Meu nome é Alice, tenho 20 anos, e... Bem não há muito o que escrever, estou trancada em um quarto que não é meu, sentada em uma cadeira desconfortável, e digitando algo que eu não queria. Estou aqui por que não há pessoas que possam explicar o que fiz, não sabem o que eu tenho, ou pelo o que passei, mas mesmo assim me julgam.

Sinceramente estou acostumada com isso, não me irrito, não me estresso, ou mesmo fico triste... Apenas ignoro. Suas opiniões não fazem a mínima diferença, não vão conseguir fazer com que eu volte ao normal.

Todos dizem que fui longe demais, mas será que não veem que a culpa não é apenas minha?! Não estou me fazendo de inocente, ou dizendo que não tenho culpa, sei o que fiz, e o que ainda quero fazer... Não vão conseguir tirar isso de mim.

Sabem onde estou? Estou trancada em um quarto onde só se pode ver branco, o quarto é enorme, mas sem janelas ou qualquer tipo de entrada de luz. Estão com medo que eu saia daqui?! Não podem simplesmente me jogar em uma cela... Sou melhor do que vocês, tenho a inteligência que vocês nunca terão, acham mesmo que depois de apenas 3 anos voltarei ao normal? Isso não pode ser mudado, sempre esteve em minha mente e agora querem me tirar à única coisa que me trás paz?!

Isso mesmo, paz. Nunca fiquei tão feliz, quando me vinguei pela primeira vez tudo parecia fazer sentido.

Então me colocaram aqui para saberem o que se passa na minha cabeça?! Se vocês realmente querem descobrir a razão de ter me transformado nisso, vou lhes contar, mas depois não digam que não avisei...

Na verdade, quem sou? Sou apenas Alice, a menina que de tanto ser deixada no chão, resolveu se levantar e puxar o tapete de todos que estavam por perto.

O que fiz para ser encarcerada aqui? Matei! Matei muitas pessoas... Para ser mais exata, matei todos os que estavam por perto, meus colegas de classe, professores, meu próprio pai...

Como fui pega? Sabe quando dizem que psicopatas não tem sentimentos?! NÓS temos... Mas o que acontece quando alguém sabe a verdade sobre você e o que você faz quando seu passado é como o meu?! Trai-lhe e ajuda a te prender, ninguém quer um assassino solto não é mesmo. Por isso precisamos ficar longe de todos, vocês nos fazem ter manias de perseguição. Não gostamos de quando nos obrigam a algo... E todos fazem isso.

Como cheguei a este ponto? Tinha uma pedra no meio do meu caminho... Tive que tira-la de lá.

Outras perguntas devem estar rondando a cabeça de vocês, pois prestam tão pouca atenção nos fatos que não viram o que acabei falando entre as frases que cercam isso tudo.

Bem, me parece que não saberão de muita coisa por hoje...

_ Se quisesse, poderia me contar tudo, mas pelo visto prefere continuar trancada aqui e ter que digitar toda a sua história. - Alguém entra no quarto que antes era totalmente banco, mas agora apenas se vê um borrão preto, do terno do homem de pé em frente à entrada.

_ Não precisa se incomodar, estou bem assim. - Disse-lhe Alice, que agora se levantava enquanto fechava o notebook em cima da mesa.

_ Prefere ficar nesse silêncio enlouquecedor a ter a atitude de nos ajudar a te curar?

_ Sim. Pois pra mim não há cura, você deveria saber disso... Você sabe disso.

_ A única coisa que sei é que não deixarei você matar de novo. Você não é uma psicopata!

_ Não ficarei perdendo meu tempo discutindo com você. E diga, o que veio fazer aqui? - Disse Alice enquanto se sentava em “sua” cama.

 _ Vim ver se estava bem, faz seis meses que não te vejo, pensei que algo poderia ter acontecido, fiquei preocupado.

_ Hum, pare de fingir, quem deveria fazer essa sena era eu. Aliais, eu era quem deveria mentir e controlar as pessoas... Desculpe-me, mas se não for pedir muito, gostaria de ficar sozinha. - Disse com um sorriso sarcástico em seu rosto, pensando se talvez depois pudesse matar todos eles também.

_ Sua frieza me surpreende. Pensei que ainda tivesse um coração. - Disse o homem agora com o olhar triste, pensava que poderia ser diferente.

_ Não, não tenho um faz muito tempo. Não gaste seu tempo fingindo se preocupar, a única coisa que pode ganhar vindo aqui é a morte. - Alice tinha um olhar frio, em seus olhos não havia dor, alegria ou qualquer outra emoção... Estavam vazios.

_ Você ainda vai voltar... Eu sei disso. - Disse sem ao menos olhá-la, e seguiu seu caminho para fora do quarto.

_ Não conte com isso... Não agora.