Como Explicar? escrita por ShoutOut


Capítulo 1
ÚNICO


Notas iniciais do capítulo

OI, PRIMEIRA ONE SHOT GALERA, E SE QUISEREM, MAIS DOIS CAPS!!



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Como explicaria isso para Hefesto? Como?

Uma das suas poucas noites com o marido lhe renderam uma criança que lhe causava o triplo de sensações que qualquer filho que tenha carregado de Ares.

Sentia-se leve, sorridente o tempo todo, mais bela, mesmo sem maquiagem, linda.

Não conseguia entender tais sentimentos que seu novo filho lhe causava.  Era algo tão forte que ela sorria só de pensar.

Como explicar?

Ares estava andando com  Deimos e Fobos, seus filhos. Quando a viu se surpreendeu. Afrodite era alegre, mas não era para tanto, aquilo já era exagero.

- Oi mãe. –falaram os gêmeos sérios, como sempre.

Eles não eram exatamente os filhos que tinha mais orgulho.

- Afrodite, você está bem? –perguntou Ares.

Os olhos vermelhos do Deus a olhavam curiosos. Deimos e Fobos começaram a notar a falta de medo que a mãe tinha. Parecia está sendo tocada por uma onda enorme de felicidade que até os enfraquecia.

Afrodite respirou fundo, colocou seus cabelos negros sobre o ombro e sorriu.

- Sim, Ares, estou muito bem na verdade.

- Então tá. –falou olhando para os filhos com cara de desconfiado. – Vamos garotos.

Deimos e Fobos a olharam com desconfiança, mas seguiram em frente aos flancos do pai.

Resolveu ir para o seu castelo, afinal, já tinha feito todas as suas obrigações de deusa naquele dia, só queria pensar como contaria para Hefesto sobre o bebê.

Assim que entrou em casa se sentiu culpada. O castelo era lindo, todo decorado por verdadeiros obras primas no metal de Hefesto e alguns detalhes decorativos da moda de Afrodite.

Parecia que só na decoração da casa eles conseguiam viver em harmonia.

Em todo lugar tinha fotos da Deusa com suas várias formas ao decorrer das eras e só havia uma com Hefesto. UMA!

Como conseguira ser tão mesquinha?

Pediu que suas serviçais a deixassem sozinha com seus pensamentos. Olhou para cada presente que Hefesto havia lhe dado em tanto tempo de casados. Mesmo que ela o traísse ele lhe dava presentes lindos que ele mesmo fazia.

Como podia ser tão egoísta e fútil?

Nem se vivesse trezentas eternidades mereceria Hefesto. Ele era carinhoso na medida do possível e sempre sabia onde se colocar. Era inteligente, sofisticado... UM GÊNIO!

Ela não merecia nem carregar um filho dele.                                       

Sentou-se no sofá branco e fitou o vazio.

Nem em um bilhão de anos mereceria Hefesto.

Como explicar o sentimento que estava crescendo nela desde que soube que estava carregando um filho do Deus dos Ferreiros?

Tinha embarcado numa rotina de traições com Ares porque era fútil, achava-se demais para o deus dos ferreiros, mas a verdade, ela conseguia ver naquele momento, ele era demais para ela.

Abraçou as pernas reprimindo o choro.

Como tinha conseguido ser tão... Horrível?

Por mais que seu bebê lhe fizesse (de um modo muito estranho) se sentir bem, bela e tudo mais. Naquela hora uma onda enorme de culpa lhe invadiu.

Queria sumir, se sentia inútil. Eros podia ser deus do amor muito bem, deixou-o um dia no comando ele conseguiu a proeza de juntar Ares e Nice por uma noite, coisa que ela nunca tinha conseguido.

- Meu querido bebê. – falou baixinho reprimindo o choro. – Quero que saiba que espero, com todas as letras, que não puxe a mim. Seu pai é herói. Eu sou cruel. Você deve saber que passei anos maltratando o homem que agora percebo que não merecia isso. Você me fez enxergar isso.  – soluçou baixinho. – Espero que não puxe a mim, tenha os lindos olhos cor de bronze de seu pai, e os cabelos castanhos encaracolados. Espero que puxe aquele sorriso abobalhado do seu pai, não me importo se você for anti-social, espero que seja melhor do que eu fui.

Mal sabia ela que Hefesto estava na porta, olhando a cena sério e confuso ao mesmo tempo. Não conseguia entender o que estava acontecendo no sofá da sua casa.  Afrodite nunca tinha agido daquele jeito, parecia se arrepender de muita coisa, e maior parte ele estava no meio.

- Afrodite. – chamou paciente.

Conhecia o temperamento de Afrodite melhor do que ninguém sabia como tratá-la em alguns momentos.

Como explicar a conexão dos dois?

- Hefesto. – a deusa de exaltou, não esperava vê-lo tão cedo. – Chegou cedo.

- Meus filhos do acampamento estão ajudando nas forjas do Olimpio agora, Zeus deixou. –falou ainda sério.

