161D escrita por FuckYeah1DBr


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Como vai você?



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Acordei com uma luz muito, mas muito forte mesmo no meu rosto. O que? Eu morri? Tão nova, por que meu Deus? - Pensei - Não vou pra luz, não vou pra luz, não vou pra luuuuz!!! - Gritei tão alto que em seguida comecei a tossir loucamente, fazendo uma pessoa alta, bonita, com cabelos castanhos bastante claros, pular de um mini-sofá e dizer algumas palavras "quem caiu de onde? o garoto de azul que empurrou". Olhou pra mim com uma cara de louca e com os cabelos completamente bagunçados, olhei de volta, tipo "wtf?" e esperei alguma reação daquela completa estranha.
- Olá, que bom que você acordou. - Disse andando em minha direção.
- Han... quem é você?
- Ah, prazer. Meu nome é Raquel, mas pode me chamar de Ra, Rara ou de Quel. - Disse com um sorriso largo lindo.
- E o que você faz aqui? O que eu faço aqui? Rara - Disse com um sorriso falso.
- Bom... é que eu te atropelei sem querer, sabe.
- Você o que? Você tem que ser presa! Socorro!!!! - Gritei
- Ei! - Tampou minha boca com a mão gelada e com um cheiro muito bom, com certeza de um perfume bem caro.
- Tira sua mão assassina de mim! - Puxei sua mão com minhas unhas enormes, fazendo 5 arranhões finos que em seguida se encheram de sangue.
- Menina! Eu não sou assassina. - Disse tocando a mão e pegando um pedaço de papel para se limpar. - Você que apareceu correndo na frente do meu carro, não deu tempo de fazer nada.
Quando ela disse isso, eu me lembrei do que tinha acontecido antes, saí correndo de casa porque briguei com a minha mãe, por não querer ir pra Londres morar com a minha madrinha.
- Ah... er, desculpa! Eu estava assustada.
- Tudo bem. Qual é o seu nome? - Disse com um sorriso amigo nos lábios.
- Laisa.
- Bom Laisa, você pode me passar o número da sua casa, pra eu avisar aos seus pais que você está bem? Eles devem estar preocupados.
- Não. Eles não ligam pra mim, não quero dar satisfações à eles, espero que eles pensem que eu morri, aí desistem dessa ideia maluca de me mandarem pra Londres! - Bufei.
- Não fale assim! Eles precisam saber que você está bem.
- Eu falo do jeito que eu quiser! Quem você pensa que é pra dizer o que eu devo falar e como eu devo falar? Você é só uma desconhecida que quase me matou!
- Menina, como você é mal-educada. Eu te trago pro hospital, cuido de você e é assim que você me trata? Devia ter te deixado no chão, pra ficar lá sentindo dor com o sol batendo no seu corpo naquele asfalto quente. Tenho pena dos seus pais.
- Eu não pedi pra você cuidar de mim e nem da minha vida! Dela cuido eu. Vai embora daqui, ou quer que eu arranhe a sua outra mão?
Pegou sua bolsa no mini-sofá e saiu com passos largos e pesados, mas antes me encarou por alguns segundos e depois saiu do quarto sem encostar na porta. Juntei minhas pernas ao meu tronco e chorei, juntei os braços às minhas pernas sem me incomodar de puxar junto o tubo de soro que estava no meu braço esquerdo. Por que eu sou assim? Por que eu sempre trato mal quem quer cuidar de mim? Nem meus pais me aguentam mais. O que eu fiz pra afastar todos eles de mim. Por que todos desistem de mim? Não consigo mudar. Nunca vou mudar.
Enquanto essas coisas passavam rapidamente em minha cabeça, uma enfermeira entrou no quarto para ver se eu estava bem. Aproveitei para peguntar se já podia ir embora:
- Não. Como você é menor de idade, só será liberada quando seus pais chegarem.
- Mas eles não sabem que eu estou aqui.
- Então, me passe o número da sua casa que eu os comunico.
Não podia tratar mal aquela enfermeira como havia tratado Raquel, senão ela podia colocar alguma coisa no meu soro ou tentar me matar sufocada com o travesseiro. Talvez se eu fosse boazinha, ela pudesse me liberar sem que os meus pais soubessem.
- Ér... meus pais morreram em 2008. - Fiz um cara de choro e olhei para baixo.
- Sinto muito. - Disse friamente, não dando a mínima para o meu teatro - Você tem alguma tia, avó, madrinha?
Por que ela disse madrinha? Porque não disse prima mais velha, ou mãe de alguma amiga? Eu não queria lembrar daquela história absurda de novo. Mas se eu desse o número da casa da minha avó, com certeza minha mãe iria saber de qualquer jeito, então tive que pensar rápido.
- Não tenho ninguém.
- E você vive aonde?
- Na rua.
Ela começou a rir depois da minha resposta, fiquei tentando entender o por que.
- Ei, qual é a graça? Morar na rua não é legal. - Quando estava quase agarrando meu Oscar, ela me lembrou de alguns detalhes caros que pessoas que realmente moram na rua não possuem.
- Como você mora na rua e tem um óculos desse de marca? E essa bota, vi uma em uma loja, precisaria trabalhar durante 1 ano pra conseguir comprar. Não nasci ontem!
 Realmente não mesmo. Quantos anos ela aparentava? Uns 89, 108... Nova ela não era. Pensei rindo baixo.
- O que foi? - Me olhou com uma cara de desconfiança
- Nada.
- Então "moradora de rua", vai me passar o número da sua casa ou vai querer morar em um hospital? No quartinho da manutenção. - Fez uma cara desafiadora
- Obrigada por me oferecer um teto. - Disse a abraçando com um sorriso de criança e com uma vozinha tão doce, que me deu enjoo.
- Chega desse teatro menina, me passa o número da sua casa logo. Não foi só você que sofreu um acidente hoje.
- Por favor! Me libera, não quero voltar pra minha casa. Meus pais vão me matar. - Fiz uma cara de pavor, mas dessa vez sem teatro
- Passa o número! - Gritou
Quem essa velha pensa que é? Ela realmente não me conhece. Vou rasgar a cara dela - Pensei
- Ok, anota aí!
Depois de passar o "número da minha casa", esperei aquela velha nojenta sair do quarto e fechar a porta. Tirei a agulha do soro e pus um algodão que havia na mesa ao lado, sangrava muito. Fui até o mini-sofá e pus minha bota e meus óculos. Saí do quarto e olhei os dois lados do corredor e constatei de que a enfermeira que cuidou da Dercy Gonçalves no berçário não estava lá. Tentei parecer apenas uma visita do hospital, coloquei meus cabelos na frente do rosto para não ser reconhecida pela enfermeira. Quando estava na porta do hospital, sinto alguém me puxar pelo braço.


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Notas finais do capítulo

Prometo que a história ainda vai ficar legal =) @FuckYeah1DBr



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