POV TAYLOR

Eram exatamente duas horas da tarde quando acordamos no dia seguinte. E eu só sei disso porque o relógio piscava do criado-mudo do quarto dele. Conversamos um pouco, descansamos um pouco, deixamos algumas coisas claras (como por exemplo, porque raios eu ignorei ele no dia da gravação e que estávamos juntos, mas não divulgaríamos nada para a imprensa, ainda) e, depois de um almoço encomendado, deitamos na cama de novo para ver TV. E sim, era essa a intenção. Precisávamos descansar. Passar a noite em claro não é algo que dá pra recuperar dormindo uma manhã inteira. Nesse exato momento eu me encontro de moletom (quartos de hotel com climatizador são frios no verão!) deitada no peito nu dele. E eu estou muito bem, obrigada.

– Eu sou tão ruim assim de cama? –Ronnie pergunta um pouco depois de acordar do milésimo cochilo da tarde, me pegando de surpresa.

– Porquê essa pergunta agora? – Eu levanto a sobrancelha.

– Você saiu do meu apartamento aquele dia, sei lá... Não parecia nem um pouco, digamos, satisfeita.

– Eu já disse que estava brava comigo mesma e que não tinha nada a ver com você.

– É, você disse. Mas poderia responder a minha pergunta, por favor?

– Você não pode estar falando sério.

– Pois eu estou. E agora eu estou muito preocupado com a resposta porque você está mudando de assunto sem nem sequer disfarçar. – Eu respiro fundo e levanto um pouco, calçando a cabeça na mão para poder olhá-lo nos olhos. Eu não queria admitir absolutamente nada que pudesse fazê-lo se gabar, mas ele ficaria todo magoado se eu não falasse nada. E, bom, eu não gostava nem um pouco de vê-lo assim.

– Ok, você venceu. Não, você não é ruim de cama, é bom até demais. Satisfeito? – Eu bufo, irritada.

– Não, nem um pouco. – Levanto a cabeça que está em seu peito e encaro-o, confusa. Ele sorri, divertido. – Prove.

– Provar o quê?

– Que eu sou bom de cama.

– E porque eu deveria?

– Porque se não provar eu farei greve de sexo. – Eu começo a rir. Gargalhar, na verdade.

– E porque eu não acredito em você? Puff, Ronnie, como se você fosse capaz de fazer greve de sexo! – Ele começa a rir também.

– Ok, eu admito que não iria conseguir. – Ele diz, contorcendo os lábios em um beicinho totalmente infantil. Não resisto à careta fofa e lhe dou um selinho.

– Se você não fosse bom de cama eu não estaria com você, bobinho. – Começo a rir e ele sorri maliciosamente, invertendo as posições e deitando por cima de mim.

Pelo visto não teríamos tempo para pensar em compor músicas hoje. Mas quem disse que precisávamos trabalhar no primeiro dia? Teríamos tempo de sobra pra isso depois. Hoje o dia era nosso, e contrato nenhum faria com que eu desgrudasse dele, do meu Ronald Radke. O cara mais divertido, gostoso e idiota do mundo. O cara que eu amava.

E não, eu não pareço àquelas garotinhas apaixonadinhas com mimimi e tudo mais. Eu só amo o cara, porra!

É, amo.

E agora que ele me tinha na palma da mão, não seria fácil ele se livrar de mim. Sorte minha que essa não era a intenção dele, pelo menos não agora. E eu me peguei desejando que essa idéia nunca passasse pela sua cabeça.

Ele disse que me amava, não é mesmo? Por agora, era tudo o que eu precisava ouvir.