Ironias do Amor escrita por Tortuguita


Capítulo 12
Let's Party


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer por todo o apoio de vocês! Obrigada de coração mesmo.

Lembrando que se você deixou algum capitulo para trás sem comentar seja bonzinho volte lá e deixe um "♥", ta bom?
Boa leitura ;D



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Emily Sanders

A melodia tocava em um volume ensurdecedor. O salão gigantesco estava quase totalmente preenchido, os rostos conhecidos que eu identificava uma vez ou outra era mais uma das evidências que a faculdade inteira estava ali dentro.

Observei mais uma vez o que ocorria ao redor e praguejei por não estar me divertindo tanto quando esperava. Em volta da mesma mesa onde eu estava escorada, se encontrava uma Melanie sorridente, Julia, Ricardo e Jean, os últimos três tão entediados quanto eu.

Os dois garotos bebiam alguma coisa que não fiz questão de averiguar o que era e conversavam sobre algo totalmente desinteressante.

Meus pés começaram a latejar, não apenas por estar em pé e colocando todo meu peso em cima daquele salto alto, mas por estar tanto tempo parada na mesma posição. Joguei-me na cadeira vazia entre Melanie e Julia.

– Que saco, eu quero dançar. – Reclamei.

– Por que você não comprou uma máscara? Se não assustasse os garotos com essa sua cara, talvez alguém te chamasse para dançar. – Não preciso dizer quem foi o imbecil que abriu a boca para dizer aquilo, certo?

– Não enche o meu saco. – Estranhamente me senti mal com aquele comentário maldoso de Ricardo, não por achar que realmente ninguém me chamaria, – já tinha notado alguns olhares sobre mim –, mas de alguma forma me incomodou, mas eu mantive meu olhar indiferente como o de costume.

Meu estomago deu uma volta quando o fã clube atravessou a porta principal, como já era de se esperar, Diana liderava o bando de bruacas. Não pude deixar de reparar o quanto ela se superou hoje, estava vestida de forma ainda mais vulgar do que aquilo que eu achei que conseguisse.

Os olhos das garotas revistaram todo o salão, caindo primeiro sobre um grupo de garotos que estavam parados perto da porta, elas sorriram e algumas balançaram o cabelo, seguiram o mesmo processo por mais alguns garotos e por fim seus olhos caíram sobre Jean e Ricardo na nossa mesa. Naquele momento soube exatamente o que o sorriso delas me lembrava: Um aglomerado de hienas em noite de caça.

– Oi! – Ouvi uma voz em meu ouvido se sobrepondo a música alta e aos pensamentos sobre as garotas. Girei o corpo para encarar um garoto loiro muito bonito, parado ao meu lado. – Quer dançar? – Questionou com um sorriso sedutor.

Dançar com ele seria uma das melhores coisas que poderia fazer naquela noite, mas eu já tinha perdido a vontade de dançar, sem contar que precisava defender meu território.

– Ah, eu estou um pouco cansada, mas acho que a Mel estava querendo dançar. – Cutuquei a garota ao meu lado que conversava distraidamente com Jean. – Não é? – Ela me encarou e em seguida ao garoto. Fiz um aceno significativo e ela se levantou sorrindo. O garoto estendeu um dos braços a ela e seguiram para a pista de dança.

– Já viu? – Julia me encarou sem entender e eu acenei para um canto do salão. – O fã clube chegou.

Os três encararam as garotas.

– A Clary está muito gata hoje. – A frase de Jean era acompanhada por um sorriso canalha. Clary era uma das torcedoras, amiga de Diana.

Ricardo riu do comentário do amigo enquanto revirava os olhos. Percebi que Julia murmurou algo a respeito das garotas também, mas não defini exatamente o que foi.

– Vamos dançar. – Ricardo levantou da cadeira e eu tive a sensação de que ele estava falando comigo, mas ignorei. – Anda Emily, não tenho a noite toda a sua disposição.

– O que? – Permaneci sentada, coberta por minha expressão de perplexidade. – Eu acabei de dizer que não queria dançar, e um detalhe importante: para um garoto bem mais bonito que você. Não vou a lugar nenhum. – Qualquer garota saberia que aquilo era uma tremenda mentira, e que o garoto, por mais bonito que fosse, não chegava nem aos pés de Ricardo, mas ele não era uma garota e consequentemente não sabia disso. Pela expressão dele meu comentário pareceu afetar, mas em questão de segundos ele desapareceu com as evidências.

– Não foi um pedido, – entendi instantaneamente o que ele quis dizer, – te dou três segundos para levantar dai.

– Quer saber? – A raiva me consumiu. – Pega essa porcaria de papel e mostra para quem você quiser, pouco me importa! – Gritei para que minha voz ultrapassasse o som da musica e chegasse até ele. O moreno ergueu as sobrancelhas. Julia e Jean nos encaravam como se a discussão fosse muito interessante.

