Make You Feel My Love escrita por CrazyCullen


Capítulo 2
Outtake


Notas iniciais do capítulo

Olá people, tudo ótimo? Demorou, mas finalmente o outtake saiu. Desculpem a demora, mas surgiram uns trabalhos aí e meu tempo ficou realmente escasso. Quero agradecer demais à Paula que, mais uma vez, betou este capítulo pra mim. Vocês realmente não imaginam o quanto ela me ajuda e dá dicas ótimas sempre e aqui não foi diferente. Brigadinha Maria! Bem, é isso, eu volto a falar com vocês lá embaixo. Enjoy it!



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APOV

Trilha: The Same - Adele

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Apesar de estar de costas, eu podia sentir seu olhar nos queimando. A morena sentada ao meu lado, de beca e capelo como eu, virou a cabeça rapidamente para trás, murmurando um 'tão superprotetor' ao se ajeitar novamente sobre o assento, me fazendo rir baixinho, apenas acenando com a cabeça em concordância.

Fazia dois anos desde que eu abrira a porta para uma Bella parecendo extremamente nervosa sob a chuva, procurando pelo meu pai e saindo em disparada quando eu disse que ele não estava ali. Eu sabia que os dois estavam me escondendo alguma coisa, mas realmente não podia imaginar vê-los chegando em casa na manhã seguinte, de mãos dadas e com sorrisos - algo que eu não via há muito tempo em suas faces – para um café da manhã em família.

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FLASHBACK

Era visível para mim o quanto Bella estava apreensiva, esperando talvez que eu fosse fazer algum tipo de escândalo. E por mais que eu quisesse gritar com os dois por terem mentido para mim, ao mesmo tempo em que me perguntava como não havia percebido aquilo acontecendo bem debaixo do meu nariz, eu apenas me vi fuzilando meu pai com os olhos enquanto o intimava a me acompanhar até o escritório. Pela minha visão periférica observei quando ele deu um beijo rápido na testa de Bella antes que a morena se sentasse em uma cadeira, deixando a cabeça tombar por entre as mãos. Mas eu não tinha tempo para aquilo; com ela eu me acertaria depois.

Entrei no escritório e me encaminhei diretamente para a janela, observando a neve caindo lá fora. Eu amava essa época do ano, as guerras de neve no quintal com meu pai e tio Emmett, o chocolate quente aos pés da lareira. Aquilo me remetia à infância e se eu fechasse os olhos podia ouvir a risada de minha mãe observando da varanda enquanto eu e meu pai tentávamos construir o maior boneco de neve da vizinhança. Aquela era uma época de felicidade em minha casa. Éramos uma família como qualquer outra! Meus pais gravitavam um ao redor do outro e não era raro eu flagrá-los trocando beijos apaixonados. Muitos dizem que um casamento às pressas por causa de uma gravidez inesperada é um erro e que tende a não dar certo. Mas no caso de meus pais a descoberta da gravidez, mesmo que aos 17 anos, apenas antecipou algo que era certo: eles ficariam juntos para todo o sempre.

Mas então aquela doença sorrateira e silenciosa chegou, roubando o brilho dos olhos tão azuis e dos quais eu tão bem me lembrava, transformando os sorrisos fáceis em algo escasso e já não tão alegre. E tão rápida e silenciosa quanto chegou, ela levou minha mãe para longe de mim. Eu ainda lembrava perfeitamente daquela tarde em que meu pai chegou em casa, uma expressão cansada no rosto, os olhos vermelhos e, mesmo com minha pouca idade, fui capaz de perceber a troca intensa de olhares entre ele e tia Rose. Então, lutando contra as lágrimas que enchiam seus olhos, ele me contou que Papai do Céu havia levado a mamãe para ser uma estrela no céu, mas que lá de cima ela sempre estaria olhando por mim. E eu sabia que, de alguma forma, ela sempre me acompanhara mesmo. Eu sentira aquilo em muitos momentos cruciais da minha vida enquanto estava crescendo.

