— LILIAN!

— Não grita Guinho. – falei. Como eu era mal.

— Como você sabe disso? – ele estava completamente sem graça. - Você tem apenas 15 anos! Não devia saber dessas coisas.

Agora foi a minha vez de ficar sem graça e corada.

— Lilian? – Rose perguntou.

— Eu sei Thiago. E eu, bom, eu, digamos assim, não sou mais pura. – falei, corando mais ainda.

— O QUÊ?? EXPLIQUE ISSO LILIAN LUNA.

— Bom, é que numa dessas festas de Hogwarts, ano passado, eu exagerei na cerveja amanteigada e bom, rolou. – a cada palavra eu corava ainda mais. A minha sorte é que o resto dos meus primos, tios, meu pai e o Alvo estavam entretidos demais em uma conversa sobre quadribol.

Não pensem que eu sou puta, ou piriguete, nem nada disso. É só que eu estava realmente bêbada. E sim, eu me arrependo muito. Porque eu queria a primeira vez perfeita, com o garoto perfeito. Mas ...

— QUEM, LILIAN? – achei que ele fosse explodir.

— Bom, desde então, o Luke Zabine não para de me perseguir.

— LUKE ZABINE? LUKE ZABINE? PQP HEIN, LILY. – ele estava tão vermelho, que parecia prestes a explodir.

— Thiago, meu amor de irmão mais velho, pro bem da sociedade, abaixa a varinha e a faca, por favor.

— Nossa, Lily. Safadeeenha. – tinha que ser a Dominique.

— Para, gente!

— Tá bem, tá bem. Mas o Escórpio sabe, prima?

Comecei a rir.

— Vocês não lembram?

— Do quê? – Roxanne finalmente abriu a boca.

— Aquela vez em que o Zabine ficou na enfermaria durante um mês, com as partes intimas danificadas.

— Como esquecer disso? – Thiago finalmente havia se acalmado e guardado a faca.

— Então, foi o Escórpio que azarou ele. Depois que eu contei. – sorri. – Ele é o meu melhor amigo, sabe de absolutamente tudo.

— O namoro de vocês é tão lindo! Sério. Eu torço demais por você. – Rox me abraçou.

— Obrigada, minha prima morena.

Depois de uns cinco minutos, Alvo e Hugo se enturmaram na conversa e nós ficamos contando piadas e fatos. Convencemos nossos pais a nos deixar passar a semana na casa da vovó, e conseguimos, e passamos o resto das férias juntos. Eu, é claro, revezando alguns dias para encontrar com o meu namorado. No cinema, tomar sorvete, passeios que parecem clichês, mas quando se está apaixonado, se tornam as coisas mais lindas do mundo.

Não demorou, e o dia primeiro de setembro chegou. Acordei com a minha mãe berrando, me mandando levantar para acordar o Thiago e o Alvo. Sabem, só eu conseguia fazer isso.

Entrei de fininho no quarto do Thiago, me deparando com um ser, deitado de apenas de cueca, com o travesseiro em cima da cara. Pois bem. Cheguei perto do ouvido dele e comecei a falar, imitando a voz da Patrícia :

— Sinto muito, Thiago.

— Huuuuuuuuum.

— Mas eu fiquei com o Will. Ele é bem melhor que você.

Foi o suficiente para que ele levantasse assustado, como se tivesse acabado de ter um pesadelo.

— Porra, Lilian. – eu estava rindo da cara dele.

— Vamos logo, vai garanhão. Ainda tem que acordar o Alvo.

— Ah, mas essa eu não perco por nada. – ele disse, saindo do quarto, só de cueca.

Entramos no quarto do Alvo e, eu me deparei com a mesma cena. Ele, deitado só de cueca, com o travesseiro em cima da cara e com um tufo de cabelos pretos e bagunçados aparecendo por baixo do travesseiro. Thiago foi até o banheiro, encheu um copo de água e tacou em cima do Alvo. Eu comecei a rir.

— Mas que porra ...? – ele levantou rápido e então olhou para o copo e depois para o Thiago. Demorou mais ele ligou 2 mais 2. – Ah, eu te mato Thiago Sirius.

E os dois saíram correndo pela casa, um atrás do outro, >só< de cueca. Trombaram com o meu pai, que também tinha acabado de acordar e estava com os óculos tortos.

— Bom dia, filha. – ele me deu um beijo no topo da testa.

— Bom dia, pai.

— É hoje que a minha casa vai ser destruída! – ele disse, indo em direção a cozinha.

— GAROTOS! JÁ PARA O QUARTO DE VOCÊS. VÃO TROCAR DE ROUPA! – ouvi a minha mãe gritar do andar de baixo.

— Mas, mãe ... – a voz de cervo abandonado do Alvo.

— MAS NADA! ONDE JÁ SE VIU? CORRENDO PELA CASA SÓ DE CUECA? ONDE ESTÁ A EDUCAÇÃO DE VOCÊS? JÁ PARA O QUARTO. A-G-O-R-A! – ela disse e eu comecei a rir.

Fui até a cozinha, onde meu pai estava sentado lendo o jornal.

— Achei que eu fosse perder meus dois filhos. – ele disse, rindo.

— Eu também achei.

— Onde já se viu? Correndo pela casa só de cueca. Cadê o respeito pelas mulheres dessa casa? Foi pra puta que pariu, só pode. – minha mãe entrou bufando na  cozinha.

— Bom dia, meu amor.

— Bom dia, Harry. – ela deu um selinho nele. – Bom dia, filha. – ela deu um beijo na minha testa.

— Ela você trata com carinho não é? – Alvo havia acabado de entrar na cozinha, já vestido.

— Ela não fica correndo pela casa só de calcinha e sutiã. – minha mãe respondeu.

— Ainda bem. – Thiago também chegou na cozinha, vestido.

— Sétimo ano, hein filhão?

— Pois é, pai. – ele bagunçou os cabelos, assim como, de acordo com o tio Hagrid, meu avô fazia.

— Grande responsabilidade, hein.

— Espero que não me decepcione. – minha mãe ainda estava se acalmando. – E você, Lily, trate de me dar orgulho com o resultado dos NOM’s. – ela fuzilou os meus dois pobres irmãos com o olhar.

Antes que o Alvo pudesse dizer alguma coisa, meu pai falou:

— Já são 10 horas, acho melhor vocês subirem, pegarem os malões pra gente poder sair.

Nós três concordamos com a cabeça e subimos.

Coloquei um short jeans, que era beem curto, mas eu amava ele, meu all star vermelho (o favorito) e uma camiseta que tinha o símbolo das relíquias desenhado. Presente da tia Luna.

Desci as escadas com o meu malão, que estava muito pesado, mas assim que cheguei na beira da escada, Alvo me olhou de cima a baixo e disse:

— Sobe.

— Pra quê, cidadão?

— Troca de short. Isso ae não serve nem como calcinha mais, Lily.

— Vou trocar de shorts não.

— Ah, vai sim.

— Vou não.

— Fedelho, ser minúsculo, venham a gente tá atrasado! – Thiago gritou de dentro do carro.

Ele me chamava de ser minúsculo apenas para me irritar, devido a minha altura.

Alvo me ajudou com o malão, e assim que nós estramos no carro, meu pai se dirigiu a plataforma 9 ¾.