– Merda de cabeça... – resmungou ele descendo as escadas, segurando-se firmemente no corrimão da escada. – Idiota do Marc... Merda de... – começou ele, e continuaria se não tivesse visto Rose arrumando a mesa do café. – Arrependimento. – murmurou ele.

– Bom dia Sr. Malfoy. – disse ela arrumando as frutas e saindo dali.

– Rose! – exclamou ele.

– Sim? – perguntou ela se postando ao lado da mesa e vendo ele se sentar.

– Cadê os pães? – perguntou ele vendo que só tinha frutas e sucos.

– Para curar a ressaca de manhã, aconselho frutas. A não ser que o senhor queira comer verduras agora. – disse ela ríspida. Ele olhou para ela. Frágil e pequena... Destruída por dentro. Ele havia acabado com ela e ela ainda cuidava dele.

– Sobre ontem... – começou ele.

– Sou sua escrava. – disse ela séria.

– Mas não era certo... – tentou ele.

– Escrava obedece a ordens e satisfaz o mestre. – disse ela ríspida. Scorpius engoliu em seco. Rose abaixou a cabeça e saiu para a cozinha. Scorpius bufou e foi em direção da cozinha.

– Rose. – chamou ele se postando atrás da morena que lavava a louça nervosa. Ela não respondeu nada. – Rosa. – chamou ele. Ela parou o que fazia e ergueu a cabeça. Ele segurou na cintura dela e virou-a. – Me desculpe. – pediu ele. Sabia que aquilo não era o suficiente.

– Você é meu dono... – começou ela.

– Pare! – exclamou ele. Ela deu um pulo de susto. – Pare com isso de escrava e dono.

– Mas...

– Você é morena e eu loiro. – disse ele. Ela arqueou a sobrancelha. – O que eu quero dizer... É que não importa. Não te trato como escrava. Você parece mais uma governanta...

– Ontem eu era escrava. – disse ela.

– Ontem eu estava bêbado. – disse ele. Ela abaixou a cabeça. – Escute. – pediu ele segurando o queixo dela e erguendo o rosto dela. Os olhos dela se encontraram com os dele e Scorpius sentiu-se mergulhar na profundeza dos olhos dela. – Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas não tem como voltar-mos. Se tivesse... Já teria voltado e me impedido de ficar bêbado. Mas eu estava com raiva...

– Não precisa se explicar Sr. Malfoy. – disse Rose querendo, intimamente, que ele explicasse e deixasse tudo em pratos limpos.

– Preciso. Eu me sinto péssimo...

– Já se desculpou e desculpo o senhor. Agora, se o senhor já terminou seu café, eu gostaria de recolher as comidas da mesa. – disse ela tentando fugir dos braços dele.

– Rosa... – chamou ele.

– Sim mestre? – perguntou ela séria.

– Por um momento pode parar de pensar como escrava e pense como mulher. A mulher maravilhosa que você é. Pense em mim como homem e não mestre ou senhor. Me perdoa. – pediu ele. O coração de Rose deu um pulo em falso e ela sentiu uma leve falta de ar. – Eu não me perdôo por ter batido em você. Ter abusado de você...

– Perdoado. – disse ela rápida. Ele olhou para ela. Os olhos castanhos dela diziam que estava perdoado, mas a dor ficaria ali ainda...

– Me perdoa mais uma vez. – pediu ele. Os olhos castanhos dela se encontraram com os dele, mas quando ela se deu conta, ele estava beijando ela.

As mãos dele apertaram a cintura dela e as dela apertaram a cabeça dele. A boca dele desesperada pela dela. A língua brincando com a dele.

– Não fez nada de errado. – disse ela quando se separaram para buscar ar. Ele sorriu e beijou novamente ela.

– Eu quero você... – murmurou ele beijando o pescoço dela enquanto as mãos dele entravam por baixo do tecido da blusa dela.

– Você já me teve. – disse ela vendo ele desabotoar a blusa dela.

– Eu quero ter você corretamente. – disse ele. Ela sorriu e abriu os braços fazendo a blusa cair. – Não como uma escrava, mas como uma mulher. – disse ele beijando a boca dela.

– Adorei a idéia. – disse ela sentindo os beijos dele descer pelo pescoço e irem para o colo dela.

– Ai Scorp, assim eu fico com ciúmes. – disse uma voz na porta. Scorpius e Rose se afastaram assustados e se depararam com Matthew Zabine encostado na porta.

