A Caçadora escrita por TodyWild


Capítulo 5
Noite de Fúria.




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Palidez.

Essa palavra poderia até descrever meu estado de espírito.

Vestida em um longo preto, que eu levei para ocasiões especiais, meu cabelo solto e os lábios com um batom carmim para disfarçar as rachaduras provocadas pela sensação de pânico.

– vai acabar bem. - disse a voz séria do Taylor em quanto descíamos as escadas, ele tentou segurar a minha mão, mas eu não permiti. o beijo foi extremamente físico, ou eu mentia para mim mesma ou não havia nenhuma sentimento ente nós, meus dedos eram gélidos como se acabassem de sair do frezzer.

Atravessamos o saguão que ostentava riqueza, o chão polido de mármore puro, haviam quadros altos nas paredes, tapetes brancos, e uma quantidade um tanto exagerada de vasos com flores, chegamos num estreito, e logo em seguida a sala de jantar.

e lá estava ela. Lívia Thompson.

Uma jovem senhora (não tão jovem) os cabelos muito pretos, os olhos tinham um tom de topázio, a pele aporcelanada, trajando algo que com certeza era tão caro quanto tudo que havia na mansão.

eu fiquei muda.mais uma vez.

ela levantou-se em silêncio, demorou meio minuto para andar de ponta a ponta a sala de jantar onde parou de frente a nós:

–filho! - ela disse na audível língua portuguesa.

Não pude deixar de me assustar, tudo aquilo era extremamente novo pra mim.

Depois de um longo abraço, ele virou-se para mirar-me

– khorosho - foi essa a palavra que ela direcionou pra mim.

Eu fiquei atordoada sem entender, até Taylor traduzir pra mim:

– é bonita em russo.

Eu me irritei. não era modelo, era uma caçadora, era bem mais que um rostinho bonito e iria provar.

– eu lhe agradeço queria dor vir. - disse ela pra mim, agora na minha língua. - foi muito trabalhoso te conseguir e garanto que será recompensada, podemos conversar em quanto servem o jantar.

– claro - respondi um pouco forçadamente no requinte.

nos sentamos a mesa, como a principal era enorme, logo providenciaram uma menor de vidro.

– então minha jovem... - começou ela. - meu contato disse que você... Fala com... - ela gaguejou. - F-fantasma?

– exato. - respondi com firmeza. - não só falo como os elimino também.

–não sei até que ponto acreditava nisso... mas ultimamente, ando tendo umas experiências estranhas... - a Sra. Thompson esclareceu.

– como? - tive uma séria curiosidade.

– eu cheguei a ouvir a voz do Jonh no jardim (Sr. Thompson), pensei que era insanidade de viúva... Mas uma noite. - ela abaixou o tom de voz. - eu estava na banheira, e senti uma pressão muito forte, para água, comecei a me debater e... - uma lágrima escorreu do rosto dela, ela tentou disfarçar. -... tem sido horrível! Um inferno! Eu não consigo dormir! por favor, eu prometo de pagar me ajude.

–Senhora - ia começar meu discurso, mas ela tornou a me interromper.

– Pode me chamar de Lívia.

– Lívia... - continuei - quero que saiba que o que eu faço não é por dinheiro.

– não posso te deixar de mãos vazias, se conseguir tirar esse peso da minha vida. - respondeu ela cheia de uma compaixão comovente.

– só quero ir pra casa quando acabar. - solicitei bem delicada. - é só.

A sopa foi servida.

Só se ouvia o tilintar das colheres, mas não foi por muito tempo, eu sentia ele bem perto, era Sr. Thompson.

– Lívia, é melhor você ir para o quarto. - solicitei cautelosa.

–por quê? - perguntou ela desconfortável.

–ele esta aqui! - disse.

– Ele quem? - Taylor perguntou, levantando-se da mesa. - pai?

– pare Taylor. - pedi a ele. - suba com sua mãe, não vai adiantar.

–não vou a lugar algum. - disse ele raivoso. - você está morto pai! morto! pare com esses joguinhos.

A luz começou a apagar e acender num vício frenético, um leve tremor abalou a louça.

Srta. Lívia, estática não se movia, parecia colada ao chão;

– mate essa infiel! - ouvi o sussurrar fantasmagórico. - você prometeu!

– não. - gritei, mas me arrependi.

Porque Taylor foi pressionado de forma sobrenatural contra a parede, se contorcia sem sucesso. Eu o via sufocar e não havia nada que eu pudesse fazer.

Puxei do cinto de velcro preso a minha perna meu revólver, e apontei para Srta. Lívia.

Ele assombrada, feito cera, apenas levantou as mãos.

– eu estou cumprindo! Está vendo! Agora solte ele. - implorei em voz alto, Taylor caiu no chão respirando forte.

–mate-a - ele sussurrou novamente.

eu puxei o gatilho, os olhos dela estavam esbugalhados.

– Jonh é você meu bem? - disse ela ao vento, movendo a cabeça sem parar. - o que eu te fiz meu bem? Todos... t-todos esses anos eu... - as lágrimas começaram a rolar no rosto dela, incontroláveis. Taylor se levantou e se pocisionou ao lado da mãe, heróico.

– não faça isso Ludmila, não faça! -disse ele hostil e grosseiro.

– eu... Tenho. - respondi seca.

Ele se materializou, em cima da mesa.

– o que você está esperando? - Sr. Jonh perguntou, o eco sinistro de sua voz, quase perpassava meu peito.

Eu tinha que fazer algo rápido:

– porque ela Sr. Jonh? Sua esposa. - argumentei com a aparição.

