Together Again escrita por violateforever


Capítulo 1
Pilot


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic, eu não escrevo bem, não esperem muito



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As coisas se acalmaram por aqui. Ninguém estava interessado na casa desde os antigos donos, aquela família assustada. Assim é melhor, pelo menos Tate não precisa surtar de novo. É melhor para mim, embora seja muito cansativo passar dias e dias aqui, sem fazer nada, sem sequer poder fazer alguma coisa.

                Tenho passado grande parte do tempo em “meu” quarto. Ninguém entra aqui, e isso tem sido confortável. Passo dias e dias fechada aqui, ouvindo música, ou simplesmente deitada em minha cama, pensando se teria sido diferente se eu o perdoasse. Acho que sim, eu pelo menos teria algo com o que passar o tempo.

                Não gosto de pensar nele. É tortura psicológica, principalmente agora, que estamos definitivamente terminados. É como pensar em algo que você quer, mas não pode ter, embora não seja bem assim. Eu queria que fosse, que, pelo menos, ele não me quisesse. Talvez isso me fizesse esquecê-lo, ou simplesmente nem chegar a pensar nele. Mas não era assim, pois eu tinha escolha. Eu escolhera errado?

                -Violet, querida. Pode cuidar dele um pouco? - eu olhei na direção da porta. Era minha mãe com meu irmão nos braços.

                Em outras épocas eu teria dito não, mas como isso não vai fazer diferença nenhuma na minha “vida”, eu assenti e me levantei para pegá-lo.

                -Hm, Violet, não se sente sozinha aqui? - Ela perguntou bem baixo, como se não quisesse que alguém escutasse.

                -Não. - eu respondi timidamente. Virei-me com rapidez e caminhei até minha cama.

                Quando olhei novamente até a porta, não vi ninguém. Ainda bem. Não gostava quando minha mãe ficava me rondando, com perguntas clássicas e idiotas. É insuportável, além de desnecessário. Ela sabia que eu me sentia sozinha. Era óbvio.

                Tentei me concentrarem meu irmão, para não pensar nele. Impossível, afinal, aquele era o irmão do filho de Tate. Meu Deus, Violet, pense em outra coisa por pelo menos um minuto!

                E se eu sair um pouco desse quarto? Acho que assim é melhor. É, assim é melhor. Levantei-me olhando para meu irmão e cantando uma música de ninar para ele. Quando cheguei na porta, encontrei Moira. Não disse nada, apenas dei-lhe o bebê e saí andando pelo corredor.

                Não, eu não sabia para onde estava indo. Eu só queria sair um pouco, sei lá, fazer o infinito valer a pena, uma coisa que eu não sabia se era possível, já que nem com a minha vida eu consegui fazer isso. Mas eu tinha que pelo menos tentar. Talvez, não sei, algum dos fantasmas, como Hayden (tirando o fato de que ela era a amante do meu pai) ou a Senhora Montgomery.

                Enquanto andava pelo corredor pensava em esbarrar com Tate. Fazem meses desde que nós nos falamos da última vez. Eu sentia falta da sua voz, da sua pele fria, do jeito estranho, de seu rosto lindo, de sua boca fria. E talvez fosse por isso que nós fossemos tão parecidos. Os dois atraídos pelo obscuro. Isso se não fossemos ele.

                -Violet! - eu escutei uma voz feminina dizer enquanto eu descia as escadas. Levantei a cabeça rapidamente e tirei o cabelo do rosto. Era Hayden. -Violet, você saiu, finalmente, meu bem. Vamos, estão todos lá embaixo, querida.

                Eu realmente estranhei aquilo. A Hayden, falando assim comigo? Teria de ter um porquê.

                -O que você quer, Hayden? - eu perguntei, impaciente. Ela nunca fora boazinha comigo antes. Algo mudara em seu jeito, não sei, ela estava diferente. Estava doce, mas fria. Como alguém que espera uma situação melhor.

                -Tenho certeza que seu pai lhe deu a melhor educação - ela disse, já um pouco impaciente. -E é essa educação que você usará comigo, Violet. - disse depois, com um tom bem mais alto e zangado.

                Eu não disse nada, ela estava para surtar. Apenas olhei para baixo e comecei a descer para o porão. Hayden era doida, e eu sabia disso. Ouvi seus passos suaves atrás dos meus, ela descia juntamente a mim, como se fossemos duas lindas amigas.

                Chegando ao porão, encontrei minha mãe, Moira, meu pai, Senhora Montgomery, um homem meio queimado que eu reconheci como o mesmo que bateu desesperadamente em minha porta no Halloween, pedindo dinheiro, e outros fantasmas, como menininhas queimadas e dois homens que pareciam estar juntos, mas não porque queriam. Encontrei todos, menos quem eu mais queria.

                Todos estavam em silêncio, pensando, o que não era diferente. Os fantasmas me olharam por um segundo, e depois ignoraram totalmente a minha presença.           

                -Aqui, Violet, comigo. - Hayden sussurrou. Achei que era algo importante, pois ela disse tão baixo e disfarçadamente... Depois, só seguiu andando sozinha. A segui.

