True Supernatural escrita por Cat Hathaway


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM PELA DEMORA EM POSTAR. TENHO ANDANDO COM A VIDA VIRADA, MAS PROMETO QUE IREI SER MAIS RÁPIDA.
REVISADO POR ANNICE



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Capítulo 7

Rachel acordou sentindo sua cabeça pesar uma tonelada. Gemeu quando seu estômago deu algumas voltas. Senti um gosto ruim na boca, há muito tempo esquecido. Subitamente sentiu a bile na garganta e correu para o banheiro. Enquanto colocava tudo o que podia para fora, Roxy ria na porta.

“Sabe, R. C. uma coisa que sempre me ajuda quando estou de ressaca é um grande e gorduroso pedaço de bacon”, Roxy disse.

“Eu te odeio”, Rachel voltou a vomitar.

“É, eu também te amo.”

Roxy descruzou os braços e desceu as escadas, olhando para a sala vazia. Ela suspirou sentindo a falta dos irmãos Winchester. Eles tinham ido investigar mais a fundo o envolvimento de Roy com o finado ex-dono da loja de antiguidades. Claro que tive que fazer Dean prometer que não daria um tiro em Roy, caso ele se recusasse a responder. Ele hesitou, mas prometeu.

Sam teve que subir mais uma vez, antes de sair para verificar se Rachel estava bem. Mesmo tendo se passado muito tempo desde que viu a irmã de porre, Rachel se sentiu um pouco ultrajada pela desconfiança de Sam nela. Depois de Roxy garantir pela vigésima vez que cuidaria bem de Rachel, Sam saiu.

Roxy se sentou na bancada da cozinha e suspirou. Estava tão perto de agarrar aquele gato dos olhos verdes. Ela não poderia culpar a irmã, afinal de contas, ela mesma que havia encorajado Rachel a beber. Deveria saber que haveriam conseqüências. E aquelas conseqüências, tinham atrasado seu plano. Mas, era a vida que seguia.

Roxy estava tão distraída com a vida que quase não escutou o telefone tocar. Correu para atender ao final do terceiro toque. Sabia que Rachel deveria estar querendo enforcá-la pelo barulho, por isso atendeu sussurrando, imaginando ser alguns dos irmãos Winchester.

“Alô?”, sussurrou, indo se sentar no sofá.

“Roxy, querida.”

Roxy quase caiu no chão quando reconheceu aquela voz. Já faziam dois anos que não a escutava. Agradeceu a Deus que Rachel ainda estava lá em cima. Caso contrário, não sabia o que faria. Teve que limpar a garganta umas duas vezes antes de conseguir responder.

“Pai?”

“Querida, quanto tempo.”, ele riu do outro lado da linha, como se ficar sumido depois de dois anos sem dar notícia fosse engraçado. “Você não sabe o quanto eu tive que implorar para sua mãe para ela me desse o seu número atual.”

Isso foi engraçado.

“Eu imagino”, ela soltou um riso, então ficou séria. “O que houve pai?”

Ele suspirou do outro lado.

“Nossa, eu tenho sido um pai tão ruim que pra ligar pra minha filha tenho que ter motivos?”, ele perguntou inocente. Roxy bufou com o teatro. “Tudo bem, a verdade. Sua mãe me ligou e pediu para tentar convencer essa sua cabeça dura a voltar para casa com sua irmã.”

Roxy fechou os olhos, massageando a ponte do nariz. Se já não bastasse um fantasma maluco rondando as gêmeas, tinha que aguentar sua mãe tentando recolocar as rédeas nela. Conseguia imaginar a cena com detalhes. Seu pai, deitado em sua casa, (onde é que ela fosse) e o telefone tocando. Ele atende e tem a surpresa de escutar sua ex-mulher berrando do outro lado da linha. Ela teria desligado na cara da mãe caso ela ligasse, sem pensar em hesitar.

Pelo menos sua mãe a conhecia o suficiente para saber disso. Pensou no que diria ao seu pai. Pensou em como diria ao seu pai que elas não voltariam. Parte por já terem construído uma vida ali, e também por não aguentar mais sua mãe falando em seu ouvido, repetindo sempre a mesma frase.

Você é irresponsável igual a seu pai.