Afrodite pareceu ficar um pouco triste quando ouviu a palavra filhos.  Ela o chamou com os braços, parecendo uma criancinha querendo colo. Hefesto a atendeu, confuso. Não conhecia aquela Afrodite, tão carinhosa com ele.

Ela o abraçou, inalando aquele cheiro de metal, era tão bom tão diferente do cheiro de sangue seco que Ares tinha.

- Tenho um enigma para você. –falou no ouvido do marido. – Sei que isso é coisa de Atena, mas eu acho que esse você vai gostar.

Espero.

- Fale. –disse Hefesto ainda com um olhar confuso sobre a bela deusa do amor.

- Primeiro. – as palavras pareciam pular da boca da deusa. – Peço que me perdoe, por tudo que te fiz passar, quero... Recomeçar com você.  – poderia passar horas falando, mas sabia que Hefesto não era um cara de muitas palavras.

Ela sabia, tudo, sobre ele.  Como explicar isso?

- Ares te deu um fora foi? –perguntou Hefesto com raiva. Odiava aquelas coisas de Afrodite, só o faziam sofrer mais.

- Não. –ela deu um sorriso abobalhado. - Estou falando a verdade Hefesto, não quero mais te trair, mais nada. Você não merece, quero recomeçar. Ser uma esposa melhor para você e tudo mais.  Você não merece sofrer.

Como ela explicaria tudo que seu bebê estava lhe fazendo sentir?

Levará anos!

Ele podia pular de alegria, amava Afrodite, era a verdade, só queria pegá-la o traindo com Ares porque queria que ela percebesse o quanto ridículo era aquilo.

Agora. Ela queria. Recomeçar. Com ele.

COMO ELE ESTAVA FELIZ!

Aproximou-se dela um pouco receoso, mas recebeu um beijo resposta.  Aquele gosto de morangos que ela tinha o deixava simplesmente louco. Beijaram-se por tempo indeterminado, aproveitando aquilo, um recomeço.

- Agora vem o enigma. –falou Afrodite ainda com o sorriso bobo e com os olhos marejados.

Que se dane a maquiagem.

- Pode mandar. –falou Hefesto ainda abraçando a cintura da esposa.

Afrodite pegou uma das mãos fortes, viu, impressionada, como sua mãe delicada se encaixava perfeitamente com a dele, e a colocou sobre seu ventre.

- Quando humanas fazem isso com você, o que significa?

Hefesto arregalou os olhos, já tinha sido pai tantas vezes que já sabia a resposta na ponta da língua.

- Tem certeza que é meu? –perguntou Hefesto olhando maravilhado para a sua mão sobre o ventre de Afrodite. – Só foi uma vez, e já faz um mês.

- Impressionante o fato de eu está com exato um mês de gravidez.  –falou a deusa sorrindo da confusão do Deus.

- Jura? É meu? –perguntou ele com os olhos arregalados, Afrodite assentiu ainda sorridente. – E-Eu não consigo acreditar... – Hefesto estava quase chorando, Afrodite achava lindo, tinha um marido sensível e nem sabia. – E-Eu nem sei o que falar.

- É a verdade, Hefesto, você vai ser pai.

Hefesto a beijou novamente, todos os seus filhos forma feitos por remorso, não era amado pela esposa, ia atrás de mortais que o queriam. Naquele momento, era diferente. A felicidade reinava ao redor.

OITO MESES DEPOIS

Afrodite e Hefesto tinham renovado os votos diante de todo o Olimpio no mesmo dia que Ares e Nice se casaram, as duas deusas com barrigas enormes quase nos últimos meses de gravidez. Surpreenderam-se com um Ares que apoiou a relação. Talvez fosse Nice o forçando.

Eros, com a ajuda de Harmonia, tinha conseguido algo quase impossível, fazer Ares se apaixonar por Nice (que aliás tinha tido um filho dele que se chamava Dominic) e Atena estava saindo com Poseidon.  Inacreditável.

Naquele dia, porém as atenções não estavam voltadas para os casais novos, e sim para uma deusa que gritava de dor sobre suas cobertas vermelhas.

- Vamos lá Afrodite, você consegue. –falava Apolo fazendo o parto da irmã.

- Hefesto! –gritou a Deusa segurando com nos seus travesseiros. – Segure minha mão, por favor. – Afrodite pediu.

Hefesto atendeu de imediato. Hera não havia permitido que os dois soubessem o sexo do bebê de maneira alguma. Os dois estavam curiosos. Hefesto tinha feito duas máquinas que prepararia o enxoval da criança em segundos, só precisava saber o que era.

- Te prepara mana, acabou de coroar. –falou Apolo divertido, era amigo de Afrodite e estava feliz por vê-la tão feliz.

Afrodite gritou mais alto ainda, usando toda a sua força para dar a luz a mais um filho.

Um choro ecoou por toda a sala.