O barulho da porta se fechando me tirou daquelas lembranças, e respirando fundo me virei, encarando o homem que se desdobrara para ser pai e mãe para mim. Que passou por cima de sua dor e de seu luto para tentar aliviar a minha dor, e que nesses 12 anos fez tudo o que estava ao seu alcance para que eu fosse feliz. O homem que, mais do que a vida, me dera amor, carinho, respeito, compreensão. O homem que durante anos eu só quis que fosse feliz novamente, capaz de sorrir como fazia nas minhas lembranças infantis. Em nenhum momento seus olhos se desviaram dos meus e eu sabia que talvez acabasse lhe magoando, mas eu sabia também que não havia nada mais a fazer.

"Que porra você pensa que está fazendo, pai?"

"Alice, eu... nós..."

"Eu nunca me envolvi nos seus casinhos de uma noite só, pai. Nunca disse uma palavra sequer sobre isso. A vida é sua, e por mais que eu achasse que você estava sendo um completo idiota com essa coisa de não querer se envolver com ninguém mais, eu respeitei a sua escolha. Mas agora é diferente. Eu não vou permitir que você magoe a Bella. Ela é minha melhor amiga, pai, e já sofreu muito nessa vida. Eu não posso permitir que você use a Bella e jogue fora, porque ela não vai aguentar passar por outra decepção. A Bella não! Há tantas enfermeiras naquele hospital apenas esperando você estalar os dedos, você não precisa da Bella pra nada. Se isso for uma crise da meia idade e você só estiver querendo experimentar se seu charme funciona com garotinhas, ótimo! Fique à vontade, não vou julgar nem condenar e nem nada. Mas deixe a Bella em paz. Por mais que eu te ame demais, pai, eu vou proteger a minha amiga dessa vez."

Eu esperava qualquer coisa. Que ele me mandasse cuidar da minha vida e deixar a dele em paz, que me mandasse calar a boca, que ameaçasse me deserdar. Mas nunca, nunca mesmo, imaginei que ele fosse se sentar sobre a mesa, dobrando-se de tanto rir.

"Posso saber o que é tão engraçado nisso?" – perguntei com as mãos na cintura, me sentindo ainda mais irritada. Ele sabia como eu odiava que rissem de mim. Desde criança. Tia Rose sempre conta de como eu cruzava os braços e fazia um bico, fazendo com que todos rissem ainda mais.

Fazendo um esforço para parar de rir, mas nunca escondendo o sorriso que brincava em seus lábios, meu pai me encarou por alguns segundos e seus olhos pareciam conter mais do que diversão. Era como... como se ele estivesse orgulhoso de mim, como ele costumava ficar quando eu ganhava medalhas nas competições de natação ou depois de uma apresentação qualquer no balé, onde não importava que personagem eu fosse, ele sempre afirmava que eu havia sido a melhor bailarina no palco.

"Sua mãe sentiria orgulho de você, se estivesse viva." – ele disse de repente, voltando a me encarar de forma séria. "Se bem que, se Tanya estivesse viva, nós não estaríamos tendo essa conversa."

"O que minha mãe tem a ver com isso?" – perguntei confusa, tentando entender onde ele estava querendo chegar.

"Tudo." - ele respondeu, dando de ombros. "Você era muito nova quando ela morreu, mas ela esteve muito presente na sua educação enquanto foi possível. E a forma como você defende a sua amiga, mesmo se voltando contra mim, só mostra como fizemos um ótimo trabalho, Alice."

"Você não está com raiva?"

"E por que deveria?"

"Porque eu estou me metendo na sua vida, exigindo que você se afaste da minha amiga... eu realmente posso ver alguns motivos."

"Você está brigando pelo que acredita ser o certo. Eu nunca ficaria com raiva de você por causa disso. Além do mais, você exigiu sim, mas isso não quer dizer que eu vá acatar a sua decisão. A Bella não é nenhuma criança que precise da proteção da amiga."

