Na Paz Do Seu Sorriso escrita por judy harrison


Capítulo 5
Eternamente


Notas iniciais do capítulo

Amanda agora era uma rosa perfumada e Bob seu colibri. E não importava o mundo lá fora, não naquele momento.



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Sem mais escolha, Peter foi ao cartório e fez o que prometeu.
Bob confirmou que Amanda não estava mais casada, e disse a Peter que seu segredo sujo continuaria guardado.
Então, quando ele entrou em seu carro reparou que Amanda estava escondida no banco de trás.
_ Amanda, menina peralta! - disse admirado O que faz aí?
_ Peter já foi?
_ Sim! Mas...
Amanda saiu e se jogou nos braços de Bob, sorrindo.
_ Oh, Bob! Obrigada por me livrar da dívida!
Bob sentia o perfume dela, e sua pele roçando seu rosto.
Estava surpreso, pois já tentava se acostumar com sua ausência.
_ Está tudo bem, Amanda. fez com que ela se sentasse no banco da carona Eu preciso voltar para minha cidade! Quer que eu a leve até seus pais?
Ele precisou de forças para não dizer que quase desistiu de perdê-la diante de Peter, e que agora podia voltar atrás com a ideia de mantê-la ao seu lado.
Mas Bob não podia.
Amanda, porém ainda não estava convencida de que ele a deixaria.
_ Não, eu quero voltar com você, Bob! Eu prometo trabalhar e nem mesmo olhar para você! - falava com insistência.
Ele sorriu.
_ Amanda, não é essa a razão de você não poder ir! - mas ela desatou em prantos, então ele decidiu leva-la a um lugar onde pudessem conversar.
Ainda naquela cidade Bob escolheu um hotel de luxo para passarem o dia e almoçar.
Amanda estava contente num lugar tão bonito e na companhia de Bob. Havia uma banheira de hidromassagem em formato de coração com fundo vermelho, e o quarto estava repleto de arranjos de flores, rosas e petúnias coloridas.
_ Que cheiro gostoso! - ela disse se exaltando.
Bob apenas observava e ria, sentado na poltrona, enquanto ela brincava com tudo que o ambiente oferecia.
_ Você parece uma criancinha em um parque de diversões.
_ Mas isso é divertido, Bob! - ela falava e cheirava as rosas andando de um lado para outro Eu poderia morar aqui!
_ Sabe qual é a diversão de quem vem aqui..., não sabe?
Ele perguntou, mas não como uma sugestão. Queria saber se ela não era ingênua demais, pois suas estripulias foram ao extremo de jogar flores para todos os lados do quarto.
_ Sei! Mas nós viemos para comer, não é?
_ É claro. E para conversar. Amanda, por favor, desligue esse aparelhinho e sente-se aqui.
Ela segurava um vibrador de borracha esférico, que pulava ao ser colocado numa superfície plana, e pediu:
_ Vamos almoçar? Estou com fome.
Ele concordou. Estava com seus nervos esmiuçados pela presença de Amanda, e por ter que deixa-la.
Depois de comerem, Amanda quis nadar na piscina, mas Bob não permitiu.
_ Amanda, não podemos mais adiar nossa conversa! Preciso ir embora e cuidar do escritório.
Então ela fechou seu semblante e sentou-se triste na beira da cama.
_ Eu não quero ficar aqui, Bob. Quero ir embora com você! Eu quero ficar com você!
_ Não diga isso, Amanda! É exatamente o que eu... eu gostaria, mas não podemos. Somos de idade muito diferente, e... Talvez você encontre rapazes jovens e...
_ Não! - insistiu - Eu quero você! Eu sei que é 27 anos mais velho, mas você não é velho! E mesmo que fosse... - ela se aproximou e se abaixou, segurando as mãos de Bob Eu não me interessei por rapazes que vieram a minha procura no orfanato, por que eu não amava ninguém! Mas quando vi você pela primeira vez, quando não conseguiu falar em português comigo, - Bob sorria, mas estava triste também - naquele momento meu coração disse: É ele, quem eu esperei até agora, o meu sonho de menina. Você está aqui, e eu não quero te perder, Bob!
Bob a abraçou, e começou a beijá-la, era forte demais pra ele suportar aquela pressão, mas ele não podia iludir Amanda e nem se iludir também.
Com seu coração disparado e o sangue fervendo, ele tinha que dizer a ela, com severidade e como última palavra.
_ Amanda, eu quero ficar com você aqui e agora, mas eu não posso te levar comigo! Está me torturando e eu não consigo mais pensar direito! - ele a colocou na cama e pediu - Por favor, me diga que se for apenas por esse momento você não permite que eu toque em você, e então eu vou embora.
Ela estava triste, mas, como o amava!
_ Só esta vez? - seus olhos emitiram uma lágrima solitária, era um sinal de que ela enfim entendeu que não havia mais chance de voltar atrás. Mas entendia também que se o deixasse ir sem provar de seu amor, a dor seria ainda maior.
_ Sim! - ele estava ofegante Se disser que não, eu vou entender, minha criança, por que não quero lhe fazer mal!
_ Eu não sou mais criança, Bob!