– não questione mate-a, ou acabo com você!

Puxei devagarzinho o sal do meu cinto de velcro.

– corram - gritei.

Abaixei a arma e começamos a correr, eu, Taylor e Srta Lívia, escada a cima, atrás de nos víamos, cadeiras, prataria, sendo arrastado contra a parede. e deixava um rastro de sal atrás de mim. o que aumentava nossa chance de escapatória.

–Chegamos ao segundo andar.

– meu deus! - choramingava a Sra. Lívia, com a mão na boca, desesperada, provavelmente nuca presenciou nada tão sobrenatural.

Entramos no quarto dela, trancamos a porta.

– uma tranca não vai impedir que ele ente. - afirmou Taylor com sabedoria.

Enchi a porta de sal.

– isso não vai detê-lo por muito tempo! - ofeguei.

– o porão! o porão. - falou sufocada, Srta Lívia. - tem uma saída de emergência para meu quarto!, debaixo do carpete.

– ótimo! - disse. - vá para lá, só saia no amanhecer, eu e Taylor ficaremos aqui para detê-lo, o efeito do sal dura duas ou três horas, quando acabar ele vai entrar aqui.

Apavorada, Srta Lívia, começou a puxar o carpete com força, a portinhola estava trancada, como era riquíssima era provavelmente um porão para caso de emergência em uma invasão, por exemplo, o caso agora era bem mais complicado.

– Deus lhe pague querida! - disse ela apertando minha mão com força. - e logo em seguida descendo as escadas com uma lanterna. Recitei as palavras de proteção em torno da porta e finalmente aguardei.

– coitada. - disse baixinho. Abaixando o carpete se sentando em alerta no sofá que ela tinha em sua imensa suíte.

– e não ha nada que eu podia fazer... Você me entende agora? - disse Taylor furioso.

Eu apenas assenti. Dolorosamente.

– você é boa nisso. - disse ele se aproximando de mim. eram sete e cinqüenta da noite.

– já chega! - me levantei e me afastei sabendo como aquilo acabaria. - olha Tay, aquele beijo... Foi físico. Foi um só, um momento de fraqueza, acabou! eu estava vulnerável, você também! Mas chega...

Ele ficou em silêncio, acendendo a lareira, fazia muito frio lá fora.

eu via seus olhos tão quentes quando a lareira agora em chamas, uns tons de desespero e impotência, ele alisou o cabelo escuro e se jogou no carpete.

–já se sentiu um nada? - perguntou de olhos fechados.

– nunca. - menti.

– sorte a sua. - ele respondeu, afagando a própria cabeça.

Não posso mentir, eu estava me sentindo atraída por ele, estava louca. Estava perdida, pensando naquele beijo, cada vez que eu fechava os olhos eu pensava naquele momento, foi o meu primeiro beijo, foi na hora errada...mas nunca foi tão certo.

Agora a insanidade tomava conta de mim.

Separei perto da porta o sal, o isqueiro e o punhal de prata, e sentei ao lado de onde ele estava deitado.

– acha que vamos sobreviver? - ele perguntou, pegando no meu braço.

– eu sei. - respondi confiante, já tinha eliminado tantos, porque esse seria diferente? - preciso sair, e investigar a casa.

Eu ia me levantar... Não agüentava a tensão ali, mas ele meu puxou, de modo tão forte que eu cai por cima dele, ele abriu os olhos:

– eu nunca te deixaria sair daqui... Ele te machucaria.

– sei me cuidar. - gaguejei atordoada com a nossa proximidade.

– fique... Por mim. - sussurrou ele.

Ele alisou minha bochecha, e dessa vez eu o beijei, na mesma posição que estávamos. Apoiei-me em seus músculos e o beijei como um solo de piano, delicado, mas intenso e sincero. Parei depressa...

–não... - ele sussurrou sedutor.

e me puxou para perto de novo, dessa vez para um abraço, cheirou meu cabelo, em quanto eu nadava em seu peito.

– é possível, gostar tanto de alguém assim? - perguntou ele meloso.

– o nome disso é atração - recobrei meu fôlego, levantei tornando a consciência. - se concentre em nossa missão. sai dali depressa, peguei um travesseiro e deitei na cama. - aproveite para dormir, o efeito esta acabando. Temos uma batalha pela frente.

Ele deitou-se todo respeitoso ao meu lado, e foi só silencio.

Até as nove em ponto... a bola plasmática azul adentrou o quarto, senti a presença sombria e quente.

– Tay, acorde! Ele entrou! - Taylor despertou depressa.

– cadê ela? - sussurrou o fantasma...

– eu a matei! - menti.

– mentirosa... Mentirosa.. - ele respondeu, em seguida fui jogada para trás com toda a força.

Senti que não iria vencer...

(...)

Eu e Taylor corremos, tanto que senti meus pés dormentes, a casa não parecia ter mais fim, víamos os vultos do Sr. Jonh nos perseguir pelos perímetros da casa.

- temos que fazer um armadilha! – sussurrei ofegante para Taylor.

Ele apenas assentiu durante nossa fuga, chegamos num corredor  fechado. Fim da linha.

- me dê o sal. – quase ordenei a ele, ele me passou, fiz um circulo a dois passos a frente da gente, e cobri com o carpete,” Haya”. pronunciei e deitei-me no chão escuro.

- de que modo isso... – Taylor ia me questionar, mas eu fiz um barulho para que ele fizesse silêncio.

A aproximação era visível.

Ou eu o aprisionaria, o morreria...

(...)



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