Tacker e Edward estavam preparados para batalhar. Estavam de pé, olhando um para o outro. Edward estava querendo começar a luta, mas seus braços estavam imobilizados pelo que parecia ser uma corda trançada em ouro, mas não pareciam estar separados e sim fundidos. O nó não existia, o que era estranho.

–Pode começar. -disse Tacker, olhando para Edward.

–Eu vou contar. -Ícaro, dando um passo a frente. –3, 2, 1... -ele olha para os braços de Edward. –Comecem!

Os Lendários Guardiões

–Templo dos deuses-

Livro 2: Sombra ......................................................................... Capítulo 54:

Tacker X Edward

–Você vai ver como é a fúria de um príncipe! -os cabelos de Tacker pegam fogo e ele começa a tirar bolas flamejantes, do tamanho de uma bola de tênis em Edward, que tentava desviar, na medida do possível. –Vamos, defenda-se.

Edward, que não tinha equilíbrio algum tentava correr, conseguindo desviar das bolas flamejantes, até que ele tropeça no chão e seu manto cai por cima dele.

–Aqui não tem plantas... -Edward olha para os lados, só vendo pessoas e o porto. –Preciso de alguma coisa.

Tacker então, com os punhos em chamas corre para Edward, tentando golpeá-lo, mas o garoto tentava se equilibrar de modo a se defender dos socos. O mais incrível eram as membranas de Edward, que faziam o mesmo movimento que os braços de Edward fariam, para equilibrar o garoto, caso estivessem soltos. Edward então não se esquiva direito e recebe um soco de fogo no peito, que começou a arder.

–Não pode me deter, monstro. -Tacker deu um chute na barriga de Edward, fazendo-o caminhar para trás. –Não pode me deter!

Tacker então junta as mãos e lança três bolas de fogo que acertam Edward nas mãos, pois ele tentava se defender com elas. Quando as bolas acabam, Edward abre os olhos para ver onde Tacker estava, mas recebe uma rasteira do mesmo.

Edward olha para trás e vê a feira. Ele estende as mãos para ela, fazendo com que algumas frutas e verduras viessem na sua direção. Edward então rola, esquivando das frutas, que vão direto para Tacker. Edward se levanta, com um pouco de dificuldade. Ele olha para os lados, vendo somente o porto. Ele corre para lá, já que não estavam muito longe dele, só uns três metros.

–Não fuja! -Tacker lançou várias bolas de fogo, que iam acertando o chão do porto, que despedaçava. –Seu verme!

Edward estava tentando desviar das bolas de fogo, que uma acerta seu peito, causando forte ardência e uma queimadura leve. Edward então olha para baixo e repara que o solo é feito de madeira. Edward se abaixa, e absorve a madeira.

–Ah! -Edward corre na direção de Tacker, que somente lança bolas de fogo, que acertavam Edward, fazendo-o recuar.

–Não pode me deter! -falou Tacker, confiante, caminhando para a frente, enquanto Edward caminha para trás.

–Até posso... -Edward olha para o lado, vendo uma árvore lá longe. –Se houvesse alguma árvore perto.

–Então está perdido! -Tacker então joga um lança-chamas em Edward, que tenta se defender, mas seus braços estavam imobilizados. Ele então se encolhe.

O lança-chamas formou um tipo de cortina de fogo e logo terminou. Quando todos foram ao porto ver, viram um tipo de bola verde proteger Edward.

–Ele conseguiu?! -perguntou-se Caio, vendo que o manto de Edward o havia protegido, envolvendo o garoto pela frente.

–Sim, mas foi num momento de desespero. -falou Ícaro, voando, para ver de cima.

–Vou também. -Caio fez placas, que o deixaram no alto.

–Ai... -Edward, no chão... –Meu corpo arde, mas não tanto... Só não sei dizer onde... -ele olha para sua membrana, que volta a cobri-lo.

Edward então lança estacas em Tacker, que desvia, já que Edward com os braços imobilizados não tinha uma boa mira. Tacker corre até Edward, que se levanta, caminhando até a ponta.

–Você não vai escapar! -Tacker envolve seu punho com chamas e dá um salto em direção a Edward, que se encolhe. –O que é isso!?

O chão de madeira, antes liso, estava todo pontiagudo e liso onde Edward estava.

–Eu ainda posso ataca-lo de longe. -ele atira bolas de fogo em Edward, mas a madeira subiu, fazendo um tipo de placa de escudo, mas só defendia o primeiro golpe.

–Está acabado para você. -Edward, já na ponta do porto.

–Não está... -Tacker, caminhando para frente. –Eu posso tudo.

–Sabe nadar? -Edward, sorrindo.

–Não te interessa! -Tacker gritou, pegando fogo.

–Então veremos.

Edward então estende suas mãos para onde Tacker estava, e imediatamente a madeira começa a quebrar e o garoto rola para o mar junto com as pedras. Infelizmente Edward também caiu, tentando nadar com os braços presos. Edward pesava mais que uma pessoa normal, aliás, já quando pequeno, pesava muito, por isso não conseguia nadar em lugar algum, só em lugares rasos, onde ficava com os pés no fundo.

–Ele caiu! -Caio correu formando placas abaixo de seus pés. –Edward não sabe nadar!

–Temos que ajuda-lo! -Ícaro voou, dando um rasante, mergulhando dentro d’água.

Ícaro não conseguia voar caso suas asas estivessem molhadas, mas dentro da água conseguia mexer suas asas para dar impulso. Ele havia mergulhado e a água era clara, só cheia de areia, pois estavam numa parte mais funda e possibilitava a navegação. Ele conseguia ver uma claridade dentro da água. Provavelmente era Tacker.

