Entre Pais E Filhos escrita por Carol Bandeira


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!
De presente dois capítulos para vocês. E neste,uma pequena referencia a um episódio de csi.
Boa leitura!



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Capítulo XIII

Entre pais e filhos

Gil deixou os dois na sala e se retirou para o quarto,não querendo atrapalhar a aula do filho. Os outros ocupantes da sala se dirigiram para a mesa de jantar,na qual Mathew despejou seus livros e cadernos sem nada falar.O garoto ainda tentava se recuperar, e achou melhor esperar por uma deixa de sua “professora”.

-E então Mathew,vamos começar com o que? Qual parte da matéria que você tem mais dificuldade?

-Ah,eu pensei em... Energia.Potencial,cinética...

-Ok, então vamos lá.

Os dois passaram a próxima hora fazendo exercícios, já que segundo Sara este era o único modo de aprender física realmente, além de realizar experimentos.Ela até pensou em pedir ajuda de Grissom nesta parte,já que o homem tinha um prazer enorme em fazer-los.

Ao fim da tarde, aluno e mestre sentiram-se satisfeitos com o progresso da aula.Mathew resolvera começar com um assunto que ele não tinha muita dificuldade, para tentar impressionar Sara.

 O garoto sabia que não precisava muito dessas aulas de reforço.Ele simplesmente nunca gostara muito de física e com todas as mudanças dos últimos meses ficou ainda com menos disposição para estudar.Se ele colocasse algum esforço estudando sozinho,tinha certeza que conseguiria se dar bem.Mas a oportunidade de passar um tempo com Sara fora tentadora demais para se recusar.

Sara também achou que Mathew parecia não ter muita dificuldade para entender o assunto.A dificuldade que ele apresentara primeiramente cheirava mais a preguiça de estudar do que outra coisa, como a maioria dos jovens.Estranho era que Sara nunca pensara que um filho de Grissom não fosse ser um nerd como ele.

-Bom Matt,acho que por hoje já chega. Faça o resto dos exercícios amanhã e se tiver dúvidas a gente tira no próximo dia.Se não tiver,podemos passar para o próximo assunto.

-Ok Sara.

Gil apareceu na sala naquele momento e vendo que os dois guardavam o material de estudos se aproximou.

-Então,como foi?Tirou todas as suas dúvidas?

-Sim, a Sara é uma ótima professora.Melhor do que o pateta que colocaram para dar aulas pra gente.

Gil olhou para o filho com a sobrancelha arqueada, daquele seu jeito característico.

-Mathew, não é assim que se fala de um professor.

-Grissom, deixa pra lá...até parece que você nunca foi um aluno com um professor ,digamos, menos querido.

A essa fala de Sara os dois Grissom sorriram. O pai por adorar que a namorada se sentisse confortável o bastante para brincar com ele e o filho por ficar feliz que Sara tenha o entendido o suficiente para vir em sua defesa. Já Sara começou a ver por ai um pouco do poder que tinha sobre os Grissom.

-Bom Griss, já combinei com Matt o nosso próximo encontro.Se tudo correr bem poderemos revisar toda a matéria do teste em uma semana.

-Tão rápido assim?

-Ele pega bem rápido o assunto...

Nesta hora Gil olhou rápido para o filho,como se dissesse “então por que o senhor precisa de aulas particulares?”. Mathew desviou o olhar e disse

-Bom eu vou guardar as coisas aqui.

Virou-se para sair e deu alguns passos antes de parar,voltar correndo e dar um beijo na bochecha de Sara e agradecer pela aula.A perita,um pouco atordoada,só respondeu quando o garoto ia porta afora para o quarto

-Obrigada, e bons estudos- falou com a mão na bochecha.

Quando ela se virou para Grissom,viu na cara do namorado a surpresa que também deveria estar estampada em seu rosto. Sara já estava suspeitando do comportamento do garoto.Parecia que ele estava apaixonado por ela.Mas, poderia ser? Se fosse verdade a ironia não teria tamanho. Grissom,por outro lado, não sabia o que pensar e resolveu apagar o comportamento do filho da memória.

O casal se despediu na soleira da porta de Grissom com um até logo e um selinho. Gil,como o cavaleiro que era esperou até que Sara saísse de seu campo de visão para voltar para dentro de casa e trancar a porta.Foi então até a cozinha arrumar a bagunça e pensar no que fazer para jantar. Mas,ao passar pela sala,pegou no ar uma fragrância relativamente nova aquele lugar.Era uma associada a momentos felizes,que voltavam no tempo até San Francisco e à melhor aluna de suas classes de verão,sua querida Sara.

 Gil mal podia esperar para vê-la novamente no trabalho e ficou se perguntando se já não era hora de abrir o jogo com o filho.Afinal o garoto parecia gostar de Sara e ele tinha certeza de que o seu relacionamento com a morena seria duradouro.Não eram estes os medos que todos os pais separados tinham quando pensavam em formar uma nova família? Que o filho não gostasse do namorado (a) ou que acabasse se apegando só para ver a pessoa ir embora como num passe de mágica? Ele teria que falar sobre isso com Sara,mas em sua opinião alguém lá em cima estava o ajudando e ele não seria bobo de reconhecer a ajuda.

CSICSICSICSICSICSI

Enquanto pai devaneava na sala,filho fazia o mesmo deitado em sua cama.Mathew estava mentalmente passando pela sua cabeça a última hora de sua vida,se perguntando o que poderia ter feito para ajudar em seu mais novo desafio.