Ela então o puxou para si e ele caiu em cima dela, não hesitou em tirar-lhe a roupa, peça por peça, enquanto ela, entregue a sua paixão respirava em descompasso.
_ Vou te possuir, e te fazer mulher!
Ao juntar seu corpo ao dela Bob sentiu um calafrio, e ao mesmo tempo excitação. Amanda era uma mulher, de fato, e se deixou amar como sonhou, pelo homem que amava.
Mesmo com sua consciência o acusando a todo o momento, Bob não queria parar, Amanda era quente e fogosa, pedia por mais e não se cansava.
Quando, enfim, estavam exaustos e saciados um do outro, tomaram um banho e se deitaram para descansar.
Deitada sobre o peito de Bob, Amanda agora sentia um coração batendo com calma, enquanto ele acariciava seus cabelos.
_ Sabe o que não entendi ainda? ele perguntou.
_ O quê?
_ Como foi que você entrou no carro sem que eu visse.
_ Você deixou a porta do carona aberta, quando eu fugi.
_ Ah, sim. E... Como é que Peter chamava você de Amanda se sabe seu nome verdadeiro?
_ Foi ele quem fez os documentos. Ele me disse que precisava de me emancipar e me dar outro nome, e escolheu Amanda.
_ Entendo. Era para usar em suas falcatruas.
_ Por sorte, eu levei assim que ficou pronto. - ficou em silêncio por um instante - Foi a única coisa boa que ele me deu.
Ele se posicionou para olhar em seus olhos.
_ Não foi ele que ensinou você a falar inglês tão bem?
_ Não! sorriu Eu aprendi com um casal que ia me adotar pra me levar para a Inglaterra. Black Bird Leys era a cidade.
_ Em Oxford? perguntou surpreso Eu conheço!
Amanda se lembrava com carinho da mulher que a ensinava com paciência e firmeza.
_ Eu tinha cinco anos. Infelizmente a adoção não foi aprovada, mas eu continuei a estudar.
_ Ela lhe fez um grande bem. Você fala quase com perfeição.
_ Peter fala inglês por que já morou nos Estados Unidos.
_ Sei. Eu o reconheci logo que ouvi sua voz.
_ Como? -ela se sentou - Já o conhecia?
_ Sim. Por isso ele assinou a anulação, por medo.
Ele então se levantou e se vestiu, pediu que ela fizesse o mesmo.
_ Aonde vai me deixar?
_ Vou levar você até a casa de seus pais.
_ E se Peter voltar, se quiser o terreno? - parecia uma última tentativa de convencê-lo.
Bob a abraçou e contemplou seus olhos por um instante.
Amanda era tão bonita, mas tão jovem!
_ Ele não vai. Explicarei isso aos seus pais. Mas se ele se aproximar de você, diga que vai chamar a polícia e ele sairá logo.
Depois de um longo beijo, Bob levou Amanda até o orfanato.
Era um local desativado. Moravam apenas os velhos e Amanda. Bob entrou com ela, e depois dos cumprimentos explicou rapidamente a situação do terreno.
Feliz, o casal agradeceu a Bob por livrar Amanda das mãos de Peter.
Quando se despediu deles, ele pediu que Amanda o acompanhasse até o carro.
Amanda ficou sem palavras quando Bob lhe deu uma quantia em dinheiro.
_ Aí tem sessenta milhões de cruzeiros. Quero que use com sabedoria, para ajudar sua mãe e comprar remédios para o seu pai. E guarde um pouco no banco para você. Faça o que bem entender. É seu!
Amanda o abraçou e chorou.
_ Eu daria mil vezes mais do que isso se pudesse ficar com você, Bob!
_ Eu também, meu amor!
_ Bob, não se esqueça de mim! -ele secava seus olhos inutilmente - Se um dia quiser, eu estarei te esperando!
_ Siga sua vida, mesmo que não seja comigo! Prometa isso pra mim, Amanda!
Ela o encarou e Bob também estava chorando.
_ Prometo!
_ Você foi a coisa mais linda que apareceu na minha vida e eu sempre vou te amar, minha Amanda! Obrigado por me mostrar que a felicidade ainda existe.
Mesmo entre prantos eles se beijaram pela última vez.
Bob entrou no carro e foi embora.
Amanda chorou muito, em seu quarto.
Quanto a Bob, seguia de volta para sua vida sem a luz e o calor de Amanda. Suas lágrimas, e uma canção no toca-fitas eram testemunhas de sua dor agora...


Eu me lembrarei por toda a vida
A chuva, fria como gelo
Sombras de um homem
Um rosto através da janela
Chorando na noite
A noite continua
Manhã, apenas outro dia
Pessoas felizes cruzando meu caminho
Olho em seus olhos
Vejo uma lembrança
Eu nunca percebi
O quanto você me fez feliz, Amanda
Você veio e deu sem nada pedir
Mas eu te mandei embora, Amanda
Você me beijou e me fez parar de tremer
E eu preciso de você hoje, Amanda
Parado no limite do tempo
Fui embora quando o amor era meu
Pego num mundo de subidas
As lágrimas estão na minha mente
E nada está rimando, Amanda
Ontem é um sonho
Encaro a manhã
Chorando numa brisa
A dor esta chamando, oh Amanda...
(Mandy - Barry Manilow)

(CONTINUA...)





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Notas finais do capítulo

Quando o amor é verdadeiro não existe ponto final. Bob e Amanda ainda se encontrariam novamente.



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