– Hun. – pigarreou Scorpius se ajeitando e vendo Rose colocar a blusa. – Cabeça de ovo, esta é Rose Weasley. Rosa, este é Matthew Zabine. – disse ele apresentando ambos. Ela deu um sorriso de lado e acenou com a cabeça. Olhou no relógio... 10 horas da manhã.

– Posso fazer um chá. – sugeriu Rose. – Ou desejam outra coisa?

– O que eu desejo tem nome e sobrenome morena. – disse Matthew olhando maliciosamente para ela. Rose sentiu seu rosto esquentar terrivelmente.

– Apenas traga um pouco de conhaque. – pediu Scorpius.

– O senhor precisa se hidratar. – disse ela levemente severa. Scorpius engoliu em seco e respirou fundo. – Posso fazer um suco. Ou talvez o Sr. Zabine queira tomar café...

– Parece tentador. – disse Matthew olhando para Scorpius. – Nem você que é o dono da casa me convida para um café da manhã. Onde vamos parar?

– Não te convido por que sei que não sobrará comida. – murmurou Scorpius. – Rose querida, faça um suco para mim. O mesmo que fez hoje. Estava delicioso. O que tinha nele? – perguntou ele curioso.

– Se eu lhe contar, não vai querer mais tomar. – avisou ela. Scorpius arregalou os olhos o que fez ela rir. Ele sorriu, o clima entre eles estava menos tenso. – Farei o suco sim senhor. E o Sr. Zabine?

– Uma água gelada. – respondeu Scorpius. – Apagar os hormônios dele. – disse Scorpius. Rose olhou para Matthew esperando uma confirmação.

– Um pouco de whisky. – disse ele olhando maroto para Scorpius que revirou os olhos.

– Vamos cabeça de ovo. – disse Scorpius empurrando Matthew para fora da cozinha. Scorpius viu Matthew ir para a sala, deu meia volta e se postou na frente de Rose. Suas mãos passando nos cabelos dela. – Ainda temos mais cinco meses. – disse ele. Ela sorriu. – Estamos bem?

– Acho que sim. – disse ela. Ele sorriu e beijou ela. Como era bom beijar ela...

– Malfoy, largue a Rose e venha aqui! – gritou Matthew. Scorpius se afastou de Rose e piscou para ela. Afastou-se e se sentou na poltrona ao lado do sofá que Matthew estava.

– Como você é um idiota. – disse Scorpius passando a mão nos cabelos

– Também amo você. – disse Matthew.

– Enfia esse amor no seu...

– Olha o respeito com os mais velhos! – exclamou Matthew fingindo-se chocado em quase ouvir o amigo terminar a frase.

– Mais velhos... – bufou Scorpius contrariado. – Mais velho por apenas alguns dias.

– Mas continuo sendo o mais velho. – disse ele mostrando a língua para Scorpius.

– Aqui está. – disse Rose aparecendo com uma bandeja. – O seu suco. – disse ele colocando o suco de Scorpius em cima de um descanso para copos que se encontrava em cima da mesa entre a poltrona e o sofá. – E o seu whisky. – disse ela colocando um pequeno copo com whisky ao lado de Matthew. – Quer que deixe a garrafa aqui Sr. Malfoy?

– Não Rose. – disse Scorpius olhando para o amigo que fez cara feia. – É capaz de ele tomar o whisky direto da garrafa. Obrigado. – disse ele. Ela sorriu de lado e saiu dali.

– Onde achou ela? Nas páginas amarelas não deve ter sido. – disse Matthew apreciando seu whisky.

– Num leilão. – disse ele cheirando seu suco. Ele tentava, numa atitude inútil, descobrir quais eram os ingredientes.

– Leilão? – perguntou Matthew s engasgando com os poucos goles de whisky.

– Eu estava ali por que não tinha nada para fazer. E eles iam leiloar uns escravos... Mas... Quando eu a vi... – começou Scorpius se lembrando daquele dia. – Ela estava assustada. Suja. Semi-nua. Ela olhou para mim... Ela me pedia ajuda. Matt... Tive uma sensação que eu nunca tive até hoje.

– Compaixão. – disse Matthew.

– Não sei... E os lances aumentavam. Um cara... Parece um mafioso... Ele aumentava os lances. Ela estava desesperada por que não queria ser comprada por ele. Ele falou o lance dele...

– De quanto? – perguntou Matthew.

