Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 38
A última dança - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

NA/ Hei, o Nyah anda meio estranho na formatação dos textos, se estiver ruim pra ler por favor me avisem, ok? Sério eu realmente me preocupo com isso, quero tudo bonitinho pra vocês leitores!
Boa leitura!



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-Senhoras e senhores, há um motivo para este baile ser realizado nesta mesma data há mais de vinte anos. Nele comemoramos a vitória da liberdade, da aceitação a vitória do respeito e do amor. Para abrir o baile desta noite quero convidar o senhor Harry Potter e sua filha Lílian Luna Potter.

Ok, é agora, apenas respire e não tropece, respire e não tropece. Certo talvez seja uma boa ideia sorrir para as pessoas que estão aplaudindo e sorrindo com lágrimas nos olhos. Novo plano, respire, sorria e não tropece.

-Pronta? - Pediu meu pai parecendo estar tudo menos pronto para aquilo, acenei com a cabeça e senti um calafrio percorrer meu corpo ao ouvir os primeiros acordes da valsa bruxa.

Honestamente poderia ter sido bem pior, pisei no pé do meu pai apenas duas vezes e mais importante que tudo nós não caímos, eu estava tensa de modo que meus movimentos deveriam parecer mecânicos e não fluidos como a música pedia. Alguém puxou as palmas, encarei meu pai e sorri ao vê-lo concentrado murmurando algo, obviamente ele fazia algum tipo de contagem para valsar. Suspirei aliviada quando mais e mais pessoas se juntaram a nós na pista, até mesmo James e Sara estavam ali, Heloíse dançava com seu pai e Hugo para minha surpresa estava sentado apenas observando.

A música acabou e mais uma salva de palmas aconteceu. TINHA ACABADO. Não durara uma eternidade como eu temia, eu tinha vencido mais essa, eu e meu pai tínhamos aberto o baile e nenhum desastre ocorrerá.

-Pronto, missão cumprida. - Disse meu pai sorrindo e me puxando para as laterais do salão.

-E agora você vai ir? - Perguntei fazendo bico.

-Preciso ir princesinha.

-Vai fazer o parto ou algo do tipo? - Pedi colocando a mão na cintura e fazendo ele rir, meu pai passou a mão em meu rosto e em um gesto sublime tirou uma mecha de cabelo que insistia em ficar sobre minha bochecha.

-Você sabe que ajudei a criar Teddy, preciso estar lá por ele, além disso alguém tem que garantir que ele sobreviva a esta noite. - Foi minha vez de rir, estava prestes a me despedir quando alguém por trás de mim cumprimentou meu pai.

-Senhor Potter, é uma honra. - Droga de voz aveludada e sexy, eu odiava David Prescott por essas e outras.

-Ah sim claro, eu lembro de você David Lewis, o garoto da poção curativa certo? - Perguntou meu pai sorrindo e apertando a mão de meu professor que estava corando, de certo modo ele parecia um garotinho encontrando um super-heroi.

-Ah o senhor lembra então, eu aperfeiçoei a poção, viajei muito e tenho certeza que agora o departamento auror vai se interessar. - Disse David parecendo levemente desesperado, eu deveria supor que o cargo de professor era apenas temporário, ele almejava por mais.

-Bom, desde que não exploda nada... - Comentou meu pai pensativo. - Vamos fazer o seguinte apareça por lá, se eu me lembro bem você costumava ter talento, apenas era empolgado de mais para um preparador.

-SIM SENHOR! - Praticamente gritou o mestre de poções para então se dar conta que não deveria ser tão entusiasmado. - Quero dizer, obrigada senhor, eu realmente vou me esforçar.

-Bom, eu realmente preciso ir. Filha impressione os figurões por mim. - Pediu meu pai beijando minha testa. - E você jovem, não deixe de aparecer.

E assim meu pai fugiu do baile, soube o momento exato em que ele pisou fora do castelo, os repórteres de plantão estavam lá e as maquinas fotográficas fizeram um estardalhaço tentando capturar algo do menino que sobreviveu.

