A Mensageira escrita por Becca Armstrong


Capítulo 14
Capítulo 14 -O Jogo começa -Parte I


Notas iniciais do capítulo

Gente! Baphos neste Cap!



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    Por que eu acho que conheço esse rapaz? Ele nunca poderia ser de fato algum amigo meu, porque eu sou anti-sociável e um cara assim nunca falaria comigo. Esse homem tinha facilmente 1,90m. Era forte como um daqueles seguranças gostosos com quem as riquinhas ficam nas comédias românticas. Graças a alguns dons de Grande, eu vi que o cabelo dele não era de todo loiro. Algumas mechas eram cor de mel. Os olhos eram cinza. A boca era uma linha fina e definida, o queixo e o maxilar eram acentuados. Em outras palavras, o cara era perfeito. Ele olhou para o meu lado. E me encarava fixamente.

    Minha cabeça começa a doer e eu corto a conexão com ele. Levanto-me e bebo água. Uma luta entre a Terra e o Fogo ocorria, e o Fogo estava massacrando. Já vi com quem terei que lutar na final. E Cam não sofrera nenhum ferimento, por menor que seja.

    -Ellie, tudo bem? –Lizzie pergunta.

    -Tudo sim. Só estou com calor. Essas roupas foram feitas para lutar à noite, não em um sol de três horas da tarde.

    -Mas nós vamos lutar à noite. Á meia noite. É a tradição. E já vi que será contra o fogo, assim como nos Jogos passados. Desde que o Cam chegou essa Casa tem sido a mais violenta, chega a irritar. E você sabe que é você quem vai dar as medalhas, não sabe?

    -O quê? –Só faltava essa! Dar medalha pra animal!

    -É. Fogo é a sua Casa. –Lizzie bebe água tranquilamente.

    -E por que você me pôs como representante deles? –Eu quero esganar a Lizzie.

    -Ellie, eu não fiz nada. Se quiser culpar alguém, culpe sua genética. Desde que você chegou sabíamos que você pertencia ao fogo. Eu sempre fui boa em controlar a Água, o Will sempre dominou o ar, e o Thiago sempre comandou a Terra. Você faz a conexão com o outro mundo e cuida do fogo.

    -E se eu também for de outro elemento? Isso pode ocorrer, certo?

    -Não, não pode. Mas, para desencargo de consciência, venha.

    Lizzie me levou até a praia. Ótimo! Praia, sol, couro, botas, Ellie. A combinação perfeita. Já ia discutir com minha amiga, quando ela falou:

    -Tente fazer o vento me carregar.

    -E você tente fazer seu tio cagar notas de cem! –Digo irritada.

    -Ellie, é para a experiência. –Isso muda as coisas. Tento fazer uma corrente de ar forte o bastante para levantar uma garota leve como um saco de farinha, e consigo. Há algo diferente. Eu fiz isso sem pensar. Sem querer de fato fazer algo. Eu não pensei em nada. Nadica de nada.

    -Ellie! Muito bom! –Lizzie diz. –Ar deve ser seu segundo elemento de força. –Agora está explicado. –Agora o fogo. Faça uma corrente de fogo sobre o mar.

    Olho para o Sol e, em um segundo, há uma bola de fogo no meio da água. De novo, sem pensar.

    -Viu? Seu elemento de força! Agora, uma onda gigante! Que tal?

    -Lizzie... –Ia falar que eu sentia alguma coisa errada. Não era certo eu ter essa facilidade! Nem ao curar o professor eu as tive! E olha que as coisas que eu fiz agora são dez vezes mais difíceis!

    -Só faça. –Lizzie me interrompeu.

    Pensei na água que eu havia bebido e rapidamente vi uma onda grande o bastante para fazer o campeão mundial de surfe se esconder e gritar por sua mãe. Lizzie finalmente percebeu que havia algo errado.

    -Ellie... Como...?

    -Eu disse! –Grito.

    -Ellie, nem eu consigo fazer uma onda dessas. E olha que eu treino desde os oito anos! O que há com você? Parece não haver uma coisa que você não faça melhor que o restante!

    Lizzie saiu e eu a segui.

