Na Paz Do Seu Sorriso escrita por judy harrison


Capítulo 2
Explosão de sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Em meio aos fogos de artifícios Bob e Amanda se descobriram. Mas o segredo de Amanda estava prestes a ser revelado.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191651/chapter/2

Naquela noite, Roger esperava ansioso por Amanda. Havia pedido que um taxi a buscasse. E quando ela chegou, ele já a esperava na frente da casa.
_ Puxa, Roger, que casa linda.
Naquela época as pessoas costumavam imitar a arquitetura americana ainda restrita a poucos por causa da ousadia e do valor. Mas a casa da família Starkey era típica dos ingleses, com fachada monumental e em seu interior com colunas e entradas amplas. No quintal havia um campo onde se via um pequeno lago de água límpida ao fundo. Mas ao lado das três casas, a piscina construída em um banco de terra era o detalhe americano que trazia aquela verdadeira mansão ao presente.
Porém havia uma coisa que Amanda avistou e que colocava abaixo toda a graça daquela fortaleza. Bob estava sozinho em uma das mesas que foram preparadas para os convidados, na extensão do alpendre. Varias pessoas conversavam ali entre si, mas ele bebia um refrigerante, olhando para o jardim que ficava bem junto à cerca.
A verdade era que todos conheciam o temperamento de Nancy. Então o deixavam de lado.
Ao lado de Roger, Amanda só podia olhar também. Queria estar lá para tirar dele um sorriso e fazê-lo falar o que sentia.
_ Ele está esperando por Nancy.
Roger disse percebendo o quanto ela olhava para seu irmão.
_ Ah, sim. Eu... achei estranho ele estar sozinho.
_ Vamos falar com ele.
Abraçado a ela Roger se aproximou de Bob.
_ Bob, nossa convidada de honra está aqui.
Então ela viu seu sorriso como almejou.
Eu te amo tanto! Era o que ela queria dizer.
_ Olá, Bob! Feliz Natal!
Ela estendeu a mão.
Bob a cumprimentou receoso, mas ela entendia o motivo.
_ Happy Christmas! ele respondeu.
Então ele fechou seu semblante e Roger a afastou, pois já sabia que atrás deles um furacão estava chegando.
_ Como ele consegue se divertir assim?
Ela perguntava enquanto os dois andavam pelo campo.
_ Bob e ela estão casados há cinco anos, e ele se diverte com agente, quando ela não está entre nós, e quando ela não destrói o dia dele.
_ Ele nunca sai sozinho de casa, pra se distrair?
_ Se ele faz isso ela diz que ele está com outra mulher. E desde que se conheceram, ele nunca sequer olhou para outra...
Roger se lembrou de uma primeira vez que viu brilharem os olhos de Bob, quando viu Amanda no primeiro dia como sua secretária particular, em frente o prédio. Mas ele não queria dizer, pois percebeu também a forma com que ela olhava para Bob o tempo todo.
A hora de servir a ceia chegou.
E até a meia noite todos estavam em uma grande algazarra divertida em que John era o animador. E quando chegou a meia noite uma queima de fogos iluminou o céu.
Foi um lindo show de luzes que encantou a todos.
Mas em um momento especial, enquanto todas as atenções estavam para o céu, havia dois olhares cruzados. Amanda achou Bob a quinze metros dela e sorriu pra ele, e ele então descobriu que seu flerte não era comum. Ela abaixou os olhos e olhou novamente e ele sorriu também. Foi quando o coração de Bob palpitou de uma forma única, intensa e ele não queria mais parar de olhar pra ela, de sentir seus olhos nos dele, e ele só a deixou quando os fogos cessaram.
Mas dentro dos dois uma explosão de sentimentos estava só começando.
Quando a festa acabou e os convidados estavam indo embora, Amanda achou que devia ir também.
Roger decidiu não acompanha-la.
_ Vou pedir que John leve você, está bem?
_ Está tudo bem com você?
_ Sim. ele sabia que Amanda notou sua mudança com ela no decorrer da festa Não se preocupe, é que eu não me sinto bem. Espere um pouco aí que eu vou chama-lo.
Roger saiu e ela não entendia seu desânimo, pois ele mal comeu e bebeu.
Mas, enquanto ela esperava uma pessoa a abordou. Era Nancy, que a observava desde o começo da festa, exceto durante a queima de fogos.
_ Boa noite!
Amanda cumprimentou, mas sem resposta.
_ Você é secretária de Bob ou de Roger?
_ De Bob... E de Roger também.
_ Eu só quero que fique bem claro uma coisa. ela falava bem perto Sou esposa de Bob e odeio que fiquem de gracinhas com ele! Sou capaz de matar a mulher que sequer tentar se engraçar para o lado dele, entendeu bem?
_ Eu estou lá pra trabalhar!
_ É o que todas dizem, mas eu conheço o homem que tenho, e elas não resistem. Tome cuidado!
Nancy saiu depois de estalar seus dedos para ela, como alerta.