Olhei para David que ainda encarava o local por onde meu pai tinha saído com uma expressão de clara admiração.

-Já chega disso, é só o meu pai. - Falei dando um tapa em seu ombro.

-AH MERLIN. - Soltou ele me encarando.

-O que foi, qual o problema? - Pedi sem entender nada.

-Ele é seu pai. - Disse ele novamente agora parecendo ligeiramente assustado, dei mais um tapa em seu ombro e tentei não pensar em quão perfeito ele estava com aquele traje a rigor, pensar nisso me deu vontade de continuar estapeando ele. - Ai chega disso, você não pode me espancar no meio do baile. - Pediu ele segurando meu punho e me impedindo de continuar com a sessão de tapas e chingamentos internos, ninguém podia ficar tão bem em um traje como aquele era insano.

-Você explodiu o departamento auror? - Perguntei me lembrando subitamente da conversa que ele tivera com meu pai há poucos minutos. Pela expressão de David percebi que tinha acertado na mosca, e eu realmente tentei não começar a rir, mas isso realmente era uma missão impossível. Uhu, não sou apenas eu quem tenho esse maravilhoso dom de fazer CABOOM! Somos realmente uma dupla explosiva...

-Para de rir, sério Potter me escute. Foi logo depois que eu fugi de casa, eu tinha inventado essa poção pra ajudar na cicatrização e após longos meses de insistência os aurores me deixaram mostrar do que se tratava. Foi super complicado conseguir isso afinal eu não passava de um adolescente rebelde, tudo estava indo bem até seu pai entrar na sala, quando eu o vi totalmente me desconcentrei e daí a coisa desandou. - Me explicou ele ficando vermelho.

-Uau, se continuar assim vou pensar que está apaixonado pelo meu pai. - Comentei, como resposta recebi uma encarada séria e definitivamente profunda, como se quisesse dizer "não é pelo seu pai que estou apaixonado". Obviamente minhas pernas bambearam enquanto eu me perdia naquela imensidão azul que eram os seus olhos. Ao perceber que aquilo poderia virar uma cena em pleno salão principal lotado fiz questão de desviar o olhar e de me recompor.

-Está muito bonita hoje Lílian. - Realmente ele não estava ajudando. Será que a minha nada discreta desviada de olhar não era o suficiente para ele perceber que esse não era o momento?

Porque é óbvio que o momento não seria no meio de uma multidão metida de aristocratas e sim em uma sala isolada com muitas paredes e nenhuma pessoa. O que me possibilitaria reparar melhor nele, como esse maravilhoso traje que ele está usando exatamente agora. David e seus trajes são realmente um crime, só não sugiro que ele ande por ai sem eles, porque ficaria estranho explicar o grave caso de uma ruiva com problemas bocais (obs: excessiva produção de saliva) perseguindo o mencionado professor.

-Obrigada professor. - Respondi ao elogio frisando a parte do professor. Do outro lado do salão a família Prescott conversava com alguns figurões do ministério me dei conta então que David não estava com seus pais pelo contrário, ele estava o mais distante possível do casal Prescott.

-Você não pode evitá-los pra sempre, sabe disso né? - Perguntei sem saber de onde tinha vindo aquela coragem.

-Faz anos que faço isso, é claro que posso evitá-los. - Me respondeu ele pegando uma taça de bebida em uma mesinha próxima.

-São seus pais. - Argumentei, fui surpreendida por uma risada seca.

-Você diz isso como se o fato de serem meus pais resolvesse tudo, a coisas não são assim, não naquela família. - Senti pena do modo como ele disse, "naquela família" como se ele não fizesse parte dela.

-Pode ser que não, mas o mínimo que pode fazer é ir até lá e dizer algo, não é possível que sua mãe não tenha se preocupado com você. Lewis, é o sobrenome dela afinal. - Falei tentando soar ainda mais segura do que dizia.

-Sim, é o sobrenome dela, minha mãe é uma mulher adorável, você iria gostar dela, por trás da fachada aristocrática e quando não está obedecendo cegamente as ordens do marido... - Em um gesto rápido digno dos meus dias de apanhadora arranquei a taça de sua mão e usando minha melhor cara de Gina Weasley coloquei uma mão na cintura para encará-lo.