- Te prepara para as barbies Hefesto. –falou Apolo divertido. – Você também papai, porque lá vem uma garotinha para a família. –ele então ergueu o bebê chorão para todos.

Era uma garotinha branquinha como uma boneca de porcelana. Parecia quebradiça. Cabelos castanho-escuro caiam sobre seus olhos.

- São ondulados. –falou Afrodite divertida. – Ondulados!

Hefesto sorriu.

- E então, como devo chamar a minha neta? –perguntou Zeus de braços cruzados.

Afrodite sorriu quando recebeu a criança e começou a embalá-la com carinho.

- Não me pergunte. –falou Hefesto erguendo das mãos em sinal de rendição. – Só escolheria o nome se fosse menino.

- Ela se chama Maysie, ou só May. –falou Afrodite sorridente. – Um nome forte e lindo, para uma garota forte e linda.

Todos riram com a fala da deusa um pouco abobada com a filha em seus braços. A garota abriu os olhinhos, insegura, revelando o bronze puro que eles eram.

- Olha só! Hefesto versão bonita e feminina. –falou Hermes sorridente.  – Gostei!

Todos sorriram com o comentário, então Hefesto pegou a garota do colo de Afrodite e a deu para uma das ajudantes de Apolo que iriam dar um banho na menina.  

- Então do que ela será deusa? – perguntou Hera a Zeus. – Você designa essas coisas. Dominic virou deus da vitória em batalha, da crueldade, da trapaça e da confusão, o que a nossa pequena May será?

- Deusa dos vulcões. –Zeus sorriu para a neta imaginando tudo que ela faria quando mais velha. – Da felicidade e sentimentos explosivos em geral que entram da felicidade, vocês me entenderam, do recomeço, e... Da sinceridade.

A garotinha soltou um som como um riso então voltou a ser paparicada pelos familiares.

Lindo dia foi aquele.

DEZESSEIS ANOS E ALGUNS MESES DEPOIS

Maysie estava elétrica na casa de Apolo, era aniversário de casamento de seus pais e alguns tios seus, queria fazer uma surpresa.

- Garota, acho que os havaianos querem descanso com os vulcões.  –falou Apolo divertido com o nervosismo da afilhada, a garota não parava, ia até um dos instrumentos do Deus, tocava uma coisa e começava a andar para outro com uma carranca enorme.

Ela tinha o talento da música, isso foi descoberto logo que ela fez seis anos e resolveu cantar para os pais, afinal, música leva felicidade às pessoas, certo?

Na mesma hora Apolo se candidatou a seu padrinho e olha só o que deu? Agora ele tinha uma adolescente de dezesseis anos andando nervosa por seu castelo.

- Desculpa padrinho. –falou a garota com sua voz tão melodiosa que Apolo sorria só de escutá-la, Maysie era a filha deusa que ele nunca tinha tido.

A garota tinha longos cabelos castanhos e ondulados que caiam sobre sua cintura não muito fina nem muito larga, corpo forte, quase gordinho, olhos cor de bronze decididos e pele alva. Seu desenvolvimento como adolescente a deixara quase tão atraente quanto a mãe. Tinha o sorriso de Hefesto, que era bonito, ninguém podia negar, seios fartos, coxas grossas e pose de garota que não estava ali pra brincadeira.

Apolo a adorava.

- May, minha linda, porque você não canta para os seus pais? –perguntou Apolo se deitando na sua cama. – Você canta bem, podia fazer um mini-show para o Olimpio inteiro, eu te daria minha benção.

 - Qual seria a música? –perguntou a garota nervosa. – E como eu vou cantar de vestido e salto alto? Tinha que ser uma festa da mamãe!

Apolo sorriu.

- Eu te ajudo, sei qual seria a perfeita. –Maysie sorriu, com o deus da música do lado, era a surpresa perfeita. – Mas May, lembra que sua mãe disse que todo mundo na festa, sem exceções, tem que ir acompanhado?

A cara de Maysie se fechou, ela não tinha, definitivamente, puxado a Afrodite em relação a coisas daquele tipo.

- A mamãe deve arranjar um par para mim. –falou a garota insegura. – Sei lá.

- Se eu pudesse iria com você. –falou Apolo sorridente. – Mas Zeus e Hefesto me mandariam para o Tártaro e eu não gosto muito de lá. – Maysie estremeceu um pouco, não lhe agradava a ideia de andar com o padrinho como par numa festa, por mais que ele fosse bonito. – Vem, se quer fazer bonito para os seus pais, vai ter que ensaiar comigo.

Mal sabia que do lado de fora do castelo do Deus do sol, nos jardins do Olimpio alguém estava quase tão desconfortável quanto Maysie estava em relação a encontrar um par.

