Youre Not Sorry escrita por Usag_Gabiis


Capítulo 17
Capítulo 17 - Confie em Mim




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Flash Back

- Onde está a minha mãe? Ela e minha irmã sumiram de repente... – falava Rafaela, enquanto desenhava algo em um papel amassado.

- Eles não querem me contar a verdade... Então terei que descobri-la sozinha. – Rafaela se levantou. Pegou seu desenho e o observou. O amassou novamente, ele não estava do jeito que ela queria. Ele nunca seria perfeito, pois o desenho era de uma família unida e normal, coisa que a família de Rafaela nunca seria. No dia do seu aniversário, onde completaria 6 anos, sua mãe e sua irmã ‘sumiram misteriosamente’. Onde estava aquela menina que Rafaela brincava? Qual o nome dela? Ah sim, Kagari. Essa menina que incentivava Rafaela a fazer certas coisas que ninguém faria. Brincar com facas no meio da noite não era normal? Porque seus coleguinhas da escola a julgavam tanto? Era tão pequena, e mesmo assim entendia parte das coisas que aconteciam à sua volta. Onde estava sua antiga família? Não sabia, só se lembrava que  Kagari tinha pedido para que Rafaela enterrasse alguns ossos no jardim. “ São brinquedos novos! “ dizia Kagari. O maior erro de Rafaela foi ter se aproximado daquela menina. Porém, não sabia disso. Mas por culpa de Kagari, morava em uma nova casa, nova família, nova vida, tudo havia mudado. Quando ia na escola, ninguém sentava com Rafaela.

Flash Back

Kagari sorria, enquanto entregava aquela pilha de ossos para Rafaela.

- O que faço com isso, Kagari? – perguntou Rafaela, assustada.

- São brinquedos que consegui, só enterre. – dizia Kagari, entregando uma pá para Rafaela em seguida.

- Cave um buraco, coloque os ossos ai e depois tampe, ok? – pediu Kagari.

Rafaela assentiu e começou a cavar.

- Rafaela, você está ai... O QUE SÃO ESSES OSSOS? – gritou seu avô, com raiva.

- Eu... não... sei... – Rafaela gaguejou. Kagari desapareceu.

- VOCÊ SABE SIM! – seu avô pegou Rafaela e a trouxe para dentro de casa.

- Droga, vou ter que enterrar esses ossos. – Kagari apareceu novamente e reviro os olhos. E continuou a cavar.

Dentro da casa...

- Foi você que matou sua própria mãe e sua irmã?! – gritava seus parentes. Rafaela se encolhia cada vez mais, pois estava assustada. Estava encostada na parede e sentada no chão. Só ouvia os gritos para ela. Seu pai a pegou pelo braço e a trancou no seu quarto.

- Você não irá sair dai até resolvermos isso! – disse ele, trancando a porta. Rafaela se jogou na cama e ficou de cara com o travesseiro. Minutos depois, ouviu um barulho vindo da janela. Era Kagari.

- Você sabe de alguma coisa? – Rafaela perguntou, olhando para Kagari.

- Sua mãe e sua irmã morreram. – disse Kagari, demonstrando falsa tristeza pelo acontecimento.

- Você sabe quem foi? – Rafaela se sentou na cama e agora olhava para o chão.

- Não. – mentiu Kagari.

- Vá embora, por favor. – pediu Rafaela.  Kagari assentiu, e pulou da janela novamente.

Rafaela decidiu dormir o dia todo, para ver se o dia passava mais rápido e para que não sofresse ainda mais. Quando acordou, a porta estava aberta.

- Pai? – chamou Rafaela.  Andou pelo corredor, e notou que as paredes estavam mais frias do que o normal. O ambiente estava frio. Rafaela estranho isso, e em cada cômodo que procurava alguém, o cômodo estava vazio. Andou até sentir um liquido embaixo de seus pés. Olhou e encontrou um rastro de sangue que levava aos quartos restantes. Abriu a porta de todos os quartos, mas por sorte não encontrou nada. Foi até a cozinha, e viu que horas eram.

Fim do Flash Back

Seis horas da manhã, estava atrasada! Foi para seu quarto e se vestiu com dificuldade. Comeu qualquer coisa que encontrou na cozinha, arrumou sua mochila preta e vermelha e foi para a escola. Chegando na sua classe, a diretora a esperava. Uma aluna chorava e apontava para Rafaela.

