Rêves Et Mémories escrita por GiullieneChan


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193180/chapter/1

RÊVES ET MÉMORIES

Em uma escavação arqueológica, nas proximidades de um antigo Templo erguido à deusa Ísis em -.

"Interessante..."-um arqueólogo francês examina um jarro encontrado por seus trabalhadores.-" Magnifique!"

"Professeur Alquiè! Professeur Alquiè!"-um dos trabalhadores vinha correndo esbaforido, entrando na tenda ansioso.

"O que foi Youssef?"-o professor coloca o jarro com cuidado em sua mesa.-"Diga o que foi? Algum trabalhador se acidentou?"

"Não. Professeur Alquiè, venha comigo!"-pediu o homem, já correndo.

Movido pela curiosidade nata, e pelo desespero de seu empregado, o europeu larga suas coisas e corre logo atrás dele. Um companheiro, um arqueólogo inglês e bom amigo, o vê correndo em direção ao Templo e se apressa em acompanha-lo.

"O que foi dessa vez, Jerome?"-perguntou assim que o alcançou.-"Algum acidente?"

"Não sei, Jules. Parece ser sério!"

Logo os dois entraram no Templo e viram Youssef e alguns homens rodeando alguém caído. Alquiè foi o primeiro a se aproximar, vendo se tratar do corpo de uma jovem mulher, egípcia, pelos traços dela, apesar do rosto que demonstrava estar em agonia.

"Quem é ela?"-espantou-se o francês.

"Não sabemos, professeur. Chegamos aqui e a encontramos!"-respondeu Youssef.

"Ela está...?"-Jules pergunta.

"Está morrendo."-diz o amigo chegou aqui? O que houve?"

"Olhe, lorde Whinttfield."-Youssef aponta para o tornozelo da moça.

"Uma serpente a picou. Está condenada, jamais a levaríamos a tempo de tomar um remédio!"-Jules desviou do olhar do amigo.-"Serpentes do deserto são mortais."

"Diga seu nome, ao menos..."-pediu o arqueólogo.

Com as únicas forças que ainda tinha, a mulher apontou para uma das salas do Templo e deixou cair a mão em seguida, soltando seu último suspiro. O arqueólogo coloca a moça gentilmente no chão, e depois movido por uma estranha força, segue o caminho indicado por ela antes de perecer.

Não precisou andar muito, pois ouviu algo que mudaria sua vida para sempre. Uma menina, usando um simples vestido branco e puído, com seus três anos no máximo, vinha andando pelo corredor chorando assustada. Com cuidado ele se aproximou para não assusta-la e a abraçou.

"Bonjour, ma petite fille."(Olá, minha pequena menina!)-ele tentava acalma-la.-"Está sozinha? Era a sua mãe aquela moça? Como se chama?"

"Acho que ela não fala francês ou inglês, amigo."-diz Jules se aproximado e tocando nos cabelos da menina com carinho.-"O que faremos com ela?"

"As culturas orientais dizem que se um homem lhe deixar a guarda de seus filhos, estará lhe concedendo uma grande honra, pois ele o tem em grande estima para permitir que seus próprios sejam criados por outro."-respondeu, vendo que a menina se acalmou e sorriu para ela, recebendo de volta o sorriso inocente dela.

"O que disse?"

"Você é casado, Jules. Tem dois filhos maravilhosos e sua caçula parece ter a idade desta menina."-Jerome levanta com a menina no colo.-"Eu sou um velho que não tem família, ninguém a quem deixar meus bens. O destino a colocou em meu caminho, e acredito que em seu último suspiro, aquela mulher pediu que olhasse por sua filha."

"Vai leva-la?"

"Sim. Comigo, como minha filha."-e com ela em seu colo saiu do Templo.-"Que nome eu te darei agora? Infelizmente, não sei seu verdadeiro nome e acho que você não poderá me dizer."

Como em resposta ao que Jerome Alquiè disse, um falcão cortou os céus, chamando a atenção de todos, o olhar do arqueólogo voltou-se para o suntuoso templo e para a estátua imponente da deusa Ísis, onde o pássaro pousou em uma de suas mãos erguidas. O vento soprou e o arqueólogo olhou para a menina que parecia hipnotizada pela visão da ave e da estátua.