- O que minha mãe quer? –perguntou o garoto de quase dezessete anos com raiva. – Pelo amor de Zeus, sou deus da crueldade, me diz uma deusa, ninfa, semideusa, ou até mesmo mortal que em sã consciência iria aceitar sair comigo? Deimos e Fobos são solteirões há séculos, só pegaram algumas, poucas, loucas que queriam eles, mas não, a mamãe vai dizendo que mesmo sendo deus da crueldade eu ainda sou deus da vitória em batalha, qualquer garota iria me querer. Que piada!

Dominic estava sozinho, pensando em como, pelos Deuses do Olimpio, iria conseguir levar uma garota para essa festa. Seus cabelos negros estavam mais desarrumados do que o normal e suas orbes castanho-avermelhadas pareciam brilhar como sangue fresco. Seus músculos relativamente grandes comparados a um mortal com a mesma idade que a sua estavam tensos.

E seu pai, para melhorar, tinha dado uma sugestão muito... inútil.

- A MAYSIE? – o garoto gritou aos quatro ventos. – Meu pai é um idiota, só num outro planeta que a deusa da FELICIDADE, iria querer sair comigo.

Tinha seus tios, os gêmeos de Zeus e Hera, dois deuses de quinze anos, provavelmente algum deles tinha a chamado, era óbvio. Deuses da união eterna, das catástrofes naturais e dos furacões, é claro que algum deles tinha a chamado. A garota podia ser um pouco mais gordinha que a maioria das deusas, mas era simplesmente linda.

Como explicar como ele a achava linda?

Dominic se sentou numa pedra.  Lá no fundo, por mais frio que ele fosse. Desejava que Maysie não tivesse um par, que fosse como ele, anti-social. Que quando ele chegasse lá, pudesse a chamar para dançar. Segurar firme na sua cintura, sentir aquelas mãos gentis que sempre estavam do lado de qualquer pessoa no planeta que necessitasse sobre seu pescoço.

Como explicar isso?

A verdade que Dominic admirava a garota.  Como ele a admirava! Mas nunca poderia falar isso para ela.

Afinal, era deus da crueldade, ela nunca falaria com ele.

Mais tarde Maysie estava em casa, com a música de seus pais martelando na cabeça enquanto sua mãe a arrumava.

- Me diz, por tudo que é mais sagrado, que esse vestido não nem amarelo nem rosa mamãe. –falou a garota que estava com dois pepinos sobre os olhos sentada numa cadeira reclinável como as de salão de beleza tendo as unhas pintadas por uma ninfa.

- Claro que não é, May. –Afrodite respondeu sorridente, Maysie ficou com medo do que seria, lembrava-se das criações chamativas que sua mãe a forçava a usar e não gostava nem um pouco . – É cinza escuro, simples, descobri que é uma cor de combina com você.

Obrigada a todas as divindades do mundo!

- Com mangas? –perguntou a garota vendo se tinha mesmo ganhado na loteria.

- Talvez, mesmo que eu não goste. –Afrodite respondeu um pouco séria fechando a boca da filha para que ela pudesse ser cuidada pelas ninfas.

A garota sorria internamente.

Mamãe não toma jeito!

Num outro lado três deuses, adolescentes, falavam sobre batalhas, monstros e esportes. Simplesmente adorável.

- E ai quem vocês vão levar para “ O baile de casamento de Hefesto, Afrodite, Ares e Nice”? –perguntou Jacob, um dos gêmeos, filhos de Zeus.

- Blake. –falou seu irmão gêmeo, James. – Nossa prima, filha do tio Hades com a tia Perséfone.

Dominic continuou calado, por dentro estava vibrando, se James não levaria a Maysie, será que Jake a levaria?

- Aileen, filha do Dionísio com a Ariadne.  –falou Jake sorrindo marotamente, algo, dentro dele, dizia que algo de interessante aconteceria naquela festa.  – Gosto do jeito dela.

- Espera, nenhum de vocês dois vai levar a Maysie? –perguntou Dominic confuso e eufórico.

- Cara. – James começou um pouco sem jeito. – Vocês dois são os mais velhos, dentre os novos deuses, achamos que você a levaria e outra. – Olhou para o irmão gêmeo atrás de suporte. – Ela é meio que... Demais para agente. Aileen é bonita e divertida, Blake também, mas a Maysie... Ela não é só uma garota, tem algo nela que a faz mais forte, sei lá, chega a dar medo.

Dominic queria rir, dois filhos do Deus dos Deuses, com medo de uma garota.

Ele sabia que ela era um pouco intimidadora no começo, mas aquilo era ridículo.

- Devia chamá-la. –Jake sorria marotamente, lembrava Hermes. – Aposto que ela faria a caridade de ir com você.

- Não fala assim com o anti-social aqui Jake. –falou James repreendendo o irmão. – Acho que era iria com você por livre e espontânea vontade, afinal, a garota meio que gosta de renegados.

Dominic pensou, muito mais do que estava acostumado sobre um assunto como aquele e disse por fim:

- Tenho que parar de ser tão medroso e inseguro.

Os três riram, então seguiram para os castelos dos pais. Tinham que se arrumar para a festa.

