The Wrong escrita por Rafaella Livio


Capítulo 1
ASSUNTO: Party Rock Anthem


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais uma história minha!
AVISOS:
*Estou escrevendo essa história junto à outra (Trampled) portanto se eu não escrever algum dia, me desculpem ok?
*Preciso muito da opinião de vocês, é sério, porque se não estiver boa, eu paro ok?
*Espero que gostem!
*Boa leitura!
*Nos vemos lá embaixo :)



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"[...] Sabe quando você se sente atraída por um garoto que você deveria odiar profundamente? Exatamente, ele era o menino errado para mim."

Ele se chamava Edward, mas os amigos chamavam-no de Ed. Ele era do grupo dos populares e jogava futebol, ou seja, o oposto de mim. E comigo não cola essa história de “os opostos se atraem”. Eu acredito que eu era do grupo dos emos. Não que eu seja emo, mas sentava na mesa deles durante o ano anterior àquele e aquele ano, porque eles eram os únicos que me “aceitavam”.

Nós nunca nos falamos, só uma vez ou outra trocávamos olhares inocentes, mas no mês de agosto tudo mudou. Rose fez uma festa e convidou todo o colegial. Eu cheguei lá pelas onze, e a festa terminaria às duas da madrugada. A casa inteira estava balançando e uma música exageradamente alta tocava, podendo ser ouvida dois quarteirões abaixo.

Eu entrei e uma grande neblina cobriu o meu rosto. Fui passando pelas pessoas que dançavam incansavelmente, pisando em alguns pés, a toda hora pedindo desculpas. Todos sem exceção estavam dançando (a não ser os que se pegavam pelos cantos), e me empurravam para o outro lado do cômodo, então decidi sentar em um sofá afastado do centro, este que todos se esfregavam. Péssima ideia.

Ao meu lado, estava ele, que começou a falar. Péssima ideia também.

- Hey. Victoria, certo?

Eu não sei como pude enxergar seus olhos azuis no meio daquela neblina toda.

- S-sim. – Gaguejei.

- Ahm... Você quer dançar?

- Quê?

- Perguntei se quer dançar. Você quer dançar comigo?

- OK.

Dançamos. No começo, haviam pisadas nos pés e passos errados e eu já estava pensando que aquilo tudo era uma grande enrascada com câmeras escondidas para algum reality show chamado “Quem Engana a Otária Primeiro”, mas depois de algum tempo conversando e observando como dançavam as pessoas do colégio, percebi que ele era um cara legal... Até que ele me puxou para outro cômodo (provavelmente a “cozinha”).

Havia um balcão e umas oito cadeiras e do outro lado deste, tinha um barman muito mal-encarado misturando bebidas (alcoólicas e não, vale frisar). Sentamos e ele me pareceu menos legal.

- Uma batida de limão com bastante vodca, fazendo favor – pediu ao barman. – E você, Victoria, quer o quê?

Eu não quis comentar que a única vez que eu tinha bebido tinha sido no natal, e fora um desastre.

- Uma água.

- Não bebe?

- Não muito – confessei. – Gosto de mim sóbria.

Logo o barman trouxe as bebidas e estendeu a mão.

- Vinte dólares.

Sua voz era rouca e grosseira. (Essa minha mania de reparar nas vozes das pessoas!) Antes que eu pudesse raciocinar direito, Edward tirou duas notas de dez do bolso da calça e ia entregá-las ao homem, quando puxei a mão dele para trás.

- Não posso deixá-lo pagar para mim.

Ele riu. Sua risada era como um alívio depois de ficar minutos submerso na água, como se ele estivesse cansado demais para falar e só saísse a risada de sua boca, mas era uma risada espontânea. (Eu sei, eu sou louca.)

- Qual o problema?

- Não. Não vou deixar.

- Relaxa, depois você me paga.

Concordei, desconfiada e dei um gole na água, porém senti minha garganta queimar e meus olhos lacrimejarem.

- O QUE É ISSO? – Perguntei, rouca. Minha voz falhava.

Ele riu de novo, mas dessa vez o som me pareceu atordoante.

- O barman trocou as bebidas. – Comentou.

Troquei outra vez as bebidas e bebi quase tudo da água.

- Calma, é só uma batida!

Ele bebeu metade do líquido tranquilamente, como se fosse pura e boa água.

- Você tá doido! Sabia que isso mata?

- Tô acostumado – respondeu, sobrancelha erguida. – Você ia ficar mal se eu morresse?

- Ai, lá vem. Já está bêbado!