Sentindo raiva por não ter respondido à altura, Amanda foi à procura de John, mas não o encontrou, e decidiu ir embora sozinha, pedindo carona a um casal que ia saindo.
No outro dia pela manhã, Nancy e os irmãos tomavam seu café de Natal.
Roger, ainda desanimado perguntou se John levou Amanda para casa.
_ Não! ele respondeu Eu achei que você a tivesse levado.
_ Mas eu pedi que você a levasse, e você concordou! Não se lembra?
_ Sim, mas eu a procurei e não achei em lugar nenhum.
Bob interveio.
_ Roger, não foi você quem a convidou? Por que não a levou?
_ Por que não é da sua conta!
Roger saiu da mesa sem terminar o seu café.
Mas Bob foi atrás.
_ Pelo que percebi, os irmãozinhos estão brigando! disse Nancy com ironia Qual é o motivo?
_ Presenciar uma desavença entre nós já deixa você feliz! Por que precisa saber o motivo? se levantou Saberia se conhecesse a língua do homem que paga suas contas.
Enquanto ele a deixava sozinha ela retrucou.
_ Não desconte em mim, não tenho culpa disso! Ou tenho? - e riu da situação.
Na casa de Roger, Bob queria explicação para aquela atitude.
_ O que foi que deu em você?
_ Não foi nada. Eu só estou com dor de cabeça.
_ Você nem bebeu! Amanda e você brigaram?
_ Por que você quer saber, Bob?
_ Eu quero saber por que me trata assim, Roger! também ficou alterado Você está me tratando com arrogância sem que eu saiba o motivo!
_ Amanda e você estão tendo um caso, Bob?
_ O que? ele ficou admirado com aquela pergunta.
_ Eu vejo como vocês se olham, e ela nem esconde mais que gosta de você!
_ Já é muito pra mim que Nancy me acuse de traição! Agora você? Você me conhece tão bem, Roger!
Ele percebeu que Roger queria chorar.
_ Mas ela gosta de você, isso é certo!
_ Se isso for verdade, que culpa eu tenho? E que pergunta mais estúpida foi essa? Ela é uma menina e eu... Isso não tem cabimento.
_ Não acha estranho que ela goste de você?
_ Isso não pode ser. Ela lhe disse isso?
_ Não, mas eu percebi. Ela só falava em você e não parava de olhar em sua direção.
Ele ficou triste, e agora Bob queria consolá-lo.
_ Eu disse a você que não devia se machucar, Roger! Devia ter conversado com ela e pedido ela em namoro.
_ Você não gosta dela?
_ Está sendo imaturo!
_ Gosta ou não? insistiu.
Bob não queria responder aquilo. Aquela troca de olhares parecia ter dado a ele um novo sentido para sua vida monótona, e ouvindo seu irmão dizer que Amanda gostava dele tinha mais sentido ainda. Mas ele não queria magoá-lo ainda mais.
_ Gosto sim, da maneira que ela trabalha! É a funcionária mais dedicada que conheci até hoje e acho que acertei em contratá-la! E é só isso!
_ Não importa. De qualquer jeito ela não gosta de mim.
_ Vocês estão sempre juntos...
_ Ela me quer como um amigo, e é só.
_ Bem, então por que não a aceita assim? Quem sabe com o tempo as coisas mudem. Agora mesmo você tem uma razão para ir até lá e saber se ela está bem. Faça isso.
Roger o abraçou.
_ Obrigado, Bob, e me desculpe!
_ Sem problemas.
Roger fez o que Bob sugeriu e foi para casa de Amanda.
Ela estava lá e o convidou para entrar.
_ Feliz Natal! ele disse, e os dois se abraçaram Eu vim ver se você está bem. Acho que houve um desencontro entre John e você, não é?
Ambos se sentaram no colchão dela.
_ Acho que sim. Eu sai por que a senhora Starkey me ameaçou.
_ Fala sério? disse surpreso.
_ Disse que eu que tome cuidado pra não me engraçar com Bob, ou vai me matar. Mas eu não tenho medo dela.
_ Vai se aproximar dele mesmo assim?
Ele queria saber se estava certo quanto a achar que ela gostava de Bob.
_ Ele não é pra mim, eu sei. Eu me refiro ao trabalho.
_ E se ele fosse livre, você gostaria dele?
_ Eu não sei, Roger! Por que me pergunta isso? o sorriso em seu rosto ao dizer aquilo provava que ele estava certo.
_ Seu jeito de olhar pra ele, por exemplo.
_ Mas eu respeito meu local de trabalho! Ele é meu patrão e é casado, não posso... fazer nada.
Ele decidiu contar a verdade.
_ Eu gostei de você desde o primeiro dia, sabe? ela então ficou sem graça e abaixou a cabeça Mas eu vi ontem o que já desconfiava. É dele que você gosta. Então achei melhor desistir.
_ Você não me disse nada! ela lamentou.
_ Teria adiantado?
_ Eu gosto de você, Roger...
_ Se disser como amigo, eu vou embora. ela se calou Não precisa dizer por que eu já sei, ok? ele acariciou seu rosto Está tudo bem, só quero que seja sincera.