– 92 mil libras. – disse Scorpius. – E então, eu dei o meu lance. O último.

– De quanto? – novamente Matthew fez a pergunta. Scorpius esperou ele descansar o copo na mesa para responder.

– 200 mil libras. – disse ele casualmente.

– O QUE?! – gritou Matthew se engasgando.

– Porra Matthew. Esperei você colocar o copo na mesa para não se engasgar. – disse Scorpius bravo.

– Malfoy! Pagar 200 mil libras? Por uma escrava? Por quanto tempo isso?

– Seis meses. – disse Scorpius neutro. Já esperava essa reação do amigo.

– Bom... É um tempo bom, mas não bom para 200 mil libras. Isso é quase o valor da minha casa. – disse Matthew. Scorpius ergueu a sobrancelha. – Está bem. Este é quase o valor do meu quarto. Pronto.

– Mas... Vamos deixar isto de lado. Veio aqui por que? – perguntou Scorpius direto. Matthew engoliu em seco.

– Eu estou apaixonado. – disse Matthew. Desta vez foi a vez de Scorpius se engasgar com o suco.

– Como? – perguntou Scorpius desacreditando.

– Que? Acha que estou brincando? Eu não tenho família. Vim falar com você, mas vejo que foi um erro. – disse ele colocando o copo na mesa. – Passar bem. – desejou ele indo para a porta.

– Zabine! – exclamou Scorpius correndo até o amigo e segurando seu ombro. – Cara, desculpa. É... É que isso é inacreditável. Finalmente. Qual o nome dela? – perguntou Scorpius puxando Matthew para o sofá.

– Ammie Seckfield. – disse Matthew.

– E onde conheceu ela? – perguntou Scorpius. Matthew engoliu em seco.

– Numa casa. – disse ele. Scorpius franziu o cenho, mas logo entendeu.

– Ah sim! Claro... Amm.... Por que não convida ela para vir jantar aqui? – perguntou Scorpius. Matthew abriu um sorriso.

– Sério?

– Claro. – disse Scorpius. – Fale com ela enquanto eu falo com Rose. – disse Scorpius vendo Matthew pegar o celular.

– É para falar com ela, não inspecionar a boca dela. – disse Matthew. Scorpius rolou os olhos e foi para a cozinha.

– Toc toc. – disse Scorpius entrando na cozinha. Ele viu Rose se virar assustada.

– Ah, oi. – disse ela tapando algo com as mãos.

– O que está fazendo? – perguntou ele esticando o pescoço e olhando o balcão sobre os ombros dela.

– Nada. – disse ela movimentando a cabeça de acordo com a cabeça dele. – São os ingredientes.

– Me mostra. – pediu ele.

– Não posso. – disse ela.

– Por que? – perguntou ele empurrando ela delicadamente para o lado. Ele ficou analisando a cenoura, aipo e outras frutas.

– Não irá tomar. – disse ela suspirando.

– Você é uma boba. – disse ele se aproximando. – Acha que vou deixar de tomar o seu suco só por causa do aipo, cenoura e outras coisas?

– Acho mesmo. – disse ela firme colocando a mão na cintura.

– Você é uma figura. – disse ele se aproximando dela e segurando sua cintura. Ele beijou a boca entreaberta dela.

– Vai parar de beber o suco? – perguntou ela.

– Vou sim. – disse ele se afastando e rindo da expressão de fúria dela. – Vim avisar que Matthew e a namorada dele vão jantar aqui.

– Ele namora? – perguntou Rose mordendo o lábio inferior, repreendendo-se por ser curiosa na vida dele.

– Parece que sim. – disse ele rindo.

– O que devo fazer para a janta? – perguntou ela.

– Saberá o que fazer. – disse ele. Ela sorriu de lado e se esgueirou pelos braços dele.

– Ela virá. – disse Matthew aparecendo de repente na porta da cozinha.

– Que maravilha. – disse Rose sorrindo. – Fico feliz que esteja namorando.

– Vou pedir ela em noivado. O mais breve possível. – disse Matthew. – Agora, vamos almoçar! – exclamou ele.

– Vamos na sala, cabeça de ovo. – disse Scorpius puxando Matthew para onde estavam antes.

– Fico feliz que tenha só falado com ela, não feito a inspeção. – disse Matthew como se tivesse orgulhoso. Scorpius rolou os olhos e deu um tapa na cabeça de Matthew.