Havia duas semanas e alguns dias que Ron havia partido em uma missão com Harry, duas semanas e dias sem noticia alguma sobre eles. Não preciso dizer que Ginny e eu estávamos a beira da loucura, não é?

Como era sábado, não fomos trabalhar e demos graças a isso. Então nos colocamos a arrumar o quarto, afinal trabalhando a maior parte do tempo, e aguentando a saudade o restante do tempo, tudo estava uma bagunça.

_ Olha o que eu achei aqui – disse levantando a blusa de Ron que eu usei na noite em que tive pesadelo –

_ Acho melhor você devolver no quarto deles – Ginny sorriu –

_ Ah, ele não vai sentir falta – nós rimos e continuamos a vasculhar as coisas –

Já estávamos fazia algum tempo em meio a arrumação quando Molly e Arthur sobem as escadas correndo, desesperados. Gritando nossos nomes, vamos até a porta, onde encontramos o casal ofegante.

_ O que foi? – nós perguntamos assustadas perante a situação em que eles estavam –

_ Ron... e... – Molly ofegava – Harry... Eles voltaram...

_ O que? – Ginny gritou e se preparou para descer as escadas velozmente, mas ouviu o grito de sua mãe a fazendo parar –

_ Eles não estão aqui – ela disse após respirar –

_ E onde estão? – perguntei desesperada, o pior passava na minha cabeça – Não me diga que eles estão no St. Mungus. – eu disse desesperada –

Um silencio incomodo perpassou e dominou o cômodo, Ginny e eu mesma não atrevíamos a falar nada, o nervosismo que nos dominou por duas semanas e alguns dias voltou a tona com tudo. Molly e Arthur trocaram alguns olhares cumplices, e então Arthur se aproximou de nós.

_ Olha, eles se machucaram um pouco, mas não foi preciso eles irem para o St. Mungus, eles só foram até o ministério, terão que ficar algumas horas a mais no escritório. Eles prenderam muitos comensais que estavam ameaçando uma cidade da região.  – ele disse calmo nos olhando –

A sensação de alivio dominou meu corpo por completo. Eu estava leve agora. Troquei um olhar cumplice com Ginny e entramos novamente no quarto, deixando meus lindos sogros completamente confusos.

_ Nos vamos lá, não é? – Ginny perguntou me olhando, ancorada na porta –

_ Ainda pergunta? – eu disse revirando a gaveta que era minha, procurando uma roupa –

Vesti uma blusa grossa preta, afinal o inverno chegou com força total esse ano, umas botas de couro e uma calça de moletom rosa, deixei meu cabelo ao natural e coloquei um gorro. Ginny colocou uma blusa de moletom verde-musgo com duas garras delineadas em dourado e preto, seu uniforme das Holyhead Harpies, uma calça branca e uma bota de camurça cinza. Seu cabelo ruivo estava preso em um rabo, e ele usava um toca preta e rosa.

_ Vamos? – sorri para ela e ela assentiu com a cabeça –

Descemos as escadas correndo, não ligando para os gritos histéricos de Molly, ou de Arthur, e aparatamos até a entrada do ministério. Entramos rapidamente e seguimos até a central de aurores.

_ Seamus... – disse baixo passando pela divisória dele – Dean... Kevin... Mulek... Harry... – Ginny ficou ali mesmo, com seu namorado e eu segui até a próxima divisória – Ronald.., - eu disse suavemente vendo o homem de cabelos ruivos com a cabeça apoiada na mesa, aparentemente dormindo –

Me aproximei calmamente, mexendo em seu cabelo espeço, e acariciando seu rosto. Sussurrei seu nome algumas vezes, mas nada do garoto acordar.

_ Ron? – eu falei mais alto – Acorda seu preguiçoso – eu dei um tapa nas costas dele e ele pulou da cadeira –

_ Esse é o jeito que eu quero acordar todos os dias quando nos casarmos, sabia? – ele disse irônico e então rimos – Eu estava com saudade, e AII – ele gritou –

_ Eu também estava com saudades – eu o abracei demoradamente – e por que AII?

_ Eu sai com alguns arranhões – ele sorriu – E você me bateu, senhora delicadeza – ele me abraçou forte –

_ Ah desculpa – eu sorri – Eu quase morri de saudades de você.

_ E eu quase morri de preocupação, esses dias um comensal disse que ia atrás de você, e sumiu alguns dias. Ainda não o pegamos. Mas estamos lutando para conseguir, enquanto isso você só sai acompanhada, entendeu?

