Entre pais e filhos:

Capítulo XVIII

Apesar de ter decidido contar a Mathew sobre seu relacionamento com Sara,outro mês se passara e Mathew ainda continuava no escuro. O trabalho,mais uma vez, tinha outras ideias de como eles deveriam passar o tempo. Foi um mês tumultuado no laboratório. Casos que não acabavam mais.

Mathew passara por um tempo melhor.Ele fizera um ótimo teste de física e tinha certeza de que tinha conseguido melhorar sua nota.Além disso, o garoto também se sobressaiu nas aulas de educação física. O mês era de baseball e Mathew ajudara a montar a estratégia de seu time,que estava prestes a ganhar a mini-competição que fizeram entre os dois turnos do colégio. Isso ajudara e muito com sua popularidade em meio aos garotos e as garotas,embora ele não fizesse questão disso.

Em meio a essa maré de sorte, Mathew se convenceu de que ele não podia deixar de aproveitar enquanto os bons ventos sopravam a seu favor. Isso significava que ele daria um jeito de confessar seu amor por Sara ainda aquela semana. E foi até a casa de sua aliada para rever seu último plano de ataque.

Tocou a campainha e quem atendeu foi Catherine.

-Ah, oi Mattie. A Lindsay está no patio com um amigo –ela disse amigo com uma voz indicando o que sentia por essa tal amizade.

-Ih, acho que volto mais tarde então!

-Deixa de bobeira Mathew... vai lá, Lindsay vai gostar de te ver.

Mathew então seguiu em direção ao pátio, com o olhar curioso de Catherine em cima dele. “Ah, se a minha filha se apaixonasse por um garoto como o Mathew... ficaria muito mais tranqüila!”

Chegando ao pátio Mathew ouviu a voz alterada de Lindsay, e logo em seguida um garoto se insinuando para cima dela.

-Ei, cara! Corta essa! Não vê que ela não quer!- Mathew disse,chegando perto dos dois e separando o menino de Lindsay.

O garoto, Brian, foi logo estufando o peito e encarando Mathew.

-Qual é a tua,magricela? Acha que dando uma de herói vai conseguir algo com ela?- O garoto tinha muito mais massa corporal que Mathew, mas o menino Grissom tinha uma língua afiada de dar inveja

-Eu não precisaria dar uma de herói se você entendesse que também não vai conseguir nada dela!

 Brian foi para cima dele,mas Lindsay deu um grito

-Brian,PARAAA!

Os garotos se assustaram e pararam o que seria o inicio de uma briga,no qual Mathew com certeza sairia machucado.

-Para ou o que,linda?

-Ou eu chamo a minha mãe

-Não precisa nem ameaçar Linds- Catherine apareceu na porta,tendo ouvido o grito da filha- e você rapazinho, não é mais bem vindo aqui. E não quero ouvir de minha filha que você chegou perto dela na escola, se não a coisa vai ficar feia pra você...lembre-se que sou da policia.

Quanto mais Catherine falava,mais ela se aproximava de Brian, terminando seu discurso na frente do garoto, com um dedo apontando para o peito dele. Brian nem pestanejou, correu logo para a saída.

-Isso foi muito fácil...não se fazem valentões como antigamente- Catherine disse enquanto observava o garoto sair correndo,tentando aliviar o clima.

Depois disso ela deu um abraço apertado em sua filha,sussurrando algo no ouvido da menina que a fez corar.Depois,deu um abraço rápido em Mathew

-Obrigada por proteger a minha menina.Fico feliz por ela ter um amigo assim.Bom,vou deixar vocês para conversar.

Lindsay pediu para Mathew segui-la, levando o garoto para seu quarto. Ela precisava urgentemente de um banheiro para tentar se recompor.Tinha o rosto manchado de lágrimas.Também imaginou que a conversa com Mathew seria pessoal demais para ocorrer no pátio de sua casa. Catherine sabia muito bem como escutar as conversas que queria...

Enquanto esperava por Lindsay,Mathew se jogou na cama da garota e tentou imaginar um inicio para sua conversa.Decidiu ser franco desde o inicio. E assim falou afobado,quando a garota saiu do banheiro:

-Decidi me declarar para a Sara ainda essa semana.