"Mas pai..."

"Espera, Alice." – ele disse, se colocando de pé e caminhando até a janela onde eu estivera até ele chegar. "Eu entendo que a forma como eu levei minha vida até aqui te faça pensar que eu estou apenas usando a Bella, mas para e pensa, minha filha. Eu já trouxe alguma outra mulher para tomar café da manhã com a gente? Você alguma vez me viu tão arrasado por causa de uma mulher como eu fiquei nas últimas semanas?"

Aquilo era verdade. As últimas semanas haviam sido desesperadoras. De alguma forma, ver meu pai tão cabisbaixo, com olheiras, o olhar perdido, me fazia recordar dos dias que eu mais queria esquecer. Teria sido tão mais fácil se ele tivesse se aberto comigo. Eu poderia ter ligado pra Bella, ter tentado ajudar. Mas, como sempre, ele apenas se fechou em sua concha, ruminando sua dor. Foram dias em que ele parecia um robô andando pela casa, falando apenas quando eu me dirigia a ele e, mesmo assim, apenas com respostas monossilábicas. Seu olhar parecia vazio e sempre perdido, como se estivesse longe, rememorando alguma coisa. Ele só parecia adquirir um pouco mais de vida quando se sentava ao piano, mas então era eu quem tinha vontade de chorar diante daquela melodia triste e pesarosa que preenchia a casa.

"Eu... eu..."

"Eu a amo, Alice. Não sei explicar como, desde quando, nada, mas eu tenho certeza absoluta de que a amo. Eu sei que as coisas aconteceram rápido demais, com uma intensidade louca, mas aquilo que eu achava impossível de voltar a acontecer aconteceu, e eu sou novamente um homem completamente apaixonado e não quero esconder isso de ninguém, principalmente de você, minha filha."

"Então por que escondeu?"

"Alice, você viu a cara da Bella quando passou pela porta desta casa hoje? Ela pode até corresponder aos meus sentimentos, mas você é a melhor amiga dela e a sua opinião tem valor demais para ela. Eu queria contar desde o início, mas ela tinha medo que você não aceitasse e que isso estragasse a amizade de vocês."

"Mas justamente por ser minha amiga ela devia saber que eu nunca iria julgá-la, que eu só quero ver ela feliz. Assim como eu sempre quis que você voltasse a encontrar alguém, pai. Não era preciso mentir."

"Então eu posso saber por que a senhorita também esconde o seu relacionamento com o Jasper?" – ele perguntou voltando-se para mim, a sobrancelha erguida e o maldito sorriso de volta aos seus lábios.

"Eu... eu..." – droga, como a conversa havia chegado àquele ponto? "Como você sabe disso?"

"Alice, minha filha, Jasper mora na casa ao lado. Você acha mesmo que conseguiria entrar e sair da casa vizinha sem que eu nunca te visse?"

"Droga! Há quanto tempo você sabe?" – eu ainda não conseguia acreditar que ele sabia.

"Uns três meses, mais ou menos. Eu só não entendo o porquê de você entrar na casa ao lado se escondendo como se fosse uma criminosa, ou pior, de sair de lá e nem mesmo passar para ver o seu velho pai."

"Não é bem isso..." – falei olhando para o chão, tentando a todo custo evitar seus olhos inquisidores. "Jasper é meu amigo desde que eu me entendo por gente. Foi a pessoa que por anos me aguentou falando sobre o quanto eu sentia falta da minha mãe, o quanto eu odiava o Dia das Mães na escola porque eu sabia que a minha nunca mais estaria presente, o quanto eu sentia inveja das outras meninas que puderam contar para a mãe quando se sentiram apaixonadas pelo coleguinha pela primeira vez, ou ao darem o seu primeiro beijo. Eu sei que você fez o que pôde para suprir essa falta, assim como a vó Esme e a tia Rose, mas era diferente. E eu não sei como, mas a amizade foi ficando diferente, e quando eu me dei conta me vi completamente apaixonada pelo menino com quem eu impliquei minha infância e adolescência inteiras. A pessoa que, depois de você, mais me conhecia. E o melhor, o sentimento não mudou apenas para mim. Nós tínhamos a nossa bolha e aquilo era tão bom que eu senti medo de deixar que outras pessoas a penetrassem. Eu tinha medo que se a felicidade fosse grande demais e envolvesse outras pessoas, ela escapasse de minhas mãos em um piscar de olhos."