- Rafaela, e Luana, para minha sala agora. – disse a diretora indo para sua sala, Rafaela a seguiu. Se sentou na cadeira, ao lado de Luana.

- É verdade que você cortou a mochila de Luana? – perguntou a diretora para Rafaela.

Rafaela negou.

- Ela está mentindo! – gritou Luana, mostrando a mochila. – Olha isso!

- Você pode ter cortado em casa para me acusar disso depois! – gritou Rafaela.

- Parem de gritar. E Rafaela, é a palavra da Luana contra a sua. Eu... vou ligar para sua mãe. – disse a diretora.

- Eu... não tenho mãe, ela morreu. – disse Rafaela. Luana começou a rir.

- Não tem mãe... Você não tem mãe! – ria Luana. Rafaela socou Luana e saiu da sala da diretora. Minutos depois a diretora alcançou Rafaela.

- VOCÊ VAI FICAR TODAS AS AULAS NO PARQUE, PARA VER COMO É BOM FICAR LÁ SOZINHA! – gritou a diretora, apontando para o parque. Rafaela caminhou para lá. Teve a impressão de ver Kagari em um balanço a observando, mas quando piscou viu o balanço vazio. Se sentou em um balanço e ficou lá, olhando para o chão, até as aulas terminarem.  Enquanto todas as crianças brincavam nos brinquedos longe de Rafaela e outras os pais a buscavam, Rafaela ainda estava no balanço. Quando todo mundo foi embora, a escola estava fechada, e o parque estava vazio, exatamente às 7:00 da noite Rafaela foi embora para sua casa. Era todo o dia assim, isso se repetiu até chegar no final da semana. Em uma sexta-feira estava indo para seu quarto, até que a companhia tocou.

- Abra a porta Rafaela, sou a assistente social! – gritou uma mulher do outro lado da porta. Rafaela destrancou e abriu a porta.

- Você está sozinha? – perguntou a mulher.

- Sim. – respondeu Rafaela.  A mulher pediu para Rafaela mostrar a sua casa, e Rafaela concordou. Depois de olhar toda a casa, sentou-se em uma cadeira e olhou para Rafaela.

- Você... Quer ir para um orfanato? Não merece ficar aqui, sozinha. Como você se alimenta? – perguntou a mulher.

- Eu... Só pego as coisas que estão no armário. – respondeu Rafaela.

- Ok. Não vou te perguntar coisas agora. Arrume suas malas que vamos para o orfanato. – disse a mulher. – Quer que eu lhe ajude?

Rafaela assentiu. Subiram para o quarto e a mulher pegou a mala do guarda-roupa de Rafaela. Rafaela colocou as suas roupas e seus brinquedos dentro de várias malas, e depois a mulher colocou as malas em seu carro. Como era de noite, Rafaela chegou no orfanato às 3:00 da manhã. A mulher, chamada Nayla, arrumou rapidamente um quarto para Rafaela. Como estava cansada, deitou em sua cama e dormiu. Em seu sonho, uma luz estava em sua frente.

- Amanhã você será adotada por uma certa senhora freira. E em sua nova casa, ganhará algo que precisará por toda a sua vida. Kagari não é quem você pensa, ela matou sua família, sua irmã, sua mãe, seu pai... Não deixe Kagari roubar seu trono, pois é isso que ela quer. Não acredite em nada do que ela disser, só pegue o que encontrar, vá para sua antiga casa e a mate! – disse a voz. Depois disso, a voz desapareceu e seu sonho só foi uma tela preta, sem nada. Acordou as 7:00 da manhã, com Nayla lhe trazendo um café da manhã na cama.

- Bom dia, Rafaela! – Nayla deixou a bandeja com o café da manhã na cama de Rafaela e depois fechou a porta. Rafaela tomou seu café da manhã, se vestiu e foi para a sala ver TV. Ficou horas lá, até chegar um casal de velhos. Meia hora depois, Nayla sorriu para Rafaela e a chamou para a sala da dona do orfanato.

Na sala...

- E então, Rafaela, aceita ser adotada por Sr. Tare e Sra. Tare? – perguntou Nayla.

Rafaela estava prestes a dizer não, até que se lembrou do seu sonho. “... Amanhã você será adotada por uma certa senhora freira. E em sua nova casa, ganhará algo que precisará por toda a sua vida.”

- Sim... – disse Rafaela, meio contragosto.

