The Week escrita por aninha


Capítulo 7
Sábado Parte I - Visitante


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Revisado :D Apaguei toda a explicação do post atrasado porque era grande demais e agora que tá tudo direitinho eu achei desnecessário. Pra quem leu ele antes da revisão, eu mudei pouquíssimas coisas, mas eu acho que ficou um pouco mais claro então eu indico ler de novo :) Boa leitura *-*



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POV TAYLOR

Acordei com o som desesperado do despertador do meu celular (é, eu não tenho aqueles de colocar em cima da cômoda ou do bidê, em uma turnê não é sempre que você consegue dormir em um quarto). E é mais do que óbvio que eu estava de mau humor. Coloco-o pra tocar quinze minutos depois enquanto tento combater a preguiça e criar a coragem necessária para levantar da cama quente e fofa em que eu estou. Não é uma tarefa fácil, mas o fato de nada na minha vida ter sido fácil ultimamente serve de consolo. Era a menos difícil, afinal.

Cedo demais o despertador toca novamente, e eu sei que se eu não levantar agora eu não levantarei tão cedo, então levanto e ligo para a única pizzaria da cidade que me lembro do número e peço uma pizza de muzzarela. Normalmente eu pediria de palmito, mas isso me trazia lembranças das quais eu não queria lembrar. O que não impedia elas de passarem o tempo todo pela minha cabeça sem eu poder fazer nada para pará-las.

Enquanto espero a pizza chegar, decido tomar um banho. Até porque daqui a mais ou menos uma hora eu vou ter que ir ensaiar com os rapazes. O grande show é hoje e a minha equipe não quer que nenhum possível instrumento desafinado estrague o ‘espetáculo’. Contra isso eu não podia discutir.

Escolho o vestido que eu comprei em Nova York especialmente pra esse primeiro show. Meu agente me proibiu de usar uma camiseta hoje e, como eu vi esse vestido lindo na loja no mesmo dia em que ele implorou pra que eu colocasse algo mais feminino (o que não queria dizer exatamente que precisava ser um vestido, mas eliminava qualquer camiseta da minha mala), resolvi comprar. Era muito parecido com todos os meus outros vestidos, pra falar a verdade, mas era vermelho. E lindo, muito lindo. Pego minha cinta-liga da mesma cor e vou para o banheiro, abrindo um sorriso enorme no rosto quando vejo no espelho que meus olhos parecem normais. Sem olheiras, sem inchaço. Só dois brilhantes olhos azuis em uma pele branca demais. Esqueço qualquer vestígio de mau humor e vou cantarolando a nova música enquanto entro no chuveiro.


POV RONNIE

Não pergunte que raios eu faço parado em frente ao apartamento da Taylor. Pra falar a verdade nem eu sei. Só sei que eu não suportava mais fingir me ocupar com qualquer coisa quando meus pensamentos estavam na porta do outro lado do corredor. E então foi isso, meus pés me levaram até lá e minha mão bateu na porta três vezes. Inconscientemente simples. E então uma voz doce que me lembrava de coisas que definitivamente não era a hora de serem lembradas sai lá de dentro.

– Já vou, só um minuto! Pode entrar e sentar, se quiser!

E então com a maior cara de pau do mundo e sem nem saber o que dizer, eu entro fingindo ser seja lá quem ela esteja esperando e me sento no sofá.


POV TAYLOR

Saio ás pressas do chuveiro e coloco apenas o meu moletom grande e velho por cima da lingerie, correndo para a sala para atender o cara da pizza, mas arregalo os olhos e paraliso completamente quando vejo quem está sentado no sofá da sala me esperando. Claro! Eu sabia que uma pizza normalmente demorava a ser entregue. Eu só não podia imaginar que a pessoa que eu menos queria ver no universo poderia querer me ver. Mas que diabos ele queria comigo?

– Ronnie? O que você faz aqui? Estava bêbado demais pra entrar pela porta certa? – Encaro-o furiosamente, prestes a começar a bater o pé. Eu já não me conhecia mais.

– Eu não estou bêbado, mas acho que você preferia que eu estivesse não é? – Ele passa a mão pelo rosto, visivelmente cansado. Eu não entendo aonde ele quer chegar.

– O quê? Ronnie, o que exatamente você quer comigo? Porque está aqui? Desistiu do contrato? – Começo a me desesperar. Será que era tão difícil pra ele conviver comigo por um fim de semana?

– Não! Porque eu faria uma coisa dessas?