Não era preciso dizer mais nada. Meu pai me conhecia bem demais e entendia o que eu estava querendo dizer. Sabia que eu tinha meus motivos para temer ser feliz com alguém. O medo da perda era uma constante em minha vida. Sem nenhuma palavra ele encerrou a distância que havia entre nós, me acolhendo em seus braços. Durante anos nós recorremos um aos braços do outro, nos agarrando àquele momento como a uma boia. Mas agora as coisas finalmente pareciam estar tomando um rumo diferente em nossas vidas.

"Eu juro que nunca irei magoar a Bella, Alice. Pelo menos não intencionalmente." – ele disse de repente, depositando um beijo no alto da minha cabeça.

"Eu espero que tudo dê certo, pai. Agora vamos descer, porque eu preciso acertar minhas contas com uma certa morena lá embaixo." – falei, arrancando uma risada dele e correndo em direção à escada, enquanto gritava o nome de minha melhor amiga – e agora, madrasta.

FIM DO FLASHBACK

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A notícia de que minha amiga e companheira de quarto e meu pai estavam saindo juntos se espalhou pela faculdade como rastilho de pólvora. De um dia para o outro, passamos a ser alvos de olhares e cochichos pelos corredores, com comentários maldosos de que Bella estava tentando dar o golpe do baú, ou então as pessoas vinham me perguntar como era ter uma mãe da minha idade.

O pior era quando saíamos nós três e alguém se aproximava e parabenizava meu pai por ter duas filhas tão bonitas. Bella tentava se fazer de forte, mas eu sabia o quanto aquilo a machucava e sabia que o dia em que eu explodiria não demoraria a chegar, mas ele acabou chegando para ela antes.

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FLASHBACK

Fazia tempos que eu e Bella não saíamos para almoçar juntas. Primeiro, porque meu pai praticamente monopolizara qualquer tempo livre que minha amiga tivesse, e depois que, com a proximidade das provas finais, nos contentávamos com um sanduíche qualquer na biblioteca mesmo. Mas naquela sexta-feira eu a convencera a deixar os livros por algumas horas para almoçarmos juntas. Eu tinha tanto para contar para ela sobre eu e Jasper, e também queria saber como estavam as coisas entre ela e meu pai, embora ficasse agradecida por ser poupada dos detalhes sórdidos.

Nós mal havíamos nos acomodado em nossa mesa na melhor casa de saladas do campus, quando Jéssica, filha de um dos médicos da equipe de meu pai, se aproximou sentando-se sem cerimônias na cadeira sobressalente.

"Então, Bella... Me conta, é verdade o que falam sobre os homens mais velhos e experientes?" – ela perguntou como se tivesse falando sobre o tempo ou a prova de ética que acabáramos de fazer.

Eu estava pronta para dar uma resposta e colocar aquelazinha em seu devido lugar, quando Bella me surpreendeu, baixando o cardápio e o colocando sobre a mesa antes de se virar para a garota ao seu lado, com um sorrisinho brincando em seus lábios.

"Por que, Jéssica? Gostaria de ter algumas aulinhas?" O sorriso em seu rosto aumentou, embora permanecesse frio. "Oh, mas eu acho que no seu caso não há nada que possam lhe ensinar, afinal, todos aqui sabem que você é mais rodada do que roda de caminhão. Mas se quer tanto saber como é namorar um homem mais velho, pergunte à secretária do seu pai, se é que você me entende." A boca de Jéssica se abriu com a surpresa, mas Bella não lhe deu tempo de falar nada. "Talvez ela não dê uma resposta muito boa, porque você sabe, não é, que todo relacionamento só é completo quando se tem amor, e não só interesse pelo dinheiro do chefe. Nesse caso, então você poderia vir falar comigo, mas acontece que não é da conta de ninguém quem eu namoro ou deixo de namorar. Então... tchau, Jessica. Eu vim almoçar com a minha amiga e, definitivamente, você não é bem-vinda em nossa mesa."