Maysie de outro lado estava nervosa. Aileen e Blake, suas melhores amigas, estavam pulando de alegria falando que sairiam logo com os dois mais novos herdeiros do Olimpio. Maysie sorria, sabia que Jake e James só tinham nascido porque ela, de alguma maneira, tinha abençoado o casamento de Hera e Zeus que estava cada vez mais conturbado antes de seu nascimento. Gostava de um trabalho bem feito.

- E ai, quem vai levar a deusa da felicidade? –perguntou Aileen bebendo uma garrafa de vinho de Hefesto.

- Ninguém. –ser deusa da sinceridade, às vezes, a irritava. – Não chamei ninguém e ninguém me chamou.

As duas garotas riram, e depois estancaram no lugar, era a verdade.

- Bem. –falou Blake com um sorriso tímido. – Ainda tem o Dominic.

- Vamos mudar de assunto? –perguntou Maysie pegando seu vestido sobre as mãos. – Temos que terminar de nos arrumar, não querem deixar o James e o Jake esperando horas por vocês.

 As garotas foram se arrumar. Por fora, Maysie estava bem, mas por dentro, era confusão enorme.

- Confusão. –sussurrou desconcertada.

Até isso o lembrava. Afinal, Dominic era o deus da confusão.

Como explicar as vezes que se pegava pensando nele?

Lembrava-se do garotinho que aparecia na sua casa em algumas ocasiões virando um homem. Olhos atentos em tudo, cara séria que escondia algo, ela sentia isso.

Ele parecia um buraco negro por dentro, a confusão o afetava de uma maneira estranha.

Do outro lado do Olimpio Ares ajeitava seus três filhos mais novos, Dominic, Deimos e Fobos. Adolescentes. Quando tomariam jeito?

- Então quer dizer que nosso irmãozinho está sozinho nessa história? –perguntou Deimos sorridente. – Saca só, Fobos, depois somos nós os encalhados da vez.

- Deixem-no. –Ares ordenou sério. – Se algo sair errado nessa história por causa de vocês três vão se ver comigo entenderam? – Os três assentiram. – Cara, Nice realmente me ajeitou.

- Ela é deusa da vitória pai. –Fobos falou. – Eu tenho é medo dela.

Dominic sorriu, adorava os irmãos e o pai, mas nunca se sentia completo perto deles, só quando pensava na Maysie, era estranho.

- E outra Deimos. –falou Ares ajeitando a gravata com força. – Maysie também está sem par. –Os três o olharam desconfiados. – O que? Hefesto estava pulando de alegria porque a filha dele ainda era pura.

- Duvido que por muito tempo. – Fobos lançou um olhar safado para o irmão mais novo. – Dominic vai chamá-la pra dançar.

- Vamos deixar a garota em paz tá? –falou Dominic meio desconfortável. – E eu to achando que nem vou, esse negócio de gravata é mais difícil do que matar uma Hidra! –gritou com raiva.

Como explicar que lembrar dela o deixava sem jeito?

Os outros deuses sorriram, o mais novo era realmente engraçado quando queria.

Maysie estava chegando à festa com suas amigas em seus flancos. Apolo levaria seu violão para a surpresa que faria para os pais, estava tudo perfeito.

- Vamos lá, May, você tem que abençoar a festa, lembra? –falou Aileen puxando a amiga que andava devagar admirando todo o Olimpio, o lugar exalava felicidade.

- Tá. –foi tudo que saiu.

Encontraram tudo bem arrumado. A decoração toda era em tons vermelhos e cinza que lembravam os quatro deuses. Os detalhes eram impressionantes.

Ela e o garoto com gravata vermelho-sangue pensavam a mesma coisa.

Maysie tocou na construção de concreto onde seria realizada a festa e murmurou algumas palavras em grego. Estava feito. Seria um dia feliz no final da contas.

Mal sabia ela que de uma maneira diferente, para ela, do que geralmente era.

Pessoas entraram entretidas pelas músicas das musas. Todos bem vestidos e acompanhados. Dominic queria passar mal ali.

Do outro lado Maysie estava sentada numa cadeira vendo suas amigas dançarem com seus tios, o que estranho de falar, já que eles eram mais novos do que era. Era uma cena bonita, tão... Família.

- Oi, linda. –Apolo falou o ouvido da garota a fazendo dar um pulo de susto. – Ei, sou eu, seu padrinho lindo e gostoso.

- Oi padrinho. –ela sorriu.

Apolo vestia uma terno azul-marinho que combinava com ele de maneira inacreditável. Seus cabelos loiros estavam desarrumados e os olhos douradosfelizes.

- Está na hora. –falou Apolo puxando alguém pela cintura, era Artêmis? – Têmis vai ajudar.

Maysie mal conseguia acreditar que Apolo e Artêmis estavam um acompanhando o outro. Iria pedir explicações a sua mãe por causa daquilo.