_ Nossa... Mas por que tudo isso? Eu... – eu comecei mas ele se aproximou e eu vi a preocupação no rosto dele –

_ Você entendeu, Hermione? – ele disse serio, uma voz que eu realmente me assustei, eu apenas assenti com a cabeça – Vamos para casa? – sua expressão se suavizou e ele sorriu –

_ Claro – eu sorri –

_ Hey casal – Ginny e Harry apareceram –

_ Maninho – eu abracei Harry fortemente –

_ Maninha, esse louco queria voltar logo para te vigiar – Harry apontou para Ron e eles riram –

_ Eu tenho que proteger minha menina – Ron deu de ombros me abraçando –

_ Vamos no três vassouras? – Ginny perguntou nos olhando –

_ Acho uma boa – Ron disse –

_ Claro – eu sorri –

Saímos e fomos até um beco onde pudéssemos aparatar sem ser notados. Harry e Ginny aparataram antes. Ron porem me segurou antes que eu pudesse ir, ele me olhou com suas orbes cor de céu, e eu me arrepiei.

_ Deixa eu aproveitar um pouco você antes de ir – ele me abraçou fortemente, e após se afastar aproximou nossos rostos, me dando um beijo calmo e cheio de paixão, e com uma pitada de saudade –

 _ Eu gostei disso – eu disse quando o ar voltou após o beijo –

Após o primeiro beijo depois de duas semanas e alguns dias aparatamos até o três vassouras, a neve dominava o perímetro que se via. Entramos no bar que se encontrava lotado no momento. Harry e Ginny estavam sentados em uma mesa próxima a uma das janelas, conversando sem palavras, se é que me entendem, em meio a beijos.

_ Olá casal – Rony disse se aproximando deles –

_ Ah, vocês sumiram, nós nos preocupamos – Ginny disse se separando de Harry –

_ Percebi – respondi rindo – Tava nos procurando na boca do Harry?

_ Sim – ela deu de ombros e Ron chegou com duas cervejas amanteigadas –

_ Nos contem da missão – Ginny disse bebendo da sua cerveja amanteigada –

_ Bom – Harry começou – Esse ai, levou uma bela surra no primeiro dia – ele apontou para Ron que já possuía as orelhas vermelhas –

_ Ah, não coloca a culpa em mim – Ron se justificou – Aquele cara falou da Mione, e isso eu não deixo – ele rosnou me abraçando, eu apenas sorri –

_ Mas ficar caído no chão, quase inconsciente, isso já é exagero. – Harry sorriu e eu apenas troquei um olhar nervoso com Ginny –

_ O sonho – ela sussurrou –

_ Sonho? – Harry perguntou –

_ Eu, bem, sonhei com uma cena assim – eu justifiquei –

_ Serio? Quando? – Ron perguntou –

_ Na noite que vocês saíram – eu respondi –

_ Ah, talvez isso foi uma premonição, Mione? – Harry disse –

_ Você sabe que eu não acredito nessas coisas – eu respondi o olhando –

_ Trelawney – nós quatro dissemos juntos fazendo caretas, antes de cair na gargalhada –

Nós continuamos conversando, coisas sem sentido na maioria das vezes. Até que duas figuras entrando no aposento me chamaram atenção. Uma garota alta, com seus longos cabelos loiros, e seus olhos verdes inesquecíveis, denunciaram que ela era nossa querida Sophie, mas com ela uma figura que não gostaria de ver tão cedo. O garoto que a acompanhava era moreno, maior que a mesma, a pele de marfim e os olhos de esmeralda, Taylor, eles falavam alto, em uma língua estranha a nos, diria que era português.

_ ... Sua idiota – Taylor gritou e nós os olhamos – É eu vim te buscar aqui – ele abaixou o tom de voz – Nós voltaremos ao Brasil e não importa o que você vai dizer.

_ Eu não vou – ela disse mostrando um lado da Sophie que nunca conhecemos, o lado decidido – Eu estou no meio do ano letivo, não vou voltar a aquela escola.

_ Eu estou mandando Sophie Fox Webber. – ele disse – Nossa avó me expulsou da casa dela, e você é minha irmã tem que voltar comigo.

_ Ela expulsou você, e não a nós, e eu fico muito bem com a avó. – ela respondeu se levantando e indo ao banheiro que estava próximo de nós –

_ Não era ele? – Harry sussurrou para Ron, mas chamou minha atenção mesmo assim –

_ Que falou aquelas coisas e fugiu? – Ron respondeu no mesmo tom –

_ Sim – Harry disse – Nós devíamos prende-lo.

_ E fazer a Sophie passar vergonha? – eu disse os olhando –

_ Mas ele se tornou um comensal, ou pelo menos ele deseja isso – Ron disse me olhando – E ele ameaçou ir atrás de você, novamente.

_ Eu sei me cuidar, e logo vocês conseguiram pegá-lo. – eu disse dando fim ao assunto –

_ Vamos para a casa? Antes que dê confusão – Ginny disse se levantando –

_ Sim, mas eu preciso ir ao banheiro – eu disse –

Eu nem esperei Ron mandar que Ginny fosse comigo, e corri para o banheiro. Observei meu rosto no espelho antigo que havia lá, e então, lavei minhas mãos e meu rosto rapidamente. Quando estava pronta a sair do aposento, observo uma figura surgir atrás de mim, em uma parte manchada do espelho estava o rosto da pessoa.