_ Promete não contar a ele?
_ Sim, prometo.
_ Eu... Eu gosto dele, muito! Mas sei qual é o meu lugar, não quero problemas, não quero perder meu emprego, e não quero ter que enfrentar aquela mulher.
_ Me admiro com sua determinação. Outras não fizeram como você.
_ O que quer dizer?
_ Como no escritório só trabalham mulheres, nós sempre temos esse tipo de problema. Principalmente John, o mais feio de nós.
Ele brincava. John e ele tinham olhos claros e eram muito bonitos. Bob era mais elegante e educado do que bonito, mas atraia as mulheres também.
_ Elas deram problemas? disse sorrindo.
_ Muitos. Você, como disse, sabe se colocar em seu lugar. Mas elas misturavam o trabalho com a vida pessoal, e assim ficava difícil. Sempre acabava mal.
_ Por isso eu estou aqui, em silêncio!
_ Faz bem, mas eu quero ver quanto tempo vai aguentar. Se você gosta dele mesmo, terá que fazer algo por ele, não é?
_ Se ele estivesse separado dela, e... se ele... sentisse o mesmo...
_ Não se importa com a idade dele?
_ Fala como se eu fosse me casar com ele! disse sorrindo.
_ Quem sabe...
Durante a semana que antecedia o ano novo, o escritório ficou fechado. Roger não visitou Amanda, pois queria esquecer a paixão que sentia por ela.
Por outro lado, seu irmão Bob desejava que chegasse logo o dia em que ela estaria no escritório obedecendo a suas ordens com esmero e dedicação. Já sabia o que ela sentia, disse aos irmãos que nunca se aproximaria de uma moça tão mais jovem que ele, mas não disse que também estava apaixonado.
No domingo, Amanda recebeu a visita de John.
_ Como vai, John?
_ Bem, Amanda! E você?
John e Amanda nunca conversaram um com outro por falta de oportunidade, e vê-lo em sua casa, deixava Amanda encabulada. Por sorte, ela havia providenciado uma cadeira com blocos e um cobertor por cima para quando Roger voltasse. Mas John sentou-se lá.
_ Não repare, eu não comprei nada ainda.
_ Não se preocupe, Roger me falou.
_ Como ele está?
_ Bem! Mandou-lhe um abraço.
_ Obrigada. - não se atrevia em perguntar por Bob. Sentia vergonha de John, mas ele era simpático como os irmãos, e o mais bonito deles.
_ Amanda, eu estou aqui por um motivo sério. Só Roger sabe que vim, mas nem ele sabe do que vou lhe falar. ela ficou atenta, pensava que se tratava do trabalho.
_ Sim, pode falar.
_ Os documentos que você apresentou... são falsos, todos eles. ela ficou totalmente desconsertada, mas ele falava com tranquilidade Eu não quero julgar você, não estou aqui pra isso, mas entenda que você está em minha empresa, perto dos meus irmãos. Eu preciso saber quem você é de verdade, se tem alguma intenção oculta.
Amanda começou a chorar, mas tentou não se descontrolar. Precisava pensar no que dizer, mas sabia que se dissesse a verdade, seria demitida e tudo acabaria ali.
Mas, como mentir pra John? Ele a pressionava com seu jeito sério de esperar pela resposta, e ela o respeitava.
_ John, por favor, não conte a eles!
_ Não é essa a questão, Amanda. Não contei ainda por que Roger e Bob gostam muito de você, e eu estou querendo conhece-la, não pretendo, como disse, julgar você. É uma questão de segurança. Por que nos enganou?
_ Eu juro que tenho uma grande razão! Mas não posso contar a ninguém!
_ Por quê? Você é fugitiva da polícia?
Ela não aguentava mais.
_ Não, de meu... marido!
Ele ficou admirado, mas queria saber mais.
_ Cometeu algum delito?
_ Só com ele! Eu não sou criminosa. A polícia não está atrás de mim. É um problema pessoal.
_ E por que os documentos falsos?
_ Não quero que ele me ache! - ele suspirou, queria acreditar nela Eu não sou nada além do que mostrei ser, John! E... se um dia eu tiver que contar, eu mesma conto a ele!
_ A Roger?
_ Bob! Se ele souber vai me odiar!
Seu choro ficou mais intenso.
_ Tudo bem, Amanda, pare de chorar. Não vou contar a ele.
Ela foi ao banheiro e lavou seu rosto. E quando voltou, John estava em pé.
_ Amanda, eu só quero lhe pedir uma coisa. Eles gostam muito de você, e eu também gosto. Quando estiver pronta, conte a verdade, pois nenhuma relação é sólida se for baseada em mentiras. Pense nisso, está bem?
Ele beijou sua mão e foi embora. Amanda estava exausta de medo. Não podia imaginar-se contando a verdade a Bob e não ser hostilizada por ele.
Começou a se lembrar de Peter, seu marido que a aprisionou em sua própria casa e ela precisou fugir.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Na Paz Do Seu Sorriso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.