- Certo. –falou a garota um pouco confusa. – Tia, você está linda.

- Obrigada. –Artêmis corou? Aquilo era mais impressionante de ver. – Vamos?

- Sim.

Os três deuses seguiram para um palco prateado no canto leste do salão, onde a lua estava no pico. A decoração serviu como reflexo para o brilho das estrelas.

Dominic prestou atenção nisso por um tempo, até a deusa dos vulcões se colocar na frente do palco com um violão nas mãos.

- Sabe, já me contaram a história que antes, muito antes, de eu nascer, meus pais eram casados, mas a mamãe traia meu pai, com o tio Ares, deixando a tia Nice, que gostava dele, por mais incrível que pareça já que ela andava com Atena a anos, muito triste.  –todos olharam curiosos para a garota. – Sei que a uns dezessete anos tio Ares e tia Nice fizeram uma “festinha”. – todos sorriram, até mesmo Dominic. – E dela saiu o Dom. – Ele não entendia, mas ela era a única pessoa no mundo que ele deixava chamá-lo de Dom ou Nick, o resto era certeza de morte. – Depois, meu pai e minha mãe, de maneira inexplicável, também imitaram tal fato. –alguns deuses riram. – E Voilá, olha eu aqui! –Ela respirou fundo. – Só quero dizer que eu fico feliz por terem recomeçado, todo mundo, mas na verdade, cada movimento inusitado que alguém faz é um recomeço, e não quero que existam coisas entre tio Ares e o meu pai, o passado é o passado, acabou, não podemos nos ligar a coisas assim, é como... Se fosse impossível o, tecnicamente falando, deus dos surfistas se casar com a deusa da sabedoria, mas, olha só, eles se casaram. – Ela apontou para Atena e Poseidon, juntos, de mãos dadas.

Dominic entendeu algo a mais, queria gritar que ela devia ser, também, deusa da esperança, porque naquela hora o garoto percebeu uma coisa. Tinha sentimentos pela garota.

Como explicar esses sentimentos?

- Então, agora que eu já acabei meu discurso muito ensaiado no castelo do meu padrinho.  –ela segurou o violão com força. – Tio, tia, pai, mãe, até mesmo o Dom. – Ela sorriu para ele, seus olhares se encontraram por um momento, foi algo simples e mágico, para os dois. – Essa música, é para vocês.

What day is it

(Que dia é hoje)

And in what month?

(E de que mês?)

This clock never seemed so alive

(Esse relógio nunca pareceu tão vivo)

I can't keep up and I can't back down

(Eu não consigo prosseguir e não consigo voltar)

I've been losing so much time

(Tenho perdido tempo demais)

Maysie sorriu quando seu pai e seu tio acabaram chamando as esposas para dançar. Mas seu olhar estancou no deus da crueldade e uma confusão de sentimentos se apoderou da garota.

Ele estava lindo, a blusa social branca, a gravata vermelho-sangue e o terno preto faziam jus a sua beleza. Quando seus olhares se cruzaram um furacão de sentimentos se apossou do coração da garota.

Que confusão!

Isso a fazia lembrar-se mais dele.

Cause it's you and me and all of the people

(Porque somos eu e você e todas as pessoas)

With nothing to do, nothing to lose

(Com nada a fazer, nada a perder)

And it's you and me and all of the people and

(E somos eu e você, e todas as pessoas e)

I don't know why I can't keep my eyes off of you

(Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)

Dominic estava sorrindo como uma criancinha quando ganha o brinquedo que tanto deseja no natal. Por dentro não entendia porque não conseguir de jeito nenhum tirar os olhos de Maysie. Olhava para como o vestido cinza, a meia calça e a bota com salto realmente combinavam com ela, como ela tinha um sorriso lindo, como seus lábios eram vermelhos e convidativos.

- Pare com isso. – sussurrou para si mesmo tentando desviar o olhar da garota, mas ela soltou outro sorriso lindo, e ele não conseguiu. – Ela é demais para você.

All of the things that I want to say

(Todas as coisas que quero dizer)

Just aren't coming out right

(Não estão saindo direito)

I'm tripping on words, you got my head spinning

  (Estou tropeçando nas palavras você deixou minha mente girando)

I don't know where to go from here

(Eu não sei onde ir a partir daqui)

Apolo estava ficando nervoso. Sim, estava vendo, claramente, sua afilhada e Dominic se olhando e algo mais acontecia. Eles pareciam não saber o que fazer.

Com um movimento das mãos fez com que o violão saísse das mãos de Artêmis com o microfone na sua frente, a Deusa entendeu o que se passava na mente do irmão gêmeo só com aquele gesto e continuou a música.

Deu um olhar significativo para uma de suas musas que veio falar com ele. Missão cumprida.

Como explicar o fato que ele queria muito que Maysie dançasse com Dominic?