-Vá até lá e fale com eles, você não pode se esconder pra sempre. -Davi me encarou parecendo confuso com minha atitude, ergueu uma sobrancelha e para minha total surpresa começou a se afastar na direção onde estavam seus pais. Porém parou um pouco depois e me olhou de longe, posso jurar que ele iria dizer algo, mas apenas balançou a cabeça como se para afastar uma mosca invisível e voltou a andar na mesma direção.

-E mais uma vez o dia foi salvo graças a um Potter. - Comentei estupidamente para mim mesma e tomei o resto de uísque que sobrara. Me sentindo subitamente só resolvi procurar meus amigos, logo localizei Sara, Hugo e James em um canto do salão, o casalsinho estava abraçado de um modo deprimente para uma amargurada como eu. Era a velha história " O amor só é bom quando é com você", afinal qual é a graça de ver os outros se darem bem se você fica no canto com a utilidade de candelabro?

-E olha só quem resolveu aparecer! - Disse James sorrindo. O que não era nenhuma surpresa. A junção James+Sara normalmente significava nível de felicidade anormal para o meu irmão, o que significava algo se considerarmos que estou falando de James Sirius Potter, o cara SEMPRE pronto para sorrir. Além de que estávamos em uma festa, o que quer dizer o segundo habitat do meu irmão. Não é brincadeira, se você olhar no álbum de fotos da família James é sempre o mais alegre. Ele provavelmente acorda feliz cantando com os pássaros, passa os seu dia distribuindo sorrisos e dorme contente.

-Papai já foi para o hospital. - Respondi dando ombros e me atirando um uma cadeira. Me sentindo mais do que um pouco abandonada. Acho que James acabou pegando todos os genes para a felicidade gratuita e me deixou com os do drama. Quer dizer, sei que foi por um bom motivo, mas eu fui praticamente abandonada pela minha própria família no baile mais importante da minha vida escolar.

Só sobrou o James, que como já foi estabelecido ficou por causa da sua Girassol (era um milagre que eles realmente não tivessem ido "revistar" os armários de vassoura ainda). E o Hugo, mas isso não é grande coisa. O Hugo sempre está por perto, afinal. A não ser nos raros momentos em que eu o evitava ele era uma figura constante ao meu lado. As vezes com figuras indesejáveis também presentes cofLanacof, mas sempre por ali.

-E a família vai aumentar, não é como se já não fosse gigantesca. - Disse meu primo sorrindo.

-Foi abandonado também?- Perguntei esbanjando um pouco do meu drama, já que pelo visto ele estava sobrando.

- Você sabe como todos adoram fugir de um baile chique, Heloíse está com seu pai. - Disse Hugo desafrouxando a gola de suas vestes. Aqueles foram os dez minutos mais deprimentes que já passei, certo talvez não, mas ficamos em um silêncio profundo, claro que Sara e James estava entretidos no mundinho deles. Eles não estavam se agarrando pelo sentido literal da palavra, mas eu estava quase sugerindo que fossem realmente procurar um armário de vassouras. Afinal, o James parecia não conseguir manter suas mãos para si e a Sara estava com uma anormal necessidade de manter qualquer tipo de contato com ele após o quase fiasco provocado pela minha mãe.

-AHH! Já chega! - Falei em meio a um suspiro enquanto me levantava. - Vamos fazer algo! - Puxei Hugo de sua cadeira na direção da pista. Não preciso nem dizer que quase nem notaram nossa ausência. Hunf, baile para curtir com a família uma ova. Essa noite ficaria oficialmente conhecida como "A NOITE DO ABANDONO".

-Lílian você odeia dançar. - Disse meu primo me seguindo do mesmo modo. É, tudo que eu odiava de dançar o Hugo gostava. Me surpreendi, eu esperava que ele passasse a noite toda na pista gastando a solas de seus sapatos. Acho que o clima de romance tinha atingido até mesmo o incorrigível Hugo Weasley, antes conhecido por não perder um festa e hoje abrindo mão de uma baderna simplesmente porque Lise ainda estava presa com seu pai.