– Não sei, talvez porque você esteja arrependido de ter transado comigo? Ou porque talvez você tenha descoberto que na cama eu não sou o que você pensava? Ou qualquer outra porra machista que você puder inventar, só pra provar o quão macho você é por ter TODAS caindo aos seus pés e por poder mostrar para os MEUS fãs que você pode escolher entre me ter na sua cama ou ter qualquer outra vadia que você encontrar? Sinceramente, eu não sei o que passa pela sua cabeça, Radke, mas eu cansei dos seus joguinhos. CANSEI! Então se você tem alguma coisa pra me dizer é pra falar agora caralho, antes que eu expulse você daqui e prefira pagar uma multa de um milhão de dólares, agüentar fãs decepcionados e contratos desfeitos só pra não ter que gastar mais um minuto da minha vida com você! – Respiro fundo e tento controlar as lágrimas que ameaçam jorrar para fora de meus olhos ao mínimo sinal de fraqueza da minha parte. Eu não sei se elas são de raiva, de tristeza ou qualquer outro sentimento idiota que exista nesse mundo e que esteja se apossando de mim, mas eu sei que mesmo com tudo isso a minha vontade é de beijá-lo. ARGH, ARGH, ARGH.

Quando eu termino meu pequeno discurso completamente honesto e inesperado, Ronnie me encara de olhos arregalados e boca entreaberta. Levanta do sofá pela primeira vez desde que eu cheguei e passa a mão pelo cabelo, parecendo pensativo.

– Me deixe ver se entendi. Você obviamente está arrependida de ter dormido comigo, mas é por isso? É por causa do que eu posso falar? Ou fazer? Tá legal, você disse algo do tipo quando saiu do meu apartamento ontem, mas caso você não tenha percebido, só nós dois sabemos o que aconteceu aquele dia, a não ser que você tenha contado pra alguém. Eu não contei pra ninguém e nem pretendo contar. E aquele cara da sua banda nem suspeitaria de qualquer coisa que tenha se passado entre nós se você não tivesse deixado isso óbvio ontem, quando quis que ele te ajudasse a me despachar. – Ele me olha indignado.

Será mesmo que isso era possível? Ronnie não contaria a ninguém? Ele certamente tinha razão quanto a eu ter deixado tudo claro demais ontem à noite. Mas não era isso que ele fazia, contava aos amigos pra manter sua fama idiota? Se era, porque ele não havia contado sobre mim?

– E porque raios você não contou? – Ele parece sinceramente confuso com a minha pergunta e dá um passo em minha direção. Eu dou um para trás.

– Não era isso que você queria? Que eu não contasse? Você deixou isso bem claro quando saiu do meu apartamento ontem pela manhã.

– É, eu deixei claro, mas não é isso que você faz? Caralho Ronnie, você sempre conta! Porque diabos você me ouviu? – Ele abre a boca minimamente, surpreso, mas é o suficiente. A vontade de agarrá-lo é tanta que dói manter a distância. Mas eu não cometerei o mesmo erro pela segunda vez.

– O que é? Eu ouvi direito o que você disse? Você queria que eu contasse e está brava comigo porque eu não contei?

– Não, é claro que eu não queria que você contasse! - A raiva passa como um raio por seus olhos e ele respira fundo pra tentar se acalmar.

– Você pediu pra eu não contar e eu não contei. E então você ficou braba comigo porque eu não fiz o que você me pediu para não fazer? PORRA TAYLOR, O QUE VOCÊ QUER DE MIM ENTÃO? VOCÊ ESCUTOU O QUE VOCÊ DISSE? PORQUE NÃO FAZ SENTIDO NENHUM!

Eu olho pra ele e uma lágrima escapa por meus olhos. EU SÓ POSSO ESTAR DE TPM PORQUE NÃO É POSSIVEL UMA COISA DESSAS. Respiro fundo e passo a mão no rosto, limpando a lágrima e voltando ao controle. Começo a tentar pensar na situação da maneira mais clara o possível, pra chegar a uma conclusão.

O que eu disse não fez nenhum sentido mesmo. Ele não contou e parecia estar sendo honesto, eu não deveria estar feliz? É eu deveria, mas definitivamente eu não estava. E isso tudo por causa de uma vozinha em minha cabeça que ficava dizendo que ele não se importou em contar porque não fazia diferença alguma pra ele. Porque eu não fazia diferença alguma pra ele. Porque eu era tão insignificante que ele nem tinha vontade de contar para os amigos. E agora a vozinha estava mais alta e nublando a razão de meus pensamentos.

– Você está chorando? O que foi que eu fiz agora? – Ele me olha incrédulo. Eu deveria estar parecendo uma criança, mas não era algo com que eu me importasse nesse momento.

