente, relacionou o frio com a noite, pois conseguia ouvir os grilos, o tempo morno com a madrugada, corujas o vento produziam duetos impressivos. As tardes possuíam um clima neutro, não sabia distinguir bem da manhã, havia só aquela cantoria insuportável em uma língua esquisita.

Uma serviçal de aparência bem velha, olhos vidrados e roupas surradas extremamente antiquadas lhe levava comida 3 vezes ao dia, cestas com frutas belíssimas e de um aroma delicioso atravessavam o vidro junto com a mão da senhora para dentro daquela cela como se não houvesse nada ali. Era obviamente um tipo desconhecido de magia, que repelia toda e qualquer outra forma que não a sua própria.

A cada mordida em uma fruta sentia-se mais faminto, era como se nunca tivesse se alimentado desde que estava ali. Era como uma armadilha cruel desenvolvida para aguçar a vontade de sobreviver, tornando-a uma ilusão grotesca. Quem quer que seja o filho da mãe responsável por isso, era dotado de um sadismo incomparável.

Dormia sobre o chão frio e sentia as costas adquirirem a textura das pedras daquele chão. Fechava e abria os olhos na simples ilusão de que logo despertaria desse pesadelo. Sentia que a noite estava chegando, o frio era muito constante.

Logo ouviu um estalido seco, e se deparou com a imagem de uma moça deitada em sua frente. Cabelos avermelhados e longos se faziam espalhados pelo chão, ela resmungou alguma coisa antes de ser amparada por ele. Fitou-a curioso, não houve maneira de expressar o que sentiu quando percebeu que segurava nada mais do que Ginevra Weasley. Não deixou seu orgulho tomar conta da situação nessa hora, ela poderia ser uma boa ajuda para escapar daquele lugar.

– Malfoy! Porque você fez isso? – Os lábios dela estavam inchados, o inferior possuía um corte sagital de tamanho considerável, esvaía sangue que escorria rapidamente pelo seu queixo.

– Shhh... Cale-se! Eu vou tentar dar um jeito nesses lábios. – Ele segurou a varinha e ela empurrou seu braço com força considerável fazendo com que a varinha voasse para longe. – Caramba Weasley! Não está vendo que eu estou nesta mesma situação que você! Olhe ao redor! Estou tão preso quanto você!

Ele buscou a varinha e prostrou-se em frente dela conjurando um feitiço simples, sorriu quando percebeu que o ferimento se fechava. “Ok, pelo menos essas magias são passíveis de uso!”.

– Onde é que estamos? – Ela perguntou enquanto tateava os lábios com uma expressão singela de dor.

– Boa pergunta, em algum lugar bem longe de tudo eu presumo. – Ele retirou-se e voltou-se a sentar apoiado à parede, olhando para a moça que estava visivelmente atordoada. Ela sentou-se com dificuldade e então levantou. As pernas estavam fracas e a cabeça insistia em dar a falsa impressão de que o lugar se movia sozinho.

– Obrigado por isso... – Ela apontou para os lábios antes de fraquejar com as pernas e cair de joelhos no chão. O loiro levantou rápido se dirigindo até ela, suspendeu-a com ajuda da mão que enlaçava em sua cintura, quase havia caído novamente com a face no piso.

Levou-a até o lugar onde sentava e deitou com cuidado, elevando sua cabeça para que pudesse a posicionar sobre as suas pernas, não poderia deixá-la com a cabeça no chão, não depois de um impacto como aquele. Engoliu o orgulho por pura necessidade, ou talvez realmente lhe preocupasse ver uma mulher assim.

– Vai ficar tudo bem... – Ela assentiu com a cabeça logo após ele dizer aquelas palavras. Como elas saíram de sua boca, nem ele sabia explicitar isso.


#Fim do flashback#


Novamente Malfoy fechou os olhos, tentando dormir com a luz dos candelabros vinda diretamente à sua vista. Estava se tornando intragável a presença de Ronald Weasley junto a ele, sempre haviam reclamações, ofensas descabidas e muita conversa perdida. Aquilo definitivamente não o agradava, sentia fome e por vezes sentia frio, estava cansado e com o sono muito atrasado. Precisava de um pouco só de paz.


Os três se olhavam assombrosos, como se logo alguns deles atacasse o outro para se alimentar, era uma cena desesperadora.


– Precisamos sair mesmo daqui... – Rony disse olhando compassivo para a irmã.


