Não Entre Sem Bater escrita por Schmerzen


Capítulo 1
Não entre sem bater




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Lily havia dito que não era educado aparatar na sala das pessoas sem avisá-las antes, mas James não havia realmente aparatado ali. Ele aparatou na porta e ia bater, mas ela estava aberta... Então decidiu entrar. Não era como se Sirius fosse ficar bravo, oras!

Agora estava no meio da sala, parado em silêncio, dividido entre sair sem ser visto, fingindo que aquilo nunca havia acontecido e ouvir o que vinha do quarto.

James Potter não se considerava intrometido ou curioso, nem gostava de espionar os amigos, mas é que dentro daquele quarto parecia estar a resposta para toda a alegria de Sirius, que ultimamente parecia... apaixonado.

- Isso foi muito, muito bom – a voz do amigo chegou até ele, que decidira por ficar ali mesmo, afinal. Houve um murmúrio de concordância. – Não sabia que você tinha momentos pervertidos como esse...

É, talvez fosse melhor sair dali sem ser visto.

- Acabei de lembrar... – Sirius pareceu suspirar contrariado. – Lily me avisou que James viria aqui hoje.

Ou talvez fosse melhor ficar, mesmo. James pensou que, já que Sirius estava se referindo a ele e a mulher pelos nomes, a garota que estava na cama com ele, provavelmente os conhecia. Quem será?

- É, eu sei. Ele nunca avisa quando vem... Mas Lily acha falta de educação e me fala pelo espelho – ouviu mais risadas. – Sim, James e educação não combinam, mesmo.

Ele quase entrou lá para brigar com o amigo, mas então se lembrou que ele devia estar sem roupas. Contentou-se em emburrar no meio do cômodo. Como assim Sirius e a namorada misteriosa falavam mal dele depois de transar?

- Hmm... amor? – Amor? Sirius Black chamando alguém de “amor”?! – Quando você beija meu pescoço desse jeito significa que gosta que eu te chame de amor? – James quase vomitou. – Tenho uma leve impressão de que deixei a porta aberta.

James tentava ouvir a outra voz, para tentar reconhecer, mas a garota falava muito baixo e tudo o que ele ouvia eram sussurros, que apenas indicava outra pessoa na conversa. Mesmo a voz de Sirius, agora, saia um pouco distante.

Ele pensou que devia ir embora e respeitar a privacidade do amigo, mas estava se roendo de curiosidade. Não apenas ele, mas Lily, Peter e Remus também! Todos queriam saber quem foi a macumbeira que fez Sirius se apaixonar – porque qualquer um sabe que só com macumba e reza brava para fazer aquele galinha assentar o facho.

Decidiu que Sirius merecia ter sua privacidade invadida. Ele nunca escondera nada de James – absolutamente nada, nadinha mesmo, para azar do amigo – e agora fazia tanto mistério e dizia que eles estavam vendo coisas.

- Eu sei que é perigoso deixar a casa descuidada, aberta e tal – quase podia ver Sirius revirando os olhos ao falar aquilo –, mas é que você chegou tão... sexy. Tive que arrastar você direto para o quarto... acho que não deu tempo de fechar a porta.

Ali estava a explicação para a entrada de James ter sido tão fácil.

Ouviu alguns barulhos, uma movimentação no quarto, e só percebeu tarde demais que os ocupantes estavam saindo. Não daria tempo de se esconder. Por isso ele decidiu ficar lá e encarar Sirius e sua gata misteriosa.

Ele só não esperava ver Remus sair apenas de calça jeans – meio aberta, ainda por cima – do quarto de Sirius, com o mesmo abraçando-o por trás e beijando seu pescoço. Seus olhos quase caíram de tanto que os abriu.

- CARALHO!! – Lupin gritou ao ver que tinham companhia (uma companhia que parecia prestes a enfartar, aliás).

- James, não é o que está pensando – Sirius soltou a cintura do namorado.

- Vocês... vocês – ele ainda estava em choque, no meio da sala.

- Vou estuporar ele! – Remus parecia o mais assustado dos três.

- O que?! Não!

- Estupore!

Tarde demais. Uma luz vermelha havia saído da varinha do castanho e James Potter jazia desmaiado no chão.

- Remus! Por que fez isso? – Sirius estava prestes a ter um colapso. – Oh, droga! Você matou ele!

- Claro que não! Eu não joguei um Avada Kedavra, foi uma merda de um Estupore!

- Por que estuporou James?

- Ah!! Eu não sabia o que fazer! – ele agora andava em círculos, enquanto Sirius olhava assustado para o amigo desmaiado. – Quem sabe o quanto ele ouviu?

- Se não ouviu o suficiente para entender, ele viu o bastante para isso...

- Precisamos matá-lo. Ele sabe demais – Remus agora estava sentado, agarrado aos joelhos.

- Ficou maluco, porra? – Sirius andou até ele, exasperado. – Como assim matá-lo? Não é como se estivéssemos cometendo um crime. Para de surtar. REMUS!

- O QUE?! – ele pareceu sair de um transe.

- Estou começando a achar que vou ter que matar você – ele rolou os olhos. – Fecha direito a calça, vou acordar James.

- Certo.

- Ennervate.

James gemeu, com a mão no ponto onde o feitiço havia batido em cheio. Olhou arregalado para os dois homens a sua frente e pareceu lembrar-se de tudo. Sirius se dobrava de rir e Lupin tinha uma cara culpada.

- Merda! Vocês me estuporaram?!

- Desculpa, eu... fiquei nervoso!

- Você devia me agradecer – Sirius falou, rindo ainda mais. – Ele queria te matar, eu que impedi.

- Você queria o quê?! Que merda de brincadeira sem graça é essa? – ele viu os dois apenas de calça e lembrou outra coisa – Oh, droga, vocês estavam transando?

Remus engasgou. James ainda tentava superar a descoberta.

- O termo oficial aqui é “fazer amor” – Sirius abraçou o namorado. – Respeite nosso relacionamento.

- Sirius...

- Ele já percebeu, não dá mais para disfarçar... James, o que você estava fazendo no meio da minha sala, espionando minha vida?

- A porta estava aberta!

- O que eu te disse? – Remus comentou, sentando no sofá. – Pode entrar algum maluco se você deixa a porta aberta.

- Maluco? – James guinchou. – Maluco é quem sai estuporando os amigos a torto e a direito!

- Eu achei que era um ladrão, ou um mendigo!

Os dois o encararam incrédulos. Sirius perguntou, desconfiado:

- E desde quando você sai na rua enfeitiçando mendigos indefesos, Remus?

- Eu não pareço um mendigo!

- Vocês estão me cansando – Sirius bufou. Aquela conversa já estava fora de controle – James o que veio fazer aqui?

- Eu esqueci... Devo ter perdido a memória na hora que fui ESTUPORADO SEM NENHUM MOTIVO!

- Já pedi desculpas!

Os três se sentaram no sofá, lado a lado, pensando em algo para tornar o momento menos esquisito. Sirius foi o primeiro a se manifestar:

- Veja o lado bom... – ele passou o braço pelo ombro do amigo, com uma cara de resignação. – Agora você sabe por quem eu estou apaixonado.


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