O Inesperado escrita por Meh_Kiryuu


Capítulo 1
Capítulo Único




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Tom havia acordado cedo aquele dia, mais do que o normal. Levantou os filhos mais velhos para que pudessem ajudá-lo no trabalho braçal e convidou Martha para auxiliar nos comandos com os demais.

As crianças levantaram preguiçosas e foram se lavar antes de fazer a primeira refeição. O homem se lembrou de sua amada que tinha ido embora a alguns dias atrás e estava se escondendo na floresta perto do priorada, pensou como queria ter acordado com ela aos seus braços, mas os monges nao a perdoariam pelo que ela tinha feito. 

Fitou a construção e fez uma oração, pedindo a Deus que pudesse vê-la completa algum dia. Parou ao lado dos dois filhos e os olhou de relance, pensou que algum dos dois podiam substiuí-lo caso algo acontecesse com ele, mas logo tirou o pensamento pessimista da mente.

- Bom dia - desejou o prior Philip vindo na direção dos quatro com um pão para um e uma jarra de cerveja, era isso que o padre prior fazia todas as manhãs antes de começar o ritmo de trabalho.

Comeram em silêncio e logo começaram o dia de trabalho. Jack não iria continuar a estátua de Santo Adolpho, pois uma das mãos estava quebrada pelo ocorrido na pedreira e se continuasse o trabalho poderia ficar alejado como Ellen tinha falado quando o garoto fora a seu encontro.

Estava quente aquele dia e poderiam trabalhar com tranquiidade, pois a chuva não os atrapalhariam. Era uma boa época para iniciar o trabalho das paredes com a argamassa assim elas se secariam com perfeição ao contrário do inverno que teriam que parar o trabalho por causa do tempo e assim a argamassa não secaria e o risco de cair alguma parede era maior nessa época. Tinha também a questão dos trabalhadores que não iam sair de suas casas se o tempo estivesse muito ruim, prefeririam ficar sem dinheiro do que congelarem trabalhando no inverno.

Alguns cidadões de aldeias mais próximas vinham visitar a construção para levar novidades para a família, mas nenhum se abilitava em trabalhar por abitinência e isso frutrava o prior Phillip que sempre falava em alto e bom som que a construção estava indo muito devagar e não teria dinheiro soficiente para a conclusão da obra. 

Tom concordava com algumas coisas que o padre prior falava, mas na maioria das vezes ele se exagerava na situação deixando a mais tramática do que era na realidade.

O mestre construtor colocou todos em seus devidos trabalhos e assim os deixariam ocupados por horas e poderia fazer alguns cálculos com seu enteado. Trabalhavam duro e o dia passava muito rápido. A hora do almoço chegou rápido demais e param por uma hora como era obrigado pelo monges. 

Jovens iam se encontrar com as suas amadas ou iam para casa dos pais para se alimentarem e recuperem forças. Os trabalhadores mais velhos ficavam em baixo de uma sombra de árvore e traziam o almoço das suas casas para comerem entre os amigos, os monges nessas horas certificavam se a cerveja não estava muito forte para que não houvesse acidentes depois do almoço. Tom e sua fampilia recebiam as refeições do priorado como forma de pagamento e se acomodavam com os demais em baixo de alguma árvore. 

Naquele dia, Tom preferiu sentar-se sozinho, afastado dos demais para que pudesse dormir um pouco após o almoço. Nenhum dos filhos o acompanhou, pois preferiam ficar com os outros já que contavam várias histórias aos pequenos depois que comiam.

Comeu o minguau de aveia, o pão que tinha sido feito pela manhã e uma caneca com cerveja aguada que os monges preparam na maioria das vezes para ele e seus filhos. Mas ele não podia reclamar da comida, já que os monges trabalhavam na construção e ainda cozinhavam.

Comeu como se não comesse a uma semana, o trabalho braçal o deixava com muita fome e muitas vezes o que os monges mandavam de almoço não acabava com ela. Enconstou no tronco da árvore, após terminar pela refeição e agradecer por mais uma manhã de trabalho, como fazia todos os dias. Fechou os olhos, os homens não conseguiam vê-lo dali, mas Tom podia ouví-los e eles já começavam a contar as histórias. Sorriu ao ver os filhos atentos ouvindo a história, pensou em Ellen mais uma vez e desejou que ela estivesse ali para companhá-lo em seu descanso.