-Eu odeio ainda mais ficar entediada. - Respondi me deixando ser guiada por ele. Dançar com Hugo era mais fácil do que com meu pai, mas ainda não era tão perfeito quanto dançar com David. Nos movíamos em meio a tantos outros casais, enquanto girávamos pelo salão tentei reconhecer algumas pessoas mas meio que só as conhecia de vista por tê-las visto tantas vezes em bailes como este.

-Precisamos conversar. - Pediu Hugo me encarando com certa seriedade após um tempo

-Pode falar. - Falei com naturalidade, ele então me guiou pela mão até a saída do salão, me perguntei o que seria tão importante a ponto de irmos para outro lugar. Quando finalmente ele parou de caminhar estávamos naquela mesma antesala em que nos reunimos antes da festa.

-E então? - Perguntei esperando que ele falasse.

-É que...é...Lise... - Hugo tentou falar mas ele parecia nervosos, não sabia o que fazer com as mãos e não me olhava propositalmente.

-Ok Hugo respira e me fala o que você quer que eu saiba logo. -Disse em um tom mandão colocando as mãos na cintura.

-Certo, é que Lise me fez uma proposta. - Revelou ele.

-Uma proposta? Ela fez o que te pediu em casamento? - Perguntei rindo levemente ao ver seus olhos se arregalarem. Só então comecei a realmente a me preocupar. Quer dizer, a Lise não é o que eu classificaria como uma pessoa completamente normal, e se ela fez uma loucura num momento em que eu me descuidei de seus planos malucos?

-NÃO! Ela me pediu para acompanhá-la no próximo semestre...- Explicou meu primo agora me encarando, não falou mais nada como se esperasse por minha reação. Quanto a mim apenas respirei fundo e tentei encaixar a informação em minha cabeça, ir com ela? Parecia insanidade mas por outro lado era meio lógico levando em conta o quanto eu conhecia aqueles dois.

-E então? - Pediu o ruivo de olhos azuis parecendo agoniado, só então percebi, Hugo estava me pedindo permissão, ele queria saber o que eu achava daquilo. Me aproximei alguns passos do meu primo ficando realmente perto dele, analisei seu rosto, a barba por fazer, os olhos do pai, o cabelo bagunçado. Passei a mão levemente por sua face tentando encontrar palavras para o que queria dizer.

-Hugo você não precisa me pedir permissão pra ir com Heloíse, já passa da hora de você entender isso. Aliás não precisa permissão pra ninguém, é a sua vida você decide. - Falei.

-Não sei se consigo fazer isso. - Respondeu ele segurando minhas mãos entre as dele.

-Consegue, eu sei que você é capaz de fazer coisas incríveis eu te conheço desde que nasci e confio em você cegamente.

-Mesmo depois de tudo? - Foi sua pergunta levemente assustada.

-Mesmo depois de tudo. Então eu vou dizer de novo. Você não precisa da minha permissão nem a de ninguém, só deve pensar no que quer e no quanto isso afeta as pessoas ao seu redor. Quando conseguir colocar na balança o seus sentimentos e das pessoas que ama, aí sim Hugo você vai saber o que fazer. - Respondi me afastando dele um passo de modo que não ficava mais ao meu alcance, percebi que seus olhos estavam marejados, não era surpresa afinal, já tinha visto meu primo chorar muitas vezes. Ele era emotivo e sempre que se sentia pressionado as lágrimas apareciam, mas percebi que ele tentava conter o choro e entendi aquilo como o primeiro passo para que Hugo crescesse.

-Eu acho que vou voltar pro baile. - Comentei alisando a saia de meu vestido e passando por ele, estava quase na porta quando o ouvi pela última vez naquela noite.

-Lílian. - Me virei para encará-lo e percebi um singelo sorriso ali, aquilo fez com que eu me sentisse melhor. - Obrigado. - Foi tudo que meu primo disse, acenei pra ele e saí daquela sala que se tornara sufocante.

