The Week escrita por aninha


Capítulo 4
Quarta-feira - Sushi


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem não ter avisado antes que a narração seria feita um pouco pelo Ronnie e um pouco pela Taylor. Acho que não ficou confuso né? É que eu queria que desse pra entender os dois lados da história :) E, como prometido, ta aí o capítulo 3! Inteiramente dedicado à jubz, é claro *-*



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  POV TAYLOR

  Naquele dia eu cheguei no horário combinado, sem temer encontrar alguma garota nua andando pela casa. Quem estava atrasado era o Ronnie, que não estava na cozinha do próprio apartamento.

  A porta estava aberta e quando eu entrei vi que ele não estava ali. Caminhei até o banheiro e a porta estava aberta, ele não estava ali também. Decidi então ir ao seu quarto, talvez ele estivesse se vestindo ou vendo TV enquanto eu não chegava. A porta do seu quarto estava entreaberta e eu não pude deixar de abri-la. E então eu o encontrei.

  Ele estava dormindo atirado em sua cama apenas com uma boxer preta, enrolado de forma confusa entre os lençóis. As cortinas estavam fechadas, mas um raio de luz entrava no quarto escuro de uma fenda que a cortina não conseguia cobrir. Fiquei em dúvida entre acordá-lo ou não, até decidir que se ele estava cansado eu o deixaria dormir. Alguma hora ele sentiria fome e acordaria, e então nós iríamos comer sushi sem precisarmos ir até o restaurante. Nós não podíamos ir comer sushi? O sushi viria até nós. Ronnie comeria quando acordasse.

   Saí do quarto na ponta dos pés e encostei mais a porta, para que nenhum tipo de barulho que eu fizesse entrasse no quarto e o acordasse. Liguei para a tele-entrega e pedi dois pratos de cada comida japonesa que eu já tivesse experimentado e gostado. Dinheiro não era problema. O atendente diz que demorará mais ou menos trinta minutos para a comida chegar e então eu sento no sofá para esperar. Percebo que estou com sono e a cada minuto que passa eu me aconchego mais no sofá, até estar completamente deitada.

  POV RONNIE

  Acordei e fui direto olhar o relógio, vendo que estava quase meia-hora atrasado. Levanto e vou para o banho, saindo enrolado em uma toalha bem a tempo de ouvir uma campainha sendo tocada. Só podia ser a Taylor. Como eu sei que vou demorar um pouco para me arrumar, saio do quarto só com a toalha e noto a Taylor dormindo no sofá. O que ela estava fazendo ali? E se ela estava ali, quem estaria na porta, então? Abro a porta com cautela e vejo um homem com o uniforme do restaurante japonês mais famoso da cidade, e ele traz um carrinho de comida consigo. Caramba, eu já acordei ou eu ainda estou dormindo?

- Ahn, pedido da Taylor Momsen. - Ele diz enquanto lê um pequeno papel. – Ela está? – Ele fica desconfortável quando percebe pela primeira vez que eu estou só de toalha. Eu começo a rir.

- Ela até está, mas está dormindo. Pode entrar e deixar as coisas ali em cima. – Eu abro a porta e aponto para a mesa. Ele passa por mim e começa a tirar as coisas do carrinho. – Então, Taylor pediu mesmo tudo isso?

- Sim, faz uns quarenta minutos que ela ligou.

- Hm, obrigado amigo. Quanto ficou?

- Trezentos e cinqüenta dólares. A bebida ficou de graça.

  Olho o sofá e percebo que tem algumas notas de cem dólares na mão de Taylor. Ela iria pagar tudo isso sozinha? Não, eu não podia deixar. Ela estava me aturando esses dias e ia me aturar até o fim da semana e já que eu não podia mudar minha personalidade (nem queria, a propósito), eu pagaria o almoço pelo menos. Era quase justo.

- Aqui. – Eu pego minha carteira e dou o dinheiro para o cara. – Obrigado.

- Às ordens. Até mais. – E então ele sai corredor afora carregando aquele carrinho. Parece muito prático. Começo então a pensar em um jeito de acordar Taylor para almoçar.

   Decido me vestir primeiro e volto em menos de cinco minutos. Taylor ainda está dormindo.  Seus cabelos caindo desajeitados pelo seu rosto, as coxas visíveis através da cinta-liga, a boca entreaberta e a respiração calma. Começo a me aproximar lentamente de seu rosto  e, hipnotizado, não consigo pensar em mais nada que não seus lábios vermelhos. Meus lábios com vontade própria se aproximam e logo estão grudados nos seus. Sinto Taylor acordar quando se mexe inquieta, mas não é como se eu conseguisse parar. Minha língua pede passagem por seus lábios e então eu sinto seu gosto adocicado enquanto a beijo cada vez mais desesperadamente.  Não tem o gosto forte de nicotina que eu esperava encontrar no beijo de uma fumante assídua. Pelo contrário, era extremamente doce. Será que ela tinha parado? Minhas mãos seguram seu rosto delicado e, relutante, ela tenta se livrar de minhas mãos. Começo a beijá-la mais intensamente e ouço Taylor suspirar. E então eu sinto seus braços em torno do meu pescoço, me puxando para mais perto.