Jéssica encarava Bella com os olhos arregalados e a boca abrindo e fechando como se a morena a tivesse deixado totalmente sem palavras, enquanto eu me esforçava para conter a gargalhada que insistia em escapar de minha boca. A minha vontade era ficar de pé e bater palmas para a minha amiga que, finalmente, aprendera a defender aquilo que ela acreditava e a parar de dar ouvido para as bobagens que os outros desferiam por aí.


Trilha: "Turn to stone" – Ingrid Michaelson

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"Eu gostaria de chamar ao palco a oradora da turma, senhorita Isabella Swan."

A voz do reitor, junto ao movimento na cadeira ao lado da minha, me tirou daquelas lembranças e logo Bella estava no palco, suas bochechas vermelhas e sua barriga de quase seis meses visível, mesmo através da beca. A gravidez fizera muito bem para ela que, mais do que nunca, estava radiante.

"Boa noite autoridades e membros da mesa, boa noite queridos colegas formandos e boa noite a todos os presentes.

Parece que foi ontem, mas na verdade já se passaram quatro anos. E cada um de nós teve oportunidade de escolher como iria vivenciar esse período. No início, nós não fomos nada fáceis! Nos três primeiros semestres, quase todos os professores reclamaram de nossa turma. Muitos até chegaram a falar que éramos a pior turma da faculdade. Entre erros e acertos, reclamações e compreensões, fomos nos encontrando. Descobrimos uns aos outros e também fomos descobertos. Fizemos amigos que talvez tenham sido companheiros somente durante essa caminhada, mas provavelmente também conhecemos pessoas que nos acompanharão para o resto da vida." – eu pude ver seus olhos encontrando os meus enquanto eu lhe abria um sorriso sincero. Eu sabia que seríamos amigas para o resto da vida desde o primeiro dia que a vi, independente do que quer que acontecesse. "Seja como for, com certeza foram quatro anos que jamais esqueceremos.

Uma vez, ouvi uma definição que, de acordo com o dicionário, não estaria correta. Mas, mesmo assim, me fez refletir. Tratava-se dos conceitos de aluno e de estudante. O aluno seria aquele que vai à faculdade, presta atenção na aula, estuda, se dedica, e quase sempre tira notas boas. Cumprida a obrigação, sai de sala e vai embora da faculdade. Já o estudante seria aquele que, além de fazer tudo aquilo que faz o aluno, ainda participa da vida extraclasse, se interessa pelas coisas que acontecem em toda a universidade, participa das discussões e mobilizações e absorve o máximo possível tudo que é proporcionado por esse período único. Agora já é tarde para adotarmos esta ou aquela postura. Mas esse momento de transição entre a academia e o mercado de trabalho é ideal para definirmos que tipo de jornalistas seremos.

Afinal de contas, vamos ser profissionais acomodados, que apenas noticiam os fatos, ou seremos questionadores, éticos e dispostos a enfrentar o que for preciso para contribuir com a nossa sociedade? Sabemos que quase todos os calouros escolhem o jornalismo porque têm vontade de mudar o mundo. E com a gente não foi diferente. Optamos por essa profissão porque estávamos insatisfeitos e queríamos fazer algo para alterar a realidade. E por isso, muitos que estão de fora acham que o jornalista acredita ser Deus. Pode até ser que alguns profissionais pensem isto, mas, o que eu realmente acredito, é que dentro de cada um de nós, jornalistas, corre uma veia de indignação e vontade de mudança. E a arma que escolhemos para isso são as palavras. Sabemos que somos formadores de opinião. E se informação é poder, queremos sim acreditar que podemos contribuir para mudarmos o mundo. Se isso é utopia ou não, sinceramente eu ainda não sei. Só espero que nunca deixemos de lado os nossos anseios, princípios, ideais e sentimentos.