- Que legal, mal chegou no orfanato e já é adotada! Muitas crianças que vivem aqui queriam ter essa sorte. Adeus Rafaela, Sr e Sra. Tare! – exclamou Nayla, sorrindo. Rafaela foi até o carro do casal, e foi em direção à sua nova casa. Até chegar em casa, ficou olhando a paisagem. Lembrando do seu sonho, como voltaria para sua antiga casa? Não sabia, mas faria.

...

Seu quarto era repleto de brinquedos, havia mais de 200 se fosse contar nos dedos. Sua cama era colorida, especificamente rosa. Droga, que dor no olho! Ficaria cega se ficasse observando aquele quarto, todo rosa, as prateleiras, teto, chão, parede, a maioria dos brinquedos... Como odiava rosa! Saiu do seu quarto e foi para a garagem, sem ninguém ver. Pegou algumas latas de tinta, preta e branca para ser exata, e foi para seu quarto. Jogou as tintas para todos os lados. No final seu quarto estava do jeito que queria. Parede preta, prateleiras brancas, cama preta e branca, chão branco e teto preto. Se sentia melhor assim. Não se importava com o que sua nova “mãe” iria achar da mudança do seu quarto. Foi para o quintal brincar com as folhas enquanto esperava seu quarto secar. Correu pelo quintal gigante o dia todo, até chegar de noite. Foi para dentro, pois sua “mãe” a chamará falando que o jantar estava pronto. Se sentou na mesa da cozinha, que tinha uma janela em frente. Sua mãe havia pedido pizza para aquela noite, e enquanto Rafaela comia a pizza, olhava para a janela. Viu aquela luz brilhante do seu sonho na janela.

- Vá para sua casa, agora! – falou a voz em sua mente.

- Licença mãe, pai, esqueci algo lá em cima! – disse Rafaela, se levantando da cadeira e indo correndo para seu quarto.

- Luz misteriosa! – gritou Rafaela. – Me leve até minha antiga casa!

Rafaela esperou alguns segundos e piscou, e quando olhou em volta, se viu em sua antiga casa. Tudo estava como tinha deixado antes de ir para o tal orfanato. Kagari estava encostada em uma parede.

- Foi você que matou minha família? – perguntou Rafaela.

- Sim, é legal matar pessoas, elas não servem para nada. – Kagari sorriu. Um ódio profundo tomou conta de Rafaela, e quando olhou para a parede, havia uma foice pendurada na parede. Correu e pegou essa foice, mesmo sem saber o porque. Essa foice era grande, comprida, leve até. Era um pouco maior que Rafaela, e mesmo parecendo  impossível para uma criança de 6 anos, Rafaela a segurou perfeitamente. Kagari que antes estava despreocupada, agora estava atenta aos movimentos de Rafaela. Rafaela corria e movia sua foice para qualquer lado, tentando ter sorte de acertar Kagari.

- Repita: “I’ll kill you.” – ordenou a voz.

- I’ll kill you. – repetiu Rafaela. A foice dobrou de tamanho, o que deixou tanto Rafaela como Kagari surpresas.

- Agora chegou a sua vez de ser a cobaia para a força dessa foice. – Rafaela colocou a foice no pescoço de Kagari, a mesma tentou recuar mas não conseguiu.

- VÁ PARA O INFERNO! – gritou Rafaela, cortando o pescoço de Kagari. Kagari sumiu, deixando um rastro no ar. A foice de Rafaela caiu de sua mão, e Rafaela caiu no chão também, nunca havia usado tanta força, estava cansada. Depois de descansar um pouco, pegou sua foice, que havia voltado ao seu tamanho normal e a guardou em um baú grande. No dia seguinte, recebeu a notícia que um carro bateu com a frente do carro do Sr e da Sra. Tare. Ignorou, e decidiu seguir sua vida até crescer. Não precisava de ninguém, e ninguém precisaria dela, ao menos por enquanto. Sabia que tudo aquilo era real, mas e se aquilo acontecesse de novo? Lutaria de novo, faria a mesma coisa. Pois não havia mais nada para ser feito a partir daquele dia. Olhou a última vez para sua foice, e para onde Kagari estava. Pegou sua foice, suas malas e tacou fogo em sua antiga casa. Apagaria de sua mente tudo o que tinha sofrido ali. Seria outra pessoa, tudo mudaria novamente.

Fim do Flash Back


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