Cause it's you and me and all of the people

(Porque somos eu e você e todas as pessoas)

With nothing to do, nothing to lose

(Com nada a fazer, nada a perder)

And it's you and me and all of the people and

(E somos eu e você, e todas as pessoas e)

I don't know why I can't keep my eyes off of you

(Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)

Maysie não entendia porque o seu padrinho tinha feito aquilo, mas, mesmo assim, não foi reclamar. Ficou parada. Olhando nos fundos daqueles olhos castanho-avermelhados.

- Senhora. – a Musa chamou. – O senhor Apolo pediu desculpas por ter “roubado a cena”, mas disse que queria que você dançasse.

- Com quem? –perguntou Maysie com confusão em seu olhar.

- Provavelmente, senhora, com o Senhor Dominic. –falou a Musa um pouco receosa. – Afinal, são os filhos dos casais principais e estão sem par.

Something about you now

(Existe algo sobre você agora)

I can't quite figure out

(Que não consigo compreender completamente)

Everything she does is beautiful

(Tudo o que ela faz é bonito)

Everything she does is right

(Tudo o que ela faz é certo)

Era a chance dele, claramente, era a chance dele. Se não chamasse a deusa dos vulcões para dançar naquela hora, era para nunca mais.

Vamos lá seu idiota, você é o deus da crueldade, pare de ser tão medroso.          

Maysie tinha acabado de descer do palco, seu rosto estava um pouco corado por causa do pulo que tinha dado.

- Como eu odeio salto-alto. –sussurrou para si mesma com raiva.

- Mas você fica bonita com eles. –Dominic falou. – E sabe que estou falando a verdade não é?

- O-Oi Dom. –a garota falou envergonhada.

- Quem dançar? –perguntou ele fazendo uma leve careta com a situação, ela demorou a responder. – Entendo se não quiser é que...

Ela riu baixinho, pegou a mão do garoto, colocou sobre a sua cintura e disse:

- Não é que... Eu não sei dançar muito bem.

Foi a vez dele rir.

Como explicar o que a risada dele causava nela?

Nem acreditava que aquilo acontecia, Maysie, em seus braços.  Enlaçou a cintura da garota, a trazendo para mais perto, colou suas testas e viu, alegre, ela colocar as mãos delicadas sobre seu pescoço fazendo carinho em sua nuca mordendo o lábio de leve.

Como explicar o fato dela se tornar mais desejável a cada segundo para ele?

Cause it's you and me and all of the people

(Porque somos eu e você e todas as pessoas)

With nothing to do, nothing to lose

(Com nada a fazer, nada a perder)

And it's you and me and all of the people and

(E somos eu e você, e todas as pessoas e)

I don't know why I can't keep my eyes off of you

(Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)

Seus olhares estavam colados de uma maneira sobrenatural. Era mágico. Poderiam ficar daquele jeito pelo resto da eternidade e pareceria que não tinha passado nem uma hora.

Afrodite e Nice observavam a cena alegres e apreensivas.

Como explicariam aquilo para os maridos?

You and me and all of the people

(Porque somos eu e você e todas as pessoas)

With nothing to do, nothing to prove and

(Com nada a fazer, nada a provar)

It's you and me and all of the people and

(E somos eu e você, e todas as pessoas e)

I don't why I can't keep my eyes off of you.

(Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)

Dominic sentia uma vontade imensa de beijar a garota em seus braços, mas tinha medo. E se ela se assustasse? E se não gostasse? E se fosse muito apressado? E se o pai dela achasse que era só uma queda pela garota como Ares teve uma queda por Afrodite?

Pensou um pouco, não tinha nada a provar a ninguém, só a ele mesmo. Queria provar que não era tão medroso quanto achava que era. E tinha que provar que não era como seu pai.

Maysie, do outro lado, sentia a mesma vontade, mas tinha certo medo, afinal, se o beijasse, ele podia recuar e não corresponder.  Mas ela não tinha nada a provar a ninguém, eram só dois adolescentes dançando. Acabou.

What day is it

(Que dia é hoje)

And in what month?

(E de que mês?)

This clock never seemed so alive

(Esse relógio nunca pareceu tão vivo)

Que se dane!

Foi o que Dominic pensou quando tomou os lábios da garota. Sorridente ela correspondeu. 

O tempo pareceu parar para os dois, só estavam ali, se beijando de uma maneira tão... Doce que não se comparava a mais nada no mundo.

Ela parecia flutuar numa confusão de sentimentos que a deixavam sorridente e ele, quanta felicidade, parecia mentira a felicidade que sentia por tê-la em seus braços.

Se separaram, mesmo podendo continuar para sempre ali queria olhar de novo no olho um do outro.

- Acho melhor a gente sair daqui. –ela sussurrou contra o peito do garoto. Todos os olhavam surpresos.  – Todo mundo está olhando para nós dois.

- Aonde quer ir? –perguntou acariciando os cabelos da garota.

Como eram sedosos!

- Espera, isso virou um encontro? –ela perguntou soltando uma gargalhada quase inaudível.