É claro que são muitos os obstáculos que nos fazem muitas vezes querer desistir. Mas, espero de coração, que tenhamos força para superá-los.

Esse é um momento de dúvidas, incertezas e talvez até de medo e descrença. Nós todos estamos nos perguntando o que será de agora em diante. Iniciamos uma nova etapa de nossas vidas. O que desejo, é que cada um encontre seu caminho e tenha uma carreira profissional de sucesso e que realmente faça a diferença.

Que os Deuses nos iluminem e que todas as energias positivas do universo nos acompanhem hoje e sempre.

Muito obrigada a todos que vieram comemorar esse momento com a gente."

As lágrimas escorriam pelo seu rosto quando ela voltou a se sentar ao meu lado e eu apertava sua mão entre a minha, enquanto sua outra mão alisava sua barriga. E eu não pude deixar de lembrar de uma outra manhã em que exatamente aquela mesma cena se repetira.

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FLASHBACK

"Alice, você mudou de perfume?" – Bella perguntou torcendo o nariz, fazendo cara de nojo.

"Não, por quê?"

"Esse cheiro está insuportável. Acho que preciso vomitar." – ela falou, correndo para o banheiro.

"Bella..." – chamei quando ela saiu do banheiro, quase 10 minutos depois, parecendo ainda mais pálida do que nunca. "Você está bem?"

"Estou. Mas acho que esse perfume deve estar velho. É melhor você jogá-lo fora." – ela disse se afastando, indo em direção à cozinha para buscar um copo de água.

"Hum... Bella? Meu perfume está exatamente com o mesmo cheiro de sempre. Mas eu estava pensando... hoje foi o meu perfume, domingo foi o peixe que o tio Emmett assou, ontem foi alguma coisa que você comeu na cantina... você não acha que tem andado enjoada demais, não?"

"O que você está querendo dizer, Alice?"

"Hum... sua menstruação está normal, Bella?"

E então ela pareceu entender o que eu queria dizer. Seus olhos se arregalaram, o copo caindo dentro da pia com um estrondo enquanto ela repetia sem parar 'não pode ser, não pode ser.'

"Bella, acalme-se." – pedi preocupada, a puxando pela mão até a mesa da cozinha. "Vai ficar tudo bem."

"Como vai ficar tudo bem, Alice?" – ela perguntou por entre as lágrimas que já começavam a cair de seus olhos. "Seu pai vai querer me matar, isso sem falar nessas vadias da faculdade que agora terão ainda mais motivos para dizer que eu dei o golpe do baú. Eu estou no meio da minha monografia, Alice. O que vou fazer agora?"

"Bella, respira. Ninguém tem nada a ver com isso, a não ser o meu pai. E se eu bem conheço o Dr. Edward, ele vai ficar radiante com a notícia. Tia Rose me disse várias vezes que ele sempre quis ter mais filhos e que isso só não aconteceu por causa da doença de minha mãe."

"E você? Não vai me odiar por isso? Por não ser mais a filhinha única?" – ela perguntou, me encarando mordendo o lábio inferior.

"Hum... eu posso aprender a dividir por ele." – disse apertando sua mão, enquanto nós duas usávamos a outra mão para acariciar sua barriga. "Ou ela."


Trilha: "Kiss me" – Ed Sheeran

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EPOV

Durante muito tempo eu me considerei alguém amaldiçoado, uma pessoa que perdera a capacidade de amar. É claro que ainda amava minha família e, acima de tudo, Alice. Mas eu me refiro a amar outra mulher como um dia eu amara Tanya. Pensei desta forma até ela surgir, virando minha vida de pernas para o ar antes que eu pudesse me dar conta. E agora, enquanto eu caminhava para onde ela e Alice se encontravam junto com Jasper – que parecia ainda mais protetor com Alice do que eu –, percebia o quanto estava enganado e como tudo era apenas uma questão de ter paciência para esperar e, mais do que isso, de abrir o coração.