Assim que a porta se fechou me encostei na parede e senti minhas próprias lágrimas rolarem por minha face. Eu sabia que tinha feito a coisa certo ali dentro, mas o lado da Lily egoísta gritava como nunca, rugia em meu peito e pedia para falar com ele, fazer com que ele ficasse em casa onde era seu lugar. Eu sabia que Hugo me escutaria independente do que eu dissesse sempre fora assim afinal, porém Lílian Potter tinha feito o que precisava ser feito há muito tempo. Respirei profundamente, contei até 10, sequei minhas lágrimas e caminhei de volta para o salão.

No meio do caminho tive uma pequena surpresa, David Prescott estava ali, olhando a noite enquanto segurava uma garrafa de uísque de fogo nas mãos. Sem me conter fui até onde ele estava, a garrafa estava praticamente cheia e por sua expressão vi que ele não estava bêbado.

-Você não devia estar no salão conhecendo seus futuros professores em Paris? - Perguntou o moreno assim que me aproximei dele.

-Sei lá, não faço ideia de quem eles sejam na verdade. - Respondi com sinceridade erguendo os ombros. - Mas você devia estar lá conversando com sua família se não estou enganada.

-Humpf, já fui lá, já fiz isso e como o esperado meu pai foi o cretino de sempre. - Foi o que ele respondeu levando a garrafa até os lábios. Sem me conter avancei nele tentando retirar a garrafa de suas mãos. - Hei! Me deixa Potter, sou maior de idade, vacinado e estou a fim de afogar meu pai nessa garrafa. - Respondeu ele me segurando com uma mão enquanto a outra segurava a garrafa o mais longe possível.

-Você é professor, não pode deixar que os outros professores, os pais ou seus alunos te vejam assim. -Argumentei encarando o homem com ferocidade, antes que ele falasse qualquer coisa eu sabia que tinha vencido, meus argumentos eram válidos. Ainda relutante ele me soltou e depois de um último gole atirou longe a garrafa.

-Satisfeita? - Foi o que me perguntou.

-Absolutamente. - Falei sorrindo, nos encaramos por alguns segundos que logo se tornaram minutos, eu já estava me cansando daquilo, eu gostava de David mais do que deveria, mas ainda não sabia ao certo o que fazer com isso.

-Está muito bonita hoje Lílian.- Falou ele retirando uma mecha teimosa do meu rosto.

-Você já disse isso hoje. - Respondi sentindo seu hálito quente, o cheiro da bebida me lembrou de nosso primeiro beijo naquela festa.

-E se eu falar que sempre está bonita, desde a primeira vez que te vi, sua boca, seu rosto, seus cabelos, seus olhos tudo em você é perfeito. - Disse ele me olhando com tanta intensidade que eu tinha a certeza de estar vermelha.

-Eu diria que você bebeu de mais. - Respondi rindo levemente.

-Eu gosto de você Lílian Potter, mais do que é seguro um professor gostar de uma aluna. -Confessou ele finalmente se aproximando.

-Então agradeça pelo semestre estar chegando ao fim. - Foi a última coisa que tive tempo de dizer antes dele selar seus lábios aos meus.

Seria sempre assim? Beijar aquele homem seria sempre quente, intenso e perfeito daquele jeito? Parecia tão perigoso gostar tanto do modo com sua mão segurava minha cintura com firmeza, ou então do modo como sua boca se encaixava com perfeição a minha como se desde sempre foram moldadas para ficarem juntas.

Mais uma vez fomos interrompidos pelos som de algo próximo e dessa vez não era algo se quebrando eram gritos e gritos que eu conhecia bem. Sem pensar duas vezes eu e David corremos até onde parecia vir o som e eu vi a cena mais bizarra da minha vida. Jack Mallory o perfeito professor de transfiguração segurava a nada querida Katherine Sullivan na parede. A mestre de feitiços parecia descontrolada com algo.

-SEU IDIOTA! ME SOLTA MALLORY OU EU VOU GRITAR. - Ameaçava a loira.

