The New Spirited Away escrita por Miya


Capítulo 11
Memories


Notas iniciais do capítulo

Queria me desculpar com vocês, meus amadinhos, e pensei que esta seria a melhor forma. Sei que prometi mais capítulos, mas a coisa aqui em casa ficou um pouco escorregadia. Vou aproveitar pra dizer que vou reformar a fic essa semana, sem mudar a história, só a narrativa, e continuar postando o máximo que puder. Agradeço a compreensão. Beijos no coração!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192091/chapter/11

Volto para o dormitório, mas não consigo dormir, então coloco meu uniforme e vou começar minhas tarefas um pouco mais cedo. Algumas horas depois, as garotas se juntam a mim, outras horas depois, os clientes começam a chegar.

–Sen! Onde está! – Yubaba me chama.

–Sim, senhora!

–Vá atender o primeiro cliente!

–Sim, senhora!

Vou até a porta da casa de banhos recebê-lo. Levo-o até a banheira, depois mando a senha da infusão para a caldeira. Depois do banho do cliente, levo-o a seus aposentos.

–Seja bem vindo, senhor. Se precisar mande chamar.

Ele responde curvando-se. Volto para minha faxina. No final da noite, retornamos ao dormitório para esperar pelo próximo dia tormentoso.

–Sen?

–Sim?

–Foi impressão minha, ou você saiu do dormitório ontem de manhã?

–No final da tarde eu comecei o serviço mais cedo.

–Não. Antes disso. Tem certeza de que não saiu?

–Eu? Garanto que foi impressão sua. Por que eu sairia do dormitório?

–Não sei... Se você tivesse saído, você me responderia.

–Confesso que eu tenho vontade de sair, mas não tenho motivo algum.

–Entendi... Vamos dormir.

–Vamos! Estou exausta!

Deito e durmo imediatamente. Acordo de manhã com a voz de Haku pedindo que o encontre no mesmo lugar de ontem. Levanto-me, coloco minhas roupas normais, e vou ao local combinado. Chego lá e encontro Haku com uma sacola pequena de pano em mãos.

–Chihiro? É você?

–Sim. Você me pediu e eu vim. Como você está?

–Bem. Como está se saindo no trabalho?

–Melhor do que o esperado – Sento-me ao seu lado – É como se eu soubesse o que fazer naturalmente.

–Eu devo dizer que você não era tão talentosa e nem tão respeitada da última vez que esteve aqui – ele ri – Era uma garotinha franzina e desajeitada. E olhe para você hoje. É uma mulher. Corajosa, habilidosa, e bonita – Ele se vira e segura meu rosto – E eu senti tanta saudade esses anos todos.

–Haku...

–Shh – Ele beija meus lábios gentilmente, acariciando meu cabelo. Retribuo acariciando seu rosto e ele me puxa para seu colo, interrompendo o beijo com um abraço carinhoso – É tão bom que você esteja aqui, Chihiro.

–Eu... Eu concordo. Não sei se deveria, nem sei se é uma coisa boa... Mas estou feliz por estar aqui. É algo que não consigo explicar. É um tanto egoísta, mas não sei se quero ir embora.

–É egoísta da sua parte. Mas eu sou mais egoísta porque não vou te deixar ir embora.

Ele me beija novamente. Correspondo novamente, e então somos interrompidos por um ronco em meu estômago.

–Desculpe – coro.

–Está com fome? Eu trouxe algo para nós.

–Por favor. Não lembrei ao menos de jantar ontem.

–Chihiro, você tem que se alimentar direito. Se ficar doente... Nem quero pensar no que pode acontecer com você – Ele me abraça – Prometa que não vai fazer isso de novo!

–Haku... Um dia só não faz mal...

–EU NÃO POSSO TE PERDER DE NOVO! – Ele grita – VOCÊ TEM IDEIA DO QUANTO É IMPOTANTE PRA MIM? – ele me abraça novamente e se acalma – Prometa que vai se cuidar. Prometa que nada vai nos separar de novo.

–Haku...

–Prometa. Por favor.

–Eu prometo. Não farei de novo. Prometo.

–Obrigado.

–Pelo que?

–Por existir. E por fazer meu mundo melhor.

–Haku... Eu...

–A comida! – Ele me põe sentada ao seu lado – Vamos comer.

–Obrigada.

Ele pega a sacola e tira de dentro quatro bolinhos de arroz do tamanho de minha mão.

–Ah, meu Deus! Haku!

–O que foi? Não gosta? É alérgica? AH! EU SOU UM IDIOTA!

–HAKU!

–O que foi?

–Eu adoro bolinhos de arroz. O “Ah, meu Deus” foi por causa da minha fome.

–Que bom. Você me assustou! Eu lembro que dá última vez você não quis comer... Tive que te convencer.

A imagem vem em minha cabeça. Aquele mesmo lugar, bolinhos de arroz “Pus um encanto neles para que possa recuperar sua força”, porém nada de Haku.

–Eu... Acho que me lembro vagamente...

