O Príncipe e a Aldeã

Capítulo 3 - És tudo para mim...

Raf POV

Aquilo que ouvi da boca do Sulfus deixou-me muito entusiasmada...

Ora bem, são 16:00 horas, eu fui para o meu quarto para escolher a roupa que ia usar.

Eu partilho o quarto com a Úrie. Quando entrei no quarto e fui ao roupeiro e tirei o meu vestido azul com uma fita branca a Úrie ficou surpreendida porque eu só usava esse vestido em épocas especiais.

"O que é que se passa?" perguntou a Úrie com cara de surpreendida. Eu voltei a pôr o vestido no roupeiro.

"Nada, porque é perguntas?" perguntei eu a disfarçar o mais completo possível...ela não podia saber que eu ia sair com o Príncipe...mesmo que fosse a minha melhor amiga...

"Nada é peixe, e peixe é pescada. Vá lá Raf, podes contar-me, eu sou a tua melhor amiga ou não?" disse ela.

Eu quando olhei para ela...queria muito contar-lhe...se não ela podia nunca mais me dirigir a palavra.

"Ok, eu conto-te..." comecei eu "(...) eu vou sair com o Príncipe só isso." terminei eu.

"Só isso? Raf, vais sair com o príncipe espera lá, tu não estás apaixonada por ele?" perguntou ela "Não..." disse eu.

"Tens a certeza?" perguntou ela eu não consegui esconder mais "Ok, eu amo-o, mas se ele não sente o mesmo por mim? Afinal eu sou uma Aldeã e ele é o futuro rei de Inglaterra, nós somos muito diferentes, e além disso os pais dele nunca iriam deixar...e para ele não devo passar de só mais uma empregada insignificante que trabalha no castelo e que está apaixonada por ele." disse eu quase em lágrimas.

"Raf, foi ele que te convidou para sair?" perguntou ela "Sim." disse eu "Então é porque sente o mesmo por ti." disse ela.

Eu não disse nada, apenas fiquei a olhar a paisagem pela janela.

"Vá lá Raf, tira essa cara triste, põe uma cara feliz e vamos fazer com que fiques linda para o príncipe." disse ela arrastando-me até ao roupeiro, e tirou de lá o vestido azul que eu antes tinha pegado nele.

Depois tirou uns sapatos rasos azuis e uns collans brancos.

"Veste isto." disse ela dando-me as roupas para as mãos.

Eu assenti e vesti-me. Fiz um rabo-de-cavalo com uma fita branca.

Saí do meu quarto e fui ter com o Sulfus até à fonte.

Ele já estava lá. Estava a usar um fato completo cinzento com uma gravata. Estava lindo...com sempre...

Sulfus POV

Assim que vi a Raf, estava linda com aquele vestido azul, parecia uma deusa, não parecia, era a minha deusa.

"Então como estás?" perguntei eu.

"Estou bem." disse ela aproximando-se de mim.

Quando ela se aproximou de mim apetecia-me beijá-la, mas ela podia não estar preparada e além disso era demasiado cedo. Apenas conti-me em beijar-lhe a mão.

Ela corou um pouco.

Olhamo-nos olhos nos olhos, os seus olhos davam-me a sensação de paz, que estava no mar...

"Então vamos dar um passeio?" perguntei eu "Claro." disse ela sorrindo-me. Eu tomei a mão dela na minha e ela corou um pouco.

Começamos a caminhar sem dizer uma única palavra.

"Hoje está um belo dia, não achas?" perguntei eu sem saber muito bem o que dizer.

"Sim está." disse ela.

Eu larguei-a e fui buscar uma flor para ela. Quando lhe dei ela olhou para mim com ar de surpreendida.

"Para que é isto?" perguntou ela "Pensei que ias gostar." disse eu com um sorriso e ela retribuiu o sorriso.

Com ela tudo era diferente, parecia que o mundo tinha outra cor, outro sentido...dáva-me a sensação de paz.

Quando já eram 17h e 30min separamo-nos e fomos para os nossos quartos.

Narrador POV

Pouco a pouco estes encontros foram cada vez mais frequentes e começaram a ser motivos de 'converseta' entre as empregadas do palácio. Felizmente ainda não tinha chegado aos ouvidos do rei.

Os sentimentos que sentiam um pelo outro começaram a demonstrar-se até que um dia...

Sulfus POV

Eu e Raf estavamos a dar o nosso passeio matinal de mãos dadas, até que eu parei. Quando parei ela também parou.

"Que se passa, Sulfus?" perguntou ela, preocupada por eu ter parado.

"Raf, eu tenho de te dizer uma coisa que tenho tentado dizer-te à muito tempo..." disse eu, ela olhava-me nos olhos para eu continuar a dizer "Raf...eu amo-te, pronto está dito." disse eu, ela olhou para mim com um sorriso.

"Sulfus, eu também te amo." disse ela, um sorriso veio para os meus lábios. Eu estava feliz, ele sentia o mesmo por mim e o mesmo por ela.

Aproximei mais o meu rosto do dela. Peguei no seu queixo para a poder beijar.

"Se queres pare diz." disse eu olhando nos seus olhos cor-de-mar.

"Não, não quero que pares." disse ela. Então eu coloquei os meus lábios sobre os dela fechei os olhos e pus as minhas mão nos seus quadris e ela nos meus ombros e depois à volta do meu pescoço. Finalmente podia sentir de novo a sensação de beijar uma rapariga, sensação que nunca mais tinha sentido à 5 anos, desde que recebi a notícia do meu casamento com a Kabalé.

"És tudo para mim..." disse eu quando nos separamos, olhamo-nos olhos nos olhos, sorrimos um para o outro e abraçamo-nos. A melhor coisa que me podia ter acontecido nestes últimos 5 anos...ela amava-me, não pela riqueza ou outras coisas do género, era pelo o que eu sou por dentro, coisa que as outras raparigas com quem namorei não sentiram, não souberam ver esse lado, mas ela não, ela é diferente de todas as raparigas.

Eu amava-a e ela amava-me, não precisa de mais provas, agora estava provado, ninguém nos podia separar...