A Stranger In My Life escrita por HinaKaulitz


Capítulo 2
Capítulo 2: Feeling


Notas iniciais do capítulo

Maknae* => palavra em coreano para se referir ao "mais novo".
Ah, pessoal, no capítulo anterior (assim como nesse)eu mencionei o nome de um dos integrantes do Super Junior, o Siwon. É só pra avisar mesmo =)
Outro capítulo enorme. Espero que gostem! õ/



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Mesmo tendo um sonho bom, eu não acordei muito feliz. Meu sonho foi confuso, não entendi muita coisa, mas me sentia bem nele.

O fato de não entender me deixava irritado. Eu já tenho 'feeling', não preciso de nenhum outro mistério pra resolver. Só espero que meus sonhos também não virem 'feeling', se não estarei perdido.

Hoje eu tinha tempo de sobra. Acordei na hora certa, tomei café e me arrumei. Iria chegar na hora, até um pouco antes. Fiquei feliz por poder andar tranquilamente ao invés de correr como um louco.

Estava pensativo. Meu sonho não me deixava em paz e principalmente, a garota do dia anterior. Ela estava no sonho. De alguma forma eu sabia que era ela, mesmo sem ver ou me lembrar de seu rosto.

Parei civilizadamente para atravessar a rua. Olhei agradecido para o local onde eu quase fora morto e depois sorri. Queria agradecer aquela garota estranha.

Quando o sinal abriu, uma muvuca de gente atravessou, umas para um lado, outras para outro. Lutando naquele mar de gente para chegar ao outro lado, uma figura chamou a minha atenção. Percebendo meu olhar sobre si, encarou-me. Parecia estar me procurando naquela muvuca antes de finalmente estabelecermos contato visual.

Eu me lembrava daqueles olhos. Eles pareciam me conhecer há muito tempo. Aquela familiaridade era recíproca, eu sabia disso inexplicavelmente.

Espantados. Pareciam estar sofrendo, implorando por algo. Eu tentei decifrá-los em vão, até escutar meu suposto subconsciente completar a mensagem deles. Mais uma vez, não sabia dizer de quem era essa voz, se era da minha mente ou se era dela. Como na primeira vez que nos vimos.

"Acelere o passo" Mandava.

–Por que? - perguntei para a garota que parecia não me ouvir. Sumiu na multidão do mesmo jeito de ontem.

Tive outro 'feeling' que me fez obedecê-la. Era medo, puro medo. Sentia tremendo desespero em ficar parado naquele lugar, como se minha vida dependesse disso. Então acelerei o passo até a YG.

Mantive meu ritimo acelerado dentro da YG e acabei trombando com TOP no corredor.

–Ei, calma - levantou as mãos - Ainda faltam vinte minutos, relaxa aí - retrucou.

–Desculpe TOP - falei desatento ao garoto. Estava verificando se o 'feeling' havia passado e por sorte, eu me sentia normal de novo.

–YongBae, você está branco.

–Eu sou branco - zombei.

–Mas não branco papel.

–Foi a corrida. Estou sem fôlego - apressei-me em responder.

–Estou achando que teve outro transtorno de polaridade.

–Pare de achar que eu sou bipolar.

–Então pare com essas atitudes estranhas.

–Ei, gente, o que é isso? Vamos parar com essa discussão aí - ordenou GD.

–YongBae teve outro acesso de bipolaridade - explicou TOP.

–Não tive - fechei a cara para ele.

–YongBae - GD me chamou - Você anda estranho. TOP apenas está preocupado, como eu.

–Já falei, não precisam se preocupar - disse antes de entrar na sala de ensaios.

Eu queria falar com o GD, mas com o TOP por perto não vai dar. Dae Sung estava na sala de ensaios, imitando a poker face da Park Boom enquando SeungRi tentava distraí-lo com cócegas.

–YongBae, me ajude - pediu, quase cedendo às cócegas.

–Aha, você está quase rindo, Dae! - SeungRi se divertia.

–Está na hora do Dae se vingar, SeungRi - me aproximei do mais novo, enchedo-o de cócegas.

–Isso mesmo! - Dae Sung se juntou a mim, avançando nele.

–SOCORRO! QUEREM SE VINGAR DE MIM! - fazia escândalo.

–Quem quer se vingar de quem? - a cabeça de TOP apareceu na porta da sala, curioso.

–SOCORRO!

–Vamos ajudar os pobres e indefesos - GD entrou na sala se sentindo um super heroi e puxando TOP consigo.

–Então nesse caso, vingança ao TOP por beber todas as garrafas de Absoluty do GD! - Dae Sung berrou enquanto terminava de atacar o mais novo. Olhei para o TOP, que fazia cara de "OMG, me pegaram!"

–Então foi você - GD estreitou os olhos, se fingindo de mau.

–SOCORRO, DAE SUNG, ME AJUDA! - correu até o amigo.

–Só Jesus na tua causa, agora - Dae respondeu rindo.

–Traidor - TOP estreitou os olhos, incrédulo.

–VINGANÇA! - GD avançou em TOP.

–VINGANÇA! - TOP avançou em Dae.

–VINGANÇA! - SeungRi avançou em mim.