O baque da noticia foi obvio no rosto da garota.Ela parou no meio do caminho e ficou olhando para ele,incrédula.

-O que? Você não achou que eu não fosse fazer nada,não é? Afinal, se não fosse fazer nada para que este trabalho todo?

-Não,nada disso!- a garota se recuperou e se sentou ao lado de Mathew- Mas é que... acho que você está sendo precipitado.

-Não acho. Eu já sei tudo o que poderia saber de Sara sem levantar suspeitas.Se eu fizer mais uma pergunta sobre ela tenho certeza que ela desconfiará.

-E só por isso que você quer falar com ela?

-Não é só por isso,Linds... eu to sentindo no fundo que essa é a hora... enquanto ela ainda está a vontade comigo.

-Eu não sei,Matt...

-Qual é o problema? Você tava tão ansiosa para isso quanto eu...mas de uns tempos para cá você não tem me ajudado em nada.. o que houve?

A pergunta de Mathew pegou Lindsay de surpresa. Não porque ela não sabia a resposta,mas porque não queria falar sobre isso com Matt, logo agora que ele estava tão obstinado com sua missão. De início, quando Lindsay se dispôs a ajudar o garoto, ela o fizera pela emoção de dar uma de cupido. Com o passar do tempo,entretanto, ela acabou por conhecer-lo melhor . O quão gentil e inteligente ele era. Mesmo  sendo um tanto magricela acabou por conquistar a menina, que agora se encontrava em um dilema. Estava apaixonada pelo menino e não queria mais ajudá-lo a conquistar outra mulher.Por outro lado, havia prometido isso a ele e não gostava de quebrar promessas. Mas, acima de tudo a garota não queria que o amigo saísse machucado dessa situação, o que aconteceria inevitavelmente se Mathew se declarasse para Sara. Ela tinha certeza disso agora.

-Mathew...olha...não me leve a mal, mas se você fizer isso alguém vai sair machucado nessa história. E não vai ser a Sara.

Mathew, que estava jogado na cama da garota, levantou-se tão rápido e acabou por assustar Lindsay. Encarou então a garota com um olhar de quem fora traído.

-Como assim,Linds?

-Ah, Matt. Nós dois conhecemos a Sara, e sabemos que ela não é do tipo que gosta de trocar fralda de ninguém,não é?

-Mas... você me disse ... você prometeu que ia me ajudar...que eu conseguiria!

-Ei, calma aí! Eu não dei como certo sua vitória. Só te falei como você faz pra conquistar uma menina...uma menina Mathew...não uma mulher!

-Eu não entendo?! Por que você tá me dizendo isso só agora?

-Por que eu nunca acreditei que você fosse adiante com isso! Mas você está tão decidido...

-Já sei o que houve. Você contou para sua mãe e ela te mandou dizer isso né? Não foi?

-Claro que não. Mathew, não faça isso. É só você olhar para a Sara para ver que ela já está apaixonada... e não é por você.

Essa foi a gota d’água para Mathew. O garoto bateu em retirada para a porta,sem antes virar-se para Linds e dizer:

-Obrigado por nada, Willows.

E sair feito um raio da casa da garota. Não bateu nenhuma porta nem nada, pois era um cavalheiro, mas mesmo assim chamou a atenção de Catherine, que foi logo socorrer a filha.

-Filha, o que houve?- ela perguntou ao encontrar a garota chorando em sua cama.

-Mãe, nenhum garoto nessa vida presta! Odeio todos eles!!!

-Ah,meu amor- Catherine deitou-se ao lado da filha e a abraçou forte.

CSICSICSICSICSICSICSI

Mathew saiu correndo daquela casa sem nem olhar para trás. Em seu peito o coração batia acelerado e seus olhos queimavam com a vontade de chorar. Ele não acreditava que sua Sara estivesse apaixonada por outro homem. Seria impossível, pois todas as vezes que ele queria falar com ela, era sempre atendido. Ela não teria tanto tempo livre nas mãos pra ter um namorado, ou teria?

