Nívea nunca soube ao certo como parar em Amsterdã, estava com dezessete anos na época, a única coisa que tinha certeza é que não parara lá de livre vontade.

         Até os quatorze anos tinha sido uma filha que os pais pediram a Deus, estudiosa, quieta e calma, até que de uma hora para outra ela decidiu que não era aquilo que queria para sua vida. O culpado disso? Antony Germany, seu professor de artes.

         Volta e meia, Nívea e Tony se encontravam às escondidas, volta meia estavam se consumindo pelos corredores do colégio. Tony tinha exatamente o dobro da idade de Nívea mas eles não se permitiam pensar a respeito disso, se desejavam e era tudo o que importava. A partir do momento em que se envolveram tudo que Nívea fez foi errar.

“Você está se desperdiçando, boneca, tinha que acabar com esse falso moralismo e viver.” disse Tony indignado com o fato dela ainda se manter virgem. Nivea não respondia, limitava-se a fitá-lo, não queria pensar muito nele ou em qualquer outra coisa pois já havia decidido o que fazer.

Alguns dias antes ela havia puxado assunto com uma colega de classe, uma ruiva chamada Stela. Stela era muito popular, usava roupas coloridas, saia com os garotos mais bonitos e todos garantiam que ela tinha um ótimo traseiro. Nivea queria deixar essas informações de lado, o que realmente queria de Stela era sua popularidade, ela queria se divertir na noite e para isso precisaria ir aos lugares certos com as pessoas certas.

-         Oh, você é a namorada do nosso professor, não é? – perguntou Stela quando Nívea lhe disse um ‘oi’ firme e decidido, muitas vezes Nívea parecia muito maior do que realmente era, isso sempre encantava as pessoas.

-         Depende de que professor você está falando.

-         E existem outros professores? Hoje em dia o único que interessa é o gostosão do Tony, e é justamente ele que você tem nas mãos.

Nívea sorriu, Stela estava dando atenção a ela, era um bom começo.