De início o garoto achou que somente passando aquela hora com Sara seria o suficiente para abrir caminho para o  coração da mulher. O problema é que ela praticamente se concentrou somente na parte de dar aulas  não sentiu nenhuma abertura para tentar algo mais pessoal com ela.

Também havia o fato de que ele não fazia realmente ideia de como seduzir uma garota,quanto mais uma mulher. Primeiro porque ele nunca havia se apaixonado antes e em segundo isso não era algo que ele conseguiria perguntar a sua mãe e avó. Talvez ele pudesse perguntar a seu pai,mas ele também não tinha cara de quem soubesse como fazê-lo.Era sua avó mesmo quem dizia que Gil corria o risco de morrer sozinho por conta do jeito dele introvertido. E o dilema agora era: quem poderia ajudar o garoto com seus problemas amorosos?

CSICSICSICSICSICSI

Sara chegou ao laboratório como de costume,com uns 30 minutos de antecedência. Ela gostava de usar este tempo para correr os laboratórios em busca de resultados de casos do turno passado que não ficavam prontos a tempo ou fazendo ou lendo relatórios. Ela não era considerada uma csi proativa a toa. Antigamente ela gozava da compania de seu supervisor nestes minutos.Hoje em dia, Grissom chegava na hora ao trabalho por conta de Mathew.

Pensando no filho de Griss Sara rezou para que ele não chegasse muito tarde,pois ela tinha algo a lhe falar sobre Mathew. Nada demais,pois fizera a mesma coisa com Catherine e Lindsay.Era importante para ela dar um feedback sobre o desempenho dos filhos,pois sua personalidade perfeccionista não a permitiria ser acusada de ser relapsa.

Quando todos os csi’s chegaram e os casos distribuídos Sara pediu uma palavrinha a Grissom.O homem a levou até seu escritório e pediu que ela se acomodasse.

-Então, senhorita Sidle. O que eu posso fazer por você?- Grissom falou e ao mesmo tempo levantou as sobrancelhas num ar de brincadeira.

A csi controlou o desejo de rir,sabendo que aquela formalidade toda de Grissom era só um show.Também pudera,depois de terem desfrutado de tanta intimidade não poderia haver um pingo de seriedade quando se encontravam sozinhos.

-Bom senhor Grissom,estou aqui para tratar de um assunto pertinente a um senhor Mathew Grissom e seus hábitos de estudo.

Grissom segurou o riso e continuou com a conversa:

-Ok, chega de baboseira. Continue ,Sara.

- Então, o que vou dizer é tudo por alto.Uma hora não me fez expert no quesito,mas eu tenho pra mim que ele não precisa muito da minha ajuda.

-Como assim?

-Ele não me pareceu perdido como a maioria das pessoas que pedem minha ajuda,Griss. Tudo bem que foi só  uma parte da matéria e energia é até fácil de aprender mas eu acho que ele precisa é prestar mais atenção na aula.

-Isso poderia ser considerado como algo bom,não é?Eu digo,que ele talvez  não precise de aulas de reforço.

-Ou por outro lado poderia ser considerado algo ruim se você realmente estivesse pagando um professor particular a toa. 

-Hahaha, engraçadinha...eu não considero nenhum investimento em educação um desperdício.

-Sim,você está certo. Mas falando sério, isso foi só uma observação.Talvez ele tenha mais dificuldade em outros tópicos, ou então tem algo o distraindo na sala de aula. Você tem conversado com ele?

Sara provavelmente poderia adivinhar a resposta para essa pergunta, se ela seguisse o padrão de comportamento recluso de Grissom.Resolveu,no entanto, dar-lhe o benefício da dúvida.

-Nós conversamos, tenho tentado dar o máximo de atenção para ele.Mas eu sinto que não é o bastante,Sara. Ele esconde muitas coisas dentro dele.Acho que não confia em mim.

Grissom pareceu triste ao falar sobre isso,mas logo mascarou e mudou o rumo da conversa.

-Obrigado por isso Sara.Espero realmente que você possa ajudá-lo.-sua voz saiu mais fria do que ele gostaria

Sara sentiu Grissom voltar-se para dentro,coisa que ele não fazia muito ultimamente. Percebendo que o homem precisava de espaço ela resolveu ir trabalhar,não querendo levar uma patada.

-Disponha Griss. Eu vou indo, ver se já saiu aquele mandado que eu preciso no caso Crivey.Até mais.

E saiu sem dizer mais nada.Grissom tirou os óculos do rosto e esfregou a têmpora. A última coisa que ele queria era magoar Sara,mas o problema com o filho ainda era um ponto fraco para ele. E não gostou muito de ter esse fato exposto sem ele estar preparado.Grissom só esperava que ela entendesse isso.

Sara também estava se sentindo frustrada. Não com Grissom, ela sabia que ele não iria mudar totalmente só porque agora estavam juntos.Ele até que estava indo muito bem.Tão bem que talvez a perita tenha se esquecido de que seu namorado era um homem muito fechado e que não se dava bem com mudanças.E acabou passando dos limites se metendo na criação de Mathew.

Era impressionante a capacidade dela de meter os pés pelas mãos. Era só ela tentar ajudar alguém querido que ela se metia em confusão.Seu irmão e aquela procuradora da justiça eram só dois exemplos.Agora poderia adicionar Grissom e Mathew a lista. O que seu supervisor dissera naquele momento mesmo?”As melhores intenções são assoladas por desapontamentos” ou algo parecido. Ela só esperava que isso não fizesse seu relacionamento com Grissom regredir.


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