Iuaag escrita por Hei Li


Capítulo 1
Começando


Notas iniciais do capítulo

É possivel que este capítulo não tenha muita relação com a sinopse.



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POV Alunanda "Luna" O'Conell

Eu estava na estação do metrô, havia acabado de comprar minhas passagens, quando ouvi um barulho que se parecia com o do metrô, sai correndo como uma louca, sem olhar em nenhuma direção.

Esbarro em algo, ou alguém, perco o equilibro e caio, derrubando tudo o que carregava. Com pressa, comecei a recolher meus pertences. Olhei pra frente e vi pernas, então comecei a falar, enquanto terminava de pegar meus objetos. Eu queria ir logo, porque já estava escurecendo, e o caminho da estação até meu condomínio era quase sem iluminação e praticamente deserto, eu tinha medo.

– Me desculpe, ando muito distraída.

– A culpa foi minha, mas, ér, você está bem? – A pessoa falou, e pela voz, percebi que era um homem.

– Não, não foi. – Que cara lerdo, não é tão difícil entender que tudo o que eu quero é pegar o maldito transporte. – Eu não estava olhando por onde andava, e quase corria, enfim, vamos logo, se não iremos perder nossa condução. – Me levantei, e finalmente olhei o rosto do homem, ou melhor, rapaz, ele beirava uns 24 anos, e era muito belo.

– Com condução, você se refere ao metro, certo? – Ele perguntou, rindo muito, mas com motivos. Quem não iria rir de uma adolescente com apenas uma mão com as unhas pintadas, o braço manchado de tinta de caneta bic azul, segurando vários livros, que quase caiam em um dos braços, e mais três sacolas, na outra? Não sei, mas acho que só um mudo mesmo. (nota da autora: não tenho nada contra os mudos, surdos e nenhum outro deficiente, ao contrário, os respeito e desejo que façam o mesmo, obrigado)

– Exatamente! – Comecei a ficar sem jeito, e corar, meu vocabulário era meio diferente, ia dar uma desculpa para sair dali logo, mas ele me interrompeu:

– Não vamos – ele falou como se estivéssemos juntos – perder, não, o som que você ouviu provavelmente é o do metrô que vai na direção oposta. A propósito, essas sacolas parecem pesadas, quer ajuda?

Ótimo, lá se foi a minha desculpa, agora terei de agüentar um cara belo rindo da minha cara. Bom, pelo menos alguém irá se divertir...

– Hãm? O que? Ah, claro, por que não?

Eis a resposta estranha:

– E se eu fosse um ladrão, um vigarista, um chantageador, ou alguém com mas intenções?

– Não tinha pensado nisso, mas deveria? – Esse comentário me pegou desprevenida, assustando-me um pouco.

– Deveria sim, há muita gente ruim que não pensaria duas vezes antes de roubar-lhe tudo.

Apesar de meio sinistro, gostei dele, com uma bela aparência e um belo corpo, alto, gentil, inteligente, e que pensa em coisas como segurança. Pena que sou bem mais nova, não despertarei seu interesse.

– Ér, moça, o metrô chegou, vamos?

– Aham. – Respondi meio seca, abaixando me para pegar minhas coisas, que havia depositado no chão, para descansar os braços um pouco, mas ele se adianta, pega mais rápido, e entra correndo em um dos “vagões”, junto a muitas outras pessoas.

Primeiro fiquei sem reação, mas depois entrei correndo no mesmo vagão, tentando encontrar aquele ladrão vagabundo. Meu dia tinha sido ótimo até aquele momento. Havia comprado alguns dos livros que queria, mas aquele vagabundo roubara-me “Harry Potter e As Reliquias Da Morte”, “A Hospedeira”, “Obsessão de Médico”, O caso dos 10 negrinhos”, “ O reverso da Medalha”, “O outro lado da meia noite”, “Hora Zero” e “A menina da sexta lua”. Ficou bem caro, e eu iria lê-los por bem, ou por mal.