- Não, pelo contrário, estou muito consciente de meus atos. E bêbado ou sóbrio, não posso deixar de notar que tenho certa atração por você – passou a mão por meus cabelos e continuou – e isso é estranho porque eu posso ficar com qualquer líder de torcida ou até alguma professora gostosa, mas eu me sinto atraído justamente por você. Talvez por você nunca ter dado em cima de mim.

- Como é? – Choquei.

- É isso aí. Agora vamos dançar mais um pouco. – Disse e terminou a bebida.

- Não sei, acho que tá ficando tarde.

- A noite é uma criança – piscou e me puxou de volta para o cômodo com pessoas se esfregando incessavelmente. Me puxou para o canto e encostou seu corpo ao meu.

É esquisito, eu sei, mas o corpo dele parecia se encaixar ao meu, como peças de um quebra-cabeças. Ele encostou o rosto em meu ombro, me fazendo arrepiar.

- Não sei se eu vou aguentar. – Confessou em sussurro, e um arrepio gelado percorreu-me a espinha ao colocar a boca quente no meu pescoço frio. Me separei dele e respirei fundo.

- Então aguente.

Ele me puxou bruscamente para si de novo e respirou no meu pescoço, abrindo espaço para mais um monte de arrepios se espalharem por meu corpo.

- Não preciso. Afinal, você está me devendo, não é?

- Sim. Te devo dinheiro, nada além disso.

- Eu decido a forma de pagamento. – Ele tentou soar autoritário, até que funcionou.

Não sei por que acabei me deixando levar por seu perfume másculo e por seu carisma, afinal, eu nem o conhecia direito. Ele me empurrou delicadamente para a parede e me arrancou vários selinhos. Vários e longos. Ele encostou a boca no meu pescoço e começou a chupar. Eu segurava meus gemidos, não queria que ele achasse que eu autorizava-o a fazer mais. Ele subiu para a minha boca sem tirar a sua de mim, e me roubou um beijo rápido. Logo roubou outro e mais outro, que ficaram mais longos e mais intensos.

Interrompendo o clima, empurrei-o ofegante e fitei-o.

- Chega. Já paguei, certo?

- Só mais um pouco.

- Não, já está tarde.

- São só uma da manhã!

- Pois é. Tarde. Tchau.

Saí dali e estava procurando um caminho até a porta, quando um garoto do terceiro ano me puxou.

- Hey gatinha.

“Ele deve ter visto quando eu fiquei com o Edward”, pensei. Até porque se não tivesse rolado nada, essa cara nunca ia olhar para mim. Ele agarrou o meu braço mais forte e estava indo em direção ao meu rosto. Cheguei perto a ponto de sentir seu hálito de bêbado.

- Me larga!

- Larga ela. – Ouvi uma voz atrás de mim: Edward.

- Ei, carinha, não se mete não. – Peitou-o o cara que eu nem sabia o nome.

- Larga ela, seu idiota!

- E o que você vai fazer, baixinho?

Edward, para a minha surpresa e a de todos que olhavam, deu um soco no maxilar do grandão (que deveria ser pelo menos o dobro do tamanho do Edward), e este se virou com a boca sangrando.

- Calma aí, carinha, eu sou da paz. – Defendeu-se o garoto, com puro medo de apanhar de um menino do segundo ano. Ele me soltou e eu percebi que havia deixado marcas roxas em meu braço, e foi para outro lugar dançar com alguma piriguete.

- Obrigada. – Agradeci à Edward, e me preparava para caminhar até a porta, quando ele me virou para si novamente.

- Aquele playboyzinho te machucou?

- Não. – Menti, mas infelizmente ele não era burro.

Ele estendeu meu braço e viu as marcas.

- Vic! Você tem que por gelo nisso aí!

“Vic é a sua avó”, pensei em dizer, mas ele tinha sido tão fofo comigo.

- Eu ponho em casa.

- Tá. Tchau. – Se despediu tristinho.

Não me leve a mal, não sou masoquista nem alguém do tipo que quer sofrer ou não quer amar, por mim eu beijaria aquela boca carnuda até o sol raiar, mas não aguentaria levar o título de “fácil”. Isso nunca.

Em um canto perto da porta quatro adolescentes dividiam uma pedrinha (crack). Talvez isso tenha sido a causa de tanta fumaça. Prometi a mim mesma que nunca mais iria a uma festa daquelas (se a Rose soubesse quem e o que freqüenta a casa dela...).

Fui para casa, tomei um banho, vesti um pijama e deitei exausta. Meus pais já dormiam. Prometi também que nunca mais falaria com aquele menino, mas meu sentimento e outras coisas piores falaram mais alto.


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Notas finais do capítulo

Gostaaaaaaaram? Ai, eu demorei tantão pra escrever isso ): Espero que tenham gostado. Digam o que acharam!
Beijos!
Rafaella.



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