_ Achei que seu namoradinho fosse mais esperto – ouvi uma voz carregada de desdém atrás de mim, aquela voz que eu não esqueceria tão cedo – Eu havia avisado a ele que viria atrás de você e ele deixa você vir até o banheiro de um bar onde eu também estou, sozinha?

_ O que você quer aqui? Não viu que esse é o banheiro feminino? – eu disse firme com a varinha em punhos –

_ Ah, eu te vi chegando aqui, e sabe não resisti – ele sorria friamente me encarando – Agradeceria se abaixasse a varinha.

_ Agradeceria se saísse daqui. – respondi com o mesmo tom de voz –

_ Não vai conseguir tão fácil – ele disse se aproximando de mim –

_ Protego – eu sussurrei e uma barreira se formou a minha frente –

_ Sua imunda – ele gritou –

_ Hermione? – ouvi a voz grossa de Ron soou pela porta –

_ Ron, me ajude, é o Taylor, ele tá aqui – eu gritei e escutei um urro do Ron –

Um estrondo abriu a porta, e meu Ronald apareceu, vermelho de raiva, e olhando para Taylor de uma forma mortal. Ele sacou a varinha e acertou em cheio Taylor que acabou acertando a parede e caindo desacordado.

_ Vou leva-lo até o Ministério – Ron disse passando por mim –

_ Não. – eu segurei seu pulso com força e o forcei a se virar para mim – Olha quanta gente tem ai, Ronald. E a Sophie está ai, ela vai ficar constrangida. – ele respirou fundo e me encarou –

_ Mas ele vai atrás de você  novamente – ele disse, seus olhos assumiram um tom negro de raiva –

_ Eu sei me cuidar, e não sairei mais sozinha, eu prometo – eu sorri para ele, o abraçando –

_ Tá, mas se ele for atrás de você, você vai me contar, certo? – ele disse respirando fundo –

_ Sempre – eu sorri e o peguei pela mão – Vamos?

_ Vamos – ele sorriu e saímos do banheiro com muitos olhares sobre nós –

Deixamos o lugar e aparatamos dali até a Toca, onde Molly e Arthur vieram abraçar o filho fortemente.

_ Mãe... – ele resmungou – Eu to sem ar, por favor – Molly entendeu e o soltou rapidamente – Eu preciso de um banho.

Ron subiu rapidamente, acredito que ele estava preocupado por tudo que Taylor fez, mas eu pensava na pobre Sophie. Ela não merecia o irmão que tinha, afinal nem todas as famílias eram como os Weasleys, nem toda família era perfeita como eles. Subi as escadas atrás dele, e eu nunca notei como haviam degraus naquela escada que levava ao quarto dele. Entrei sem bater na porta e me deitei na cama esperando por ele.

_ Achei que tinha educação, mocinha – Ron disse entrando no quarto apenas com uma toalha enrolada na cintura e outra toalha secando os cabelos –

_ Desculpa, me acostumei a entrar aqui durante a noite – eu sorri o olhando – Você ficou nervoso por eu não ter te deixado prender o Taylor? – seu rosto se contorceu em uma careta quando eu citei esse nome –

_ Não – ele respondeu com um fio de voz – Só acho que ele vai vim atrás de você.

_ Eu sei me proteger – eu disse o encarando enquanto ele passava uma poção sobre seus machucados – Deixa que eu passo – eu sorri pegando a poção de suas mãos –

_ Amor – ele disse enquanto sentava em sua cama, e me deixava passar a poção – Eu sei que sabe se proteger, e melhor que muitos aurores que conheço – nos sorrimos – Mas, eu me preocupo com você. – ele suspirou – Eu te amo, e não posso nem imaginar viver sem você. Eu morreria para te salvar.

_ Ownt – eu disse o olhando – Mas eu te prometo amor, quando nós morrermos, o que vai demorar e muito, vai ser ao mesmo tempo, deitados na nossa cama, de mãos dadas. – eu sorri olhando aqueles olhos azuis que me fascinavam –

_ Você é perfeita, sabia? – ele me puxou para perto –

_ Eu te amo – eu sussurrei ficando entre suas pernas –

_ Eu te amo mais – ele riu – Agora, eu preciso dos seus lábios – ele fez cara de criança que quer doce –

_ E o que eu ganho em troca? – eu sorri maliciosa –

_ Tudo que quiser – ele sorriu me apertando, então sem tirar os meus olhos dos seus, eu aproximei nossos rostos, e o beijei –

Os beijos de Ron se tornavam melhores a cada vez que nos beijávamos, eu sempre sentia arrepios quando suas mãos apertam minha cintura, ou em um movimento mais ousado buscam outras partes do meu corpo. Eu agarrava seus fios ruivos, fazendo com que ele se arqueasse em dor.

_ Amor – ele disse após se separar do beijo – Eu preciso de você, e muito. – ele suspirou a ultima palavra –

To be continued...