Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Esse definitivamente foi o capítulo mais trabalhoso de Cinco Momentos. Nossa, como eu penei pra escrever essa parte final. Fiz trocentas mil versões e não consegui uma decente... Então ficou como está, porque já enchi o saco e queria colocar a fic pra andar. Vamos em frente, que atrás vem gente!
Beijo, povooo!
Chii



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes

Setsuna pertence a Nina Neviani.

CINCO MOMENTOS

(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)

Chiisana Hana


PARTE 4

A PRIMEIRA VEZ


Quando você está perto de mim

Este quarto não tem paredes

Mas sim árvores, árvores infinitas

E quando você está bem perto de mim

É como se não existissem limites(1)


Capítulo XVI

– E você não pegou nenhuma doença de pele com esse imundo do Seiya? – Ikki perguntou rindo.

– Não, eu fiquei grávida, isso sim, para desespero do Tatsumi.

– Ai, eu me lembro dessa história – Shunrei disse. – Conheci vocês logo depois disso.

– Verdade. Shiryu levou você no meu jantar de noivado. E poucas semanas depois foi o casamento!

– Foi tão lindo! – Shun disse, com ar sonhador.

– Foi o casamento mais chique que eu já vi na vida – Minu disse.

– Foi mesmo – Shunrei concordou.

– Apesar de ter sido feito às pressas, saiu tudo perfeito, do jeito que eu sonhava.

– Ei, vocês estão entrando noutro assunto, quando ainda falta um casal dizer o 'onde e quando' – Seiya interveio.

Sabendo que estavam falando dele e de Hyoga, Shun corou.

– Estava torcendo para que vocês esquecessem – ele disse.

– Vamos, mano, conta logo onde foi.

– Bom – ele começou, ainda com as faces rosadas –, foi numa suíte master em Paris, alguns anos atrás. Pronto. Não falo mais nada. Não façam mais perguntas.

– UAU! – as mulheres suspiraram em coro. – P-A-R-I-S!

– Que romântico! – Saori completou.

– Foi mesmo – Shun assentiu envergonhado, e lembrou-se dos dias que tinha passado na Cidade Luz com seu amado.

Dois anos antes...

– Tem certeza de que foi uma boa ideia me trazer? – Hyoga perguntou, inseguro, quando desembarcava no aeroporto Charles de Gaulle acompanhado por Shun. Tinham resolvido as coisas e começado a namorar há pouquíssimo tempo, mas o pianista tinha um concerto no famoso Olympia de Paris, e resolvera que aquela era uma boa oportunidade para fazer sua primeira viagem com o namorado.

– Claro! – Shun respondeu sem hesitar. – A viagem e a hospedagem já foram pagas pelo contratante mesmo. Nada melhor que trazer você.

– Bom, só espero que dê tudo certo.

– Vai dar, meu querido. Relaxe. Assim que chegarmos ao hotel terei uma coletiva de imprensa. Não precisa ir comigo se não quiser. Essas coletivas são extremamente entediantes, sempre as mesmas perguntas...

– Será que não vão perguntar sobre... nós?

– É possível...

– E o que você vai dizer?

– Eu não sei...

Quando chegaram ao hotel, o pianista arrumou-se, penteou-se e encontrou-se com seu manager francês, com quem conversou por algum tempo sobre o concerto, e depois foi conduzido para a sala de imprensa do hotel, onde dezenas de jornalistas esperavam-no. Hyoga optou por ficar no quarto, temeroso de que a pergunta que ele temia fosse feita.

Shun sentou-se no lugar reservado, cumprimentou os repórteres e começou a responder as perguntas. Falava um francês muito bom, apenas com um leve e charmoso sotaque, e depois de diversas perguntas comuns a esses eventos, as quais ele já estava cansado de responder, um repórter ousou:

– É verdade que você abandonou sua noiva no altar e agora namora um homem?

O tom do sujeito era ofensivo e Shun pensou em responder que "não falaria nada sobre sua vida pessoal", mas pensou melhor e disse naturalmente:

– Sim. É verdade.

A resposta gerou um burburinho na sala de imprensa. Shun prosseguiu, quando o barulho enfraqueceu:

– Eu escolhi ser honesto comigo mesmo, como estou sendo agora com vocês.