                Passamos por todo o porão, por um lugar cheio de móveis e por um lugar úmido e escuro também, onde pelo que eu lembro, estava meu corpo. Aquilo era estranho. O que Hayden queria? Ela não podia me matar. Onde eu estava?

                Finalmente, ela se abaixou, pegou um pequeno pedaço de madeira e se sentou. Eu fiquei de pé, sem saber o que fazer. Ela me lançou um olhar estranho, como se quisesse que eu me sentasse. Esquivei-me e sentei no chão molhado do lugar.

                 Por alguns longos segundos, Hayden fitou-me com seus grandes e lindos olhos, como se me analisasse.

                -Você é linda, esse deve ser o motivo. - ela disse por fim - Sabe, você tem um tipo de estilo bem diferente, Vi. Acha que ele gosta disso?

                -Hayden, o que você quer? - eu disse, alterando o tom de voz - Do que está falando?

                -Ah claro, e seus cabelos. Não podemos esquecer-nos dos lindos cabelos. Sabe, você é uma garota diferente, e ele também. Vocês combinam.

                Naquele segundo percebi do que ela falava. Tate. Mas, por que ela falava daquele jeito? E se acontecesse algo com ele? Mas, como poderia acontecer algo? Era meio que impossível.

                -Tate... - eu disse, quase que em um suspiro.

                -É esperta também, por sinal. É uma princesa. - ela disse e riu.

                -Hayden, por favor... - eu disse, com ar aflito - O que você fez com ele? Digo, o que poderia fazer?

                Comecei a chorar. O que acontecera? Eu me sentia no escuro agora. O que estava acontecendo? Por que ela falava aquilo pra mim? Havia ele feito algo? Não sei. As dúvidas eram muitas.              

                Ela se levantou e foi me abraçar. Ficou falando coisas como “shh”, “vai passar”, “pronto”, como se fosse minha mãe ou algo do gênero.

                -Eu não fiz nada, Vi. Não ainda, princesa. - Hayden disse, sorrindo.

                -O que você quer? - eu disse, enxugando as lágrimas e fechando os olhos um pouco, pra me recompor.

                -Não é muito inteligente, não é, Violet? - ela disse, com um largo riso. - Eu quero o meu bebê de volta. Quero-o aqui, comigo. Na verdade, não precisa sair de mim, não precisa, querida. Pode ser o seu irmão.

                -Pegue-o. Meu Deus Hayden, que drama! - eu a interrompi.

                -Eu estou falando! -ela gritou. -Escute, Vi! É a sua oportunidade! Olhe bem, você me entrega o bebê, e seu amor não evapora!

                -Como assim? - eu comecei a chorar de novo - Você pode explicar antes de ameaçar?- disse.

                -Pense, querida. Aquela médium idiota deve ter te explicado o ritual. Você sabe que eu posso fazer vocês dois evaporarem em segundos! É até romântico, não? - Hayden disse, rindo.

                -Mas, o ritual não funciona. Eu tentei. É mito. - eu disse, rindo de sua cara.

                -Isso é porque ela não te explicou direito. Não vai ser um simples “objeto intimo” idiota que te levará daqui. É uma coisa maior Violet. Pense grande. - Ela disse, com um tom ríspido. - Sua vida, Vi. - Continuou ela. - Isso, princesa, isso sim te faz pensar grande.

                Hayden se levantou e foi a um lugar onde eu não conseguia enxergar. Era muito escuro. Quando ela voltou, fiquei muito surpresa. Ela carregava algo grande nas mãos. Algo mais ou menos do meu tamanho. Na medida em que ela foi se aproximando, percebi que ela carregava algo exatamente do meu tamanho. Entendi o que ela queria dizer com “Sua vida, Vi”. Ela pegou meu corpo morto, já em estado de decomposição.

                -Isso, Violet. O que você achava? Que a casa tinha uma força? Ela tem, você não está errada. Mas acha que é só isso? São os corpos. O “calor humano”. - ela disse, como se fosse óbvio.

                Naquele momento tudo se encaixou em minha mente. Era, de fato, óbvio. Não sei por que, mas eu sempre senti que não era apenas a casa. Mas, não importa. O corpo de Tate não estava na casa, ele havia sido enterrado, claro.

                -O corpo de Tate não está aqui. -eu disse, aliviada. - ele foi enterrado.

                -Meu Deus, Vi! Ele foi enterrado aqui, no quintal. Fizeram um coreto ou sei lá o que em homenagem. Mas o casal gay tirou daqui. “Não era na moda” - ela riu, largou meu corpo no chão e voltou ao lugar escuro. Quando veio até mim, tinha outra coisa nas mãos. Um corpo também, o corpo de Tate. O estado de decomposição estava bem pior, não haviam mais olhos e as entranhas estavam quase inteiras destruídas. Aquilo era nojento. - Não me dei ao luxo de não desenterrá-lo com minhas próprias mãos. - Ela riu.

                Eu fitei os corpos por alguns segundos. Nós realmente combinávamos. Olhei para Hayden, que estendia a mão cheia de terra na minha direção.

                -Feito?


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Notas finais do capítulo

Não escrevo bem, então..