- Sim, eu acho. –ele respondeu sorrindo com a confusão que sentia. – E você escolhe onde quer ir May.

- Sabe, não sou do tipo romântica e feminina. –falou ela olhando nos olhos dele. – Gosto de coisas mais... Masculinas, acho que puxei meu pai nessas coisas, quero ir para a Arena de Nevada, está tendo lutas da UFC hoje, e com você, posso apostar o quanto quiser em quem vai ganhar e ganhar uma fortuna, afinal, você é o deus da vitória em batalha.

Dominic riu alto.

- Quem diria, Maysie, a deusa da felicidade, gosta de lutas da UFC!

- É legal. – ela fez biquinho, ele não resistiu e a beijou de novo. – Então, vamos ou não?

- Sim. –ele sorriu e olhou para os lados. – Sei que não vamos ganhar o prêmio de melhores filhos do ano, porque estamos fugindo da festa de aniversário de casamento dos nossos pais, só que...

- Você tá doido pra me levar para sair e tirar esse terno idiota. –ela completou. – Eu te entendo Dom, odeio vestidos e salto alto, e to afim de sair com você, ver algum sangue no octagon.

- Primeiro: Você fica bonita de vestido. – ela corou, e ele a abraçou sorridente e ema sussurou algo como “Você também fica bonito de terno”. – Segundo: fico feliz que queira sair comigo, vai ser uma experiência linda, o deus da crueldade e a deusa da felicidade num encontro. –Ela lhe deu um selinho e sussurrou um “Como você é bobo”. – E terceiro: Quem diria que você era tão sanguinária May?

Os dois seguraram as mãos com força e fecharam os olhos. Quando viram estavam em algum lugar perto da Arena com um Mustang 1968 na frente deles os aguardando.

- É seu? –perguntou Maysie surpresa.

- Sim. –ele disse simplesmente.

- Agora isso definitivamente virou um encontro. – ela disse antes de beijá-lo. Ainda estava insegura, afinal, ele era o primeiro cara que ela beijava na vida, mas era tão bom!

Afrodite estava pasma. Tinha se ocupado tanto com a festa que não tinha percebido logo aquilo. Um sentimento verdadeiro. Lindo até. Nascendo em sua filha e no filho de seu ex-amante.

Como explicaria aquilo para Hefesto?

- Isso é engraçado. –falou Nice. – Logo os dois.

- Gosto da sua filha. –falou Ares para Afrodite. – E acho que ela vai dar um jeito no “Sanguinário” Dominic.  

- Não chame seu filho de Sanguinário. –falou Nice repreendendo Ares que riu e lhe deu um selinho.  – E, aliás, ele só é assim porque puxou a você.

- Eles foram para um encontro? –perguntou Hefesto sério.

- Sim. –Uma Afrodite receosa respondeu. – Mesmo que eu tenha imaginado algo melhor que  lutas da UFC como primeiro encontro da May, eles foram sim.

- Agora sim. –Hefesto deu um sorriso fraco. – Recomeçamos.

Hefesto e Ares deram as mãos amigavelmente. Se seus filhos ficassem juntos fariam de tudo para se darem bem, caso os dois não ficassem juntos, Ares entenderia que Hefesto poderia acabar com a raça de Dominic e até mesmo ficaria do lado do Deus dos ferreiros.

Bônus.

Em Nevada, Dominic sorria quando via uma garota de coturnos, meia calça listrada, short surrado, a jaqueta de couro dele e blusa do AC/DC pulando de gritando com os lutadores da UFC.

- Vai me dizer quem vai vencer? –perguntou ela olhando para ele.

- Sem nada em troca? NUNCA! –ele sorriu marotamente, sabia que tudo tinha sido apressado, mas ele necessitava disso, uma dose de felicidade. – Só digo se me der algo em troca.

Ela o beijou, sorridente, passando as mãos de leve sobre o peito definido do Deus da crueldade. Estava adorando vê-lo tão feliz.  Isso lhe causava uma confusão gostosa de sentimentos.

Como explicar isso?

- Quer saber que vai ganhar? –ele falou quando se separaram.  – Na verdade, eu que ganhei, dois segundo atrás, de você

- Você não presta. – ela falou sorridente.

- Nunca disse que prestava. –ele olhou para o Octagon. – E aliás, é o Couture.

- Vou ver o nocaute. –falou ela se virando para ver a luta.

Ele a abraçou por trás, aproveitando o cheio de chocolate que ela tinha. Que lembrava o gosto de chocolate que ela tinha na boca.

Ele queria ficar ali, daquele jeito, pelo resto da eternidade.         

Como explicaria aquilo aos seus pais e aos pais dela?

Isso não tem explicação!

Pensou quando a viu gritar de felicidade quando o outro lutador perdeu para o Randy Couture.

Só é algo forte demais, que não tem explicação. Poderia passar o resto da eternidade ali e nunca encontraria uma explicação suficiente para isso.                                                                 


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