– E foi difícil essa decisão? – outro repórter perguntou, com um tom mais ameno e respeitoso.

– Muitíssimo. Não é fácil ir contra as convenções, ao que se espera de você, mas eu escolhi ser feliz. E eu não conseguiria ser feliz se levasse o casamento adiante, muito menos faria feliz minha ex-noiva, por quem tenho muito apreço. Foi difícil, mas foi a escolha certa. Agora encerremos esse assunto e vamos falar sobre o concerto, sim?

Depois da coletiva, Shun e Hyoga foram levados direto para o Olympia.

– Eles perguntaram? – Hyoga questionou quando estavam no carro.

– Sim.

– E o que você disse?

– A verdade.

No Olympia, Shun fez a passagem de som e voltou ao camarim, onde começou a se arrumar. Na hora marcada para o início do concerto, Hyoga desejou boa sorte ao namorado dando-lhe um beijo na testa e dirigiu-se ao lugar reservado na primeira fileira, de onde assistiu a um Shun inspiradíssimo apresentar-se por quase duas horas, tocando peças clássicas, modernas e composições próprias, onde ele também se arriscava a cantar.

Ao final, Shun foi aplaudido com entusiasmo pela plateia.

– Este concerto foi dedicado à felicidade – ele disse, quando os aplausos arrefeceram. Depois olhou para Hyoga e completou: – E ao amor!

De volta ao camarim, Shun recebeu um abraço e um beijo de Hyoga.

– E então? Me saí bem? – o pianista perguntou.

– Você foi maravilhoso. Nunca o vi tocar desse jeito.

– É que agora eu estou feliz, livre, sem amarras, solto no vento... me sinto tão bem, tão leve, que seria capaz de sair voando.

– Acho que vem música nova por aí...

– É, é possível que venha. Meu querido, preciso receber algumas pessoas agora, convidados, patrocinadores, fãs, você sabe como são essas coisas. Depois vamos para o hotel, sim?

– Claro.

Shun recebeu as pessoas, apresentando Hyoga a todos como seu namorado sem demonstrar qualquer constrangimento. No começo, o rapaz loiro sentiu-se estranho, afinal era a primeira vez que Shun fazia isso fora do círculo de amizade dos dois. Mas aos poucos ele foi se acostumando. "Shun é mesmo incrível", ele pensou, entre um cumprimento e outro. "Sem a força dele eu não conseguiria lidar com tudo isso."

Quando Shun terminou de receber as pessoas, já passava de uma da manhã e um motorista os levou para o hotel.

Apesar de cansado, Shun se sentia tão feliz e extasiado que não tinha sono.

– Ah, que noite, meu querido! – exclamou, abraçando Hyoga. – Que noite! Foi o melhor concerto da minha vida! O Olympia é lindo, tudo correu bem, a plateia foi bem receptiva e calorosa, e eu tenho você. Não posso pedir mais nada.

– Eu gostei quando você dedicou o concerto a mim...

– Só toquei daquele jeito porque você estava comigo, meu amor. E você reparou nas pessoas que recebi no camarim? Alguns estranharam sua presença, mas teve até quem comentasse que eu tirei a sorte grande por ter um namorado tão lindo. C'est merveilleux, non?

– É muito sexy você falando francês... – Hyoga disparou. Shun deu um sorriso tímido, mas que o russo considerou extremamente sensual.

– Quand tu es près de moi – o pianista começou a cantarolar no ouvido do namorado. – Cette chambre n'a plus de parois, mais des arbres oui, des arbres infinis...(2)

Shun continuou cantarolando a canção enquanto era conduzido por Hyoga a uma dança sensual, os dois corpos tocando-se voluptuosamente a cada passo dado.

– Desse jeito eu não resisto – Shun sussurrou, sentindo a excitação espalhar-se por seu corpo.

– Não é pra resistir – Hyoga sussurrou de volta. Vinham adiando esse momento, mas havia algo em Paris que os instigava a ir adiante. Era simplesmente inevitável.

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) e (2) Le ciel dans une chambre, Carla Bruni.



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