- Boa trade - uma voz feminina soou ao seu lado, ele pensou que fosse uma das mulheres que viam visitar seus maridos na hora do almoço. Mas ao abrir os olhos viu que era mais que isso. Era Ellen, a sua amada. Sabia que ela não podia estar ali, a mulher fora expulsa do priorado fazia alguns dias e ela se arriscava cedo demais vindo ali.

- O que esá fazendo aqui? perguntou, nervoso olhando a sua volta para certificar que ninguém a visse e segurou a sua mão puxando para que ela sentasse ao seu lado e viraram-se pelo lado oposto da árvore para que não ficassem de frente para os trabalhadores que descansav am em outra árvore.

A mulher não respondeu a pergunta do amado e Tom não esperava por uma resposta. Queria que ela ficasse ali, mas ao mesmo tempo sabia que era errado e ela seria pega pela segunda vez em intervalos muito pequenos e não conseguiria fugir.
- Você não devia estar aqui... - continuou ele aflito.

- Sei disso, mas senti falta do meu amor - falou ela com um sorriso malicioso no rosto.

Tom olhou para o sol, para tentar descobrir quanto tempo faltava para voltarem ao trabalho e assim os outros não vissem Ellen ali. Certificou que faltava meia hora para que o serviço continusse e disse a ela que poderia ficar por mais algum tempo. Ela sorriu e beijou-o, em um beijo profundo. A mulher sentiu-se molhada e segurou-se para que nada ocorresse ali. Tom passou a mão pela linha da cintura e subiu até que pudesse tocar nos seios da amada.

Pareciam um casal de namorados, que tinham que esconder das famílias o que estavam fazendo. Tom se sentiu um tonto ao pensar dessa maneira e ela percebeu, perguntando:

- O que ocorreu? Está diferente...

Ele não respondeu de imediato, sabia que ela se chatearia pelo que ia falar.

- Não gosto do jeito que vivemos... - pausa - Gostaria de viver contigo, gostaria de acordar ao seu lado toda manhã e que as crianças pudessem ter alguém para chamarem de mãe.

Ela entendeu o que ele dizia, mas as crianças já eram bem crescidas para chamarem utra mulher de mãe, principalmente Alfred. Embora Martha ainda pudesse a chamá-la de mãe.

Desviou os olhos do amado e virou-se, ainda escondendo o corpo atrás da árvore, para ver seu filho. Jack não parecia nada como ela, mas era muito parecido com seu pai, principalmente os cabelos vermelhos.

- Como Jack está? - perguntou Ellen, agora fitando Tom.

- Ele não pode voltar a trabalhar na estátua e às vezes fica chateado por isso, porque é o que mais gosta de fazer. Mas é muito bom com cálculos e me ajuda na maioria das vezes.

A mulher sorriu com ternura e o beijou apenas tocando os lábios do homem. Tom olhou para o sol mais um vez e estava perto de voltarem ao trabalho.

- Você devia r, vou voltar para o trabalho daqui alguns minutos - informou sem tirar os olhos do sol.

Ela não ficou chateada pelo que ele havia dito, muito pelo contrário ficou feliz ao vir visitar seu amado na hora de folga. Ellen o beijou e sentiu-se molhda novamente. Ela também desejava estar morando em baixo de um teto e que pudesse cozinhar alguns dias para sua família, se assim podia chamá-los e outras vezes ajudá-los em sua construção. Mas não se arrependera do que tinha feito no priorado. A mulher voltaria para a caverna no meio da floresta e voltaria algum dia para se encontrar com eles. 

FIM


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Notas finais do capítulo

obs: Essa fanfic é dedicada a Márcia Litman, ela pediu para que eu escrevesse uma fanfic de Tom&Ellen. Bem, ai está. Não sei se vão gostar, mas esse é um dos meus casais favoritos e que vou levar para a minha vida inteira. Esse é um exemplo de casal que supera dificuldades e um política desonesta na Idade Média!



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