Essa duvida toda corroia o peito do jovem rapaz, fazendo com que ele tomasse a drástica decisão de ir hoje se declarar para sua amada.Foi para casa tomar um banho e se arrumar. Passou por uma floricultura e comprou um arranjo com rosas vermelhas, como vira não filmes água com açúcar que sua mãe assistia.Com sua bicicleta rumou para o apartamento de Sara, esperando encontrar-la .

CSICSICSICSICSICSICSI

Sara tirou a tarde para arrumar sua casa. Aquela semana fora intensa,não dando tempo para que a perita fizesse algo mais além de dormir quando chegava em casa.E como não poderia ter a companhia de seu amado, que hoje passaria a tarde em reuniões no laboratório, a melhor coisa a fazer seria a faxina. Por isso, quando a campainha soou a perita xingou. Estava imunda e ainda faltava lavar o banheiro.

E qual não foi sua surpresa ao dar de cara com Mathew em sua porta?

-Matt, o que faz aqui? Precisa de ajuda com alguma coisa?

-Não, na verdade... er, será que posso entrar ,Sara?

Sara deu um tapa na cabeça, boba com sua momentânea falta de educação.

-Claro Mattie, entre. Só não ligue para a bagunça, estou fazendo faxina.

Mathew entrou, com o ramo de rosas escondido em suas costas. Sara ainda não percebera, ocupada que estava em recolher o material de limpeza de sua pequena sala.Ainda bem que a sala estava terminada.

Sara sentou em seu sofá e falou para Mathew fazer o mesmo, reparando que ele estava muito estranho,,,nervoso,na realidade.. O garoto sentou e trouxe o buquê de rosas a sua frente.

-mathew, o que...

-É,para você- ele disse, estendendo as mãos junto com o buque- por toda a ajuda que você tem me dado desde que cheguei aqui.

-Ah, não precisava,Matt. Deixe-me colocá-las num vaso. Sinta-se em casa.

Sara foi até a cozinha procurar um vaso e Mathew levantou-se do sofá. Sentia muita energia percorrendo seu corpo para ficar sentado por muito tempo. Foi então até a estante no canto da sala e reparou que era entulhada de livros, nenhuma foto. Nas paredes havia quadros de paisagem,mas nada que se mostra uma família. Mathew se perguntou o porquê,mas logo foi distraído pela volta de Sara.

-Elas ficaram lindas em minha cômoda do quarto. Adoro o cheiro de rosas!

Mathew sorriu,mas logo voltou a ficar tenso. Ele ficou parado ao lado da estante tentando tomar coragem.Sara também estava apreensiva. Ela já desconfiava do que estava por vir há um tempo.Mas agora,com o comportamento do menino,lhe dando rosas e estando assim tão nervoso. Ela tentou quebrar o clima tenso,mas não conseguiu. Então, tentou fazer com que ele falasse algo.

-Matt.Seu pai sabe que está aqui?

-Não... Sara... eu vim aqui...ah,droga!

Mathew foi andando em direção a Sara e pegando na mão da perita se declarou

-Sara, desde que te conheci eu senti algo diferente. Você foi a única coisa boa que me aconteceu desde que...ah você sabe. Acho que se não fosse por você a minha vida aqui seria ...insuportável.

-Matt... – Sara segurou com força as mãos de Mathew e as sacudiu, como quem quisesse falar alguma coisa

-Não. Deixe-me terminar... eu não queria me sentir assim, quero dizer, eu não sei realmente o que é isso... eu nunca me senti assim antes e... eu acho que é amor.

-Mathew...- o garoto sentiu quando as palavras deles chegaram aos ouvidos da amada, pois ela ficou tensa e repentinamente largou as mãos dele- você está confuso,é isso.

-Eu não estou confuso... Sara,eu posso ser jovem,mas eu não sou estúpido. Eu ...eu estou apaixonado por você!

Sara se jogou no sofá enquanto Mattew terminava de falar.

-Isso não pode estar acontecendo...- a jovem murmurou.

Mathew se ajoelhou em frente a Sara e ,pegando em seu queixo a fez olhar em seus olhos:

-Sara, eu te amo.