  POV TAYLOR

  Acordei com algo quente em meus lábios e logo percebo que alguém está tentando me beijar. Abro os olhos e vejo que é o Ronnie. Que diabos ele está fazendo? Sinto sua língua tentando passar por meus lábios agora cerrados e não consigo evitá-la de invadi-los. O quê eu estava fazendo? Não podia beijá-lo,  não queria beijá-lo! Sinto suas mãos segurarem meu rosto e, tentando agir com a razão, tento  me soltar. O beijo então fica mais intenso. Meus pensamentos nublam. Por que mesmo que eu não podia beijá-lo? Aqueles lábios cheios que eu tanto admirei eram meus naquele momento.  O beijo dele era quente, eu não conseguia mais forças ou motivos que me fizessem querer empurrá-lo. Não, eu o queria mais perto. Coloco meus braços em torno de seu pescoço e trago ele mais pra perto, a razão esquecida em algum lugar distante em minha mente.

   Ele segura firme meus longos cabelos e isso só aumenta minha vontade de beijá-lo eternamente.  E é então que somos obrigados a parar para respirar, tempo suficiente para a razão voltar a comandar ambos. Meus olhos se arregalam, os dele também. Ele está ajoelhado no chão ao meu lado e eu estou deitada no sofá. Fitamos-nos sem sabermos o que fazer a seguir, e então eu levanto rapidamente e caminho a passos pesados até a porta, rumo ao meu apartamento. Ronnie parece acordar e praticamente corre até mim e pára em frente á porta antes de eu conseguir abri-la.

- Fique, Taylor. O almoço chegou... – Ele tenta argumentar. Eu olho em seus olhos e enxergo algo que se parece com um pedido de desculpas. Mas não é o suficiente.

- Que se dane o almoço! Caralho, Ronnie, você me beijou! O quê exatamente te fez achar que eu permitiria? O fato de eu estar cochilando no seu sofá? Nunca deveria ter me sentado naquela merda de sofá e me preocupado em pedir o almoço pra não precisar acordá-lo! – Eu viro o rosto, não conseguindo encará-lo. Cruzo os braços.

- Foi por isso que você pediu o almoço? Não queria me acordar? – Ele parece sinceramente surpreso. Eu rosno e resmungo algo incompreensível. – Eu sinto muito Taylor, me desculpe. Eu realmente não sei o que deu em mim. – Ronnie estava se desculpando? Comigo? Era algum tipo de brincadeira? Eu nem sabia que ele sabia pronunciar as palavras “sinto muito”. Eu estava chocada demais para retrucar. – Almoce comigo Taylor e depois nós trabalhamos na música. Vamos fingir que nada aconteceu, certo?

- Sem piadinhas? Nenhum comentário sobre o que aconteceu? – Eu pergunto, espiando sua expressão pelo canto do olho, ainda sem descruzar os braços.

- Nenhum, eu prometo. – Descruzo os braços e tento relaxar. Ele sorri. – Mas eu tenho que admitir que você estava muito sexy enquanto tentava me agarrar... – Dou um soco não tão leve em seu braço, interrompendo-o.

- Aww. – Ele reclama enquanto põe a mão no lugar onde eu soquei.

- Você é um idiota, Ronnie. – Eu me viro e caminho até a mesa, sentando no lugar de sempre. Ele encosta-se à porta e cruza os braços, sorridente.

- Vai ficar?

- Eu só preciso agüentar você mais um dia. Não deve ser tão difícil tentar passar esse dia sem cochilar em algum móvel da sua casa.  – Ele sorri e senta ao meu lado, servindo-se da comida japonesa e pegando os hachis. E eu jurando que ele traria um garfo e uma faca da cozinha. Quem esperaria que ele soubesse usar aqueles palitinhos? Eu certamente não imaginava que isso fosse possível.

  Ele era idiota, imbecil, cafajeste... Já disse que ele era idiota? Mas nós tínhamos uma música pra gravar, um contrato a cumprir e vários shows marcados por causa da nova música que ainda não existia. Um dia, só um dia. Era o tempo que eu precisava agüentar.

  POV RONNIE

  Eu honestamente não sei o que deu em mim. Eu sei que eu brincava e falava coisas insinuantes, mas não era minha intenção me atirar em cima dela. Nem beijá-la enquanto ela dormia. Talvez aquela inocência que emanava dela enquanto ela dormia, tão diferente daquela garota segura de si quando estava acordada, tivesse me cativado. Eu agi por impulso. Mas não posso dizer que me arrependo do que fiz. Posso dizer que eu teria até ido mais longe se não tivéssemos interrompido o beijo para respirar e ambos tomássemos consciência do que estava acontecendo. Agora, sentado à mesa em frente a ela fazendo a tão esperada música, eu não posso deixar de sentir uma atração bem, digamos, intensa. Não preciso dizer que isso não estava em meus planos e que eu tentava pensar em coisas extremamente broxantes e motivos para não agarrá-la ali mesmo, além de tentar lutar contra o pensamento de tê-la nua em minha mesa da cozinha. Difícil, até demais eu diria. Mas não era impossível.


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Notas finais do capítulo

Geeente, eu sei que fui eu quem criou o personagem, mas o Ronnie é um amor né? É tipo, super divertido escrever com ele narrando *-* OAHSDOIAHDIOHAJD



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