Fico nas pontas dos pés, e começo a procurar um cabelo preto, bem preto, num corte bem incomum, mas não o vejo, no meio de todas aquelas pessoas, já ia começar a andar, quando uma mão quente, muito quente, segura meu pulso, olho pro lado, e é ele, sentado, e com os meus pertences. Mas um momento, se ele estava fugindo de mim, porque se “entregou” agora? Anotei mentalmente que depois teria que perguntar isso a ele, e por que estava tão quente.

Durante o percurso fiquei olhando pela janela, pensando.

Ao perceber que nos aproximávamos da estação, perguntei:

– Se você estava fugindo de mim, porque mostrou onde estava, eu não havia te visto...

Ele ficou me encarando, parecia que achava que não havia feito aquilo.

– De onde você tirou a idéia de que fugi de você? – Essa pergunta me desconcertou.

– Ué, você entrou no meio daquela gente toda, sem me avisar, super rápido, levando minhas coisas, e antes tinha vindo com um papinho bem suspeito... – Terminei de falar, e deixei um espaço para que ele se explicasse.

– Eu levei suas coisas porque queria te ajudar, e entrei rápido e sem falar nada, porque queria pegar um lugar para sentarmos.

– Sério? – Não era fácil digerir aquelas informações, após de ter me convencido de que ele é uma pessoa desonesta.

– Claro, porque eu iria mentir?

POV Ben Hur Eagle

Tinha acabado de sair do metrô e não via a hora de sair da estação, sabia que logo os que “eles” chegariam e uma grande confusão ocorreria, gerando a perda de muitas vidas que nada tinham a ver, era o que eu menos desejava então tinha que correr. Merda, em 14 minutos eles chegarão.

Trombei com alguém e imergi do meu mundo, dos meus pensamentos. Parabéns Ben! Esse é o preço de estar com pressa, e não olhar por onde anda. Vou pedir desculpas, e continuar andando, o tempo está passando.

– Me desculpe, ando muito distraída. – Uma voz feminina começou.

Agora não poderei ser seco. Por que tive que esbarrar justo em uma garota?

Olhei para ela, e vi que era mais nova do que eu, e não era aquela garota linda, com muitos admiradores, mas era bonita e encantava.

– A culpa foi minha, mas, ér, você está bem? – E realmente tinha sido.

– Não, não foi. – Ela falou, terminando de catar os livros que haviam caído. – Eu não estava olhando por onde andava, e quase corria, enfim, vamos logo, se não iremos perder nossa condução. – Comecei a rir, pois achei engraçado seu vocabulário incomum, ainda mais nessa época vulgar e inculta.

– Com condução, você se refere ao metro, certo? – Continuei rindo, e ela começou a se constranger, ficando vermelha.

– Exatamente!

– Não vamos perder, não, o som que você ouviu provavelmente é o do metrô que vai na direção oposta. A propósito, essas sacolas parecem pesadas, quer ajuda? – Ela carregava três sacolas grandes, e aparentemente pesadas, e mais alguns livros no braço.

Ela relutou um pouco antes de aceitar, parecia que ela achava que eu era um ladrão, mas enfim cedeu porque pelo jeito estava realmente pesado.

– Hãm.. O que? Ah! Claro, porque não? – Ela respondeu, mas não me entregou a sacola, e depositou-as no chão, para descansar os braços.

– E se eu fosse um ladrão, um vigarista, um chantageador, ou alguém com más intenções?

– Não tinha pensado nisso, mas deveria? – Ela parecia um pouco assustada.

Olhei no meu relógio, “eles” já estavam chegando, não daria tempo de ir ao meu destino original, despistá-los-ei.

– Deveria sim, há muita gente ruim que não pensaria duas vezes antes de roubar-lhe tudo.

– Ér, moça, o metrô chegou, vamos?

– Aham. – Ela respondeu meio automaticamente, se abaixando para pegar suas coisas, mas fui mais rápido, peguei-as e entrei rápidamente em um vagão, para complicar que “eles”me achem. Por sorte haviam dois bancos vazios, me sentei para esperá-la.