– NADA! Você não fez absolutamente nada e é isso que está acabando comigo! Porque você se deu o trabalho de fazer qualquer coisa comigo se eu sou tão insignificante pra você que você nem tem vontade de contar para os outros o que fez comigo? – Ele me encara por alguns segundos. Observo seus olhos mudarem: confusão, descrença, compreensão. Até pararem em divertimento.

– Uh-oh. É isso então? – Ele começa a rir, o que me deixa ainda mais furiosa. – Você acha que não é importante pra mim? Olha, eu com certeza nunca entenderei as mulheres. Argh, eu achei que eu nunca diria isso. – Ele torce o nariz e começa a caminhar em minha direção. Eu não recuo, a curiosidade havia se apossado de mim. – Caramba, como eu vou dizer? – Ele pára à centímetros de mim e me segura delicadamente pelo rosto. – Porque raios você acha que eu não me importo com você? – Eu viro o rosto que está preso entre suas mãos e ele o vira de volta até eu encará-lo novamente. – Taylor, eu gosto de você, até demais eu diria. Esse é o problema. É isso que fez eu não falar nada pra ninguém quando eu sabia que isso podia magoá-la.

Uma parte do meu cérebro realmente quer acreditar no que ele diz. Mas esse Ronnie eu não conheço, então não confio nem um pouco. Levanto a sobrancelha, mostrando minha descrença.

– E porque você não falou isso antes? Ontem, por exemplo?

– Você queria que eu falasse isso na frente dos seus amigos? Dos meus amigos?

– Você poderia ter falado de manhã.

– Acha que foi fácil pra mim dizer tudo isso pra você? Dá um desconto Taylor, até semana passada eu não acreditava que podia falar a expressão ‘gosto de você’.

– Mas... – Três batidas na porta me interrompem.

– É quem você estava esperando? Quem você veio receber só de moletom? – Ronnie cochicha enquanto solta meu rosto e dá uns passos pra trás.

– Momsen? Taylor Momsen? Acho que a srtª gostaria de comer a pizza enquanto ainda está quente. – Eu começo a rir.

– Com certeza é quem eu estava esperando. – Sorrio para um Ronnie emburrado enquanto caminho até a porta.

– Desculpe a demora, será que ela já esfriou? – O entregador deve ter uns vinte anos no máximo. E é bonito. Normalmente eu daria em cima dele, mas na última semana eu poderia chamar minha vida de tudo, menos normal. Ele não tenta esconder o olhar fixo em minhas pernas e eu espicho os braços, impaciente. – Poderia me dizer quanto ficou? Se não se importa eu estou com um pouquinho de pressa.

Abro um pouco mais a porta propositalmente, tentando mostrar ao entregador bonitinho que Ronnie Radke estava na minha sala me esperando com meus trajes nada apropriados. Olho para trás por pura curiosidade e vejo que Ronnie tirou a camisa e está sorrindo escorado na parede mais próxima. Ele só acena e então eu tento não gargalhar quando vejo a cor fugir do rosto do rapaz e ele de repente parecer desconfortável.

– Q-q-quinze dólares, senhorita. – Entrego o dinheiro a ele, pego a pizza e observo o rapaz praticamente correr pelo corredor até o elevador. Sem agüentar mais, começo a rir e me viro, fechando a porta. Ronnie está rindo tanto quanto eu.

– Pizza de muzzarela, han? Não esperava algo tão inocente vindo de você. Nenhum rapaz forte vestido de bombeiro? Tsc, tsc, você me decepcionou Taylor. – Ele sacode a cabeça negativamente, fingindo uma decepção.

Coloco a pizza em cima da mesa da cozinha e quando viro para encará-lo, vou direto ao ponto.

– Não acredito em você. – Ele suspira e pega a camiseta que está jogada no chão.

– Tudo o que eu falei é verdade.

– Eu ainda não acredito em você.

– Por quê?

– Você não é o Ronnie que eu conheço. Você não fez milhares de comentários imbecis nem falou nada machista desde que entrou pelo meu apartamento. Porra, como quer que eu acredite em você?

– Eu sei conversar sério quando eu quero Taylor. Sou o mesmo, só menos inconveniente. Eu poderia agora mesmo falar o quão sexy você está só com esse moletom comprido e completar dizendo o quão rápido eu poderia tirá-lo de você, mas eu acho que esse tipo de comentário não é apropriado no meio de uma discussão. Mas se você quiser encerrá-la nós poderíamos fazer algo mais interessante e eu poderia dizer a lista de coisas obscenas que eu tenho vontade de falar pra você. – Ele sorri maliciosamente. É, esse Ronnie eu conheço. E com esse Ronnie eu sei lidar. Reviro os olhos.