–Não se esforce muito para lembrar – ele me entrega o bolinho – Sua memória vai acabar voltando com o tempo.

–Assim espero. Não é nada legal você saber que conhece muita gente, mas não se lembre deles...

–Eu nem posso imaginar como é... Nem quero. Seria uma tortura não poder me lembrar de você.

–É uma tortura... Não me lembrar de você... E ainda assim querer tanto... Querer ficar tão perto de você...

–Me disseram que não seria fácil... Mas mesmo assim. Eu queria minha Chihiro de volta... Doce, gentil, minha.

–Mas eu estou aqui, agora. E não tenho a menor vontade de ir embora – termino de comer meu bolinho.

–Ainda bem... Coma mais um.

–Obrigada.

Terminamos de comer. Deito a cabeça no ombro de Haku e ele me abraça, deitando-me em seu peito. Caio no sono e acordo com o despertador do dormitório. Hora de trabalhar. Hoje passo o dia na cozinha, um serviço mais agradável do que o banho dos clientes, porém não estou acostumada com os utensílios, e me queimo várias vezes. Ao final da noite, saio com Lin para comer um bolinho doce. Minhas mãos estão enroladas em ataduras e com muitas queimaduras leves, e outras mais graves.

–Puxa, hoje foi puxado! – Ela se senta na varanda e começa a comer. – Espero que amanhã o movimento seja menor...

–Lá na cozinha foi terrível... Tanta coisa de uma vez! Me queimei várias vezes naquelas chapas.

–Quer uma pomada, Sen?

–Não, obrigada. Já sarou.

–Tem certeza?

–Sim. Obrigada pela preocupação.

–Sen? – É a voz de Haku.

–Precisa de alguma coisa, mestre Haku?

–Venha comigo. Yubaba quer vê-la.

–Sim senhor. Pode ficar com o meu, Lin – Entrego o doce a ela.

–Valeu!

–Vamos logo.

–Sim, mestre.

Sigo-o através da casa de banhos até o andar de Yubaba. Desta vez, Haku não me deixa só.

– Yubaba, aqui está Sen.

–Por que demorou tanto? Você já foi mais eficiente, garoto.

–Com licença, senhora.

–O que é?

–Eu sou a culpada da demora. Tive receio de ser demitida e tentei me esconder.

–Entendi.

–Por favor – Haku está impaciente – Estamos aqui. Pode por favor ir direto ao ponto?

–Eu quero a ajuda de vocês. São as únicas pessoas confiáveis aqui, apesar de ela ter sido uma desajeitada no passado.

–Pode falar. Estamos ouvindo. E não adianta falar do passado de Sen. Ela não se lembra.

–O fato é que há um ladrão aqui dentro. Eu não queria ter que pedir ajuda, mas é um caso de extrema urgência. Já faz meses. Provavelmente é algum espião de minha irmã. E vocês têm que descobrir quem é, e por que está roubando. Estou promovendo você, Sen. Agora será minha assistente, e aprendiz de Haku.

–Vamos achar o ladrão, senhora. E trazer os pertences roubados. A senhora não precisará mover nem um músculo. Eu e mestre Haku faremos todo o trabalho antes mesmo do que a senhora espera.

–Agora, Sen, você não irá mais fazer seu serviço antigo , mas sim supervisar aquelas garotas da limpeza.

–Sim, senhora.

–Se conseguirem, eu os recompensarei com algo que queiram. Agora vão! Deixem-me.

–Senhora Yubaba?

–Sim?

–A senhora tinha um filho, não tinha? Eu me lembro. Um bebê.

–Tenho. Não é mais um bebê, e também não está comigo agora. Mas eu tenho.

–Obrigada. Estamos indo.

Saímos da casa de banho sem conversar muito. Depois de chegar a nosso lugar, começamos.

–Haku?

–O que houve Chihiro?

–Eu queria... Pedir desculpas...

–Pelo quê?

–Eu me lembro da Lin, o senhor Kamaji, o bebê da Yubaba... Você é familiar, e eu tenho um sentimento forte com você... Mas não consigo me lembrar...

–Chihiro! – Ele me abraça – Não tem problema! Eu sei que um dia você vai lembrar – Começo a chorar – Pode demorar dias... Meses... Anos... Não importa! Eu vou esperar! Eu esperei sete anos por você. Posso esperar mais.

–Mas eu não quero esperar! Eu quero me lembrar, Haku!

–Não chore Chihiro! Não tente tanto! Deixe as coisas acontecerem naturalmente!

–Mas... Você não fica chateado?

–Fico, mas eu sei que você vai se lembrar. Por favor, não chore, Chihiro!

–Estou tentando.

–Calma, meu anjo – Ele beija minha testa – Não tem problema. Preocupe-se apenas em progredir no trabalho.

–Está bem.

Depois daquela conversa, passamos a tarde abraçados, sentados em um canto, conversando, trocando carícias, e em completo silêncio, deixando apenas a paz do momento falar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The New Spirited Away" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.