Viva la Tecnología escrita por Mariana


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, desculpe pela demora. :) E bem, a fic. está chegando no fim. Faltam três ou quatro caps., porém já tenho novas ideias para uma nova fic. do Muse. XD



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Não vou contar detalhes do ocorrido horas depois da minha saída de casa, na antevéspera da festa de reveillon. Na verdade, não quero me lembrar, ainda não estou plenamente recuperado do acidente que sofri na estrada.

Mas posso adiantar que já era noite e a última coisa que lembro foi do berro de horror de Liliana. O resto é mera lembrança: muitas vozes e uma vaga sensação de estar sendo carregado por pessoas e depois seguir num carro com sirene. Estavam preocupados com minha vida.

Dias depois do acidente, o maior alívio que senti foi o de saber que Liliana deixou o hospital. O mais surreal foi ver os fogos de artifício pela janela do quarto.

Pra quem almejava estar na praia com a namorada, envolto por casais vestidos de branco, bebendo champanhe direto da garrafa, aquele não era o local mais apropriado para se estar.

Minha mãe, ainda recuperando-se da cirurgia, acompanhou-me na passagem do ano. Sentou-se na cama dura e ficou alisando minha testa.

Comecei a chorar e ela me abraçou.

Estava mais frágil que casca de ovo.

Um dia uma psicóloga me visitou. Conversamos sobre minha recuperação mental e física. Ela contou detalhes do acidente e conversamos sobre os próximos passos fora do hospital. Terei que andar de muletas e fazer fisioterapia, afinal pinos de aço foram instalados em minha perna esquerda.

A psicóloga voltou a me visitar depois que eu comentei sobre pular da janela do hospital se minha mãe morresse. O resultado da sua biopsia tinha saído na semana anterior.

Foi confirmado câncer no colo do útero, o que irá obrigá-la a fazer nova cirurgia para remover o útero. Eu queria esganar o médico que fez a primeira cirurgia.

Ele havia afirmado que tudo sairia bem. Eu culpava tudo e a todos pela minha situação, até mesmo Deus eu xingava, mesmo sem acreditar na sua existência.

Para piorar, ouvi dizer que Liliana teve um desmaio repentino. Uma tomografia computadorizada acusou um coágulo em seu cérebro, que poderia ser ou não resultado da colisão. Eu não tinha dúvidas que foi conseqüência do acidente, e que fora, portanto, minha culpa.

Fiz uma retrospectiva dos meus sonhos futurísticos e cheguei à conclusão que tive visões do acidente que aconteceu. Nesses sonhos, Liliana se contorcia em ferragens.

Mas tudo poderia não passar de um déjà vu, ou algo construído pela minha mente: naqueles dias do hospital em que a realidade e a inconsciência eram separadas por uma linha tênue, eu conseguia ir mais fundo em meu subconsciente, como se passasse por um período de meditação física e espiritual intensa. 


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