– Ok ok, eu acredito que seja você. Conseguiu, não acho mais que seu cérebro foi modificado por alienígenas. – Eu sorrio. Bem melhor assim.

– Agora acredita em mim? – Ele sorri esperançoso. Aquele sorriso. Sem malícia, mostrando os dentes perfeitos. Resisto ao impulso de lamber os lábios.

– Não. – Meu sorriso se expande de orelha à orelha. Deixaria para pensar sobre o que eu acreditava quando eu estivesse em condições de pensar claramente. O que quer dizer que eu precisava estar sozinha para fazer isso. Ou até nem tanto, só sem ele por perto já seria o suficiente. Ele revira os olhos e bufa, seus olhos demonstram sua impaciência.

– E o que eu preciso fazer para você acreditar?

– Prove. Prove que o que você me disse é verdade. Me mostre porquê eu deveria acreditar no que você me disse.

– Porque é. Nunca falei isso pra outra pessoa Taylor, acha que alguém dormiria comigo, Ronnie Radke, se eu me declarasse pra elas? Elas não esperam isso de mim. A propósito, a maioria não precisa nem de um oi meu para se jogar em mim. Além disso, nunca me importei com elas. – Ele dá de ombros. – Não gosto de mentir, então nunca dei esperanças falsas. Sempre fui muito claro nas relações que tive. Mas eu aceito o desafio, vou provar pra você que eu falo a verdade.

– Posso fazer uma pergunta, então?

– Claro.

– Porque eu? Existem tantas mulheres nesse mundo Ronnie, Porque você me escolheu para falar isso? Você pode muito bem ter falado isso para todas as outras. Porque eu deveria acreditar que sou a única? Agora é você que não está fazendo sentido, Radke. - Ele suspira.

– Eu sei disso. E, bom, eu posso fazer uma lista de por que você, mas não seria inteligente da minha parte irritá-la agora. Ah, e eu vou jogar sujo. Já aviso agora pra dar tempo de você se preparar psicologicamente. E sexualmente, claro.

– O que? Você disse que iria provar que gostava de mim, não que iria fazer algum tipo de jogo psicosexual ou seja lá que nome isso tenha.

– E eu vou, mas eu vou fazer você admitir que gosta de mim também. E você parece mais relutante do que eu quanto a isso. Você ganhou de mim dessa vez Taylor, eu tenho que admitir. Meu joguinho psicosexual, como você o chamou, vai ser para tê-la pra mim. Um aviso de amigo agora: Depois que eu conseguir você, não vai ser fácil se livrar de mim. – Ele pisca o olho.

– Isso não é um de seus joguinhos, Ronnie.

– Tem razão. O valor do prêmio é mais alto.

– Eu não sou um prêmio!

– Depende do ponto de vista... E do sentido em que isso for dito, é claro. – Suspiro e cruzo os braços.

– Ok, seu tempo acabou. Eu tenho que me arrumar, você tem que se arrumar. E já que você diz que não desistiu do show, imagino que não queira se atrasar e decepcionar as fãs, Radke.

Ele sorri de orelha a orelha. Parece absurdamente feliz com a situação. Muito mais do que eu.

– Claro que não. – Ele diz, se aproximando do meu ouvido e começa a sussurrar. – Fique pensando no quão bom seria se eu tivesse beijado você agora. No quanto você gostaria que isso tivesse acontecido. Sabe que posso fazer você esquecer que duvidou de mim um dia. – E eu sabia.

– Mas em algum momento eu lembraria novamente. – Eu rebato, praticamente sussurrando. Ele me afeta, eu não posso negar. Mas eu posso resistir. Ele não se move nenhum mísero centímetro e sussurra de novo.

– E então eu faria você esquecer novamente. E faria isso quantas vezes fosse preciso. – Não preciso dizer que eu sinto um arrepio percorrer meu corpo. Ele nota e ri, dando um beijo na minha bochecha e caminhando rapidamente em direção à porta. – Até mais Taylor, e não se esqueça de trancar a porta. Pessoas não tão compreensivas como eu podem entrar aqui sem você perceber. – Ele pisca o olho e sai, fechando a porta. E tudo o que eu faço é voltar para o banheiro e entrar no chuveiro de novo, dessa vez com a água muito gelada.

Que porra foi essa? Caralho, o que aconteceu aqui? Ronnie realmente falou que gostava de mim? E estava disposto a provar? Eu não poderia negar que estava curiosa para saber o que ele pretendia fazer quando disse que ia jogar sujo. Isso iria ser algo realmente interessante.


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Notas finais do capítulo

Já vou colocar o próximo capítulo, estou terminando ele. Posto ainda hoje (06/02)! :)



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