"Ísis..."-ele murmurou.-"Ísis Alquiè. Combina com você, ma petite fille. Ísis..."

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Muitos anos depois...

"Ísis..."- A voz sombria a chamava.-"Ísis..."

Ela olhava para trás, correndo pelos amplos salões do Palácio Real, tentando colocar a máxima de distância entre ela e o ser que lhe causava tanto temor. Mas pelos longos corredores, parcialmente iluminados pelas tênues luzes do Sol, ela sentia a sua presença, ouvia seus passos cada vez mais perto...cada vez mais perto.

"Ísis!"

Ela para abruptamente. Diante dela estava o homem responsável por lhe passar sentimentos agonizantes. Ela não vê seu rosto, devido à escuridão que o protege, mas pode vislumbrar um sorriso sarcástico e um olhar que lhe causa medo...um olhar frio...sádico...monstruoso.

Ele dá alguns passos em sua direção, ela se vira para correr novamente. Sente que ele a alcança, suas mãos agarrando seus longos cabelos negros e puxando-a contra ele.

Ela grita!

E desperta...

Ìsis Alquiè senta em sua cama, tentando acalmar as batidas desenfreadas de seu coração, o tremor em suas mãos. Respiração ofegante e uma sensação desagradável de que não era apenas um sonho o que tivera. Levantou-se e foi até o toalete de sua suíte e lavou o rosto, depois passou a olhar-se no espelho, vislumbrando seu reflexo.

Traços delicados adornados por longos fios negros como a noite que emolduravam seu rosto, profundos olhos negros, vivazes...mas que agora refletiam não apenas uma, mas várias noites mal dormidas, desde que chegara ao Cairo semanas atrás.

Achou que fazer um curso de pós-graduação em Egptologia e Linguagem Semântica Herática com sua amiga Roxane Whinttfield, pelo renomado professor Ahmed al Assif, seria uma boa idéia. Agora não tinha tanta certeza. Os pesadelos constantes a estavam atormentando e sentia falta de Paris.

Não que não amasse o Egito, sua terra natal e de seus ancestrais...sempre amou visitar esse lugar com seu pai, mas desde que ele se fora...sentia-se muito fragilizada, e a visita a essa cidade lhe trazia as lembranças felizes ao lado dele, e agora os pesadelos que a atormentavam a noite.

"O que está havendo com você?"-perguntou a imagem do espelho, como se isso lhe trouxesse respostas.

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Na manhã seguinte...

Ìsis estava sentada na modesta cafeteria que ficava em frente ao famoso Museu de História Natural do Cairo, observando os turistas e os vendedores ambulantes, mesmo usando roupas femininas típicas da maioria muçulmana no Cairo, em nada diminuía sua beleza. Então, uma pessoa colocou um pesado livro à sua frente e sentou-se.

A morena olhou com um sorriso à jovem de cabelos castanhos presos em um severo rabo de cavalo, olhos verdes por trás de óculos de armação fina, vestida de maneira austera com sua camisa e saia longa e bege.

"Um chá pelos seus pensamentos?"-ela perguntou, ajeitando o óculos em seu rosto.

"Por que não usa as lentes, Roxane?"

"Vivo perdendo elas."-respondeu.-"E que cara é essa?"

"Não tenho dormido bem."

"Os pesadelos continuam?"-fitou a amiga com preocupação.

"Oui. Mas não se preocupe, são apenas...rêves...sonhos...nada demais!"-deu os ombros.

"Anda estressada."-comenta a amiga.-"Precisa namorar."

"Olha quem fala!"-retrucou Ísis.

"Eu tenho a desculpa de ser totalmente sem graça e sem atrativos para atrair um homem, mas você não, Ísis. É linda, rica, inteligente...chove pretendentes aos seus pés. Até o chato do- tá caidinho por você!"

"Você também é uma mulher muito bonita, Roxane. Basta se produzir e parar de se esconder em roupas que nem sua mãe usaria!"

"Não falávamos de você?"-apontou para a amiga.

"Talvez eu procure minha alma gêmea."-suspirou.

"Isso é tão romântico!"-Roxane fez uma expressão sonhadora, depois levantou-se e pegou na mão de Ísis.-"Vamos às compras!"

"Compras?"

"Quando uma mulher está deprimida,o que faz?"

"Procura um analista?"

