Reação Em Cadeia. escrita por Bittersw33t


Capítulo 1
1Og


Notas iniciais do capítulo

Apesar do tema aleatório, espero mesmo que gostem, boa leitura!



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Reação Em Cadeia.
Por Irrealistè.

Ninguém pode ser escravo de sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar.” (Elliot Gould)

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1Og.

Conhecendo o produto.

Eu nunca prestava muita atenção em Luke Straw, - embora isso seja difícil já que meia escola tinha uma grande queda por ele – e isso era meio que mútuo até mais ou menos semana passada, em que eu tive uma não afortunada aventura em que fui parar na detenção.

Para mim, era um evento comum, já que eu vinha recebendo castigos de muitas pessoas ultimamente, mas para o resto dos alunos em que estava detido, me ver lá não foi lá uma ocasião comum, de modo que quando eu abri a porta, Lisa fez questão de me olhar e dar uma bufada exagerada.

Eu, como sempre ignorando aquele pseudo-serhumano apenas olhei para a professora e perguntei:

“– Aqui que é a detenção?” – Eu sei que era idiotice perguntar já que tinha uma placa enorme indicando o lugar, mas é sempre bom garantir.

“– Sim, Srta. Compton, pode se sentar” – Falou a Sra. Stuart, professora que eu vinha desapontando bastante durante os últimos dias.

Dei uma breve olhada para os “detentos”, e não era uma galera que eu gostaria de me enturmar, já que havia entre eles Lisa Langford, que não me suportava desde o ensino fundamental, quando eu “acidentalmente” a prendi num quarto escuro, na festa de aniversário dela.

Bem, essa era minha ideia de superação de medo aquela época oras. Julius Crawford, o que chamaríamos de valentão e Betty Bruta, outra valentona. E não, “Bruta”, não é apelido.


Esses três andavam juntos, como se fossem um triciclo, e eu era uma constante atropelada por ele junto com três quartos da escola. E por fim, Luke Straw. Um menino que eu considero estranho. E mais estranho ainda o jeito com que as meninas são capazes de morrer por uma chance de beijar ele. Nada contra, é só o jeito como ele não liga para nada. Como no verão passado quando ele teve que ficar as férias inteiras de castigo por não ter feito a redação de literatura, e ele não compareceu nem um dia sequer. E mesmo assim passou de ano. Teria que perguntar pessoalmente como ele conseguiu. Um dia. Mas não logo. Sem pressa.

Me acomodei em uma carteira em que considerava suficientemente longe do triciclo, embora fosse relativamente perto do Straw. E acabei me encontrando sentada do lado de Kimber, uma menina que era rebelde, mas eu adorava conversar com ela. Embora fosse raras as ocasiões.

“ – Ei Dana, que diabos você tá fazendo aqui nesse lixão?” – Sussurrou ela imediatamente após eu sentar.

Peguei um livro, ergui e olhei pra ela.

“ – Eu meio que cheguei atrasada na sala de aula.” – Falei baixo.

Ela revirou os olhos e eu falei:

“ – Ando meio rebelde. E você?”

“– Ia matar aula com meu namorado, estava pra subir na moto quando a ‘Miss’ Stuart me pegou.” – Falou, e então começou a tamborilar o celular.

Li uma frase do meu livro, pensando que Kimber estaria entretida demais mandando uma mensagem de texto secreta.

“– Mas Dana, você não era toda fresca com relação ao histórico escolar? Atrasos podem prejudicar sua entrada na faculdade.”

Olhei pra ela, surpresa por ela ter lembrado uma de nossas raras conversas.

“– Sim, mas como eu estou sem dinheiro pra faculdade que eu quero, já estou me conformando com a faculdade aqui da cidade mesmo.” – Falei percebendo um sutil movimento da cabeça de Straw, como se houvesse algo na minha fala que tivesse interessado ele momentaneamente.

“– Dana, você poderia sei lá, arranjar um emprego até lá...”

“– Acontece que tenho que confirmar minha matrícula até julho do ano que vem, e mesmo que eu trabalhe, o dinheiro não vai dar.” – Falei, sentindo aquela depressão de algumas semanas atrás voltar.

“– Ih...” – Ela murmurou genuinamente preocupada.

“- Então que se dane o histórico escolar!” – Exclamei. Vi Luke jogar a cabeça pra trás em um gesto que me pareceu de alivio.

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Então depois de mais ou menos dois dias, quando eu estava tranquilamente comendo meu Croissant, sentada no gramado que eu dividia com minha amiga Emma – que nesse momento estava tentando conversar com Larke Johnson, esperando o próprio sair do vestiário numa tentativa falha de parecer coincidência – e vi um par de botas de motoqueiro se aproximar, apenas olhei pra cima, esperando que fosse, Betty Bruta, querendo tirar algum dinheiro de mim de novo.

“– Já disse que isso não vai acontecer.” – Murmurei, erguendo a cabeça.

“– Hum, mas eu nem fiz a proposta ainda” – E me deparei com Luke Straw me olhando.

“– Bem, e q-qual seria a proposta?” – Nem acreditei na minha própria patetice quando gaguejei para Luke Straw! Seriam os hormônios falando? Ou será que seria um alter ego que inconscientemente desenvolvi em minha semana de depressão?