-VOCÊ JÁ ESTÁ GRITANDO! - Respondeu meu professor favorito em um tom de divertimento.

-ENTÃO EU VOU GRITAR MAIS ALTO! - Respondeu a mulher e eu realmente achei melhor anunciar minha presença ali ou logo a escola toda estaria presenciando aquela cena.

-Professor Jack. - Chamei sem saber ao certo como agir, ao ouvir minha voz ele a soltou rapidamente e logo os dois parecia muito constrangidos por terem sido pegos naquela situação.

-Lílian, David. - Murmurou ele.

-Sinto muito por interromper, mas é que logo a escola inteira estaria aqui. - Explicou David ao meu lado, percebi que ele parecia se divertir com a cena. O casal ainda parecia constrangido de mais para dizer qualquer coisa coerente, me surpreendi ao ver a loira sempre tão fria corada, uau ela era humana afinal.

-Eu vou voltar pra lá..eu..- Murmurou ela para si mesma. Ergui uma sobrancelha ao ver que que a mestre de feitiços parecia confusa.

-Se sente bem professora? - Pedi.

-Claro que me sinto bem Potter que pergunta estúpida! David me acompanha de volta para o salão? - Perguntou ela olhando para o moreno ao meu lado. Sem nada dizer ele foi até onde a mulher estava, me lançou um olhar como se pedisse desculpas e guiou a loira pelos corredores. Jack Mallory parecia ainda estar bravo com algo e sem falar nada seguiu os outros dois professores me esquecendo completamente.

-Uhu, Lílian Potter vai terminar a noite sozinha completamente esquecida do lado de fora do salão. - Murmurei pra mim mesma caminhando até os jardins. Nop, definitivamente não era apenas drama. O velinho lá em cima, que infelizmente não era o Papai Noel resolveu presentear a ruiva aqui. Merlin novamente estava acabando com a minha noite. Quando eu estava começando a aproveitá-la a fria da minha professora de feitiços começa a gritar porque foi jogada na parede por um dos professores mais quentes de Hogwarts. E o pior, a gritar não pelo motivo ideal. Eu sempre soube que Katerine Sullivan não era normal.

(...)

Arghs, seria Lílian Potter um clichê tão deprimente assim? Pelo visto sim, eu terminaria a noite sozinha na beira do lago, sentindo ainda o gosto daquele beijo apressado, escondido, errado e sedutor. Era como se a noite tivesse começado no exato momento em que encontrei David no corredor, tão errado e tão perfeito.

Um vento frio começava a soprar, decidi voltar para o castelo e terminar a noite de um modo mais apropriado, mas no exato momento em que me virei, dei de cara com ninguém mais ninguém menos que ela.

Pois é, aquela margem estava se tornando quase nosso ponto de encontro oficial.

- Meu irmão disse que eu poderia te encontrar aqui fora. - Murmurou ela me encarando com ferocidade.

-E? - Falei tentando parecer indiferente diante de sua presença.

-Olha eu sei que você ainda está chateada, mas mesmo assim eu queria te entregar isso. - Só então notei que ela segurava um pequeno baú de madeira, ricamente trabalhado.

-Um porta-joias? Por que você me daria isso? - Perguntei com sincera curiosidade.

-Na verdade é o que está dentro dele que importa. - Informou Lana Prescott me estendendo o objeto, me surpreendi com seu peso, o que teria ali dentro? Dedos cruzados pelos diamantes!

Ergui a tampa com cuidado, afinal vai saber o que podia ter ali dentro, cuidado nunca é de mais, certo? Para minha surpresa, tudo que havia ali eram pedaços, e farpas de madeira.

-Madeira? - Pedi ainda mais confusa que antes de conferir o conteúdo da pequena caixa.

-Hum, é, mas não é qualquer madeira, olhe com atenção. - Sugeriu a loira, foi o que eu fiz, foi assim que percebi em um pequeno pedaço de madeira a inscrição J.S.P.