Apalpando o bolso do paletó eu respirei fundo, antes de dar os passos finais em direção aos três que conversavam com Emmett e Rosalie perto da piscina. Havíamos resolvido fazer apenas um almoço para nossas famílias, em casa mesmo, para comemorar a formatura de Alice e Bella. A morena nunca fora fã de festas, e agora, grávida, era menos ainda.

"Posso saber o que é tão engraçado?" – perguntei enquanto abraçava Bella por trás, pela cintura, enquanto ela e Alice riam de algo que Jasper acabara de contar.

"Nada, Jasper apenas estava contando algumas histórias de quando ele e Alice eram crianças." – ela disse se virando em meus braços, seus olhos castanhos encontrando os meus, antes que ficasse nas pontas dos pés para roçar nossos lábios.

Eu observei enquanto Alice puxava Jasper pelas mãos, dando-nos alguma privacidade.

"Bella?" – eu chamei, a afastando um pouco e segurando uma de suas mãos enquanto me ajoelhava a sua frente, me sentindo ainda mais nervoso.

Ela piscou algumas vezes me olhando com a sobrancelha erguida, enquanto mordia o lábio inferior e apoiava sua mão sobre a barriga.

"Eu sei que tudo entre a gente aconteceu rápido demais, que pulamos algumas etapas, mas eu também sei que só segui o que o meu coração estava me mandando fazer e que quando a gente ama, não existe porque perder tempo apenas por convenções sociais ou qualquer outro motivo." Respirei fundo e continuei, encarando aqueles olhos cor de chocolate que àquela altura já estavam marejados. "E se eu tenho alguma certeza na minha vida, Bella, é que eu te amo e amo nosso filho que você está carregando, e que eu quero ver essa criança crescer ao seu lado, quero envelhecer tendo você ao meu lado para todo o sempre. Casa comigo?"

Bella parecia em estado de choque à minha frente, as lágrimas escorrendo compulsivamente pelo seu rosto, enquanto seu lábio inferior tremia e seus olhos iam de mim para o anel que eu lhe estendia. E então, antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ela estava ajoelhada à minha frente, me apertando em seus braços e distribuindo beijos molhados por todo o meu rosto, até beijar nossos dedos entrelaçados.

"Isso é um sim?"

"Claro que é! Não há nada mais que eu queira do que passar o resto da minha vida com você também, Edward."

Deslizei rapidamente o anel pelo seu dedo, depositando um beijo rápido no local antes de tomar seus lábios nos meus em um beijo cheio de devoção e amor. Um flash rebateu sobre nós e nos separamos brevemente, olhando ao redor e encontrando toda a família nos encarando com sorrisos em seus rostos, registrando um dos primeiros momentos do nosso para sempre.

FIM


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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui de novo! E aí, o que acharam? Não deixem de me contar por review okay? Eu adorarei saber! Espero realmente que as pessoas que imploraram e esperaram ansiosas por esse outtake não tenham se arrependido.
E agora chega! Não teremos continuação por aqui! Preciso realmente me focar nas minhas fics atuais e nos projetos futuros, além da minha vida off-line!
Antes de ir, o discurso de formatura da Bella é real e foi feito pela oradora da minha turma, na minha formatura e eu apenas peguei o texto emprestado e claro que voltei a chorar, como naquela noite, ao relê-lo para isso!
Ah, outra coisa que eu já estava me esquecendo. Para quem quiser saber das novidades, dos andamentos das fics e afins, bata me seguir no twitter (arroba)tatyperry, acessar meu blog de fics www(.)ficsdataty(.)blogspot(.)com ou perguntar no formspring www(.)formspring(.)me/Tatianaperry
Beijos e até a próxima! ;)



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