A Escrava escrita por estherly


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

"As correntes da escravidão só prendem as mãos. É a mente que faz livre o escravo."
Franz Grillparzer



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- A próxima é Rose Weasley.  – assim que meu nome foi anunciado, dois homens me puxaram por duas cordas que estavam amarradas aos meus pulsos.

Olhei para os lados. Estava ali há mais de uma hora, já decorei tudo o que estava ali. Não tinha saída. Não as que já tentei. Abaixei a cabeça. Por que fui ter essa atitude rebelde de fazer o ilegal? Agora estava sendo punida. Eles me puxavam para o inferno. Quem será o diabo que mandará em mim por longos seis meses? Ora Rose Weasley, você fez o que julgou certo. Para que se envergonhar? Do que se envergonhar? Talvez do fato de eu estar sendo escravizada. Respirei fundo e ergui a cabeça, como meus pais me ensinaram. Assim que ergui a cabeça, vi duas cortinas escurecerem tudo. Os homens que me puxavam abriram cada um, uma cortina e foram para o lado, deixando eu no meio, eu... A escrava. Respirei fundo. Sabia o que tinha que fazer.

Ainda de cabeça erguida e a loucura invadindo minha cabeça, eu fui andando. Andei até o meio de uma espécie de palco. Homens e mais homens envolta de mim. Nojentos.

- Escrava por seis meses. Comecemos os lances. – disse um homem, o mesmo que me anunciara. – Começamos com dez mil libras. – disse ele. – Quem dá mais? – perguntava ele.

            Um silêncio. Ninguém se moveu. Os olhos focados em mim. Por um momento, senti esperança. O homem suspirou e fez um sinal para um dos guardas. O mesmo se aproximou de mim e arrancou meu vestido, deixando-me semi-nua. Como uma striper numa casa noturna. Mãos se levantaram e homens gritavam, dando lances cada vez mais altos. Sentia-me suja. Queria me tapar e fugir, mas como?

            Olhei nos olhos dos homens que gritavam por mim. Sentia-me poderosa, por despertar aquilo nos homens, mas suja por despertar aquilo nos homens. O que devia sentir? Não fazia a mínima idéia. Não sabia de nada... Apenas que minha vida e a vida de alguém mudaria durante seis meses. Procurava alguém interessante que eu pudesse me insinuar e começar a ter esperanças. Ninguém... Não... Não... Não...

- Eu ouvi 70 mil libras? – perguntou o homem. Olhei incrédula para ele. Eu ia ser leiloada por 70 mil libras?

Um homem levantou a mão. Olhei para ele. Um homem que devia ser mais baixo que eu. Gordo, calvo, com os cabelos para trás e bigode. Usava um, sobretudo e um chapéu preto e discreto. Olhei para ele. Ele me olhou e piscou maliciosamente. Engoli em seco. Se eu fosse vendida para ele, boa coisa não ia sobrar para mim. Olhei em volta desesperada. Tinha que achar alguém, ou se não, iria ser vendida para o mafioso, estuprada e morta em seguida. Vamos... Que os deuses sejam piedosos comigo... E então vi... Os olhos mais lindos, numa mistura incompreendida de azul e cinza. Olhei para ele e vi ele olhar para mim. Os lances aumentavam. 75 mil libras. Olhei para ele desesperada. Ele todo arrumado e eu suja. Ele me olhava de uma maneira diferente. Se ele me comprasse... Eu virava uma prostituta, só para ser comprada por ele. O lance aumentou para 80 mil libras.

- 82 mil libras! – disse o mafioso. Olhei desesperada para as pessoas. Os lances iam diminuindo e meu coração aumentando cada vez mais. Olhava desesperada...

- 85 mil libras... Alguém? – ofereceu o leiloeiro. Eu olhava chocada para ele. Eu era o quê? Um objeto?

- 85 mil libras. - disse o mafioso. Negava com a cabeça desesperada. Ainda tinha esperança. Esperança de que? De que uma pessoa solidária e bondosa comprasse uma escrava semi-nua? Tinha que ter esperança que o mafioso não ia me matar. Olhei uma ultima vez para o loiro dono dos olhos azuis e cinza.

- 90 mil libras. – disse um homem do outro lado do “palco”. Olhei desesperada para o loiro.

- 92 mil libras! – exclamou o mafioso se levantando novamente. Olhei novamente desesperada para o loiro, meu medo aumentava. Não queria ser prostituta particular, não dele pelo menos, e morta no final.

- 200 mil libras! – disse o loiro se levantando abruptamente. Todos olharam estupefatos para ele. E eu olhava... Esperançosa. O leiloeiro olhou para todos.

- Alguém? – perguntou ele olhando para todos e especialmente para o mafioso que ergueu as mãos, se rendendo. – Vendida por 200 mil libras! – disse ele batendo o martelo. Suspirei aliviada.

            Mais, após a ficha cair, minha tensão voltou. Nossas vidas mudariam durante e depois de 6 meses... 


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Notas finais do capítulo

Comentem.