Um pouco depois entrou, ficou nas pontas dos pés e começo a procurar alguém, toquei seu braço, e ela sentou no banco da janela, sem falar nada, observando. Ao perceber que nos aproximávamos da estação, perguntou:

– Se você estava fugindo de mim, porque mostrou onde estava, eu não havia te visto...

Fiquei encarando-a, o que ela falava não tinha sentido.

– De onde você tirou a idéia de que fugi de você? – Essa pergunta desconcertou-a.

– Ué, você entrou no meio daquela gente toda, sem me avisar, super rápido, levando minhas coisas, e antes tinha vindo com um papinho bem suspeito...

– Eu levei suas coisas porque queria te ajudar, e entrei rápido e sem falar nada, porque queria pegar um lugar para sentarmos. – Respondi, mentindo um pouco, a verdade não era muito agradável.

– Sério? –Ela parecia meio surpresa.

– Claro, porque eu iria mentir? – Por muitos motivos Bem Hur, por muitos.

– Ah, não sei, é que sei lá, é estranho, mas enfim, essa é a estação que irei descer, então, até qualquer dia. – Ela falou, pegando suas coisas e se levantando.

– Se você quiser, faço-lhe companhia, também irei descer por aqui. – Como eu não tinha nenhuma estação definida, porquê não acompanhá-la? Ela parece ser uma boa companhia, afinal.

– Não sei... – Ela parecia estar pensando. – Acho que não haverá problema, aceito sua companhia. – Quando ela terminou de falar, entregou-me as sacolas, e eu sorri.

Acompanhei-a, e andamos em silencio por algum tempo, ela com o olhar perdido no céu. Finalmente quebrei o silencio:

– Ainda não sei seu nome.

– Alunanda O’Connel, mas chame-me de Luna, apenas. E qual é o seu?

– Ben Hur Eagle. – Respondi, ela deu um sorriso, ao ver que ambos tínhamos nomes um tanto estranhos. – Por que Alunanda?

– Bom, minha mãe queria que eu me chamasse Aluara, o nome da minha falecida avó, e meu pai queria dar-me o nome Fernanda, ai eles misturaram os dois, e ficou isso, pelo menos dessa mistura saiu um apelido que eu gosto. E porque Ben Hur?

– A família da minha bisavó é judia, e lá eles colocam o nome da criança “Ben” e o nome do pai. Como meus pais não são judeus, mas acharam interessante, colocaram apenas Ben Hur, e deram me seus sobrenomes.

– Seu sobrenome é Águia, em inglês, se não me engano, correto?

– Isso.

– Por quê? – Ela é bem inteligente, e curiosa, gostei de sua personalidade também, é agradável.

– Meus ancestrais acreditavam em uma certa lenda, sobre uma águia com alguns poderes místicos, como dar poderes a seres humanos, e protegiam o animal que acreditavam ser essa águia encantada, sua tribo tinha o nome “Aguia”, e como as ultimas gerações da minha família são inglesas, ganharam esse sobrenome, e vem passando, de pai para filho.

– Nossa! – Ela deu uma espécie de suspiro – Que interessante!

– Não acho tanto. – Comentei, indiferente.

– Nós já chegamos ao meu apartamento. Achei essa história toda muito interessante, e gostaria de saber se se importaria de me contar, lá em cima, tomando um cafezinho, ou um suco, mais detalhes? – E agora, o que eu faço?


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Notas finais do capítulo

E se tudo aquilo for real, e pessoas ganham esses 'poderes'? Se tudo isso for real, será que essa cena será apenas algum ocorrido comum em uma plataforma de metrô? Ou será que alguém abençoado pelo animal poderia ter participado? Sua presença poderia interferir na forma das pessoas envolvidas de forma normal, com um atraso, ou causar alguma interferencia mais grandiosa, mistica? Será que ele subirá e contará a lenda? Será que algo mais acontecerá?



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