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Mally Povo on

Eu e o Phillipe ali juntos estava tão bom, nem parecia ser segunda feira. Queria poder ficar ali em sua companhia por mais um bom tempo. E o nosso beijo? Que beijo.

–Acho melhor a gente ir embora não? – Eu disse ajeitando o cabelo.

–Amanhã tem aula né? – Percebi um sorriso de canto. – Acho melhor sim. – Vou lá pagar a conta.

–Não precisa, deixa eu pago. –Cortei. – Sem machismo lembra?

Meninos, sempre orgulhosos. Eu sabia que ele queria me impressionar, mas eu também sabia que, digamos, tenho uma melhor condição financeira que ele e não queria prejudicá-lo.

–Não deixa, eu estou com dinheiro aqui. – Tentou me convencer.

–Eu que te convidei lembra? Então eu pago. – Estava ficando chato.

–Você não vai ceder não é? – Seus olhos estavam vidrados em mim.

–Não. – Soltei séria.

–Então a gente divide. OK?

–Está bom senhor teimoso. – Disse irônica.

–Eu teimoso? Olha quem fala. – Provocou.

–Shiiiiiu. – Falei selando nossos lábios.

Fomos para o estacionamento e entramos no meu carro (Ok já conversamos sobre isso, não é só meu, mas no momento era meu. Deu para entender?)

–Onde é a sua casa? Te levo até lá.

Senti que ele ficou um pouco desconfortável, pensativo, parecia meu irmão aos 10 anos de idade querendo um tempo pra inventar uma desculpa sobre o disco de vinil quebrado favorito da coleção do meu pai.

– Esqueceu onde você mora? – Falei sarcástica, aquilo estava estranho.

–Me deixa na rua que o, hum, Ryan me deixou aquele dia da festa. – Falou mole.

Ia fazer um questionário enorme sobre isso, mas acabei desistindo.

–Chegamos. – Disse parando o carro.

–Ah, obrigada por essa noite, obrigada por tudo. – Abriu a porta do carro. – Te verei de novo? – Virou-se para mim.

–Claro. Adorei sair com você.

Entreguei meu celular para ele anotar seu número e ele fez o mesmo para mim.

–Tchau. – Ele se aproximou do meu rosto.

–Tchau. – Sussurrei, selando novamente nossos lábios.

...

Cheguei em casa com um burburinho grande em torno do novo restaurante que meu pai iria abrir e estava em construção, pelo que eu peguei já estava pronto e iria ser inaugurado em breve. Estavam todos tão empolgados com isso que escapei de todas as perguntas mais profundas sobre onde e com quem eu estava.

–Mally, até que enfim, onde você estava? – Perguntou minha mãe se desviando por um momento da conversa com meu pai.

–Fui dar uma volta no shopping. – Menti.

–Então, querida, que tal na semana que vêm? – Meu pai chamando atenção da minha mãe novamente, o que me deu uma brecha para subir para o quarto.

–Porque não me atendeu? Onde você estava Mally? – O chato do Louis no topo da escada.

–Fui no shopping ver um vestido que a Josie tinha me falado e o celular esta sem bateria.

–Dá próxima vez avisa, te liguei aos montes ia precisar do carro, mas agora já foi né. – Bufou.

–É, já foi.

Em outra ocasião, ia começar fazer um discurso sobre eu nunca ter prioridade sobre o carro, mas estava com preguiça de discutir no momento. Entrei no quarto, passei a chave e me joguei na cama dando gritinhos de euforia contra o travesseiro. Que dia mais perfeito. Será, será que eu estava, humm, apaixonada!?

(...)

Phillipe Pov On

Mally quis me levar até em casa, não queria que ela descobrisse que eu morava ali porque assim ela ia descobrir que eu trabalhava na mercearia e que seu pai era indiretamente patrão da minha mãe. Que confusão. Caramba, eu não tinha pensando nisso, ela é a filha do patrão. Tenho a impressão que isso não vai acabar bem.

Para Phillipe, para de se preocupar com o futuro, pensa no agora, a vida inteira você se preocupou com o futuro e nunca foi completamente feliz, nunca curtiu o momento. Porra! Ainda estou confuso.

Entrei em casa me jogando no sofá com um sorriso enorme no rosto. Ainda não acredito que eu beijei a Mally Thiefield. – Pensei.

–E aí senhor gatão como foi? – Ouvi os passos da minha mãe se aproximando.

–Perfeito mãe. Perfeito! – Espera aí ela disse gatão? LOL

–E quando eu vou conhecer essa menina? – Disse me cutucando para eu tirar os pés do sofá.

–Não sei, paciência nem eu a conheço direito, ainda está no começo, nem sei se vai dar certo e nem vou me casar amanhã, pode ter certeza. – Falei lentamente e com bom humor.

Dei um abraço bem forte nela e subi pro meu quarto, afinal precisava tirar aquele perfume todo já nem eu estava agüentando.

...

Acordei com muito sono, mas melhor humor impossível, tomei uma ducha rápida para ficar mais desperto e resolvi me vestir com as roupas novas, dei um ajeitada no cabelo e desci comer algo, minha mãe ainda estava dormindo.

Subi no ônibus sentindo vários olhares se voltarem a mim. É, eu acho que eu realmente estava precisando de uma mudança!

Entrei na escola com meu ego lá encima, não pude deixar de notar mais pessoas reparando em mim, dá pra acreditar? Pra quem sempre foi ignorado o começo daquilo tudo era bom. 

–E aí cara. – Ryan apareceu quando eu pegava meu material. – Roupas legais quem te ajudou a escolher?

–Eu mesmo oras. – Brinquei. – Não, valeu cara. – Falei isso tocando sua mão. – Valeu mesmo.