Talvez fosse mesmo. Nunca tinha contado a ninguém, mas o motivo real de ter pintado o cabelo de preto era porque se lembrava do seu pai. Sua mãe que era o anjo loiro da família. Se bem que de anjo ela não tinha nada. Rachel era ingênua demais para enxergar a verdadeira mãe que tinha. Depois de pensar por poucos segundos o que diria ao pai, resolveu ser sincera.

“Quero que Mirian queime no inferno.”, ela disse dizendo o nome da mãe em voz alta pela primeira vez desde que havia chego a casa. “Se bem que ela já deve ter algum pacto por lá, então não irá funcionar.”

“Roxy, ela é sua mãe.”, seu pai disse sério. Era como quando ela tinha cinco anos e dizia alguma coisa que não podia.

“Escute pai.”, ela disse calmamente e olhou para os lados, se certificando que ninguém a estava escutando. “Por um longo tempo, eu esperei a hora certa para ir embora daquela casa. Contei os dias para o meu aniversário de vinte e um anos com ansiedade. Eu tenho a minha liberdade e isso ninguém vai me tirar. Nem minha própria mãe.”

Seu pai suspirou do outro lado. Roxy conseguia imaginá-lo massageando a ponte do nariz exatamente como ela estava fazendo segundos atrás. Isso a fez sorrir e ficar com raiva ao mesmo tempo. Por que tinha que ser tão parecida com seu pai? No fundo, Roxy invejava seu pai. Tinha a liberdade que ela tanto cobiçava. Deveria estar rodando o mundo ou coisa parecida. Pelo menos é o que Roxy faria.

Começaria por Las Vegas.

“Roxy, você sabe que ela não vai desistir, não é?”, ele perguntou. Ele tossiu do outro lado. “Tudo bem que sua mãe é meio maluca...”

“Meio?”, Roxy praticamente gritou no telefone. Então pigarreou e disse mais baixo. “Meio?”, ela sussurrou. “Ela é totalmente pirada. Uma vez ela me colocou de castigo, só porque eu chamei um garoto de docinho. E eu tinha treze anos.”

“Como se um castigo te impedisse de alguma coisa.”, seu pai e Roxy riram. Ele a conhecia como ninguém. Só Rachel a conhecia melhor, mas só o pai a entendia. “Ainda me lembro da primeira vez que você pulou a janela.”, ele suspirou sonhador. “Sua mãe quase ligou para polícia.”

“Ela ligou para polícia.”, Roxy corrigiu o pai. “Aquela doida.”

“Respeito, não chame a sua mãe de doida.”, seu pai a repreendeu novamente. “Só eu posso fazer isso.”

“Mas você tem o divórcio. Eu sou amarrada naquela lunática até o fim dos tempos.”

“Não tenho argumento contra isso, minha filha.”

Eles riram mais uma vez. Então, pela primeira vez admitiu a si mesma que realmente sentia a falta de seu pai. De suas brincadeiras nas costas de sua mãe. Na sua memória ainda queimava a lembrança do dia em que eles se divorciaram. Seu pai sempre foi bastante honesto com Roxy. Enquanto Rachel desfazia em lágrimas, Roxy foi forte e se despediu de seu pai.

O pai de Roxy nunca prometeu que iria voltar e buscá-las. Apenas disse que tentaria manter contato. Mas só a idéia da liberdade que seu pai estava tendo animou-a. Nem parecia que aquela memória tinha oito anos. Ela suspirou e sorriu.

“Eu queria ter o prazer de dizer pra Mirian que não vou voltar nunca, mas como sei que ela fará um escândalo, essa função é sua.”, ela disse e escutou o pai gemendo do outro lado da linha.

“Você é uma péssima filha.”

“E você um pai ausente.”, ela retrucou, então riu. “Eu te amo.”

“Também, querida.”, Roxy quase escutou o sorriso na voz do pai. “Se mantenha nesse número. Agora que você se livrou dela eu vou poder te ligar mais.”, eles riram. “Tenho que ir. Até mais.”

“Até.”