Fingi total indiferença enquanto Ricardo me analisava, achei que com meu ataque e a apatia sobre o assunto, ele finalmente iria desistir de me chantagear. Resultado: Me ferrei, mais uma vez.

– Tudo bem, vou pedir ao cara que está no som para ler isso. – Ele virou dando dois passos em direção à cabine, esses movimentos demoraram tempo suficiente para que a frase me atingisse, ele estava dando o terceiro passo quando entrei em desespero, no quarto eu já tinha voado atrás dele.

– Para! – Repeti enquanto bloqueava seu caminho, ele não desmanchou sua expressão confortável e indiferente. – Eu danço com você.

– Não quero mais. – Ele sorriu vendo meu desespero aumentar.

– Ricardo, é serio. – Eu ralhei, mas ainda estava preocupada com a sua decisão. A faculdade inteira estava ali, ler aquele papel seria a desgraça completa.

Relaxei quando senti meu corpo ser puxado na direção oposta a da cabine. Paramos no meio da pista de dança e no exato momento em que o encarei, tive certeza que seria o maior erro da minha vida fazer aquilo. Era tentação demais para uma Emily só e eu não podia me dar ao luxo de ceder aos caprichos de um garoto mimado como ele. Eu não seria mais uma.

Meus pensamentos sumiram quando ele deslizou uma de suas mãos por minhas costas, uma corrente elétrica me atingiu percorrendo toda a espinha lentamente. Eu vou passar mal.

Levantei uma de minhas mãos e a mantive no ar, incerta de onde a colocar. Era constrangedor estar ali, nos braços do irmão gato da sua melhor amiga. Meus poros reclamaram quando a pele quente de uma das mãos dele tomou a minha a levando até a lateral de seu pescoço.

Ricardo aproximou nossos corpos e me levou ao som da música melancólica, eu tentei a todo custo decorar cada nota que soava pelo salão, na intenção de desviar minha atenção dele e do cheiro intenso de perfume masculino que emanava de seu corpo. Cada respiração que se seguia me deixava mais tonta, e eu tinha certeza que meu coração batia muito mais rápido que o normal.

Mas que merda, não é como se eu nunca tivesse me aproximado de outros garotos. Como o ser humano pode ser tão sem noção? Eu em especial. Um rosto bonito e tudo se transforma em eletricidade, corações e fogos de artifício. Arranje-me uma arma e eu vou explodir cada borboleta dentro da minha barriga agora mesmo.

– Vai passar a música toda olhando para o chão? – Por que ele disse isso tão perto do meu ouvido? Todo o meu corpo se pôs em alerta e eu defensivamente me afastei um pouco dele, mas permaneci com uma de minhas mãos em seu ombro. As duas armas azuis hipnotizadoras que ele tinha no rosto estavam focadas em meus humildes olhos verdes. Perante o contato visual formado ele desviou os olhos para minha mão em seu ombro e seguiu um percurso pelo meu braço nu, eu também o fiz e cheguei à mesma conclusão que ele: Eu estava toda arrepiada e definitivamente não era de frio, estava muito calor ali dentro para dar essa desculpa a ele ou a mim. Senti meu rosto esquentar, relutante o encarei novamente e tive certeza que eu estava ficando vermelha perante o sorriso torto que surgia nos lábios convidativos.

– Você me odeia, mas não pode negar, – o sorriso não abandonou seu rosto, – seu corpo reage.

– Eu odeio isso também. – Murmurei envergonhada, encarando novamente o chão.

– Isso o que?

– Não conseguir evitar. Reagir. – Afastei-me ainda mais dele. – Já dancei com você, agora vou ficar com as meninas.

Voltei para a mesa, Mel também já estava lá. Ricardo veio atrás de mim, mas depois foi com Jean para o bar em uma das extremidades do salão, de longe vi que Mateus, Tiago e algumas garotas se juntaram a eles.

Melanie em um de seus ataques de animo arrastou Julia e eu para a pista de dança, em questão de segundos nós duas já estávamos tão animadas quanto ela, dançando ao som da música. Quando não aguentávamos mais dançar voltamos para nosso cantinho, nos deliciando com algumas bebidas inapropriadas e perigosas. Coca-cola e Guaraná. Ah, qual é? Dá muita celulite, isso faz delas inapropriadas e perigosas.

Depois de algum tempo os quatro também voltaram para a mesa e eu passei o resto da noite me dedicando a rir das coisas idiotas que Jean dizia e evitando olhar para Ricardo, sem obter sucesso na maior parte das tentativas.


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Notas finais do capítulo

Pergunta do capítulo: Querido leitor, qual foi o ultimo livro que você leu?