–O QUE EU TE FIZ CRIATURA? - perguntei espantado, revidando as cócegas.

–Nem sei, mas já ouviu o ditado né: " Não sei porque estou batendo, mas tu sabe porque está apanhando" - respondeu fazendo todo mundo rir.

Logo todos se recompuseram e começamos o ensaio. A sala estava descontraída e estávamos em sincronia, acertando os passos. Foi um dia relativamente tranquilo de ensaio.

Outra vez ganhamos quinze minutos de descanso. SeungRi e GD se esticaram no chão da sala, ainda rindo daquele ditado. TOP também ria, agora entendendo por que apanhara tantas vezes sem motivo aparente. Dae Sung ameaçou TOP antes dos dois saírem correndo da sala.

–Falando em vingança - olhei SeungRi, esparramado no chão de forma preguiçosa - Eu não me esqueci da sua vingança não.

–FUI - falou antes de sair da sala em menos de um segundo.

GD riu, deitado no chão. Sentei ao seu lado e olhei para o nada.

–Então...O que foi dessa vez? - antecipou-me.

–A garota. Nos encontramos de novo hoje.

–E você nem pediu o celular dela? TaeYang eu vou te bater!

–Não deu tempo, GD!

–Como não deu tempo? você chegou aqui com vinte minutos de antecedência. Virar pra alguém e perguntar: "vem cá mina, qual o resto do número do seu celular?" não demora nem um minuto.

–Resto?

–É que os quatro primeiros eu já sei.

–E quais são?

–9090 - rimos e eu dei tapa em sua cabeça.

–Eu sei GD, mas eu já te disse, é tudo muito estranho e ao acaso. Do jeito que a coisa acontece, não dá tempo de ir atrás dela, porque ela sempre some antes que eu possa fazer algo.

–Então chuta que é macumba, meu caro. Por que se a mina aparece e some assim do nada, só pode ser entidade - concluiu assustado.

–Devo concordar com o SeungRi, tenho que me exorcisar. O problema é que eu me sinto bem. Hoje eu sonhei com ela, e eu não tive medo, me senti tranquilo. Se fosse algo ruim, eu não ficaria confortável - pensei alto.

–Talvez, YongBae. Mas se tratando de entidades ruins, devemos nos lembrar que elas são ruins, e isso inclui mentirosas, falsas, enganadoras.

–Não sei, estou confuso - processava as informações com cuidado. O mistério parecia longe de terminar, mesmo com o GD me ajudando a pensar a respeito.

–Viu? Faça o que o maknae falou, procure o Siwon.

–Calma aí, GD. Tem mais uma coisa. Uma entidade ruim não me protegeria! - argumentei me lembrando do meu subconsciente insistente e chato.

Ele pensou por uns segundos, considerando o que eu disse.

–De qualquer forma, é melhor procurar ajuda. Isso está te enlouquecendo e eu não quero arriscar te ver num sanatório.

–Verdade - concordei.

Após um banho relaxante, me deitei na cama, fitando o teto. Pensava tentando achar uma solução para os meus problemas. A cada pensamento, eu me dava conta de que a garota misteriosa deve ser a chave de tudo. Se for coisa da minha cabeça, apenas coicidência e ela não tiver culpa de nada, eu faço o que o SeungRi me disse. Agora só precisaria achar um jeito de falar com a tal estranha.

Mas e quanto às palavras do GD? Relembrei, assustado. Ele poderia estar certo, essa aparição pode ser alguma entidade ruim. Não tem como saber.

O jeito era confiar no que era menos confiável agora, num 'feeling'. No mais recente para ser exato. O que mandava eu me afastar loucamente dela, como se minha vida dependesse disso.

"Isso" meu subconsciente vibrou com meus pensamentos.I

sso o que? Devo me afastar? pensei.

"Se afaste o máximo que puder" ouvi aquela voz, outrora atenciosa, me ordenar desesperada.

Por que? Ela me salvou!

Céus, eu estava conversando com meus próprios pensamentos! Mas aquela voz não era minha, não aparecia toda hora, não obedecia minha vontade da mesma forma que meus pensamentos. Aquela voz tinha vontade própria e aparecia quando bem lhe calhasse.

"O máximo que puder" repetiu em tom de ordem.

Droga, eu estava odiando isso. Nem em meus próprios pensamentos eu estava em paz! Não tinha privacidade alguma! Isso é uma droga! Além de tudo, a imprestável subconsciência não me ajudava em nada a resolver esse mistério todo! Só piorava a situação!

Droga, estou enlouquecendo! Que inferno, eu quero sossego! Cansei desse maldito mistério, desses malditos 'feeling', desse maldito subconsciente que não ajuda em porcaria nenhuma.

Mal terminei de pensar em tudo isso, e senti um 'feeling'. Mágoa, dessa vez. Talvez misturado com um pouco de culpa, mas era basicamente mágoa. Eu estava magoado, como se eu fosse a coisa, o troço ou a entidade, sei lá, e acabasse de ser ofendido seriamente.

Meu subconsciente tinha sentimentos? Ok, depois dessa só Jesus na minha causa.



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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Odiaram? Querem me bater? >.<' Manda um review comentando =)