Como vou sair daqui...? –perguntou-se Edward, afundando na água, prendendo a respiração. Espera! -Edward estava se lembrando de alguma coisa.

Flashback de Edward (on)

–Papai! Papai! -Edward estava dentro do rio que cortava seu quintal. Estava abaixado, olhando alguma coisa grudada nas pedras. –Olha papai!

Carther então corre para o rio, pensando se tratar de algo urgente. Chegando lá, encontra Edward com uma planta nas mãos. Tinha folhas compridas e tinha uma cor verde bem fraca.

–Ela tá morrendo afogada, papai. -Edward a retira da água. –Salva ela!

Carther deu um largo sorriso, observando aquele menininho inocente de pele clara, olhos alaranjados e um cabelo muito ruivo.

–Filho. -Carther se abaixa. –Isso é uma alga...

–O que é alga papai?

–São plantas que foram feitas para viver dentro da água, meu filho. -Carther pegou a alga das mãos de Edward e fez um buraco dentro do rio e protegeu com pedras, para a planta não ser levada pela correnteza. –Elas não morrem afogadas. Só se saírem da água.

–Puxa, papai! -surpreendeu-se Edward. –Quando eu crescer eu quero ser uma alga! Para poder respirar na água o diiiiiiiiiia inteiro. -Edward abraça Carther.

...

“–Você em si é um planta.” -falou o Carvalho uma vez que Edward foi visita-lo. “–Você é uma pessoa com nossas características. Tudo que nós fazemos você pode fazer.”

Flashback de Edward (off)

Sou uma planta! –pensou Edward. Posso respirar em baixo d’água...

“E com uma ajuda, pode fazer qualquer coisa...” –Pain, liberando energia.

Edward sentiu um tipo de ardência pelo seu corpo, mais forte na altura do pescoço. Ele tentava a aliviá-la, mas não podia, pois suas mãos continuavam imobilizadas. Foi então que ele abre os olhos e vê Tacker nadando até ele, dando-lhe um soco. Edward então sente sua membrana mais forte, como se fossem um segundo braço. Edward então tenta dar um soco em Tacker, e sua “asa” direita golpeia Tacker, que vai para o lado. Edward, cada vez que vai afundando, sente seu corpo pesado, como se estivesse sendo, o que fazia com que ele não conseguisse respirar muito. Edward então toca o chão.

Meu corpo é muito pesado... -Edward, tentando dar impulso. Tenho que sair daqui...

Então Edward olha para cima e vê Ícaro nadando com suas mãos e asas. Ele imita o garoto alado, mexendo seus braços alternativos para cima, o que dava certo. Ele subia, até que alguma coisa segura suas asas e ele leva um chute no rosto.

Que droga! -Edward, lançando estacas de madeira que iam lentamente até Tacker. Tenho que sair logo daqui...

Edward então nada até a superfície, junto de Ícaro, que já estava sem ar.

–Urf! -Ícaro vem à tona, tentando respirar a maior quantidade possível. –Edward!

–To aqui... -Edward, batendo seus braços alternativos para não afundar, mesmo afundando de vez em quando. –Tá podendo voar... Glup!

–Não... Minhas penas estão encharcadas de água e areia... -Ícaro foi segurado por Edward, que estava nadando até a superfície. –Valeu cara. Mas e o Tacker?

–Não sei... -Edward respondeu manipulando uma madeira que boiava por ali. –Segura aqui. -ele deu a madeira para Ícaro, que dava impulso até margem com suas asas.

Edward e Ícaro chegando até a cidade, onde Caio ajuda Ícaro a se secar. Edward tinha um bom controle sobre sua membrana, mas não conseguia levantar voo ainda.

–Cadê o Tacker? -perguntou Hiro, avô do garoto.

–Não sei. -Edward deu de ombros. –Estava nadando e ele me puxou, ai, eu o empurrei com a minha asa. -a membrana de Edward dobra e se enverga para frente, mostrando como que ele fez. Edward então abre as asas.

–Eu estou aqui.... -Tacker sai da água, se levantando e pegando fogo. Seu fogo não funciona muito. –Ainda não desisti! -ele corre até Edward e lhe dá um soco, mas Edward curva suas asas, fazendo um tipo de escudo.

–Não desiste mesmo! -Edward abre asas fortemente e fazem Tacker recuar, lançando fogo, mas Edward se defende com suas asas molhadas. Edward corre na direção de Tacker se equilibrando com suas asas, e então golpeia o garoto com sua mão fechada e ele cai. –Só porque somos diferentes não quer dizer que sejamos más pessoas. -Edward então mira uma estaca de madeira na direção de Tacker. –Dessa distância eu não erro.

–Tá bem... -Tacker, virando sua cabeça para o lado esquerdo. –Desisto.

Edward então se distancia de Tacker e caminha até Ícaro e Caio. Todo mundo fica quieto, e Tacker vai para perto de seu avô, desapontado. Ele entra na pensão.

–Aqui. -Edward entrega moedas de ouro para um vendedor de frutas e legumes. –Desculpe por ter feito aquilo com suas coisas. Fica com o troco.

–Então? -Ícaro, esperando por alguma resposta de Edward. –Vai ficar ou ir embora?

–Não fico aqui de jeito nenhum. -Edward olha para uma janela, percebendo que Tacker o olhava.

Então Caio, Ícaro e Edward caminham até algum lugar mais isolado e tranquilo, para passar a noite.

Continua