"Não. Faz compras, dããã!"-e a arrasta até o centro comercial da cidade.

Contagiada pela amiga que queria alegra-la um pouco, Ìsis acabou por esquecer seus temores e preocupações, distraindo-se com as compras de tecidos de seda e jóias feitas por exímios artesões. Ao fim da manhã, Roxane sugeriu que acompanhassem um grupo de turistas até as Pirâmides e meio relutante, Ísis concordou.

"Linda visão!"-Roxane disse, em cima de algumas pedras, observando a cidade e depois as pirâmides atrás dela.-"Não me canso do Egito!"

"Vai ser uma arqueóloga como seu pai?"-Ísis perguntou.

"Sim e não. Sim, serei uma arqueóloga e não. Não serei como meu pai que persegue tesouros lendários e se esqueceu da família."-falou com um sorriso triste.-"Será que consigo fazer pesquisa de campo esse ano?"

"Com certeza!"-Ísis diz com confiança.-"Não conheço mais ninguém com a sua idade que saiba decifrar qualquer linguagem antiga com tamanha facilidade!"

"Lingüística...meu fraco."-sorri e desce para caminhar até a amiga.

Então, um grupo de jovens turistas passam por elas. Um deles chama a atenção de Ísis, por estar sem camisa. Não foram os atrativos físicos dele que a atraíram, mas a enorme tatuagem de um pássaro envolvido por chamas em suas costas.

Súbito, imagens desconexas bombardeiam sua mente, passando em uma velocidade inacreditável, causando-lhe mal estar. Ísis vê o Egito antigo, palácios, Paris, rostos estranhos e ao mesmo tempo familiares de homens e mulheres...por fim, um homem, cujo rosto não consegue ver, mas que sabe que é importante para ela, de profundos olhos azuis, penetrantes que pareciam enxergar sua alma, um olhar bondoso, um sorriso terno...estendendo-lhe a mão e chamando por ela.

"Ísis!"-Roxane estava assustada, amparando a amiga que parecia desfalecer em seus braços.

Ísis abre os olhos, e se vê cercada por várias pessoas entre olhares curiosos e preocupados.

"Está bem?"-Roxane chama preocupada.

"Sim...apenas tonta."

"Miss, take some water."-uma turista americana de meia idade lhe oferece água mineral.

"Thanks."-Ísis aceita e bebe um pouco.-"I fine."

"Está bem mesmo? Parecia que você tinha visto um fantasma e depois caiu."-Roxane tira a garrafa da mão de um turista com uma bandana com as cores do Japão e bebe.

"Estou bem, Roxane. Desculpe se eu a assustei."

"Quem está assustada?"-diz alarmada.-"Fiquei apavorada de você ter tido um treco!"

"Vou para casa."-falou de repente, olhando o horizonte.

"Isso, vamos voltar para o seu hotel. Aí ligarei para o doutor Aziz para que ele a examine e..."

"Não, Roxane...Vou voltar para Paris."

"Paris? E o semestre? Ainda falta muito para terminar o curso!"

"Sinto que devo voltar."-falou de um jeito sério e misterioso.-"Partirei amanhã mesmo."

Roxane achou melhor não contradize-la, Ísis admirava as primeiras luzes da cidade que se acendiam ao longe, anunciando o final de um dia. A jovem de origem egípcia, mas que passou sua vida entre a Europa e a terra dos lendários faraós, acredita que o começo das respostas de suas dúvidas residem em sua própria casa. E que precisa voltar.

Era como se alguém a chamasse de volta,...talvez a sua alma gêmea.

Fim...ou o começo do começo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

XD...Eu sei, Arthemisys..FICOU HORRÍVEL!
Você merece muito mais que isso, amiga. Mas tentei ser fiel a sua personagem,às informações que me passou, à sua história. Não leve em consideração as bobagens que aqui escrevi. Espero que esse humilde fic ao menos agrade quem leia! .
Viu que falei da Roxane, protagonista de nossa outra aventura em breve? XD!
Eu a imagino uma mistura de Fred (do seriado Angel), com a personagem de Rachel Weltz de A Múmia (a arqueóloga.) e já deu pra notar como é a personalidade dela.
Leiam o Mistério de Ísis...é uma história maravilhosa! .



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rêves Et Mémories" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.