Era a minha vassoura, ou o que sobrara dela. Acho que devo ter ficado uns cinco minutos lá de boca aberta encarando a caixa aberta, nem percebi quando comecei a chorar, eu amava tanto aquela vassoura o modo como havia conquistado o direito de tê-la.

"Você é a melhor Lilindinha, logo merece a melhor vassoura!" Disse meu irmão anos atrás me entregando a própria vassoura.

-Uau, Lana... - Foi tudo que consegui dizer sem ainda poder desviar o olhar daquele presente tão inesperado.

-Eu sinto muito, Lílian eu me arrependi antes mesmo de acontecer o acidente. Eu tentei voltar e desfazer o feitiço...Eu sei que já falei isso mas eu espero que um dia você me perdoe de verdade. - Pediu a loira oxigenada com a voz embargada, finalmente a encarei para só então ser lembrada do quanto seus olhos lembravam os do irmão.

-Eu já te perdoei Lana, isso não quer dizer que eu esqueci. Na verdade cada vez que eu olho pra você eu sinto uma raiva imensa, mas eu aprendi que alimentar esse ódio é inútil. Se é isso que deseja ouvir, você está desculpada. - Falei fechando a caixa e a segurando contra meu peito como se fosse a coisa mais importante do mundo.

-Obrigada pelo que fez hoje também. - Me disse ela contendo as lágrimas, só a encarei com cara de "do que você está falando sua louca?". - Você estava conversando com o meu irmão e logo depois ele foi lá falar com nossos pais. Pela primeira vez em anos.

-Não foi nada demais. - Respondi voltando para o castelo sem a menor vontade de voltar para o baile. Após essa noite tudo que eu mais desejava era me deitar e tentar relaxar, o semestre estava chegando ao fim e parecia que minha confusão nunca terminava.

Em primeiro lugar David Prescott, ou Lewis como ele dizia para não usar o sobrenome importante. Meu professor, talvez em um futuro não tão distante colega de trabalho do meu pai. O que fazer com o fato de eu estar a cada dia mais apaixonada por ele? Se alguém tiver uma resposta estarei esperando.

Segundo lugar mas não menos importante, Lise e David sairiam pelo mundo assim que o semestre terminasse. Deveria me preocupar com eles ou com o pobre mundo que ficaria a mercê dos dois?

E por fim, Sara Hale minha melhor amiga. A cada dia se aproximava mais o momento em que ela teria que partir para a Rússia se tornar uma auror fria e bem treinada. Ainda assim, ela parecia adiar sempre momento para contar meu irmão sobre isso, estava na hora de Lílian Potter agir ou deveria confiar em minha melhor amiga?

Droga eram tantas pergunta que eu duvidava que podia dar conta de tudo, e ainda tinham aquelas perguntas que eu tinha até mesmo deixado de fazer quanto mais imaginar uma resposta. Já no dormitório feminino deixei o estranho presente ao lado da cama e sem me importar com a bagunça da manhã seguinte tirei meu vestido e sapatos e larguei pelo chão. Desfiz o coque com rapidez e puxei uma camiseta gigantesca do malão.

Adormeci antes mesmo de me dar conta que eu devia ter mandado uma carta perguntando para meus pais sobre Victoire.


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Notas finais do capítulo

NB/ E aí, o que acharam do cap?
Não vou comentar muito hoje não (só o básico, eu ainda quero o James pra mim, o homem perfeito!!!!...
e...
JACK ME JOGA NA PAREDE eugritomasnãopravocêmesoltarpodeatémordersequiser...
E David e seus trajes de gala, e agora ... David sem os seus trajes de gala!!!!)
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, bela maluca e cansada após a faxina de natal, hum, até porque todos á sabem que isso é efeito do cansaço e que normalmente eu não sou assim, certo? Certo!
Beijos da beta mais louca
Milady Black
NA/ E aí pessoal? Tudo bem? Espero que sim, em primeiro lugar quero agradecer a todo mundo que está recomendando e comentando a fic! Então não deixem de fazer isso, faltam apenas uns quatro capítulos então não percam a oportunidade, ok?
Beijocas
Loreline Potter



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