– Obviamente precisamos Rony, mas não é algo assim tão simples. Afinal, você pode me contar agora o que aconteceu entre você e Hermione?


O loiro ainda estava com a cabeça apoiada sobre os braços tentando dormir e não se ater a conversa dos irmãos.


– Nós brigamos porque eu... – Ele parou ligeiro, fitou o teto por alguns segundos e olhou para ela com um misto de pavor e medo. – Eu não me lembro... Que horror Gina, eu não me lembro...


Atônita, Gina passou a mão no rosto do irmão, Draco levantou ligeiramente o rosto para observar. Os dois, Draco e Gina, se entreolharam rápido, antes de voltar a fazer o que faziam.



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– Bom dia Hermione! – Harry disse num meio sorriso quando a moça entrou pelas portas do salão principal e lhe olhou alegre. – Feliz porque amanhã é natal, não é?


– Não só por isso, mas simplesmente por estar me sentindo bem. Achei que estaria sem um fio de cabelo sequer depois de romper com Rony. – Ela arfou e disse num tom tristonho. – Me sinto culpada demais por isso, ainda mais por estar feliz pelo fato.


Harry a olhou se soslaio, sua intenção era abraçar a morena e lhe dizer que ficaria tudo bem, que logo tudo voltaria a ser como era, ou melhor, tudo deixaria de ser como não deveria ser, ou sabe-se lá como fique mais fácil de entender.


– Harry, precisamos muito conversar sério sobre a sua ausência nesse tempo todo. – Ele mordiscava uma torrada quando concordou com um aceno de cabeça. – Nós temos omitido muito esse fato. Mas ele não deixou de existir, ok?


Novamente ele assentiu, tentando ao máximo induzi-la a mudar de assunto, ela logo entenderia o que havia acontecido dispensando explicações, ou melhor, omissões, da parte dele.


– HERMYS! – Harry quase engasgou com a torrada e Hermione deu um pulo na cadeira com o grito que Agnes havia dado atrás deles, ela estava com uma cara extremamente mórbida. Seus olhos estavam fundos e circundados por sinuosas manchas arroxeadas.


– Santo Deus Agnes! Quer me matar de susto! – Harry indagou antes de recebeu um suave beijo na bochecha por parte da moça.


– Bom dia Harry! Agora dê licença que eu tenho assuntos importantíssimos para tratar com Hermione! – Ela virou para a outra morena, essa assustada, e perguntou baixinho. – Eu me lembro vagamente sobre ter te contado “algumas coisas” ontem à noite, o que exatamente eu falei?


Desta vez fora Hermione quem havia engasgado, ela não achou que a mulher fosse lembrar-se das coisas que havia falado, e muito menos que ela teria que confirmar a sua audiência no show noturno de Agnes Halspe.


– Eu... Acho que você não quer saber realmente... – Agnes deixou-se cair sentada e boquiaberta sobre uma cadeira um pouco mais ao fundo.


– Eu falei sobre... – Ela completou a frase com um gesto obsceno com a mão que fez Harry arregalar os olhos e fitar o prato com o rosto extremamente vermelho, mastigando rapidamente a torrada.


Hermione definitivamente não sabia onde se enfiar, concordou com a cabeça totalmente envergonhada e acompanhou Harry na sua atitude desesperada de fuga, olhou para o prato e quase engoliu a torrada inteira depois.


– Bem, fazer o que... Essas coisas acontecem! – Ela voltou a ter aquele ar tranquilo e excessivamente jovial que às vezes fazia Hermione revirar os olhos. – E Harry, não finja que não sabe sobre o que eu estou falando!


Ele começou a tossir repentinamente, numa crise incessante. Hermione olhou para ele com uma cara de indignação antes mesmo que ele pudesse retorquir com um aceno negativo da cabeça.


– Calma, fica entre nós! – Agnes deu um beijo suave na têmpora de cada um deles antes de roubar uma torrada de Hermione e sair cantarolando novamente Somewhere over the rainbow com a sua voz extremamente desagradável.


– Ela é intensa... – Hermione disse pra ele, no olhar ela tinha aquela expressão de quem iria precisar de muitas explicações.


– Até demais... Até demais... – Ele falou voltando-se para seu prato mais uma vez.


– Uhm... – Ela deu uma risada sádica, como se desdenhasse das afirmações dele, mas sentiu-se ofendida quando ele ignorou completamente.


– Hermione, quer... Dar um passeio comigo depois? – Ele perguntou sem tirar os olhos do prato.


– Seria adorável Harry.