    Ela estava com ciúmes? De mim? Lizzie com ciúmes de uma garota como eu? Eu estou mais para aberração das aberrações! Como se não fosse ruim o suficiente ser diferente de pessoas que já eram diferentes.

    Trombo em uma pessoa. Ou em um poste, a julgar pela altura. Olho para cima e vejo o loiro. Meu coração para.

    -Mil perdões. A senhorita está bem? Está chorando? –O cara pergunta, passando as mãos pela minha face.

    -Não é nada. Eu tenho que procurar minha amiga. –Tento sair, sem realmente querer parar de tocá-lo. O que deu em mim hoje?

    -A que saiu? Desculpe, não vai alcançá-la cedo. –Ele me encara e eu o encaro de volta, sem saber ao certo por que. –Eu sou Andrew, mas meus amigos me chamam de Andy. –Então o estranho tinha nome? Que besteira Ellie. É claro que tinha! –E você?

    -Ellie.

    -Prazer, Ellie. –A mão dele está em minha cintura, e eu ponho a minha sobre a dele, para tentar nos afastar.

    É aí que sinto um choque mais forte do que tudo o que eu já senti. Minha cabeça parece a ponto de explodir. Quase caio, mas Andy prende minha cintura e me carrega.

    -Desculpe-me. Não foi minha intenção.

    -Então você também sentiu?

    -Claro. Ellie, nós somos...

    -Ellie! –Thiago chega e me vê com Andy. –Que porra é essa? Tira as mãos dela, cara! –Thiago tenta dar um soco em Andy, mas este me segura com uma mão e dá um soco nele antes. Eu nunca vi Thiago cair tão facilmente.

    -Qual é seu problema? –Andy pergunta. –Não vê que estamos ocupados?

    -Andrew! Ele é meu namorado! –Grito.

    -O que? –Andy me olha. –Você e ele? Mas ele não é bom para você!

    Pulo do colo dele. Que abusado! Primeiro, dá um soco no meu namorado. Depois, quer se meter onde não deve.

    -Com todo respeito, ele é sim. Agora saia daqui.

    Vou a Thiago e levanto-o. Curo o ferimento dele com uns pensamentos simples.

    -Quem era o cara? –Thiago não parece feliz.

    -Ele me ajudou. Eu me senti zonza. Venha. –Tento me levantar.

    Thiago me beijou antes que eu pudesse fazer alguma coisa, e eu correspondi. Agarrei-o e trouxe sua boca o mais perto que eu poderia trazer. Ele me levantou e pôs minhas pernas em sua cintura, sustentando-me com uma mão. Ele puxou meu lábio inferior e soltou o ar pesadamente. Não pude deixar de compará-lo a um leão com necessidade de assegurar que aquele era seu território. Apenas acompanhei-o.

    Foi quando um pensamento me invadiu. Essa mente é esperta demais! A força extra para fazer feitiços e o choque... Tudo vem de Andrew. Agora... Por quê?

    Thiago me beija mais e mais. Quase com rudez e desespero. Suas mãos exercem uma pressão em meus quadris e cintura que eu considero sobre-humana. Ele beija muito bem mesmo. A boca beija minha clavícula e dá uma leve mordida, que deixa um vermelho fraco.

    -Não fala mais com esse idiota, ok? –Ele beija minha orelha após sussurrar.

    -Ok. –Digo sem pensar. O que é isso? Ele tem habilidades de mestre em beijos!

    Voltamos para a arena, e vejo que Joe está coroando os campeões: Casa do Fogo. E há uma novidade:

    -Essa noite a Casa do Fogo terá uma ajuda extra. Esse aluno é russo e trabalha como assistente do chefe do Conselho. Ele pertencia à Casa do Fogo e pediu para lutar ao lado deles hoje. Andrew, venha cá! –Diz Joe. Vejo Andrew caminhar até lá. Andrew? O loiro gostoso? Sim, é ele.

    Ótimo, agora eu vou ter que lutar contar o único cara que eu acredito ser mais forte do que eu. Thiago também parece querer lutar com ele, porém com objetivos mais mortais que os meus.


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Notas finais do capítulo

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