Eles desligaram e Roxy se jogou pra trás mais leve. Ela percebeu o quanto sentia falta de falar mal de sua mãe com seu pai. Também sabia que, mesmo seu pai dizendo tudo isso de sua mãe, eles haviam se amado por um longo tempo. Escutou os passos arrastados de Rachel pela escada e foi rápida ao colocar o telefone de volta no lugar e voltar a se sentar no sofá como se nada tivesse acontecido.

Ela encarou sua irmã, os lábios cerrados, enquanto ela prendia o riso. O cabelo loiro de Rachel estava uma confusão. A pele pálida e as olheiras quase roxas. E, o que Roxy mais tinha gostado o moletom de Mickey Mouse que ela tinha vestido em Roxy no dia anterior.

Nem parecia que só tinha se passado um dia desde que sua vida tinha virado de cabeça para baixo. Rachel se aconchegou ao lado de Roxy no sofá e a morena começou a acariciar os cabelos loiros de R. C. Pensou em dizer que sua mãe as queria de volta, mas, com certeza isso traria discórdia entre as duas. Mas, contar sobre o pai...

“R.C?”, Roxy chamou.

“Ham”

“O papai ligou”

Isso fez com que Rachel se levantasse e olhasse com os olhos arregalados para Roxy. A morena revirou os olhos, sabendo o que viria a seguir.

“Ele ligou agora? Depois de seis meses que saímos de casa? Como ele conseguiu o número? O que ele falou? Onde ele está?”

“Calma, Rachel. Respire.”, a loira a obedeceu contrariada. “Ele ligou agora por que...”, Roxy hesitou, olhando para suas unhas. “só agora nossa mãe liberou o nosso telefone para ele. Ele só queria saber como estávamos e eu não sei onde ele está.”

Rachel não ficou confortável. Continuou olhando para Roxy, esperando que ela dissesse que era brincadeira, mesmo sabendo que não era. Roxy desviou o olhar da irmã e suspirou. Rachel voltou a deitar sua cabeça no colo de Roxy, e fechou os olhos, esperando que sua cabeça parasse de latejar.

“Roxy, por que o papai nos abandonou?”, Rachel perguntou novamente sonolenta.

“Ele nunca nos abandonou, R. C.”, Roxy tinha o olhar distante, lembrando do dia em que seus pais se separaram. “Ele nunca prometeu voltar.”

******

Dean e Sam entraram na loja fingindo serem clientes. Olharam em volta, como se procurassem alguma coisa, quando na verdade procuravam alguém. Dean soltou o ar aliviado quando percebeu a ausência de Becca no caixa. Ele a achava maluca. Mais centrado no trabalho, Sam começou a olhar as antiguidades ao redor deles.

“Dava para deitar e rolar no vudu por aqui.”, Dean disse também olhando em volta. “Como não reparamos isso quando viemos aqui na outra vez?”

“Não sei.”, Sam disse pegando em um colar com alguns símbolos antigos. “Talvez não tivéssemos procurado direito.”

Os alertando, a porta do escritório no fundo se abriu. Dean e Sam trocaram um olhar e pensaram em se esconder. Na verdade, Dean pensou em se esconder. Sam continuou quieto em seu lugar esperando alguém aparecer.

Roy estava tão distraído terminando de abotoar seu paletó que quase não notou que Sam e Dean estavam ali. Quando reparou, ele deu um passo para trás, um pouco assustado.

“Quem são vocês?”

“Dean e Sam”, Sam os apresentou. “Estamos de passagem na cidade e queremos lembranças para levar para nossa família, então paramos aqui.”

“E Sam é maluco por antiguidades.”, Dean acrescentou. Sam lhe lançou um olhar mortal. “Não seja tímido, Sammy.”

“É, eu realmente gosto de antiguidades.”, Sam admitiu a contragosto. “Então, você é o dono?”

“Há sete anos, sim.”, Roy disse. “Mas, eu já ia fechar a loja.”

“Vai ser rápido, camarada.”, Dean disse passando o braço ao redor dos ombros de Roy. “Só queremos saber do antigo nome proprietário da loja.”

Roy os encarou com os olhos arregalados.

“O que vocês querem?”

“Só estamos curiosos.”, Sam disse. “Pode nos contar?”

Roy suspirou.

“Claro.”, ele indicou para a porta que tinha acabado de sair. “Vamos para o meu escritório e conversamos.”


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Notas finais do capítulo

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