“– Antes de tudo essa proposta garante seu futuro na faculdade que você quiser.” – Ele disse, de um jeito que me pareceu cauteloso. Mas só falando isso já fez meu coração dar um pulo. Meu futuro poderia não estar tão arruinado assim. Embora seja Luke Straw...

Mesmo assim, senti que tinha ganhado na loteria. E que talvez, finalmente poderia cursar a faculdade que eu queria. Talvez, afinal, Luke Straw seja a solução dos meus problemas! Embora esteja feliz, ainda fiquei levemente desconfiada, apesar de falar

“– Eu faço qualquer coisa! Que não envolva nada sujo.” – Disse, enfatizando a palavra “sujo” com o olhar.

“– Depois vai ter que me explicar sua definição de sujo” – Ele disse distraído, olhando o livro que eu estava em mãos. E era por isso que eu o achava estranho, parecendo sempre que estava em outro planeta, ou que preferiria estar em outro lugar ou algo assim. Sempre mantendo aquele estado de espirito de “eu não dou a mínima”.

“– Depois?” – Perguntei, já começando a me sentir impaciente.

“– Segundo, como isso é um favor de ambos os lados, preciso de seu carro.” – Ele continuou, ignorando o que eu havia falado.

“– Ah, não vai dar. Tenho cursos e um trabalho de meio-período. Então ficar sem carro está fora de cogitação.” – Sim, eu mantinha um trabalho de meio-período porquê minha mãe estava trabalhando no exterior e meu pai morava em outra cidade. Ambos me mandavam dinheiro pra alimentação e etc. Mas não era suficiente.

“– Não preciso necessariamente de seu carro, mas de locomoção. Você pode me levar a lugares e me ajudar e em troca, lhe darei o dinheiro que precisa.” – Falou ele, de forma arrastada, como se tivesse preguiça até de falar.

“ – E você não tem carro?” – Falei incrédula. Luke era filho de um cara influente. Não de um prefeito, ou um empresário, mas de um advogado importante. Então era impossível eu acreditar que ele não tinha carro.

“ – Meu irmão ‘fugiu’ com ele.” – Ele disse. E eu não entendi a hesitação em sua voz ao falar do irmão.

“– Tá bem. Tá bem. Você está me mostrando tudo o que eu e você podemos ganhar. Mas quando você vai me falar no quê exatamente estou me envolvendo?” – Disse, em uma tentativa falha de tomar o controle da situação. Apesar do que possa parecer, ele sempre dominava os diálogos.

“– Te falarei na saída da escola. Eu te encontro.” – Ele disse, já caminhando em direção oposta. Me senti frustrada, ele vem aqui, fala tudo isso, me apresenta os benefícios do produto, mas não me fala o produto!

“– Por quê não fala tudo de uma vez, Straw?!” – Gritei.

“– Por quê sua amiga está vindo.” – Ele disse sem olhar pra trás, mas antes de virar o corredor, ele olha pra mim e diz:

“– Ah, e Dana, agora que entrar na faculdade que você quer não está totalmente fora de questão, tente não bancar a rebelde novamente.”

Fiquei sem palavras. Eu definitivamente subestimei a atenção dele. Ele havia prestado bastante atenção na minha conversa com Kimber. Que surpresa, Luke Straw se mostrava uma pessoa diferente daquela que eu tinha em mente.

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Acabei passando todas as últimas aulas respondendo os interrogatórios de Emma sobre Luke. Ela havia visto eu e ele conversando e queria saber desesperadamente por que um cara como ele falaria com alguém como eu. É claro, que respondi a maioria com sarcasmo já que as perguntas dela se encontravam geralmente no patamar “namoros”, como por exemplo, se ele queria me beijar ou algo assim.

Beijar Luke Straw estava fora de cogitação. Eu acho.

Então, quando tocou o sino, eu me levantei num pulo e me dirigi rapidamente ao portão. Emma veio atrás de mim, mas acho que ela se perdeu depois de ver Larke saindo com seus amigos brutamontes.

“– Ei.” – Senti mais do que ouvi ele chegando. Luke tinha um olhar penetrante, e eu tinha um dom fora do normal de saber quando alguém está me olhando.

“ – Oi.” – Falei.

“ – Vem” – Ele murmurou, andando até o estacionamento, sem opção, apenas o segui.

Quando chegamos a uma área suficientemente afastada do tumulto dos alunos que estavam saindo, ele virou pra mim e me olhou.

“ – Mesmo se recusar, embora eu não desista fácil, quero que mantenha isso em sigilo.” – Ele falou. E eu fiquei apreensiva

“ – T-tá.” – Murmurei.

Ele enfiou a mão no bolso da calça jeans escura a procura de algo, e eu comecei a calcular quanto tempo levaria pra mim correr e me proteger caso fosse uma arma ou uma bomba, apesar de Luke não ter cara de terrorista. Mas “não julgue o livro pela capa.” Não é?

Até que ele tirou, e eu não pude reprimir um sustinho ao ver um pequeno saco cheio de uma coisa verde, ao que me pareceu ser grama, mas olhando melhor, parecia até

“ – Maconha?!” – Exclamei e ele teve que fechar minha boca.

Bem, Luke se mostrava ser uma pessoa completamente diferente da que imaginei. Agora pra melhor ou pra pior, eu não sei dizer exatamente.

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Continua...





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Notas finais do capítulo

Olá! Espero que tenham gostado :c
Se gostarem deixem reviews!



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