– Bom. Em frente ao lago em meia hora então. – Ele se levantou rápido e virou as costas, parecia arquitetar alguma coisa. Hermione fitou suas costas intrigada. – A princípio... – Ele virou-se novamente para ela, que ainda apresentava aquele ar de curiosidade. - ...você está especialmente linda hoje, minha bisbilhoteira...


Hermione corou instantaneamente, deixou-se tremular um momento com o elogio, sorriu boba. “Vamos lá Hermione! Não é como se você tivesse 15 anos de idade... Recomponha-se!”

Voltou a fitar o prato timidamente antes mesmo de perceber o sorriso que ele lhe lançava ao subir rápido pelas escadas.



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Notas finais do capítulo

OBS: Esse texto nunca foi betado, desculpem-me pelos pleonasmos e pelos erros ortográficos.
N/A¹: Espero que gostem desse capítulo, confesso que não ficou totalmente ao meu agrado, até porque depois de uma crise de rim eu consegui deslocar o talus (um osso alojado pela tíbia responsável pela articulação do tornozelo) e isso privou-me de inspiração por 2 dias!
Agora está melhorando! Então pretendo aproveitar esse último fim de semana de folga para adiantar pelo menos dois capítulos, já que minhas aulas voltam segunda (06/02/2012) e eu terei menos (muito menos) tempo livre.
N/A²: Agradeço os comentário e peço que continuem comentando e me dando idéias, por mais malucas que sejam, pra que eu possa implementar na fic e, obviamente, dar os devidos créditos! ^-^
N/A³: Eu dei muitas dicas sobre o que a história vai tratar, mas ninguém ainda chutou alguma coisa. Então, enchi esse capítulo de dicas ainda mais diretas, vamos ver se alguém tem uma suspeita!
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RESPOSTAS ÀS REVIEWS DO ÚLTIMO CAPÍTULO
(FF.net, Harryoteca, Floreios e Borrões e Nyah!):
Bethany Jane Potter: Que bom que esta apreciando a fic! Eu fico muito feliz mesmo Bethany! Adoro escrever, mas nunca consegui terminar uma long fic a ponto de publicá-la, desta vez é questão de honra chegar até o fim! Também acho que Harry e Hermione são o shipper perfeito. Eu não gostaria de namorar com a Gina não, acho muito sem sal e pouco participativa (rsrsrs). Enfim, obrigado por acompanhar a fic e por comentar! Beijos!
Márcio Black: Espero que goste da fic e continue acompanhando assim que iniciar a leitura! Abraços!
JaqueS: Oba! Espero que continue gostando cada vez mais da fic! Tenho estudado muito pra poder construir os vilões! MuaHaHa!!! (Risada maléfica) Espero que possa agradar a todos! Beijos!
JôHxSabaku: Me senti tão cruel (e feliz por) quando lí seu comentário. Agora acabou a ansiedade, o novo capítulo chegou e quem sabe desta vez eu encerro sem deixar muito suspense! Rsrsr! Muito obrigado por comentar, seus comentários me deixam muito contente! XD Beijos JôH!
Debora P: Rsrsr! Só você mesmo! Ela com certeza não vai se lembrar de... Opa, aqui deveria ter um spoiller então eu não vou terminar a frase! HAuAHU! Sobre quem está com os nossos três raptados, eu já dei o nome, é uma dica muito boa! Adorei saber que está gostando da fic e espero que tenha gostado desse capítulo. Beijos!
Bela Evans Potter: Fico muito contente que esteja gostando! Eu dei bastante dica de onde eles estão de certa forma, mas ainda haverá muitas surpresas! Sobre o passado de Harry e Hermione, teremos um pouco mais disso nos próximos dois capítulos. Pode deixar que eu vou continuar viu!? Obrigado mesmo por ter comentado! Amanhã eu quero ver se consigo devorar as suas shortfics *-*! Beijos!
MaPotter: Pára!!! *fica vermelho* Assim você me lisonjeia demais Mayara! Espero que goste desse capítulo ainda mais que do último, eu particularmente não achei que melhorou muito em relação ao último, mas enfim, eu preciso postar! XD Melhorei sim da crise renal, pra ajudar só quase quebrei o pé desta vez, andando normalmente na rua... ~.~ Ok! A gente supera! Claro que eu tenho que agradecer, você, e todo mundo que comenta também, são um grande apoio! Falando nisso, amanhã eu vou aproveitar pra devorar as suas fics tbm! Beijos!



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